Compaixão


À base do Evangelho queremos meditar nas palavras:


Jesus se compadeceu deles .

Em outras palavras, Jesus teve compaixão da multidão. Compaixão! O que vem a ser isto? A palavra Compaixão era conhecida somente na literatura judaica. No Novo Testamento o termo compaixão aparece 12 vezes. Hoje se fala também no mundo em compaixão. São duas palavras: com e paixão, isto é, sofrer junto. Se examinarmos como o mundo pratica a compaixão, veremos que há uma grande diferença entre a compaixão de Jesus e a do mundo. Jesus é o único que teve e tem verdadeira compaixão. Ele a revelou em seu grau máximo, por sua morte na cruz do Gólgota. Dele queremos aprender o que é compaixão, tanto para nosso consolo como para seguir-lhe o exemplo.

Fundo histórico

Vejamos o contexto no qual a história do nosso evangelho se desenrola. Jesus estava trabalhando intensamente, pregando o evangelho de cidade em cidade. E aos lugares que não conseguiu alcançar enviou seus discípulos de dois em dois. Sua fama correu por toda a Galiléia.

Os discípulos voltaram jubilosos de sua missão, mesmo que muito cansados. Ouviram, então, a notícia da morte de João Batista. Isto os entristeceu muito. João Batista foi o primeiro mestre de vários dos discípulos de Jesus, por outro, isto lembrou a Jesus de que mais um ano e seria a sua vez de ser morte, por morte de cruz. Então Jesus lhes propôs, vamos nos retirar um pouco a sós, para um lugar deserto, para descansar.

Eles embarcaram num barco e seguiram para o norte do mar da Galiléia, para a região deserta. O povo observou a direção que o barco tomou e todos seguiram a pé! Mal Jesus e seus discípulos encostaram o barco, lá estava a multidão. O que atraía estas pessoas a Jesus? Era o desejo por salvação? Seria? Provavelmente era a novidade, o sensacional, a busca por milagres. Hoje não é diferente.

Jesus olhou para a multidão e não viu somente a massa humana, mas a situação das almas do povo. E disse: São como ovelhas sem pastor.

Ovelhas sem pastor.

Que impressão esta imagem causa a nós hoje? A nós na cidade talvez nenhuma. Talvez os jovens adolescentes até digam: Que coisa boa! Ótimo! Viva! Este é o pensamento em nossa cultura individualista e egoísta, avessa a qualquer autoridade, no desejo de ser livre. Ninguém manda em mim. Faço o que quero e gosto. Assim filhos dizem muitas vezes a seus pais. Deixa de ser chato! Hoje é diferente! Eu sei o que fazer! Não fica me pegando no pé a toda a hora! Portanto, a condição de “ovelhas sem pastor” pode ser até uma situação desejada por muitos.

Mas na visão pastoril: ovelhas sem pastor é um quadro desesperador para as ovelhas, uma situação calamitosa, de alto perigo. Ovelhas não têm faro. Elas, por si, não acham pastagem verdejante, nem águas frescas. Elas não encontram o caminho certo. Elas não dispõem de defesa própria. São presas fáceis dos animais selvagens, seus inimigos. Elas precisam de um guia, de um orientador, de um protetor. É um quadro como o de um bebê abandonado...

Jesus compara a multidão a ovelhas sem pastor. Pessoas desorientadas, que rumam para a eterna condenação, sem o saberem, sem conseguirem achar um caminho. Presa fácil de enganadores e exploradores, de falsos pastores, mercenários, que os apascentam por seus próprios raciocínios e doutrinas falsas, em seus próprios interesses.

Mas esta multidão não estava buscando Jesus? Sim! Mas com um propósito errado. Eles, como a maioria ainda hoje, não haviam reconhecido seu estado de pecadores perdidos e condenados, que necessitavam sobretudo de um Salvador, e que Jesus era seu único e suficiente Salvador. Corriam atrás da fama dos milagres. Queriam dele somente benefícios materiais. Jesus lamentou isso e teve compaixão deles.

Um quadro muito semelhante a nossos dias. Multidões enchendo igrejas. O que os atrai para ali? A sede pela verdadeira Palavra de Deus ou por benefícios materiais? A olhar pelos testemunhos que ali são dados: Eu estava desesperado. Vim aqui. E meus problemas se resolveram. Eu estava falido, mas orei, e hoje prospero, etc.

Será que este mesmo pensamento não está, muitas vezes, também no nosso coração. Eu cumpro o meu dever: Vou à igreja, dou minha contribuição. Então tudo bem. Jesus vai me abençoar. Um tipo de barganha. Por isso vamos ao culto e procuramos um culto com muita produção própria, um culto do qual podemos dizer: Eu fiz, eu amei, eu ofertei, eu realizei culto, esquecendo que no culto, em primeiro lugar é Deus que nos serve...

Muitas igrejas planejam e aperfeiçoam seus planos e programa de culto, de rádio e televisão, para captarem mais e mais pessoas, em busca do dinheiro. Essas massas são jogadas de um lado para o outro, de uma igreja para a outra: Mas ali há um pregador ainda mais poderoso. O culto naquele lugar é ainda mais sensacional. O culto foi maravilhoso e senti Deus no meu coração.

Nossa missão é proclamar a clara e pura palavra de Deus para arrependimento e fé, para chamar as pessoas ao reino de Deus, sob a cruz de Cristo. Esta pregação, no entanto, continua sendo loucura e escândalo para os que se perdem. Mas bem-aventurados os que não se escandalizam em mim, disse Jesus. E disse mais: Qual dos profetas vossos pais não mataram? (Mt 5.12; At 7.52) Herodes havia acabado de decapitar João Batista, e em breve gritariam contra Jesus: Crucifica-o! Mas, não temais, ó pequenino rebanho.

Vendo Jesus a multidão, compadeceu-se dela. Uma expressão consoladora. Uma dor profunda que afeta o coração, o comoveu. Uma dor, um amor, para com pessoas que na verdade nem mereciam mais este amor, mas precisavam ser alertados e ensinados. Esta compaixão se revela imediatamente em ações.

a) Jesus recebe a multidão. Jesus e seus discípulos estavam cansados. Queriam descansar um pouco, mas ele abriu mão de seu descanso e de seus interesses. Colocou isto em segundo plano e recebeu a multidão, para cuidar dela. Mostrar-lhe como todo o amor e paciência, como o bom pastor, o verdadeiro caminho, a verdadeira pastagem e a fonte de água fresca.

b) Passou a ensiná-los. Ensinou-lhes muitas coisas. Marcos não nos revela o conteúdo do ensino. Mas os outros evangelhos, Mateus e Lucas, nos falam sobre o seu ensino. Jesus falou sobre o Reino de Deus. O caminho para este reino, por arrependimento e fé. O alimento deste reino: A doutrina, a única verdade. De que ele, Cristo é o caminho, a verdade e a vida, o verdadeiro pão da vida. E que ninguém vem ao Pai senão por ele.

Aqui temos uma das principais diferenças entre a compaixão do mundo e a de Cristo. O mundo freqüentemente presta auxílios, até com certos sacrifícios, mas evita falar a verdade. Por exemplo, não falam do pecado, a causa de todo os males. Dizem que isto é normal. A gente não deve dizer não a ninguém. Se alguém desgraçou sua vida e está com AIDS, dizem: Coitado. Que injustiça. Ele não merecia isso. Chamam isto de compaixão.

Para Jesus, a compaixão começa com o falar a verdade. Jesus mostrou que nossos pecados fazem uma divisão entre nós e Deus. Sem fé em Jesus Cristo não há salvação.

Ele continua compassivo com a multidão até hoje através de muitos pregadores fiéis, que não pregam filosofias e sentimentos, mas a palavra de Deus, para arrependimento, fé e vida santificada e salvação eterna e não apenas lenitivo temporal. Mas muitas vezes o resultado é o que aconteceu a Jesus: após uma pregação sobre o grande amor de Deus, revelado em Jesus, a multidão deu as costas a Jesus dizendo: Duro é este discurso, quem o pode ouvir? (Jo 6.60)

c) Este é o ponto essencial da compaixão: Falar a verdade. Nisto consiste também a verdadeira tarefa dos pais, especialmente do chefe da família, o pai, na condução da família e educação dos filhos, ser ele o verdadeiro sacerdote do lar. Manter a família no verdadeiro fundamento do lar. No ensino da verdade bíblica, em sua correta exposição no Catecismo Menor e no Hinário, na admoestação e consolo. A isso se somam todos os outros frutos do verdadeiro amor cristão, o sacrificar-se pelo próximo também nos assuntos materiais. Sabendo que por mais amor e compaixão, a graça é rejeitável. E há filhos que, apesar de todo o amor e esmero dos pais, rejeitam a verdade e o amor de Cristo, o que causa muita tristeza aos pais.

Que a compaixão que Cristo revelou e continua a nos revelar em sua palavra, seja nosso consolo no dia a dia. Para recebermos também com gratidão as muitas bênçãos materiais que Jesus nos concedeu e concede, e assim seguirmos, guiados pelo Espírito Santo, o exemplo da compaixão de Jesus, não medindo esforços no testemunhar e difundir sua palavra. Amém.

Paixão e Compaixão



Por que confiamos em Deus? Porque sabemos que Ele é um Deus excelente. Tudo o que faz é bem feito, perfeito, excelente. Efésios 3.20 “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pensamos ou pedimos, segundo o seu poder que opera em nós”. Mais do que falar sobre a excelência, o apóstolo diz que irá nos mostrar o caminho para a excelência, o caminho para que o amor se manifeste. E o amor se manifesta, na prática, em forma de paixão, na vertical – na relação ‘eu e Deus’; e em forma de compaixão, na horizontal – na relação ‘eu e o próximo’.



O primeiro amor



No início da carta de Paulo aos Efésios, ficamos entusiasmados com os elogios que ele faz à igreja: “conheço as tuas obras e que não podes suportar homens maus..” – dá vontade de fazer parte de uma igreja com esse currículo! Mas, de repente, uma virada leva Paulo a dizer “mas uma coisa tenho contra vós, que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te de onde caíste, arrepende-te, volta à prática anterior; se não, venho contra ti e tiro o teu candeeiro” – serás qualquer coisa, menos luz do mundo, menos igreja, porque a igreja existe para brilhar a luz de Deus! É preciso retornar às obras do primeiro amor. Como é o namoro, nos primeiros dias? Renunciamos a tudo para ficar com a pessoa amada. A paixão é assim, se manifesta no desejo de conhecer mais a Deus, e de renunciar, como Paulo: “para mim, o que era ganho reputei por perda, por amor a Cristo” – paixão. Paixão que gera conhecimento e também obediência, e adoração. Não precisamos aprender a adorar quando aprendemos a amar, porque adorar é elogiar, e elogiamos quando amamos. O caminho do amor e da excelência é a paixão. E a relação ‘horizontal’ é conseqüência da relação ‘vertical’: a relação com Deus nos leva à compaixão com o próximo. “Filho de Davi, tem misericórdia de mim”. A palavra misericórdia se aproxima da palavra compaixão. A misericórdia liberta da cegueira, a compaixão cura as pessoas. Nós não adoramos um pacote doutrinário, mas a Cristo Vivo, que está presente aqui nesta tarde. Nossas reuniões de oração e vigílias terminam sempre com a busca de mais poder. Não precisamos de mais poder do que já temos, precisamos é de mais amor no coração! Temos muito poder e pouca compaixão. O milagre é muito mais conseqüência da misericórdia e da compaixão pela dor do próximo. Os discípulos tinham poder e não curavam. Devemos sentir com o outro a dor que ele sente – olhe ao redor, todos passamos por lutas, tribulações. O ‘grupo’ do qual você não gosta muito tem dificuldades e problemas também. É preciso espelhar a vida de Jesus em nós e lidar com as pessoas com compaixão, baseado no amor de Cristo. Quero fazer parte de uma igreja assim, onde haja fervor no relacionamento com Deus e compaixão no relacionamento com o próximo – e o milagre da ressurreição de pessoas que estão mortas mesmo dentro da igreja por falta de compaixão! Que Deus nos abençoe.





Doar amor é uma das práticas mais importantes para que alcancemos equilíbrio e harmonia interior. Ela nos ajuda a ampliar nossa percepção acerca da vida e da estreita ligação que existe entre todos os seres.



