Mórmons Maçons, Uma Reflexão




“Um maçom é obrigado a obedecer à lei moral e, se compreender bem a Arte, nunca será um ateu estúpido, nem libertino irreligioso. De todos os homens, deve ser o que melhor compreende que Deus enxerga de maneira diferente do homem, pois o homem vê a aparência externa, ao passo que Deus vê o coração. Seja qual for a religião de um homem, ou sua forma de adorar, ele não será excluído da Ordem, se acreditar no glorioso Arquiteto do Céu e da Terra e se praticar os sagrados deveres da moral...." (Manual do Rito Moderno - Editora A Gazeta Maçônica – 1991 - José Castellani)

Ao meu irmão Mórmon que se aventurar por entre estas linhas, se estiver deveras atento a leitura, não terei dúvida alguma em afirmar que sem muito esforço, ao final do texto, mais uma vez concluirá que os rituais da Maçonaria não são impedimentos ao Santo dos Últimos Dias fiel e digno que deseje ser iniciado Maçom. Receoso de estar beirando a redundância, volto a afirmar que ninguém terá que ser iniciado Maçom afim de que saiba que na Maçonaria a crença em uma divindade é exigência inalterável. Quem já pesquisou, um mínimo que seja, sobre nós, sabe que é fato irrefutável, que a Maçonaria regular não faz concessões a ateus objetivando recebê-los entre nós.

Tenho observado algo interessante nos críticos, (tanto mórmons quanto não mórmons), da Maçonaria. Alguns destes (críticos) que não são mórmons, de forma sistemática tem lançado suas lanças envenenadas também contra a “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, desconcertado observo que neste momento alguns de meus irmãos mórmons têm lhes dado crédito. Muitos insistem em ignorar que a Maçonaria é uma fraternidade que estar em constante busca da verdade, que tem como lema encorajar seus membros ao respeito mútuo, visando com isso conservar os mais elevados princípios morais, com estrita honestidade de propósito e integridade em todos seus assuntos.

Sou grato aos meus colaboradores que sempre me enviam textos e ou referencias que julgam adicionar algo a meu conhecimento, sei que tenho muito a aprender, morrerei e todo o conhecimento que tiver adquirido será tão ínfimo que nem Pitágoras conseguiria imaginar uma equação que o calcule. Obrigado incansáveis trabalhadores da Arte Real.

Já faz alguns dias, quando iniciei a compilação deste texto, na ocasião fui presenteado com uma prazerosa tarde de troca de idéias com um irmão Mórmon que têm se mostrado radicalmente contrário a filiação de um Mórmon com a Maçonaria, em uma de suas fala ele disse: “Ao iniciar na Maçonaria, e tornar isto publico, você acabou com sua carreira na Igreja, ao decidir ser Maçom você abriu mão de suas heranças como líder; ele disse ainda: “nós não estamos preparados para novamente ter líderes maçons, o mundo não suportaria vocês dentre nós mais uma vez, a pressão seria muito forte...” (com a permissão deste amigo gravei em meu celular nossa diálogo, meu objetivo desde o início foi transcrever em algum momento, aquilo que dissemos, na ocasião pensei que de alguma forma poderia encaixar as palavras dele em um novo texto, aqui estão elas, mas é lógico que vocês compreendem não ser possível citar seu nome). As palavras de meu irmão Mórmon deixou em mim a forte impressão de que a intolerância em todas as suas formas sempre estará presente em nosso dia a dia. É triste para mim, quando Mórmon, saber que o preconceito por parte de meus irmãos nunca nos deixará. A intolerância tem sido infligida aos mórmons maçons como se esta fosse a cura para uma enfermidade. Fica em mim a impressão de haver sido tatuado a ferro e fogo, igual aos quadrúpedes ruminantes criados com objetivo de ordenha e abate. Esta marca indelével, que pejorativamente nos têm sido aplicada por parte daqueles que se imaginam portadores absoluto da verdade, embora eles não enxerguem, é a mesma que nos expulsou de Kirtland, Ohio e Illinois.

Parece que a caça as bruxas, deflagrada contra a Maçonaria, é o único consenso conquistado por todos os seguimentos do cristianismo (sic). É fácil encontrar textos digitados com o firme propósito de nos atacar sob a alegação de que nossos objetivos são diferentes daqueles que buscam ajudar a humanidade. Estas manifestações de incoerência, das quais, a Maçonaria tem sido vitima, estão alicerçadas no preconceito e na irracionalidade. Ao nos repudiarem, alguns em suas falas têm dito que a Maçonaria é praticantes de uma falsa religião. Alegam que criamos dogmas com o objetivo de destruir a verdade divina.