Para muitas pessoas, a vida se resume em cobrar do mundo tudo aquilo de que se acham merecedoras. Fazer parte, ser incluído na abundância do Universo é um direito de todos nós. Mas apenas receber faz com que permaneçamos incompletos e não experimentemos a totalidade do ser.



A compaixão, a capacidade de doar amor sem condicioná-lo à retribuição é o meio mais eficaz de fazer com que o sentimento de plenitude esteja sempre presente em nós. E quando nos doamos, nossos problemas acabam se tornando menores e, muitas vezes, sendo até mesmo esquecidos.



O Mestre Osho revela mais uma vez sua preciosa sabedoria, quando nos fala sobre o poder terapêutico da compaixão.



“Somente a compaixão é terapêutica



...Tudo o que é doença no homem é causado pela falta de amor. Tudo o que está errado com o homem, está de alguma forma associado ao amor. Ele não tem sido capaz de amar ou ele não tem sido capaz de receber amor. Ele não tem sido capaz de compartilhar o seu ser. Essa é a miséria. Isso cria toda sorte de complexos internamente.



...Aquelas feridas internas podem vir à superfície de várias maneiras: elas podem se tornar doenças do físico e doenças mentais, mas no fundo o que o homem sofre é de falta de amor. Assim como o alimento é necessário para o corpo, o amor é necessário para a alma. O corpo não consegue sobreviver sem alimento e a alma não consegue sobreviver sem o amor. Somente no amor a pessoa vem a sentir que ela é mais do que o corpo, mais do que a mente.



...Compaixão é a forma mais pura de amor. Você também pode chamar a compaixão de prece. Você também pode chamar a compaixão de meditação. A forma mais elevada de energia é a compaixão. A palavra 'compaixão' é bela. Metade dela é 'paixão'. De alguma forma a paixão se tornou tão refinada que ela não é mais como uma paixão. Ela se tornou compaixão.



No amor existe gratidão, existe uma profunda gratidão. Você sabe que a outra pessoa não é uma coisa. Você sabe que o outro tem uma grandeza, uma personalidade, uma alma, uma individualidade. No amor você dá liberdade total ao outro. Na verdade você dá e você recebe, é uma relação de dar e receber, mas com respeito.



A compaixão é a mais elevada forma de amor. Muita coisa vem em troca, mil desdobramentos eu digo, mas esse não é o ponto, você não fica esperando por isto. Se não vier, não há qualquer reclamação. Se vier, você simplesmente fica surpreso. Se vier, isso será inacreditável. Se não vier, não há qualquer problema, você nunca dá o seu coração a alguém por qualquer barganha. Você simplesmente distribui porque você tem.



...O homem de compaixão é o homem mais rico, ele está no topo do mundo. Ele não tem qualquer confinamento, qualquer limitação. Ele simplesmente dá e segue o seu caminho. Ele nem mesmo espera você lhe dizer um muito obrigado. Com tremendo amor ele compartilha a sua energia.

É isso que eu chamo terapêutico. (...)

Para ser compassivo é preciso que se tenha, em primeiro lugar, compaixão por si mesmo. Se você não amar a si mesmo, você nunca será capaz de amar um outro alguém. Se você não for amável consigo mesmo, você não conseguirá ser amável com ninguém mais.



...Nós sempre pensamos que, para amar, nós precisamos de uma outra pessoa. Mas se você não aprender consigo mesmo, você não será capaz de praticar com os outros.

...A não ser que a compaixão tenha acontecido para você, não pense que você viveu corretamente, ou que você viveu de alguma maneira. Compaixão é o florescimento. E quando a compaixão acontece para uma pessoa, milhões são curadas. Qualquer um que chegue ao seu redor será curado. A compaixão é terapêutica."


Share/Bookmark ~ terça-feira, 27 de abril de 2010 0 Comentários

Cristianismo Nos Últimos Dias Dez Questões Básicas, Noel B. Reynolds, Robert L. Millet

Traduzido por Expedito J. Noronha


1 SÃO CRISTÃOS OS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS?

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias aceitou sempre Jesus de Nazaré tal como testificado na Bíblia: o divino Redentor e Filho de Deus que se sacrificou pelos pecados de toda a humanidade e assegurou nossa ressurreição universal. A Igreja jamais cessou de afirmar que não há outro nome dado pelo qual o homem possa ser salvo (v. Atos 4:12). Um outro livro que a Igreja aceita como escritura, o Livro de Mórmon, declara em sua página título que ele foi escrito "para convencer os judeus e gentios de que Jesus é o Cristo, o Eterno Deus, manifestando-Se a todas as Nações."

Na crença dos Santos dos Últimos Dias, Joseph Smith é o profeta através de quem Deus restaurou a Igreja de Cristo e nomeou-a A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Ele declarou "que os princípios fundamentais de nossa religião são o testemunho dos Apóstolos e Profetas, concernentes a Jesus Cristo, que ele morreu, foi sepultado, e ressurgiu novamente ao terceiro dia, e subiu aos céus; e tudo o mais pertencente à nossa religião são apenas apêndices disso". Os membros da Igreja Restaurada de Jesus Cristo regozijam-se na expiação, confiantemente aguardam sua volta gloriosa, aguardam ser levados perante Ele quando julgar toda a humanidade, e esperam viver com ele por toda a eternidade. Seguramente todos que professsam tais crenças podem reivindicar o direito de ser chamados Cristãos.

É óbvio que existe diferenças doutrinais entre Mórmons e o povo de uma variedade de outras denominações cristãs. Os santos acreditam, todavia, ser possível às pessoas terem diferentes pontos de vista e ainda serem cristãos. Dado o grande número de denominações cristãs, todas discordando em pequenos e grandes pontos, essa afirmação é conclusiva. Os Santos dos Últimos Dias admitem como concidadãos cristãos aqueles que professam fé em Jesus Cristo. Da mesma forma acreditam que nenhuma diferença doutrinal ou variação em sua prática, podem ser tomadas a fim de negar sua crença sincera e confiança em Jesus Cristo como seu Senhor e Redentor.

Definições

A crença dos Santos dos Últimos Dias está em harmonia com o que a Bíblia define como cristão. Os termos Cristão ou Cristãos ocorre somente três vezes no Novo Testamento (em Atos 11:26; 26:28; e 1 Pedro 4:16). Em cada caso esses termos referem-se simplesmente àqueles que seguem Cristo, o que se aplica perfeitamente aos Santos dos Últimos Dias.

Os membros da Igreja Restaurada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não conseguem encontrar outras definições para Cristandade, definições persuasivas baseadas em interpretações da Bíblia por denominações particulares ou através de interpretações de credos clássicos dos primeiros séculos cristãos. Os Santos dos Últimos Dias duvidam que alguém tem autoridade para excluir outras denominações da Cristandade baseando-se nessas definições. Como observa C.S.Lewis:

"Não nos cabe dizer quem, no estrito senso, está ou não está próximo ao espírito de Cristo. Não vemos dentro do coração dos homens. Não podemos julgar, e estamos na verdade proibidos de julgar. Seríamos arrogantes maldosos se dissermos que qualquer homem é, ou não é, um cristão neste senso... Quando um homem que aceita a doutrina cristã vive indigno dela, é mais correto dizer que ele não é um bom cristão do que dizer que ele não é cristão." 2

Além disso, quaisquer definições desse tipo que excluirem os mórmons também excluirão outros grupos - grupos que a maioria das pessoas achariam absurdo classificá-los como não-cristãos. Por exemplo, considerando que os crentes em Cristo aceitam a doutrina da trindade como estabelecida pelo Credo de Nicéia de modo a serem considerados cristãos implica em que os bispos que votaram contra aquele credo no Concilio de Nicéia não eram cristãos reais. Também questiona a cristandade de muitos seguidores de Cristo que viveram antes daquele Concílio de Nicéia, e assim antes do completo desenvolvimento da doutrina da trindade clássica.

Da mesma forma, os Santos dos Últimos Dias sentem-se admirados ante a declaração de que apenas aqueles que baseiam sua fé e práticas exclusivamente nos sessenta e seis livros do cânone bíblico protestante tradicional são cristãos - aquela lista canônica evidentemente não foi definida, de acordo com registros históricos do cristianismo, até vários séculos depois da morte de Cristo, e ainda não é universalmente aceita. Essa definição não apenas baniriam os Santos dos Últimos Dias, mas também muitos dos seguidores de Jesus dos primeiros séculos, cerca de duzentos milhões de Cristãos Ortodoxos, tanto quanto os Católicos Romanos que baseiam suas crenças na autoridade apostólica tradicional.

Considere além disso a afirmação de que, em virtude de os mórmons acreditarem que a salvação está ligada à autoridade da Igreja, não podem portanto serem considerados cristãos. Essa afirmação também deixa de fora os primeiros padres cristãos, para não dizer nada a respeito da Igreja de Roma e virtualmente todo o cristianismo oriental.

Em outras palavras, definições de cristianismo baseadas nas crenças específicas de uma denominação ou grupo de denominações não são de grande ajuda. Quase sempre não levam em consideração a história cristã, e tão pouco ajudam a determinar quem é ou não cristão.

Costumes Históricos

O fato histórico é que a palavra cristão tem sido usada através dos séculos para descrever ampla série de práticas e posições teológicas, inclusive algumas que os Santos dos Últimos Dias acham tão seriamente erradas quanto fazem seus críticos protestantes. Por exemplo, os Marcionitas rejeitam os Evangelhos de Mateus, Marcos e João. Docetistas negavam que Cristo possuia um corpo físico. Todavia esses grupos e muitos outros são rotineiramente mencionados como cristãos pelos estudiosos que os estudaram detidamente.

Ensinamentos e práticas cristãs podem ser mais ou menos inadequadas, até mesmo seriamente erradas, embora permaneçam cristãos, tal como teorias discordes a respeito do sistema solar podem variar e mesmo assim permanecerem como sendo teorias científicas. A única definição da palavra cristão que merece crédito pelo seu uso através dos séculos e que inclui todos os indivíduos e grupos que são universalmente mencionados como seguidores dessa descrição parece ser estritamente esta: Um cristão é uma pessoa que aceita Jesus Cristo como, unicamente, seu Senhor e Redentor. Por esta definição, Santos dos Últimos Dias fieis, juntamente com milhões de outros crentes em Jesus de Nazaré distribuídos pelas muitas denominações através de milhares de anos e em todos os continentes, abundantemente qualificam-se como cristãos.

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QUAL A CRENÇA DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS A RESPEITO DE DEUS?

O conceito Santo dos Últimos Dias a respeito de Deus, como aquele de outros cristãos, está fundamentado no que o Pai tem revelado a respeito de Si mesmo a seus profetas e apóstolos, e também do que se pode aprender a respeito Dele a partir da vida terrena e ministério de Jesus Cristo.

Com a vasta maioria de seus amigos cristãos, os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias acreditam em um Deus de amor, que tem todo o conhecimento e todo o poder (v. 1Nefi 11:22; 2Nefi 1:15; 2Nefi 9:20; D&C 38:1-3; Moisés 1:6; 1Nefi 7:12; Alma 26:35). Seu trabalho contínuo com o mundo e seus filhos nele está registrado em todos os quatro livros padrão da Igreja Restaurada, mesmo A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (i.e. a Bíblia, o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e Pérola de Grande Valor).

Os Santos dos Últimos Dias acreditam, como outros cristãos, em três pessoas-o Pai, o Filho e o Espírito Santo- e crêem que Eles são três pessoas separadas (veja Mateus 28:19, 2Nefi 31-21, Alma 11:44; Artigos de Fé 1:1). O registro do batismo de Jesus sob as mãos de João o Batista, por exemplo, reporta que quando Jesus emergiu do Rio Jordão, o Espírito de Deus desceu dos céus sobre ele em forma de Pomba, enquanto a voz do Pai vinda dos céu testificou da divindade de Seu Filho Jesus Cristo (veja Mateus 3:13-17; Marcos 1:9-11; Lucas 3:21-22). Os Evangelhos do Novo Testamento registram várias afirmações de Jesus indicando que ele se via como um ser separado de Deus o Pai e subordinado a Ele. ( v. por exemplo, João 14:28; Mateus 20:23; 26:30; João 5:19; 8:17-18; 17:1-5). Nos versículos iniciais da versão original grega, o Evangelho de João parece distinguir entre o Pai, que é "o Deus" (hothe¢s) e o Filho, que é "Deus! (the¢s). O apóstolo Paulo ocasionalmente reservou o termo Deus unicamente para o Pai (como em 1 Coríntios 8:6).

Os Santos dos Últimos Dias acreditam que Jesus, também, é divino (v. João 1:1; 20:28). Paulo escreveu de Cristo que "nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Colossenses 2:9). As escrituras também ensinam, e os Santos dos Últimos Dias também acreditam, que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são Um (v. 2Nefi 31:21; Mosias 54:4; Alma 11:44; 3Nefi 11:36; Mormon 7:7; D&C 20:28). "Eu e meu Pai somos um", disse o Salvador, declarando mais adiante que "o Pai está em Mim" (João 10:30, 38).

Um ou Três?

Como pode ser isso? Como pode haver um Deus, e entretanto três pessoas divinas? Pensadores cristãos têm lutado com essa questão por muitos séculos. A solução aceita pela maioria dos cristãos foi alcançada através de negociações e debates nos grandes concílios que aconteceram por vários séculos após a morte dos apóstolos e seus discípulos. Tomando emprestado conceitos dos mais avançados pensamentos, filósofias gregas, esses teólogos cristãos esforçaram-se para descrever a unidade-na-multiciplidade da Deidade em termos filosóficos.

O Santos dos Últimos Dias, ao contrário, guiados não por filósofos mas por profetas modernos e apóstolos, vêem a unidade da Deidade na absoluta unidade de propósito e vontade que caracteriza o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Jesus buscou estabelecer essa mesma unidade entre os discípulos. Em sua famosa oração, o Salvador implorou "que eles todos possam ser um; como Tu, Pai, está em mim, e eu em Ti, que eles também possam ser um conosco... que eles possam ser um, assim como nós somos um: Eu estou neles, e Tu em Mim, que eles sejam perfeitos em unidade." (João 17:21-23).

Nosso Pai

Os Santos dos Últimos Dias acreditam que Deus é literalmente o Pai dos espíritos de todo ser humano (v. Números 16:22; 27:16, Mateus 6:9; Efésios 4:6; Hebreus 12:9 "Pois", como o apóstolo Paulo disse aos atenienses, "nós somos também sua geração". (Atos 17:28; compare 17:29). Por sermos os filhos de um tal Pai, o Salvador nos admoesta a vivermos de acordo com nossa herança, "sermos ... perfeitos, como nosso Pai que está nos céus é perfeito". (Mateus 5:48, compare com 3Néfi 12:48, 27:27; 28:10).

Por ser Deus nosso Pai, os Santos dos Últimos Dias acreditam, Ele não é meramente um juiz distante que nos aprisiona a um padrão abstrato de justiça. Muitíssimo mais perfeito do que o melhor dos pais mortais, Ele nos ama e se preocupa com nossa felicidade e bem-estar. (v.Mateus 7:7-11). "Pois eis que", disse ele a Moisés, esta é minha obra e minha glória: Levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem". (Moisés 1:39).

Além disso, por haver tomado sobre si um corpo mortal e vivido entre nós, nosso Redentor, Jesus Cristo, o Filho de nosso Pai, compreende-nos em todas nossas fraquezas humanas, desafios, pesares. O antigo profeta do Livro de Mórmon, Alma, ensinou que Jesus viria à terra e se submeteria à morte e sofrimento, " para que se lhe encham de misericórdia as entranhas, segundo a carne, para que saiba segundo a carne como socorrer seu povo conforme suas enfermidades". (Alma 7:12). Tanto o Novo Testamento quanto as revelações modernas recebidas através do Profeta Joseph Smith testificam que a missão terrena de Cristo foi um sucesso triunfante. "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado". (Hebreus 4:15). "Ele desceu abaixo de todas as coisas, no sentido de que compreendeu todas as coisas, para que fosse em tudo e através de todas as coisas, a luz da verdade: Verdade essa que brilha". (D&C 88:6,7).

A forma física de Deus

Os Santos dos Últimos Dias tomam literalmente as muitas passagens na Bíblia que descrevem Deus como tendo uma forma física. Deus criou Adão "em sua própria imagem" e "conforme Sua semelhança" (Gênesis 1:26-27), e Paulo ensinou que "o homem mortal é a "imagem" de Deus (1 Coríntios 11:7). Durante sua vida terrena, Jesus Cristo foi dito ser "a expressa imagem" de Deus o Pai (Hebreus 1:3). Quando o Pai e o Filho apareceram a Joseph Smith no bosque em 1820, o jovem rapaz "viu dois personagens gloriosos, que se assemelhavam exatamente, tanto no aspecto quanto na aparência".3

Nosso Relacionamento com Deus

Assim pois, para os Santos dos Últimos Dias Deus está tanto próximo como distante. Ele é perfeito. Nós não somos. Ele é infinitamente amável, justo, cheio de misericórdia, sábio. Nós não somos. Ele tem todo o poder e glória. Nós certamente não temos. Mas Ele é nosso Pai, nós somos semelhantes a Ele, e Ele deseja compartilhar conosco tudo que Ele tem e é. "Aquele que vencer", disse o Salvador, "concederei que se assente comigo em meu trono, assim como eu venci, e estou assentado com meu Pai em Seu trono." (Apocalipse 3:21). Assim pois, os crentes na restauração do Evangelho estão cheios com o amor a Deus seu Pai, com profunda gratidão e esperança divinamente inspirada. "Amados", escreveu o apóstolo João, "agora somos os filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos." (1 João 3:2).

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OS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS ACREDITAM NA BÍBLIA E NO CRISTIANISMO DA BÍBLIA?

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias aceita e honra a Bíblia como a palavra de Deus. Os Santos dos Últimos Dias entesouram seus registros inspirados da vida do Salvador e de seu ministério terreno. Lêem a Bíblia regularmente e aceitam ambos o Velho e o Novo Testamentos juntamente com os livros padrão da Igreja Restaurada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e crêem e procuram viver de acordo com a mesma religião que existia na igreja estabelecida há dois mil anos atrás por Jesus Cristo. Acreditam que a Igreja dos Santos dos Últimos Dias é a restauração daquela Igreja de Cristo, restaurada pelo Salvador pessoalmente. Eles acreditam que ela ensina todas as doutrinas, promove as virtudes, participam das ordenanças essenciais (sacramentos), e está organizada de acordo com os princípios ensinados por Jesus e seus apóstolos no Novo Testamento. Por que os Santos dos Últimos Dias acreditam na Bíblia? Existem várias respostas para essa pergunta. Eles amam a Bíblia pelo que ela representa. Ela é uma testemunha divina de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ela contém as palavras dos profetas que falaram da vinda e do sacrifício expiatório. Ela registra os ensinamentos, doutrinas, leis, ordenanças e convênios dados por Deus ao povo através de muitos séculos. Os mórmons também acreditam na Bíblia porque o Livro de Mórmon e outras revelações modernas afirmam que ela é verdadeira. (v. Mórmon 7:9; D&C 20:11).

Interpretação

Os Santos dos Últimos Dias acreditam que ser guiados pelo Espírito Santo é necessário de modo a poderem compreender corretamente as escrituras. Esse requisito aplica-se igualmente à Bíblia, ao Livro de Mórmon e às revelações modernas. Todas as igrejas cristãs que crêem na Bíblia, se Católica, Ortodoxa, Protestante, Evangélica ou Santo dos Últimos Dias interpretam o texto bíblico diferentemente. Ao interpretarem a Bíblia, algumas igrejas confiam cegamente na tradição; outras vão pela lógica, semântica, filosofia, teoria, ou história. Os membros da Igreja Restaurada acreditam que a verdade pode ser encontrada em todas as religiões do mundo, mas que Deus chamou profetas modernos a começar por Joseph Smith e deu-lhes revelações para ajudar o povo a compreender Suas palavras encontradas na Bíblia e em outros escritos sagrados. Ao interpretar a Bíblia, os Santos dos Últimos Dias buscam confiar primeiramente no Espírito Santo e no espírito de profecia e revelação.

Os Santos dos Últimos Dias reconhecem que a Bíblia deve ser traduzida corretamente de modo a ser compreendida apropriadamente em nossos dias, pois Jesus não falou Inglês, quer moderno ou Elizabetano, ou qualquer das outras línguas encontradas popularmente hoje nas traduções da Bíblia. Esse reconhecimento, entretanto, não impede os Santos de acreditarem na Bíblia, pois inspiração divina proverá novamente respostas para as situações importantes. Conquanto a Tradução da Bíblia feita por Joseph Smith afirma e adota a maior parte dos escritos tradicionais da versão do Rei Tiago, ela também restaura explicações e nuanças de seu significado.

O Uso da Bíblia

Algumas pessoas não sabem quão profunda é a influência da Bíblia na fé dos Santos dos Últimos Dias e em seu modo de vida. Por exemplo, os Santos acreditam na divindade de Cristo, no milagre de sua graça tal como ensinado por Paulo (v. Efésios 2:8-10; 2Néfi 25:23), a necessidade de obras como ensinado por Tiago (v.Tiago 2:19-20; Alma 9:28), a majestade do amor como testemunhado por João (v.1 João 3:1-2; Moroni 7:45-48), a ressurreição dos mortos através do Senhor Jesus Cristo (v. 1 Coríntios 15; Helamã 14:15-18), e muitas outras doutrinas que são ensinadas na Bíblia. Muito do texto usado nas Regras de Fé dos Santos dos Últimos Dias foi baseado nas palavras do apóstolo Paulo e outros textos do Novo Testamento. Várias revelações recebidas pelo profeta Joseph Smith foram ditadas pelo seu desejo de compreender o significado de passagens na Bíblia. Por exemplo, depois de ler João 5:29, Joseph Smith perguntou ao Senhor com relação à Sua referência à "ressurreição dos injustos" e em resposta Joseph recebeu a resplandecente revelação dos três graus de glória no mundo vindouro (v. D&C 76).

A organização de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias segue o modelo encontrado no Novo Testamento. A Igreja é dirigida por "Apóstolos e profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina". (Efésios 2:20), uma presidência de três (compare Pedro, Tiago e João), e quoruns dos setentas para levarem o Evangelho ao mundo (veja Lucas 10:1). Ela também tem outros ofícios tais como Elderes, Bispos, Mestres, Diáconos, Evangelistas, e assim por diante. (v. Efésios 4:11; Filipenses 1:1; 1 Timóteo 5:17; Tito 1:7).

Muitas das ordenanças Santo dos Últimos Dias são encontradas na Bíblia. Os Santos praticam as ordenanças do Novo Testamento-batismo por imersão na água dos conversos (v. João 3:23; D&C 20:73-74), a imposição de mãos para conferir o dom do Espírito Santo (v. Atos 8:14-17; Moroni 2), o sacramento da Ceia do Senhor (v.1 Coríntios 11:23-25; D&C 20:75-79), e a imposição de mãos para concessão do Sacerdócio (v. 1Timótio 4:14; Moroni 3), tal como claramente mencionada mas largamente incompreendida ordenança do batismo a favor das pessoas que morreram (v.1 Coríntios 15:29; D&C 127:28).

Além disso, os Santos pagam o dízimo (v. Malaquias 3:8; Mateus 2323; D&C 119), chamam os élderes para ungir com óleo os doentes em nome do Senhor (v. Tiago 5:14; D&C 42:43-51), e jejuam e oram frequentemente (v.Mateus 6:17-18; Alma 6:6). Até casamento plural ( D&C 132) e o uso comum da propriedade na lei de consagração, que foi praticada por certo período da história mórmon como instruído por Deus (v. D&C 42: 51; 83; 104), encontram paralelos óbvios na Bíblia (v. Gênesis 16:1-3; Deuteronômio 21:15; e Atos 2:44). Em diversas maneiras tais como essas, os Santos demonstram sua crença na Bíblia, não somente por palavras e pensamentos, mas também por obra e ação.

Os Santos dos Últimos Dias crêem em Deus, o Pai Eterno, e em seu Filho Jesus Cristo, e no Espírito Santo (v. Regras de Fé, 1:1). Juntam-se a Paulo e confessam a Deus: "Dando graças ao Pai que nos fêz idôneos para participar da herança dos santos na luz; o qual nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o reino do seu amor; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados;". (Colossenses 1:12-14).

Os santos louvam a Deus: "Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem; o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos". (1 Timóteo 2:3-6). Eles saúdam a todo o mundo, na esperança de que "a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, em comunhão com o Espírito Santo", esteja com todos (2 Coríntios 13:14). Tal confissão da Bíblia é inteiramente abraçada pelos Santos.