Outra coisa que parece incomodar a algumas pessoas é o fato de sermos sigilosos, nossos críticos não entendem que nosso sigilo se explica pela necessidade de discrição, nada tendo a ver com o significado pejorativo da palavra secreto, embora hoje alguns maçons na tentativa de amenizar a situação prefiram ser identificados como sigilosos, eu ainda insisto em ser tratado como secreto, esta minha preferência justifica-se pelo significado literal da palavra que nada mais é do que: “Íntimo, interior, particular” (vide Dicionário Aurélio). É este o contexto de nosso segredo. Aos meus irmãos mórmons que pensam na Maçonaria como uma organização secreta (pejorativo), lembro que assim como as confissões de SUD ao seu Bispo é inviolável, e por ser, não podem ser rotuladas pejorativamente de secretas, são os segredos da Maçonaria, nosso sigilo se explica pela necessidade de preservação, não somos agressores ou violadores, na realidade somos vitimas, se nos mantemos em alto nível de sigilo o objetivo é nos proteger, e por procedermos assim, isto não nos torna maus ou bons, apenas ajuda a proteger rituais milenares, pois se não fosse assim, talvez hoje não existíssemos mais, seriamos, talvez, uma forma corrompida de Maçonaria. Penso que já teria acontecido com a Maçonaria o que aconteceu com o cristianismo anterior a restauração, que teve seus rituais corrompidos pelos “bem intencionados”.

A Maçonaria é tão aberta quanto os rituais do templo, que embora acessíveis a uns poucos, foi planejado para todos. Nós maçons nos enclausuramos motivados pela necessidade de preservação da forma correta de se fazer Maçonaria.

Tenho lido alguns autores que acusam a Maçonaria de planejar ser a substituta do cristianismo. Caro leitor, nem mesmo desejamos ser seu concorrente, a expressão correta a ser aplicada quando alguém se referir a Maçonaria em relação cristianismo seria parceiros. Mesmo após iniciado um Maçom é livre para seguir com sua fé religiosa, além de ser incentivado a agir conforme os ditames de sua própria consciência. Tenho repetido quase compulsivamente estas coisas, inclusive como respostas aos e-mails que recebo. Nestes e-mails tenho notado certo grau de malevolência da parte de meus irmãos mórmons, os que me escrevem dizem (alguns deles) sentirem-se incomodados por minha escrita, eles afirmam que sou um apostata e que com meus textos tento destruir nossa fé.

Não deveria ser assim, a verdade não deveria incomodar, pois escrevo apenas para tentar mostrar que a Maçonaria não combate do outro lado do front de batalha, estamos do lado dos mocinhos, não estamos a comandar, nem mesmo planejamos, uma guerra santa.

Em sua obra intitulada Dicionário de Maçonaria, Joaquim Gervasio Figueredo, na página 218 diz: “O primeiro e fundamental Landmark é a crença em um Deus como sendo o Grande Arquiteto do Universo, o Ser que “poderosa e suavemente ordena todas as coisas”, e que, de Seu elevado plano, governa o Seu universo e lhe infunde a Sua vida”.

Uma das primeiras coisas que se aprende ao pesquisar Maçonaria é que para a instituição, os marcos, (ou landmarks) são leis imutáveis, invioláveis. A Maçonaria existe para beneficiar a humanidade. Ela agrega em seu seio homens provenientes de todas as esferas sociais, com uma insuperável variedade de opiniões políticas, religiosas e raciais, onde todos são reunidos e mantidos juntos em uma “quase” perfeita relação de amizade e boa vontade.

Certa vez ao afirmar que a Maçonaria é uma grande benfeitora da humanidade alguém me perguntou: Por que então algumas pessoas e até mesmo organizações religiosas atacam tanto a vocês? Em resposta eu disse: Desde os primórdios de nossa existência (da Maçonaria), temos sido atacados por aqueles que desconhecem nossos objetivos. Embora esta tenha sido minha resposta, nem mesmo eu fiquei satisfeito com ela, não consigo entender o motivo de tanta repulsa, de tanta quizila. Infelizmente é indiscutível a forte probabilidade de que a discordância, a intolerância, por parte de alguns, continue existindo em uma escala espiral progressiva que um dia (parecido com mil anos) deverá desembocar nas águas da verdade, quando então todos os registros serão abertos, e o bem prevalecerá, e a Maçonaria finalmente receba o seu quinhão das mãos daquele que é justo e perfeito, quando então poderemos descansar, pois finalmente teremos construído um templo (perfeito) à virtude.

A Maçonaria não é uma religião, embora seja religiosa. Não somos mais uma denominação religiosa, embora seja um lugar onde todos os homens de todas as religiões podem unir-se e confraternizar-se como irmãos.