Os Credos

Os Santos dos Últimos Dias acreditam, entretanto, que os credos dos últimos concílios cristãos não preservam corretamente a doutrina de Deus contida na Bíblia. Os membros da Igreja Restaurada de Jesus Cristo não reconhecem a autoridade desses concílios para editarem fórmulas obrigatórias de doutrina. Além disso, os Santos dos Últimos Dias acreditam que os credos não são consistentes entre si, cada um se afastando mais dos ensinamentos bíblicos e sua doutrina à medida que o tempo passa. O texto mais antigo do Credo da Igreja de Roma (datando do segundo século) é muito simples e está mais próximo da Bíblia. Textos mais recentes, entretanto, afastam-se passo a passo da Bíblia. O Credo Cesariano (perto do fim do terceiro século) e o modelo recebido do Credo dos Apóstolos declara Deus o Pai - ao invés de Jesus Cristo, como ensinado na Bíblia (v. João 1:3; Efésios 3:9; Hebreus 1:2) - como o "Criador de todas as coisas" ou "Criador dos céus e terra". O Credo Niceno ( quarto século ) começou a falar de Jesus como sendo "da substância do Pai" e "de uma substância com o Pai", introduzindo essas expressões não bíblicas nos textos dos credos. Eventualmente, o chamado Credo Atanásio (cerca do sétimo século) acrescentou noções como "um deus em Trindade, uma Trindade em Unidade" e ordenou que para ser salva uma pessoa "tem de pensar desta maneira da Trindade".4

Os Santos dos Últimos Dias consideram que certos aspectos desses textos são não bíblicos e espiritualmente limitativos. Eles - os Santos - preferem o testemunho dado na Bíblia e nas revelações modernas do que as fórmulas moldadas por concílios ou sínodos, por mais astutos que tenham sido.

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DEUS FALA A SEUS FILHOS POR ALGUM OUTRO MEIO QUE NÃO ATRAVÉS DA BÍBLIA?

Como afirmado anteriormente A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias acredita na Bíblia como sendo a palavra de Deus. Os Santos amam e estudam a Bíblia e procuram viver de acordo com seus ensinamentos. Mas eles, entretanto, não acreditam que a Bíblia contém todas as palavras de Deus a seu povo de todos os tempos.

Joseph Smith amava a Bíblia. Foi através de ponderar certos versículos na epístola de Tiago que ele se sentiu estimulado a chamar por Deus em oração. A maioria de seus sermões, escritos, e cartas estão cheios de citações e resumos de passagens e preceitos bíblicos. Certa vez ele afirmou que alguém pode "ver o próprio manuscrito de Deus no sagrado volume: e aquele que o lê mais freqüentemente mais o apreciará."5

Ela está completa?

Joseph Smith não acreditava, entretanto, que a Bíblia estava completa ou que todas as dificuldades religiosas poderiam ser resolvidas pela simples busca do Velho e Novo Testamentos para ajuda (v.Joseph Smith-History 1:12). Nem tão pouco acreditava na ausência de erros ou na infalibilidade da Bíblia. De diversas revelações que foram recebidas," ele explicou, "fica claro que muitas partes importantes concernentes a salvação dos homens foram tiradas da Bíblia, ou perdidas antes de sua compilação.6 E de igual maneira os membros da Igreja Restaurada através de Joseph Smith hoje em dia reverenciam a Bíblia mas não crêem que ela não tem falhas ou que ela contém tudo que Deus tem a dizer a seus filhos.

A nona Regra de Fé de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias declara: "Cremos em tudo que Deus tem revelado, em tudo que Ele revela agora, e acreditamos que Ele ainda revelará muitas grandes e importantes coisas pertencentes ao Reino de Deus". Para os Santos dos Últimos Dias, o que Deus tem revelado inclui a Bíblia, o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios, e Pérola de Grande Valor. O que ele revela agora é atual e contínua instrução inspirada concedida através daqueles que foram chamados para guiar Sua Igreja e Reino na terra, apóstolos e profetas (v. D&C 68:1-4). E o que ele ainda revelará inclui o que no futuro fará conhecido através de seus líderes.

Outras Escrituras

A Bíblia é um dos livros entre os livros padrão Santo dos Últimos Dias, e assim doutrinas e práticas dos Santos estão em harmonia com a Bíblia. Há ocasiões, naturalmente, quando as revelações dos últimos dias esclarecem ou magnificam o significado pretendido na Bíblia. Mas acrescer o cânone não é o mesmo que rejeitar o cânone. Suplementar não é o mesmo que contradizer. Todos os profetas, e o próprio Salvador, trouxe nova luz e conhecimento ao mundo; em muitos casos, novas escrituras foram dadas como resultado de seus ministérios. Aquela nova escritura não invalidou o que foi dito antes, nem tão pouco fechou a porta para revelações subsequentes. Acreditar em outras escrituras não anula a crença dos Santos na Bíblia. Assim como Isaías pôde juntar suas profecias aos livros de Moisés, tal como as cartas de Pedro complementam os escritos de Paulo, Joseph Smith pode juntar sua voz como escritura à de Elias, Jeremias, e João - em cada caso em nada diminuindo a fé nas escrituras anteriores.

Da mesma maneira, acreditar que o Livro de Mórmon também contém a palavra de Deus não invalida a crença dos Santos nas doutrinas encontradas na Bíblia. Os Santos acreditam que ambos os livros de escritura se complementam, de todas as formas possíveis. Eles lêem Ezequiel 37:15-17 como uma profecia bíblica declarando que os dois livros sagrados se tornariam um nas mãos dos justos nos últimos dias. As palavras do Presidente da Igreja, Heber J. Grant ilustra a perspectiva Santo dos Últimos Dias quanto a Bíblia: "Toda a minha vida tem sido um encontrar provas adicionais de que a Bíblia é o Livro dos livros, e que o Livro de Mórmon é a maior testemunha da veracidade da Bíblia que jamais foi publicada."7

Os Santos concordam que o cânone bíblico está fechado - que nenhum novo livro deve vir a se tornar parte da Bíblia. Isso não significa, entretanto, que todas as escrituras estão fechadas ou que Deus, que abre e fecha os céus, não pode ou não continuará a revelar Sua vontade.

Por que mais Escrituras?

Existe muita necessidade de revelação além da Bíblia. Uma das razões é que muitos fatos permanecem sem registro no Novo Testamento. Por exemplo, no Monte da Transfiguração e por quarenta dias depois da ressurreição, Jesus instruiu seus apóstolos (v. Mateus 17:1-13; Atos 1:1-3). Embora a Bíblia silencie sobre esse acontecimento durante esses eventos, as revelações Santo dos Últimos Dias esclarecem que Jesus ensinou seus apóstolos importantes princípios, conferiu-lhes a autoridade do sacerdócio, e investiu-lhes com dons espirituais nessas ocasiões. Do mesmo modo, o Evangelho de João registra que Jesus disse aos judeus que ele tinha "outras ovelhas" além deles e que essas outras ovelhas também "ouviriam" Sua voz (v. João 10:16). O Livro de Mormon revela como essas palavras de Jesus foram literalmente cumpridas. (v. 3Nefi 15:11-24; 16:1-3).

Além disso, as revelações Santo dos Últimos Dias proporcionam respostas para questões práticas e doutrinais que surgem do texto bíblico. Muitos exames que fazemos da Bíblia podem levar- nos a ponderar sobre assuntos tais como a natureza de Deus, o propósito da vida, as leis sobre casamento e divórcio, e as possibilidades de arrependimento e salvação depois da morte. Respostas completas para tais questões não são sempre encontradas na Bíblia apenas. Sem revelação adicional, as respostas para estas e muitas outras questões parecidas que têm sido feitas através dos anos permanecem insatisfeitas. E mais, os Santos dos Últimos Dias constatam que a historia não tem sempre sido gentil com os registros da cristandade. Certas coisas claras e preciosas foram perdidas. Por exemplo, o apóstolo Paulo escreveu outras cartas que não mais existem (v.1 Corintios 5:9, Efésios 3:3), e é crença mundial que Mateus, Marcos e Lucas podem ter se valido de fontes documentais anteriores, agora perdidos, e que podem ter usado quando escreveram seus Evangelhos. Os Santos admitem que esses registros perdidos seriam de grande valor para todos os Coríntios. Essas perdas podem ser atribuídas, pelo menos em parte, aos problemas de apostasia e dissidências descritas no próprio Novo Testamento (v. Atos 20:29; 1 Coríntios 11:18; 2 Tessalonissences 2:29). Os Santos acreditam que pelo menos algumas dessas perdas foram compensadas pela palavra de Deus contida nas escrituras trazidas à luz nestes últimos dias. No Livro de Mórmon, ao povo conhecido como Nefitas, o Senhor disse:

"E porque minhas palavra hão de silvar - muitos dos gentios clamarão: Uma Bíblia, Uma Bíblia! Temos uma Bíblia e não pode haver qualquer outra Bíblia.

"Tu, néscio, que dirás: Uma Bíblia, temos uma Bíblia e não necessitamos de mais Bíblia! Teríeis obtido uma Bíblia , se não fosse pelos judeus?

"Não sabeis que há mais de uma nação? Não sabeis que eu, o Senhor vosso Deus, criei todos os homens e que me lembro dos que estão nas ilhas do mar? E que governo nas alturas dos céus e em baixo na terra; e revelo minhas palavras aos filhos dos homens, sim, a todas as nações da terra?

"Por que murmurais por receberdes mais palavras minhas? Não sabeis que o depoimento de duas nações é um testemunho a vós de que Eu sou Deus, de que me recordo tanto de uma como de outra nação? Portanto digo as mesmas palavras, tanto a uma nação como a outra. E quando as duas nações caminharem juntas, os testemunhos das duas nações também caminharão juntos.

"E isto eu faço para provar a muitos que sou o mesmo ontem, hoje e para sempre; e que pronuncio minhas palavras segundo minha própria vontade. E porque eu disse uma palavra não deveis supor que não possa dizer outras; pois meu trabalho ainda não está terminado e nem estará até o fim do homem, nem desde aí para sempre." (2 Nefi 29:3, 6, 7-9).

Revelação Contínua

A necessidade de revelação contínua em nossos dias foi ensinada pelo presidente da Igreja dos Santos dos Últimos Dias, John Taylor:

"Necessitamos de uma árvore viva-uma fonte viva-uma inteligência viva, procedente do sacerdócio vivo dos céus, através do sacerdócio vivo na terra...

E do tempo em que Adão primeiro recebeu uma comunicação de Deus, até o tempo em que João, na ilha de Patmos, recebeu sua revelação, ou Joseph Smith viu os céus abertos, sempre foi necessário novas revelações, adaptadas às circunstâncias peculiares em que as igrejas ou indivíduos estivessem localizados. As revelações dadas a Adão não instruíram Noé como construir sua arca; nem as revelações de Noé disseram a Ló que abandonasse Sodoma; nem qualquer dessas revelações falou do êxodo dos filhos de Israel do Egito. Todos eles tiveram revelações para si próprios, e assim foi com Isaias, Jeremias, Ezequiel, Jesus, Pedro, Paulo, João, e Joseph. E assim deve ser, ou faremos o barco naufragar.8

Aqueles que apelam para Apocalipse 22:18-19 como prova de que não haverá qualquer revelação além da Bíblia deve ter em mente que aqueles versículos não podiam referir-se à Bíblia propriamente dita, porque a Bíblia como a temos hoje não havia sido compilada ainda quando João o Revelador escreveu essas palavras. Ao contrário, João estava a proclamar um eterno princípio de que nenhum mortal não-inspirado podia "acrescentar" ou "suprimir" as revelações de Deus; tais revelações são para serem aceitas e obedecidas tal como recebidas. Esse mesmo princípio foi ensinado em Deuteronômio 4:2, 3Nefi 11:40, e Doutrina e Convênios 20:35.

Deus ama a todos os seus filhos e não os deixa sem liderança. Em acréscimo às revelações canônicas oficiais conhecidas como escrituras, os Santos dos Últimos Dias acreditam que Deus proporcionou a cada indivíduo um meio através do qual Sua vontade possa ser conhecida. Existe um "poder de Deus" chamado a "luz de Cristo" "que procede da presença de Deus e que enche a imensidão do espaço" (D&C 88:7, 12, 13). Esse poder "dá luz a todo homem que vem a este mundo" e "ilumina cada homem... que dá ouvidos a ela" (D&C 84:46). A promessa é que qualquer que ouvir e obedecer a inspiração desse poder será levado até Deus e eventualmente à plenitude do Evangelho de Jesus Cristo (v. D&C 84:47-48; Moroni 7:16-20). Consequentemente, àqueles que se arrependem e são batizados será dado um dom adicional - o dom do Espírito Santo. Esse dom pode conceder revelação pessoal tal como todos os outros dons maravilhosos do Espírito de que falam as escrituras.

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OS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS ACREDITAM QUE OS HOMENS E MULHERES PODEM SE TORNAR DEUSES?

Os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias acreditam que os seres humanos podem crescer e progredir espiritualmente até, através da misericórdia e graça de Cristo, que eles possam herdar e possuir tudo que o Pai tem - eles podem se tornar deuses. Isto é ensinado nas revelações dadas aos profetas modernos (v. D&C 76:58; 132:19-20), e também nas pregações feitas por Joseph Smith.9 um verso escrito por Lorenzo Snow, quinto presidente da Igreja dos Santos dos Últimos Dias afirma:

"Assim como o homem é, Deus já foi; assim como Deus é o homem poderá vir a ser."10

Esta doutrina é geralmente mencionada como deificação, e a declaração desta doutrina pelos Santos dos Últimos Dias é freqüentemente deturpada e incompreendida. Os Santos não acreditam que os seres humanos jamais serão independentes de Deus, ou que algum dia deixarão de estar subordinados a Deus. Acreditam que para se tornarem como Deus significa vencer o mundo através do sacrifício expiatório de Jesus Cristo (v. 1 João 5:4-5; Apocalipse 2:7, 11). Assim os fieis se tornarão herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo e herdarão todas as coisas tal como Cristo herdou todas as coisas ( v. Romanos 21:7; Gálatas 4:7; 2 Coríntios 3:21;23; Apocalipse 21:7). Eles são recebidos na "igreja dos primogênitos", significando que eles herdaram como se fossem os primogênitos (v. Hebreus 12:23). Não há limite para essas declarações espirituais; todos os que se tornarem como Deus herdarão todas as coisas. Nesse estado glorificado eles assemelhar-se-ão ao Salvador; eles receberão sua glória e serão um com Ele e com o Pai (v. 1 João 3:2; 1 Coríntios 15:49; 2 Coríntios 3:18; João 17:21-23; Filipenses 3:21).

Doutrina Antiga

A doutrina da deificação do homem não é um ensinamento exclusivo da Igreja Restaurada de Jesus Cristo. Ao contrário, ela pode ser encontrada na história inicial do cristianismo. No século dois, Irineus, bispo de Lion (cerca de 130-200 A.D), o teólogo cristão mais importante de sua época, disse quase a mesma coisa que Lorenzo Snow:

"Se o Verbo se fez homem, o homem pode se tornar deus.11

A seguir Irineus perguntou:

Lançamos culpa Nele (Deus) porque não fomos feitos deuses desde o início, mas fomos primeiramente criados meramente como homens, e então mais tarde como deuses? Embora Deus tenha adotado esse curso de sua pura benevolência, para que ninguém possa acusá-Lo com discriminação ou mesquinhez, Ele declara, "Eu disse, sois deuses; e todos vós sois filhos do Atíssimo"... Pois foi necessário a princípio que a natureza fosse mostrada, então depois que aquilo que era mortal fosse conquistado e elevado em imortalidade.12

Mais ou menos ao mesmo tempo, Clemente de Alexandria ( cerca de 150-215 A.D) escreveu:

"Em verdade, digo, o Verbo de Deus se fez homem de modo que possas aprender de um homem como se tornar um deus."13

Clemente também disse que:

"se algum se conhece a si mesmo, ele conhecerá Deus, e conhecendo Deus se tornará como Deus... Dele é a beleza, a verdadeira beleza, pois é Deus, e então o homem se tornará um deus, desde que essa seja a vontade de Deus. Assim Heráclitos estava certo quando disse: "Os homens são deuses, e deuses são homens."" 14

Ainda no século dois, Justino, o Mártir (cerca de 100-165 A.D.) insistiu em que no princípio os homens foram feitos como Deus, livros de sofrimento e morte", e que eles são, portanto, achados dignos de se tornarem deuses e tendo poder para se tornarem filhos do Altíssimo".15 Atanasius, bispo de Alexandria (cerca de 296-373 A.D), também afirmou sua crença na deificação em termos bem semelhantes àqueles de Lorenzo Snow:

"O Verbo se fez carne a fim de nos capacitar a sermos deuses... Tal como o Senhor, revestindo-se de um corpo, tornou-se um homem, assim também nós homens nos deificamos através de sua carne, e daí em diante herdarmos vida eterna."16

Em outra ocasião Atanasius observou:

"Ele se tornou homem para que fôssemos feitos divinos."17

Finalmente Agustinho, bispo de Hipona, (354-430 A.D.) o maior os primeiros Padres cristãos, disse:

"Mas ele próprio que justifica e deifica, pois por justificar ele os faz filhos de Deus. 'Pois Ele lhes deu poder para se tornarem filhos de Deus' (João 1:12). Se então fomos tornados filhos de Deus, nós também fomos feitos deuses." 18

Todos os cinco escritores acima citados não eram apenas cristãos ortodoxos, mas mais tarde foram reverenciados como santos. Três deles escreveram nos cem anos posteriores ao período dos apóstolos, e cinco acreditavam na doutrina da deificação. Essa doutrina era parte do cristianismo histórico até relativamente pouco tempo atrás, e continua sendo doutrina importante de algumas igrejas ortodoxas orientais.

Um escritor afirma que um dos princípios fundamentais da ortodoxia no tempo dos padres da igreja era o reconhecimento "da história do universo como a história da divinização e salvação". Como resultado os primeiros padres cristãos concluiram que "porque o Espírito é verdadeiramente Deus, somos verdadeiramente divinizados pela presença do Espírito".19

O Dicionário de Teologia Cristão de Westminister contém o seguinte em artigo intitulado: "Definição":

Deificação (do grego theosis) é para a ortodoxia o alvo de todo cristão. 'O homem', de acordo com a Bíblia, 'foi feito à imagem e semelhança de Deus' ... é possível ao homem se tornar como Deus, tornar-se deificado, tornar-se deus pela graça. Essa doutrina é baseada em muitas passagens de ambos Novo e Velho Testamentos (e.g. Ps.82 (81). 6; II Pedro 1,4), e é essencialmente o ensinamento tanto de São Paulo, embora ele tenda a usar a língua de sua adoção filial (cf. Rom.8.9-17; Gal.4:5-7), e o Quarto Evangelho (cf. 17:21;23).

O estilo de II Pedro é usado por Santo Irineu, em sua famosa frase, "se o Verbo se fez homem, assim também os homens podem ser feito deuses." (Adv. Haer V, Pref.), e se torna padrão na teologia grega. No século quatro São Atanasius repete Irineu quase que palavra por palavra, e no século quinto São Cirilo de Alexandria diz que nós nos tornaremos filhos "por participação" (grego methexis). Deificação é a idéia central na espiritualidade de São Maximus o Confessor, para quem a doutrina é o corolário da Incarnação: "Deificação, rapidamente, é o cerco e o cumprimento de todos os tempos e eras", ... e São Simeão o Novo Teólogo no fim do século dez escreve: "Ele que é Deus por natureza fala com aqueles a quem ele fez deuses pela graça, tal como um amigo conversa com seus amigos, face a face"...

Finalmente, deve se notar que a deificação não significa absorção de Deus, uma vez que a criatura deificada continua indivíduo e distinto. É o ser humano completo, corpo e alma, que é transfigurado no Espírito na aparência da divina natureza, e a deificação é o objetivo de todo cristão.20

Resumindo, se alguém aceita ou rejeita a doutrina da deificação do homem, ela foi parte da fonte principal da ortodoxia cristã por séculos. Joseph Smith obviamente não criou-a. Ao contrário, os Santos dos Últimos Dias acreditam, que ela - essa doutrina - é uma verdade eterna restaurada através de profetas modernos.

Afirmações Modernas

De acordo com a visão Santo dos Últimos Dias, aqueles que forem dignos receberão a plenitude da herança divina somente através da expiação de Cristo e somente após receber uma ressurreição gloriosa. Próximo a esse entendimento Santo dos Últimos Dias da doutrina encontram-se os pontos de vista expressos por C.S.Lewis, cujo cristianismo genuíno é indiscutível: "É algo sério viver numa sociedade de deuses e deusas em potencial, e lembrar-se que a pessoa mais insignificante e desinteressante com quem você fala possa um dia ser uma criatura que, caso pudesse ver agora, você se sentiria fortemente inclinado a adorar." 21

Em afirmação mais completa dessa doutrina da deificação, Lewis explicou:

"O mandamento de "sede vós pois perfeitos" não é um elemento idealista. Nem tão pouco um comando para realizar o impossível. Ele nos transformará em criaturas que poderão obedecer esse mandamento. Ele disse (na Bíblia) que nós somos "deuses" e Ele sustentará suas palavras. Se Lhe permitirmos - pois podemos impedir-Lhe, se assim quisermos - Ele fará do mais fraco e impuro de nós um deus ou deusa, uma criatura radiante, mais brilhante, palpitante extraordinariamente com tal energia e prazer, sabedoria e amor que agora não podemos sequer imaginar, um espelho sem imaculado que refletirá Deus perfeitamente (embora, naturalmente, em menor escala) Seu poder, deleite e bondade ilimitados. O processo será longo e em parte dolorido; mas é por essa razão que estamos nele. Nada menos que isso. Ele cumprirá ao que disse.22

Deus e Cristo são o objeto de adoração dos Santos dos Últimos Dias. Embora os mormons acreditem na deificação definitiva do homem, nada na literatura dos Santos fala sobre adorar qualquer outro ser além do Pai e do Filho. Os Santos dos Últimos Dias acreditam em "um Deus" no sentido em que eles amam e servem uma Deidade, cada membro possuindo os atributos da deidade.

Uma vez que as escrituras afirmam que aqueles que receberem vida eterna têm a aparência de Deus, recebem a herança e glória de Deus, sendo um com Ele, se assentam no trono de Deus, e exercem o poder e lei de Deus, certamente não pode ser não-cristão concluir como C.S. Lewis e outros que tais seres possam ser chamados deuses, uma vez que atentemos para o fato de que o uso desse termo "deuses" de forma alguma reduz ou limita a soberania de Deus, nosso Pai. Era assim que os primeiros cristãos usavam esse termo; e assim é que os Santos dos Últimos Dias também o usam e comreendem a doutrina.

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O QUE QUEREM DIZER OS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS QUANDO AFIRMAM QUE DEUS CERTA VEZ FOI UM HOMEM?

Joseph Smith ensinou em abril de 1844:

Deus já foi assim como somos hoje, e é um homem exaltado, e está entronizado nos céus distantes! Esse é o grande segredo. Se o véu fosse levantado hoje, e o grande Deus que sustem este mundo em sua órbita, e segura todos os mundos e todas as coisas através de Seu poder, se mostrasse ao homem, - quero dizer, se você o visse hoje, você o veria como um homem semelhante a você mesmo em toda Sua pessoa, imagem, em verdadeira forma de um homem....

... Constitui o primeiro princípio do Evangelho conhecer com absoluta certeza o caráter de Deus, e saber que poderemos conversar com Ele tal como um homem conversa com outro homem, e que Ele foi um homem como nós; sim, que Deus em pessoa, o pai de todos nós, habitou em uma terra, tal como Jesus Cristo o fez.23

Como pudemos ver, Lorenzo Snow, o quinto presidente da Igreja dos Santos dos Últimos Dias, apenas resumiu essa doutrina em uma frase: "Assim como o homem é Deus já foi, assim como Deus é o homem poderá vir a ser."24

Ao proclamar essa doutrina, nem Joseph Smith ou qualquer de seus sucessores jamais procuraram limitar ou rebaixar o Todo Poderoso. De fato, tanto o Livro de Mórmon quanto Doutrina & Convênios afirmam enfaticamente que não existe conhecimento ou poder ou atributo divino que Deus não possua em perfeição. "Oh quão grande a santidade de nosso Deus! Pois ele conhece todas as coisas, e nada há que Ele não conheça." (2 Nefi 9:20; v. 2Nefi 2:24; Moroni 7:22). Ele verdadeiramente "tem todo poder, toda sabedoria e todo o entendimento" (Alma 26:35). Ele que é maior do que toda a terra" (1Nefi 4:1) "compreende todas as coisas, e todas as coisas estão perante Ele" (D&C 88:41).