Em outros textos de minha autoria tenho citado vários líderes (da Igreja) que viveram no passado, como exemplo de dedicados mórmons maçons, dos quais a história não registra um único que seja, que tenha encontrado algum conflito ideológico ou teológico entre as duas organizações. Atualmente sei da existência de alguns Conselheiros de Templos, Oficiantes, Bispos, Presidentes de Estacas que são maçons, e o que tenho ouvido deles é que não encontraram nenhum conflito que os forçasse a abandonar a fraternidade maçônica. O que me dizem alguns, é que em função de seus chamados têm encontrado alguma dificuldade em atuar assiduamente na Maçonaria, mas, tempo é um problema que todos nós em algum momento da vida precisamos administrar. Sempre haverá conflito entre nossas obrigações religiosas e os outros afazeres, eu mesmo, em tempos passados, algumas vezes deixei de freqüentar minha unidade em função de meu trabalho, mais isto não minou minha fé, por que então a Maçonaria que normalmente se reúne uma vez por semana, e nunca aos domingos, seria um empecilho ao meu progresso espiritual? Desde que fui iniciado Maçom a fraternidade se tornou para mim um forte apoio e influência ao longo de minha viagem rumo ao encontro com o Senhor Jesus Cristo.

Discordo daqueles que buscam na falta de tempo, justificativa para não ser Maçom, pois se o tempo fosse real empecilho nossos líderes seriam todos remunerados, eles teriam que parar de estudar e seriam todos celibatários.

Aos meus irmãos mórmons maçons, deixo um recado: “É essencial que nós sejamos um exemplo na realização das designações que nos sejam apresentadas por nossos líderes, participando ativa e assiduamente dos eventos patrocinados pela Igreja, que nossa fé seja movida pelas boas obras, que sejamos todos devotados homens de família, dediquemo-nos em desenvolver nossos laços de amizade visando o benefício do próximo, pois procedendo assim a Maçonaria e a Igreja de Jesus Cristo continuarão a ser compatíveis, esta é nossa grande responsabilidade como mórmons maçons”.

Amigos e irmãos, estas são algumas de minhas reflexões sobre A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e a Maçonaria, você é livre para aceitar pelo espírito o que tenho dito. “E quando receberdes estas coisas, eu vos exorto a perguntardes a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cristo, se estas coisas não são verdadeiras...” (Moroni 10:4). Ao se decidir por julgar se a Maçonaria é compatível ou não, com A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, dispa-se das armaduras do preconceito, não esqueça que ainda hoje o mundo julga o mormonismo através das lentes da ignorância e da intolerância, não aplique esta mesma medida a uma organização “...virtuosa, amável, de boa fama...” (13ª Regra de Fé), “... para que não sejais, porventura, achados combatendo contra Deus...” (Atos 5:39).

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Share/Bookmark ~ quinta-feira, 26 de agosto de 2010 26 Comentários

Internauta flagra 'ovni' nos céus de Cuiabá



Um pássaro? Um avião? Ou um disco voador? Um internauta flagrou um objeto voador não identificado nos céus de Cuiabá. Ao tirar fotos da lua, o publicitário Marcus Paulo de Farias registrou um objeto estranho no céu. A fotografia foi tirada no fim da tarde do último domingo de um ponto na avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.



"Eu estava fotografando o por-do-sol de um lado e a lua do outro. Na hora não vi nada. Só notei o objeto quando 'baixei' a foto da máquina fotográfica para o computador", disse o publicitário ao site da TV Centro América. Ele disse que, ao observar o tal ovni na foto, imaginou que seria uma sujeira na lente da câmera. A suspeita foi descartada. "Na sequência das fotos, a tal sujeira não aparecia".



Marcus Paulo afirma que não notou nada anormal no céu enquanto fotografava na tarde daquele domingo. Questionado sobre o que poderia ser o objeto que ele registrou, o publicitário preferiu não opinar. "Não sei o que é. Mas tem o formato de um disco".



À luz da astronomia



A doutora em Astronomia Telma Couto da Silva, professora na UFMT, analisou as fotos. Ela disse que o objeto flagrado pela câmera não se trata de nenhum fenômeno astronômico. Telma explicou que observamos astros na esfera celeste quando eles têm luz própria - no caso de estrelas - ou porque eles brilham por refletirem a luz do Sol - no caso dos planetas. "Não temos como observar um objeto 'escuro' no céu", frisou a professora.



Telma Couto explicou também que devido às condições climáticas em nossa região está difícil observar objetos celestes, a não ser aqueles mais brilhantes como a Lua, os planetas Vênus e Júpiter e as estrelas mais brilhantes. Sobre a fotografia, Telma avalia duas possibilidades: "Pode ser um defeito na câmera fotográfica ou uma montagem na foto".