Os mórmons aceitam a realidade de que "há um Deus nos céus, que é infinito e eterno, de eternidade em eternidade o mesmo Deus imutável, criador dos céus e da terra, e de todas as coisas que neles há" (D&C 20:17).

Mortalidade

De que Deus foi antes um ser mortal não é inconsistente com o fato de que Ele agora possui todo o poder e todo o conhecimento e possui toda virtude, graça, e atributos divinos. Ele adquiriu perfeição através de longos períodos de crescimento, desenvolvimento, e progresso, "indo de um pequeno grau a outro, e de uma pequena capacidade a uma maior; de graça em graça, de exaltação em exaltação!, tal como Joseph Smith explicou.

"Quando você sobe uma escada, você deve começar debaixo, e subir degrau por degrau, até alcançar o topo; assim também com os princípios do Evangelho - você tem de começar com o primeiro, e seguir até aprender todos os princípios da exaltação. Mas levará muito tempo depois que você passou pelo véu antes que possa tê-los aprendido. Nem tudo será compreendido neste mundo; será um grande trabalho aprendermos sobre nossa salvação e exaltação até mesmo depois da sepultura."25

De eternidade em eternidade

Como então, os Santos dos Últimos Dias conciliam a descrição escriturística de Deus como sendo "de eternidade em eternidade" com a idéia de nem sempre ele foi Deus? Em primeiro lugar, eles acreditam nas passagens bíblicas que falam da eternidade de Deus e de ser ele o mesmo ontem, hoje, e para sempre como referindo-se a seus atributos divinos - seu amor, constância, e desejo de abençoar Seu povo (v., por exemplo, Salmo 102:27; Hebreus 1:12; 13:8). Tais passagens são também encontradas no Livro de Mórmon e em Doutrina e Convênios e, novamente, referindo-se à natureza divina de Deus (v. 1Nefi 10:18-19; 2Nefi 27:23; Alma 7:20; Mormon 9:8-11, 19; Moroni 8:18; 10:7; D&C 3:2; 20:12, 17; 35:1).

Não muito tem sido revelado a respeito desse conceito além do fato de que Deus foi um dia um homem e que depois de um longo período de tempo ganhou conhecimento, poder e os atributos divinos necessários para conhecer todas as coisas e possuir todo o poder. Por haver ganhado seu estado exaltado por um período tão longo que nenhum de nós pode conceber, ele está apto a falar em termos de eternidade e pode afirmar que Ele é de eternidade em eternidade. O Presidente Joseph Fielding Smith explicou que "de eternidade em eternidade significa da existência do espírito através da provação em que estamos, e novamente de volta à existência eterna que se seguirá. Sem dúvida isso é eternidade, pois quando recebermos nossa ressurreição, nunca mais morreremos. Todos nós existimos na primeira eternidade. Acredito poder afirmar por mim e por outros, que somos da eternidade; e seremos para a eternidade sem fim, se recebermos a exaltação."26

Empatia

O presidente Brigham Young ensinou que nosso Pai nos céus "passou pelas provações que passamos agora; obteve assim experiência, sofreu e regozijou-se, conhece tudo que conhecemos com relação à fadiga, sofrimentos, vida e morte desta mortalidade, pois ele passou por tudo isso, e recebeu sua coroa e exaltação."27 Homens e mulheres podem referir-se a Ele como pai e orar a Ele com perfeita segurança de que Ele compreende nossos esforços. Sua experiência contribui para sua empatia tanto quanto sua onisciência e total capacidade amorosa para julgar seus filhos. O Presidente Brigham Young observou que "é necessário que Deus conheça algo a respeito das coisas temporais, e tenha tido um corpo e estado na terra; a não ser assim ele não saberia julgar os homens justamente, de acordo com as tentações e pecados com os quais tiveram de lutar."28

Para os Santos dos Últimos Dias, Deus é bem mais do que uma força cósmica definitiva ou causa primária; Ele é um ser pessoal, um Homem de santidade exaltado, literalmente nosso pai nos céus (v. Moisés 6:57). Ele tem um corpo, partes e paixões. Ele é acessível, conhecido, e, como seu Filho Amado, capaz de ser tocado pelo sentimento de nossas enfermidades (v. Hebreus 4:15). Ele tem carinhosa preocupação por seus filhos e deseja que eles se tornem como Ele é - não através de nosso esforço pessoal sozinho, mas principalmente através de sua misericórdia, graça, e poder transformador e glorificador que vem através do sacrifício expiatório de Jesus Cristo.

Essas doutrinas não estão claramente registradas na Bíblia. Os mórmons acreditam, entretanto, que esse conhecimento existiu entre os antigos e que ele foi restaurado através dos profetas modernos. Àqueles que sinceramente buscam uma compreensão de si mesmos e de seu destino, os profetas dos últimos dias têm afirmado que, por buscarem verdadeiramente conhecer Deus, os homens e mulheres poderão compreender sua própria identidade eterna e divinas possibilidades. Nas palavras de Joseph Smith, "Se os homens não compreendem o caráter de Deus, eles não compreendem sequer a si mesmos."29

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O QUE UMA PESSOA TEM DE FAZER PARA SER SALVA, SEGUNDO A CRENÇA DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS?

Joseph Smith escreveu em 1842: "Nós acreditamos que através do sacrifício expiatório de Cristo, toda a humanidade pode ser salva, pela obediência às leis e ordenanças do Evangelho" (Regras de Fé, 1:3). De uma perspectiva Santo dos Últimos Dias, ninguém que vem à terra está excluído do alcance do poder de Cristo para salvar, nenhuma alma está além da misericórdia e graça. Ninguém vem à terra predestinado para ser salvo ou se lhe negará o direito de ser salvo. Deus não faz acepção de pessoas, "mas em todas as nações aqueles que o temem, e vive a retidão, é aceito por Ele." (Atos 10:34-35).

Imortalidade e Vida Eterna

Em Pérola de Grande Valor está registrado as seguintes palavras de Deus a Moisés: "Eis que esta é minha obra e minha glória, levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem." (Moisés, 1:39). Esta é uma afirmação ínfima, uma distilação e sumarização do trabalho de redenção em Cristo. Os mórmons acreditam que existem dois tipos de salvação disponíveis através do sacrifício expiatório de Jesus Cristo - universal e individual. Todos os que recebem um corpo físico - sejam eles bons ou maus, iníquos ou retos - serão ressuscitados (v. 1 Coríntios 15:22; Alma 11:41). Esta salvação universal da morte física é a imortalidade mencionada no livro de Moisés. É a salvação da sepultura, ou vida sem fim. É uma dádiva universal.

A salvação individual é outra coisa. Embora toda salvação seja possível através da misericórdia e amor de Cristo, os mórmons acreditam que existem certas coisas que os indivíduos devem fazer para que a divina graça seja exercida plenamente em suas vidas. Isto é, devem desejar livremente receber a dádiva do Senhor, que é dada liberalmente. As pessoas precisam vir até Ele - aceitá-Lo como seu Senhor e Salvador, ter fé em seu nome, arrependera-se de seus pecados, serem batizadas. Receberem o dom do Espírito Santo, e permanecerem fiéis até o fim de seus dias. A Vida Eterna virá àqueles que acreditam, obedecem, e perseveram até o fim. Cristo é "o autor da salvação eterna para todos que obedecem-No". (Hebreus 5:9). Vida Eterna é sem fim, mas é também vida COM DEUS. É a vida de Deus. É a mais alta forma de salvação.

Graça e obras

Vir a Cristo representa um convênio, uma promessa bilateral entre Deus e o homem. Jesus Cristo fez por nós o que jamais poderíamos fazer por nós mesmos. Ele sofreu e sangrou e morreu por nós. Ele nos redime do pecado. Ele se oferece para mudar nossa natureza, para fazer-nos novas criaturas (v. 2 Coríntios 5:17: Mosias 27:24-26). Ele ressurgiu da morte e a partir de então abriu as portas para nós fazermos o mesmo no tempo devido. Essas coisas não poderíamos fazer por nós mesmos; são atos de misericórdia e graça. Nossa promessa é aceitarmos Cristo como nosso Salvador, sermos fiéis a nossos convênios, obedecermos seus mandamentos, e perseverarmos até o fim.

Os Santos dos Últimos Dias rapidamente reconhecem que embora nossos esforços para sermos retos sejam necessários, jamais serão suficientes para nos salvar. Os profetas do Livro de Mórmon assim explicaram que acima e depois de tudo que pudermos fazer, somos salvos pela graça de Cristo e que o mais significativo trabalho que podemos fazer é confiarmos e esperarmos nos méritos e misericórdia e graça do Sagrado Messias (v. 2Nefi 10:24; 25:23; 2Nefi 2:8; 31:19; Moroni 6:4).

Infelizmente, o debate teológico sobre se seremos salvos pela graça ou por obras tem acontecido por séculos. É, como C.S. Lewis observou: "como perguntar qual das lâminas da tesoura é mais necessária."30 Poucas coisas revelariam a estreiteza de um discípulo mais do que pregando da boca para fora a Deus enquanto não demonstra obediência de coração. Fé verdadeira semçpre resulta em fidelidade, acções fiéis (v. Tiago 2). Por outro lado, poucas coisas ofendem mais a Deus do que confiar-se no braço a carne, firmando-se sobre a própria força, e buscando prosperar através da própria genialidade.

O Sacrifício Expiatório de Cristo

Cristo é a fonte de nossa força e nossa salvação. "DE que outra forma a salvação poderia ocorrer?" perguntou Elder Bruce R.McConkie, um apóstolo na Igreja dos Santos dos Últimos Dias. "Pode o homem salvar-se a si mesmo? Pode ele ressuscitar-se a si mesmo? Pode ele criar um reino celestial e decretar sua própria admissão nele? Salvação deve e se origina em Deus, e se o homem tiver de recebê-la, Deus deverá concedê-la a ele, e essa concessão é uma manifestação da graça... A Salvação está em Cristo e e vem através de seu sacrifício expiatório."31 Ou, como observou Elder Dallin H.Oaks, um outro apóstolo da Igreja de Jesus Cristo: "O homem inquestionavelmente tem em si impressivos poderes e pode criar grandes coisas por incansável esforço e desejo indomável. Mas. Depois de toda nossa obediência e boas obras, não podemos ser salvos dos efeitos de nossos pecados sem a graça concedida pelo sacrifícios expiatório de Jesus Cristo."32

Joseph Smith aprendeu através de revelação que a maior bênção neste mundo está reservada àqueles que vierem a Cristo, aceitarem seu Evangelho, receberem os necessários sacramentos ou ordenanças, e permanecerem fieis a seus convênios. Aqueles que fizerem essas coisas herdarão a plenitude da glória de Deus (v. D&C 76; 132:19). O profeta Joseph Smith mais tarde revelou a importância dos templos como lugares sagrados onde os filhos de Deus podem participar das ordenanças que selam e ligam famílias pelo tempo e por toda a eternidade (v. D&C 131-32). As instruções e ordenanças do templo são notadamente centralizadas em Cristo e continuam a prover constante lembrança de que sem Ele não temos esperança de paz e felicidade aqui ou qualquer possibilidade de glória eterna depois da morte.

Palavras como salvação, exaltação e vida eterna são frequentemente usadas nos discursos dos Santos. Em essência, cada uma dessas palavra significam a mesma coisa, mas cada uma enfatiza diferentes aspectos das condições de salvação. A palavra salvação enfatiza a condição de uma pessoa salva, a libertaçãoi da morte e pecado através do sacrifício expiatório de Jesus Cristo. Eterno é um os nomes de Deus, e assim, para se possui vida eterna é participar da vida de Deus. A palavra exalação enfatiza a elevação e status enobrecido daquele que se qualificou para participar da sociedade dos redimidos e glorificados no Reino Celestial.

Revelação Moderna

Os Santos dos Últimos Dias se regozijam no conhecimento de um plano de salvação que veio a eles através de profetas modernos - conhecimento vital a respeito de assuntos que continuam a ser debatidos pelo mundo cristão, tais como:

quem somos nós - de aonde viemos - por que estamos aqui e para onde iremos após a morte;

a que grau nossa fé em Cristo deve manifestar nossa fidelidade a seus mandamentos;

o estado daqueles que morrem sem conhecer o evangelho de Cristo.

Joseph Smith ensinou que, para um homem ser salvo terá de ser colocado além do poder de todos seus inimigos."33 Embora as bênçãos finais da salvação não sejam concedidas até a próxima vida, há um sentimento no qual as pessoas nesta vida podem gozar da segurança da salvação e da paz que acompanha esse conhecimento (v. D&C 59:23). O Espírito Santo provê a "realidade de nossa herança", a promessa ou certeza de que estamos no curso e assim no caminho para plena salvação neste mundo vindouro ( v. 2 Coríntios 1:21; 5:5; Efésios 1:13-14). Se estivermos fazendo tudo que pudermos para cultivar os dons do Espírito, estaremos vivendo no que se poderia chamar de condição de salvos. Davoid O. McKay, presidente da Igreja dos Santos dos Últimos Dias observou que "o Evangelho de Jesus Cristo, como revelado ao Profeta Joseph Smith, é em verdade, de todas as maneiras, o poder de Deus para salvação. Ele é salvação aqui - aqui e agora. Ele concede a todo homem vida perfeita, aqui e agora, e depois desta vida."34

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AS DOUTRINAS E PRÁTICAS DA IGREJA DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS MUDAM?

Alguns podem ver a mudança no ensino e práticas como inconsistência ou fraqueza, mas para os Santos as mudanças são um sinal da verdadeira solidez da fundação sobre a qual A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias está assentada - que Deus está sempre (ontem, hoje e para sempre) desejoso de revelar sua vontade a seu povo se eles estiverem interessados em ouvir e obedecer. Embora os princípios salvadores eternos do plano de salvação de Deus para seus filhos não mudem, a revelação desses princípios e sua aplicação - a quem, onde, quando, quanto - variam para alcançar uma miríade de circunstâncias mortais e os propósitos e o tempo (momento) de Deus.

Os membros da igreja restaurada de Jesus Cristo acreditam que existem muitas grande e importantes coisas a serem reveladas ainda (v. Regras de Fé, 1:9); isso indica que nosso entendimento passado e presente das coisas está incompleto e necessita de acréscimos.

Linha sobre Linha

Então por que Deus não nos dá tudo que precisaremos saber e termine logo com isso? Porque Deus honra tanto o livre arbítrio quanto as circunstâncias e revela sua vontade em conformidade com o que seus filhos estejam desejando e aptos a receberem-na e quando elas - as revelações - sejam apropriadas para consumar Seus próprios propósitos. Iscais ensinou esse princípio:

"A quem pois se ensinaria a ciência? E a quem se daria a entender o que se ouviu? Ao desmamado, e ao arrancado dos seis:

"Porque é mandamento, sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra: um pouco aqui, um pouco ali." (Isaias 28:9-10).

Esse princípio está perfeitamente esclarecido no Novo Testamento em termos de importante mudança na política e prática na igreja cristã primitiva. Quando Jesus Cristo chamou e primeiro mandou seus doze apóstolos, ele disse: "Não ireis pelos caminhos das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos; Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel." (Mateus 10:5-6). Anos mais tarde Jesus revelou a Pedro que era chegado o tempo para mudanças. O Evangelho deveria agora ir aos gentios. Foi necessária a repetição da revelação e uma demonstração notável do poder de Deus para convencer Pedro de que essa mudança significativa de alvo devia ser feita (v. Atos 10).

Uma Igreja Viva

E assim tem sido em nossos dias. Os Santos dos Últimos Dias reconhecem as mudanças como parte integral da Igreja Viva, uma dimensão vital do que significa ser dirigidos por profetas vivos. A necessidade de revelação para aplicar apropriadamente as verdades dos céus foi ensinada por Joseph Smith nestas palavras:

Deus disse: "Não matarás"; em outra ocasião Ele disse: "Vós destruireis completamente". Esse é o princípio no qual o governo dos céus é conduzido - através de revelações adaptadas às circunstâncias nas quais os filhos do reino estiverem vivendo. O que quer que Deus determine é correto, não importa o que seja, embora não compreendamos as razões implícitas até muito depois dos eventos apareçam....

Como Deus designou nossa felicidade - e a felicidade de todas Suas criaturas, ele jamais - Ele jamais instituirá uma ordenança ou dará um mandamento a Seu povo que não seja calculado em sua natureza para promover essa felicidade que ele designou, e que não terá fim na imensidão de bem e glória àqueles que se tornarem recipientes de Suas leis e ordenanças.35

Se tais mudanças deviam acontecer pelo capricho dos mortais, haveria sérias razões de preocupação. Se todavia tais mudanças vêm por revelação de Deus a seus servos devidamente autorizados, estão corretas e o povo de Deus estão obrigados a aceitá-las e a obedecer a elas.

Global e historicamente o princípio de crescimento linha sobre linha está ilustrado na revelação de Deus a vários povos na medida de luz e verdade que lhes poderá beneficiar. Entretanto, não é de se surpreender que se encontre variáveis porções de verdades do evangelho entre todas as culturas, sistemas filosóficos, religiões do mundo, e entre as muitas igrejas cristãs existentes no mundo. Algumas, de fato, desfrutam muito do Evangelho de Jesus Cristo, e seus adeptos são exemplos maravilhosos do viver cristão. Todavia, os Santos dos Últimos Dias acreditam que existe algo chamado "Plenitude do Evangelho" que está à disposição de todos que o desejarem. Essa plenitude foi restaurada à terra através de Joseph Smith e é proclamada pel'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Isso inclui a crença em profetas vivos que são chamados por Deus e a quem Ele revela Sua vontade. Esses Profetas e outros ordenados por eles têm autoridade para pregar o evangelho e administrar ordenanças essenciais de salvação. Eles estão ordenados com a mesma responsabilidade que Jesus deus a seus doze apóstolos originais: "Ide por todo o mundo, ensinando o Evangelho a toda criatura" ( Marcos 16:15). À medida que seguem em seus esforços para cumprir esse comissionamento, buscam e recebem mais revelação de Deus. É indubitável que as circunstâncias mudam, assim como a política, práticas, níveis de entendimento, e aplicação dos princípios mudam. E, sob a direção do Todo Poderoso, o trabalho da Igreja Viva seguirá avante com firmeza, tudo como parte da proporcionar imortalidade e vida eterna ao homem, o que constitui a obra e glória de Deus. (v. Moisés 1:39).

"Cremos em tudo que Deus tem revelado, em tudo que Ele revela agora, e cremos que Ele ainda revelará muitas coisas grandes e importantes pertencentes ao Reino de Deus." (Nona Regra de Fé).

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COMO OS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS ACREDITAM DEVAM VIVER SUAS VIDAS?

"Cremos em sermos honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos, e em fazer o bem a todos os homens". Joseph Smith escreveu isto em 1842 em resposta a perguntas de um jornalista concernentes às crenças dos Santos dos Últimos Dias. "Se houver qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, nós a procuraremos." (Regras de Fé 1:13). Os Santos não clamam que todos são virtuosos, sem exceção, nem que outros não possuam grande virtude. Os Santos, todavia, sentem fortemente que suas crenças religiosas devem ser traduzidas em seu viver diário, e assim "eles procuram" essas qualidades benevolentes.

Uma Obrigação e Convênio

A designação de buscar virtude, bondade, honra, e todas as coisas louváveis constitui uma obrigação que jorra do amor e devoção a Deus. Jesus declarou: "Portanto, tudo que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas. (Mateus 7:12). Mais tarde em seu ministério, Jesus declarou mais que amar a Deus e a nosso próximo são os dois maiores mandamentos sobre os quais "dependem a lei e os profetas" (v. Mateus 22:37-40). Os Santos dos Últimos Dias levam esses mandamentos muito seriamente, pois o amor é a essência da verdadeira religião (v. Tiago 1:27). "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos", escreveu o apóstolo Paulo, "se não tivesse caridade, seria como o metal que soa, ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, 4e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria. (1 Coríntios 13:1-2; v. Moroni 7:44-48). Os Santos dos Últimos Dias abraçam os ensinamentos de ambas as escrituras antigas e modernas de modo que o amor que sentem por Deus possa também ser manifesto a seu próximo.

As pessoas entram para a Igreja de Jesus Cristo os Santos dos Últimos Dias através do batismo e tomam sobre si um convênio sagrado de amar a Deus de todo seu coração, poder, mente e força e "servi-Lo e guardar Seus mandamentos" (Mosias 18:10). Eles aceitam a obrigação de tentar cumprir não apenas os mandamentos do Senhor, mas também tornarem-se mais semelhantes a Ele - com coração e vida mais cheios de pureza, bondade, compaixão e misericórdia. Sob esse convênio batismal, os Santos dos Últimos Dias prometem mostrar amor por Cristo através de estarem "dispostos a carregar os fardos uns dos outros, para que fiquem leves; e chorar com os que choram; sim, e consolar os que necessitam de consolo" ( Mosias 18:8-9). É esse tipo de preocupação pelos outros e servi-los compassivamente que caracteriza o verdadeiro discípulo. (v. João 13:34-35.

O sistema extensivo de bem-estar da Igreja e seu serviço humanitário pelo mundo afora, assim como os atos de bondade e generosidade exercidos individualmente pelos membros da Igreja, são por si produtos de sincero esforço em amar seu próximo como o Salvador admoestou. Esse serviço cristão e compaixão não está restrito aos irmãos Santos dos Últimos Dias; não tem acepção de raça, religião, ou nacionalidade. Com relação à quantia que os homens devem doar anualmente", Joseph Smith declarou, "nós temos nenhuma instrução especial para dar; esses homens devem alimentar os famintos, vestir os nus, assistir a viúva, enxugar as lágrimas dos órfãos, confortar os aflitos, se pertencem a esta Igreja ou a qualquer outra, ou até mesmo a nenhuma igreja, onde quer que os encontrem."36

Resultados

Os cientistas sociais têm observado que os Santos dos Ùltimos Dias quando devotos e que vivem os ensinamentos da Igreja, quando comparados à sociedade em geral, são:

'mais prováveis a serem felizes em seus casamentos mais satisfeitos com suas famílias e menos provável de divorciarem-se".37

'menos prováveis de comprometerem-se em comportamento sexual extra-conjulgal.38

'menos prováveis de abusar de drogas e álcool.39

'mais prováveis de possuírem maior força mental e física e de sofrerem de depressão.40

'menos prováveis de se envolverem em delinqüência, desvio ou comportamento anti-social.41

Numerosos outros estudos e muitas outras fontes poderiam ser citadas para maior esclarecimento da natureza positiva da maneira de vida dos Santos dos últimos Dias. A montanha de evidências empíricas, entretanto, pode apenas descrever; não pode explicar adequadamente porque os Santos geralmente são felizes, bem ajustados, e um povo preocupado com seu próximo. Qual, então, é a resposta? "Filhinhos, que ninguém os engane", o apóstolo João escreveu; "quem pratica a justiça é justo, assim como Ele é justo." (1 João 3:7). Os frutos da retidão encontrados na vida dos Santos fiéis nascem do esforço de serem fiéis a seus convênios cristãos. Enquanto eles fielmente e honestamente "buscam" essas coisas que são "amáveis, louváveis, ou de boa fama," reconhecem que esses "frutos" vêm a eles - abençoam suas próprias vidas e lhes qualificam para abençoar as vidas de outras pessoas - através do amor e misericórdia de Jesus Cristo.

Os Santos dos Últimos Dias acreditam que através do poder do Santo Espírito um indivíduo que aceitou Cristo através da fé e obediência "nasceu de novo" e se tornou "uma nova criatura" em Cristo ( v. 2 Coríntios 5:17; Efésios 4:24:32; Mosias 27:23-26). Essa transformação espiritual traz consigo caridade - o "puro amor de Cristo" (Moroni 7:47) - um amor por Cristo e também um amor por seu próximo como Cristo ama. Os frutos desse novo nascimento espiritual incluem bondade e retidão, amor, alegria, paz, gentileza, e humildade (v. Efésios 5:9; Gálatas 5:22-26). A novidade de vida que vem a alguém através da graça e misericórdia de Jesus Cristo afeta não apenas aquilo que ele faz externamente, mas também internamente.

O Salvador ensinou que essas coisas devem ser julgadas por seus frutos (v. Mateus 7:15-20). Os profetas e as igrejas devem ser julgados pelo produto de seu ministério e ensinamentos. O comprometimento individual de ser um seguidor de Cristo deve ser julgado - se é que deva ser julgado pelos mortais - pela qualidade de caráter e ações que esse comprometimento produz. Árvores más não podem dar bons frutos, assim os bons frutos são um sinal da bondade da árvore. Os membros da Igreja Restaurada de Jesus Cristo acreditam que os frutos dos ensinamentos daquela igreja estão obviamente em suas vidas. Vivem sua religião alegremente, em paz, e com total devoção de alma, buscando padronizar suas vidas em conformidade com o perfeito exemplo de Jesus Cristo. Sua motivação para assim agirem vem de seu amor pelo Senhor e o firme testemunho do Espírito que queima em seus corações e inspiram suas mentes. São gratos além sem palavras que exprimam pela aceitação que o Salvador dá a seu comprometimento a Ele, perdoa-lhes suas transgressões, e abençoa-os com os bons frutos de sua devoção.

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POR QUE OS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS TENTAM CONVERTER OS OUTROS?

Os mórmons acreditam que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias contém a plenitude do Evangelho de Jesus Cristo e que essa plenitude não é encontrada em nenhum outro lugar. Assim sendo, sentem a responsabilidade de tornar a mensagem da restauração da Igreja de Cristo disponível a todos que quiserem ouvir. Professam haver recebido o mesmo comissionamento que Jesus Cristo deu a seus antigos seguidores - para ensinar o Evangelho ao povo de todas as naçãoes ( v. Mateus 28:19;20; Marcos 16:15-18; v. também D&C 68:8). Esta é a base do sistema missionário dentro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Um presidente da Igreja dos Santos dos Últimos Dias expressou esses pensamentos àqueles que não eram da fé dos Santos:

"Vimos não para tirar-lhes a verdade virtude que possuem. Viemos não para encontrar falhas em vocês nem para criticá-los. Não viemos aqui para repreendê-los em razão de coisas que não têm feito; mas viemos como irmãos... e para dizer-lhes: "Conservem todo o bem que possuem, e permitam-nos trazer-lhes mais do que têm, de modo que possam ficar mais felizes, a fim de que estejam preparados para entrarem na presença de nosso Pai Celestial."42.

As necessidades

Os Santos dos Últimos Dias afirmam que a resposta aos problemas do mundo - salvação, fome, doenças, crime, desumanidade, e dissolução da família - não será encontrada nos programas sociais ou na legislação. Ao contrário, a resposta encontra-se de que Deus modificará os corações daqueles que têm fé em Jesus Cristo. Existe muito bem sendo feito por pessoas das muitas denominações cristãs a fim de trazer a mensagem de Cristo ao mundo que necessita dela desesperadamente. Os Santos dos Últimos Dias declaram ainda que existe mais verdade a ser conhecida, mais poder a ser exercido, e mais profundo cumprimento e alegria a ser encontrados do que está disponível em qualquer outra igreja. Como um certo líder religioso afirmou: "Procuramos juntar toda a verdade. Procuramos alargar o círculo de amor e compreensão junto de todos os povos da terra. Assim lutamos para estabelecer a paz e felicidade, não apenas dentro do cristianismo, mas para toda a humanidade."43

A menagem

A restauração do Evangelho aconteceu como uma resposta divina à fome na terra profetizada pelos profetas do Velho Testamento - não fome de pão nem sede de água, mas um anseio em ouvir a palavra de Deus ( v. Amós 8:11-12). A menagem fundamental do Mormonismo é:

Existe um Deus. Ele é nosso Pai Celestial.

Jesus Cristo é o divino Filho de Deus e o Messias prometido. A Salvação vem somente através da redenção de Cristo.

Consequentemente existe propósito na vida. Nosso Pai Celestial tem um plano para seus filhos, um plano com a finalidade de trazer paz e alegria a todos os filhos e filhas de Deus através da fé em Jesus Cristo.

Deus, o Pai Eterno, e seu Filho Jesus Cristo apareceram a Joseph Smith na primavera de 1820. Com essa aparição teve início a restauração da plenitude do Evangelho de Jesus Cristo.

Mensageiros celestiais restauraram verdades sagradas e o divino poder. Através desses poderes a Igreja e o Reino de Deus foram novamente restabelecidos na terra.

Deus ama a seus filhos desta era e geração tanto quanto amou àqueles a quem enviou seu Filho a cerca de dois mil anos atrás. O perfeito amor de Deus é manifestado não apenas na preservação da Bíblia, mas também através de revelação moderna, modernas escrituras, apóstolos e profetas modernos ordenados com o poder divino do sacerdócio, e uma organização religiosa inspirada.

A Guardiã

É importante ser uma boa pessoa, uma pessoa de moral, uma pessoa de integridade. Os Santos dos Últimos Dias, entretanto, acreditam que o Evangelho deve significar mais do que apenas fazer boas pessoas. Ele contém o poder de Deus para salvação ( v. Romanos 1:16), o poder de transormar boas pessoas em pessoas semelhantes a Cristo, almas nobres em almas santas. A Igreja de Jesus Cristo é a guardiã do Evangelho. Cristo pessoalmente deu a sua Igreja Restaurada autoridade divina e a verdade para salvação. Assim os Santos dos Últimos Dias não acreditam que alguém possa totalmente vir a Cristo - e participar das bênçãos que Ele oferece - independentemente de (ou em oposição a) Igreja de Jesus Cristo. Eles crêem que existe "um senhor, uma fé, um batismo! (Efésios 4:5) e que os sacramentos ou ordenanças de salvação, administrados pelo sacerdócio possuído pela Igreja Restaurada, são pré-requisittos para se entrar no Reino de Deus.

Em um tempo em que há uma decadência na participação e de acordo com o mandamento escriturístico para se compartilhar o Evangelho de modo que todos possam "vir a Cristo, e serem aperfeiçoados Nele", (Moroni 10:32), os Santos dos Últimos Dias convidam todos os povos a virem para casa, voltarem para a família de Deus. A Primeira Presidência da Igreja dos Santos dos Últimos Dias declarou em 1907: "Nossos motivos não são egoístas; nossos propósitos não são mesquinhos ou terrenos; nós contemplamos a raça humana, passada,presente e futura, como seres imortais, para cuja salvação é nossa missão trabalhar; e para esse trabalho, tão vasto quanto a eternidade e tão profundo como o amor de Deus, devotamo-nos agora e para sempre."44

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Notas:

1. Teachings of the Prophet Joseph Smith, sel. Joseph Fielding Smith (Salt Lake City: Deseret Book, 1976), 121.

2. C. S. Lewis, Mere Christianity (New York: Macmillan, 1952), 11.

3. Joseph Smith to John Wentworth, March 1842, in Joseph Smith Jr., History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, ed. B. H. Roberts, 7 vols. (Salt Lake City: Deseret Book, 1976), 4:536.

4. See Philip Schaff, The Creeds of Christendom, 3 vols. (Harper & Row, 1931; reprint, Grand Rapids, Mich.: Baker Books, 1985); and J. N. D. Kelly, Early Christian Creeds, 3rd ed. (New York: David McKay Co., 1972).

5. Teachings of the Prophet Joseph Smith, 56.

6. Ibid., 9-10.

7. Improvement Era 39 (November 1936): 660; see Victor L. Ludlow, "Bible," and Paul Hedengren, "Bible: LDS Beliefs in the Bible," in Encyclopedia of Mormonism, ed. Daniel H. Ludlow, 5 vols. (New York: Macmillan, 1992), 1:104-8.

8. The Gospel Kingdom: Selections from the Writings and Discourses of John Taylor, sel.

G. Homer Durham (Salt Lake City: Bookcraft, 1987), 34.

9. See Joseph Smith, comp., Lectures on Faith (Salt Lake City: Deseret Book, 1985), 5:3; and Teachings of the Prophet Joseph Smith, 346-48.

10. President Snow often referred to this couplet as having been revealed to him by inspiration during the Nauvoo period of the church. See, for example, Deseret Weekly, 3 November 1894, 610; Deseret Weekly, 8 October 1898, 513; Deseret News, 15 June 1901, 177; and Journal History of the Church, Historical Department, Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, Salt Lake City, 20 July 1901, 4.

11. Irenaeus, Against Heresies, bk. 5, preface.

12. Ibid., 4.38 (4); compare 4.11 (2): "But man receives progression and increase towards God. For as God is always the same, so also man, when found in God, shall always progress towards God."

13. Clement of Alexandria, Exhortation to the Greeks, 1.

14. Clement of Alexandria, The Instructor, 3.1. See his Stromateis, 23.

15. Justin Martyr, Dialogue with Trypho, 124.

16. Athanasius, Against the Aryans, 1.39, 3.34.

17. Athanasius, On the Incarnation, 54.

18. Augustine, On the Psalms, 50.2. Augustine insists that such individuals are gods by grace rather than by nature, but they are gods nevertheless.

19. Richard P. McBrien, Catholicism, 2 vols. (Minneapolis: Winston Press, 1980), 1:146, 156, emphasis in original.

20. Symeon Lash, "Deification," in The Westminster Dictionary of Christian Theology, ed. Alan Richardson and John Bowden (Philadelphia: Westminster Press, 1983), 147-48.

21. C. S. Lewis, The Weight of Glory and Other Addresses, rev. ed. (New York: Macmillan, Collier Books, 1980), 18.

22. Lewis, Mere Christianity, 174-75. For a more recent example of the doctrine of deification in modern, non-LDS Christianity, see M. Scott Peck, The Road Less Traveled (New York: Simon and Schuster, 1978), 269-70: "For no matter how much we may like to pussyfoot around it, all of us who postulate a loving God and really think about it eventually come to a single terrifying idea: God wants us to become Himself (or Herself or Itself). We are growing toward godhood."

23. Smith, History of the Church, 6:305.

24. The Teachings of Lorenzo Snow, comp. Clyde J. Williams (Salt Lake City: Bookcraft, 1984), 2.

25. Smith, History of the Church, 6:306-7.

26. Joseph Fielding Smith, Doctrines of Salvation, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols. (Salt Lake City: Bookcraft, 1954-56), 1:12; see Bruce R. McConkie, The Promised Messiah (Salt Lake City: Deseret Book, 1978), 166.

27. In Journal of Discourses, 26 vols. (Liverpool: F. D. Richards & Sons, 1851-86), 11:249; see 7:333.

28. In ibid., 4:271; see Joseph F. Smith, Gospel Doctrine (Salt Lake City: Deseret Book, 1978), 64.

29. Smith, History of the Church, 6:303; see Brigham Young, in Journal of Discourses, 13:312.

30. Lewis, Mere Christianity, 129.

31. Bruce R. McConkie, Doctrinal New Testament Commentary, 3 vols. (Salt Lake City: Bookcraft, 1965-73), 2:499, 500.

32. In Conference Report, October 1988, 78.

33. Teachings of the Prophet Joseph Smith, 301; see 297, 305.

34. David O. Mckay, Gospel Ideals (Salt Lake City: Improvement Era, 1953), 6, emphasis in original; see Brigham Young, in Journal of Discourses, 1:131; 8:124-25.

35. Teachings of the Prophet Joseph Smith, 256-57.

36. Times and Seasons 3 (15 March 1842): 732.

37. See Melvin L. Wilkinson and William C. Tanner III, "The Influence of Family Size, Interaction, and Religiosity on Family Affection in a Mormon Sample," Journal of Marriage and the Family 42/2 (1980): 297-304.

38. See Brent C. Miller and Terrance D. Olson, "Sexual Attitudes and Behavior of High School Students in Relation to Background and Contextual Factors," Journal of Sex Research 24 (1988): 194-200.

39. See Ricky D. Hawks and Steven J. Bahr, "Religion and Drug Use," Journal of Drug Education 22/1 (1992): 1-8.

40. See Allen E. Bergin et al., "Religion and Mental Health: Mormons and Other Groups," in Contemporary Mormonism: Social Science Perspectives, ed. Marie Cornwall, Tim B. Heaton, and Lawrence A. Young (Urbana: University of Illinois Press, 1994), 138-58.

41. See Bruce A. Chadwick and Brent L. Top, "Religiosity and Delinquence among LDS Adolescents," Journal for the Scientific Study of Religion 32/1 (1993): 51-67.

42. George Albert Smith, Sharing the Gospel with Others, comp. Preston Nibley (Salt Lake City: Deseret Book, 1948), 12, 13.

43. Howard W. Hunter, That We Might Have Joy (Salt Lake City: Deseret Book, 1994), 59.

44. Cited in ibid.


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