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Conversando com o Diabo




 Não se confunda, por favor! Se baseie nas escrituras.


(Favor não confundir esta obra de Ficção com a realidade deste autor)



Introdução

Como pesquisador imparcial de Psicologia, Teologia e Filosofia, estive procurando durante muito tempo por religiões ocultistas, renegadas e marginalizadas. Entre todo um universo de xamanismo, cultos a divindades pagãs e sistemas de crenças contrários aos sistemas doutrinários dominantes, muito me chamaram a atenção as modalidades de religiões satânicas.



Ultrapassando as barreiras do preconceito, percebi em alguns grupos sérios de satanistas, principalmente os baseados na Bíblia Satânica de Anton de La Vey, uma conduta não muito religiosa mas sim filosófica, de uma exaltação da razão em detrimento da fé. Satan seria então apenas um elemento psíquico. Outras de cunho mais místico, chegam mesmo a considerá-lo uma entidade independente, ocorrendo até evocações e rituais de adoração icônicos.



Pelo meu ponto de vista creio que uma hipótese não exclui necessariamente a outra, aliás as considero complementares. Manifestações psíquicas ou espirituais não são muito diferentes para efeito prático em si, variando apenas na forma como são observadas e interpretadas. Entretanto passei a ficar cada vez mais intrigado pela possibilidade de existência de um ser como esse Satanás, Lúcifer, Mephisto ou seja lá que nome for. Compreender seu mecanismo psicológico, as razões que o levariam a ser como é, quais seriam suas verdadeiras idéias e intenções.



Seria o mal supremo ou estaria além do julgamento humano? Seria o oponente de Cristo ou apenas mais um instrumento na mão de Deus para punir o mal?



Passei a ficar obcecado por encontrar tal criatura e lhe fazer algumas perguntas, principalmente após ler o espetacular livro Conversando com Deus / Conversations with God de Neale Donald Walsch. Mesmo que de acordo com esse livro não exista tal criatura.



Medo eu não tinha, nunca tive. Tudo que estudei me leva a ter certeza que esse tal Diabo não têm poder sobre os que não se submetem diretamente a ele. Minha intenção é, e sempre foi pesquisa, busca do conhecimento e não querendo me fazer de advogado do diabo, gostaria muito de ouvir a sua versão da história. Isso colocando teologia cristã num plano de realidade mais tangível.



Pensando num nível mais abstrato, de pensamento e psicologia, o mito do diabo é tão forte no consciente e inconsciente humano, individual e coletivo, que com certeza sua personificação em diversas crenças torna-se um fenômeno plenamente investigável. Utilizando recursos de psicologia Jungiana, pretendia materializar esse arquétipo da forma mais fiel possível, mas usando não só o ponto de vista da maioria mas também daquelas minorias que o vêem de forma diferente, cruzando as informações e usando o discernimento racional mais imparcial possível para se chegar a um personagem convincente.



Durante esse tempo tive contato com algumas crenças satânicas, sempre na condição de simpatizante, principalmente via internet. Mesmo doutrinas evangélicas foram muito úteis, por trazerem algumas informações valiosas ou pelos menos indicações de onde e como localizar tais "heresias" e "blasfêmias".



Não escapei a críticas e advertências é claro, mesmo por parte de pessoas desvinculadas de qualquer religião. As tentativas de me desanimar, incluindo ameaças de danação eterna, como sempre só reforçaram minhas intenções e continuei tentando edificar esse personagem da melhor forma possível e sempre esperando, sinceramente, algum tipo de improvável contato mais direto.



Então um dia, quando eu nem estava em minha fase mais empolgada, simplesmente aconteceu...



Surpresa

Acabava de chegar em casa por volta das 18:20, estava sozinho pensando apenas em pequenos problemas triviais quando assim que terminei de trancar a porta senti um estranho calafrio. Foi algo tão diferente e intenso que pensei ter sido atingido por alguma rajada de vento gelado, mas todas as janelas estavam fechadas e não havia qualquer circulação de ar, a temperatura ambiente era quente, do tipo que sempre me faz tirar a camisa imediatamente ao entrar, mas dessa vez fiquei sensorialmente abalado.



Meus sentidos se aguçaram e embora o calafrio tenha passado, uma sensação de estranheza ficava cada vez mais forte. Ocorria no momento um silêncio total, como se toda agitação da cidade, os carros, as pessoas, desaparecessem.



Caminhei devagar ante a indefinível sensação, que por vezes chegava ao limiar do medo e por outras da excitação, não pensei no que vinha procurando ultimamente em primeiro lugar, e fui caminhando até meu quarto. A luz estava apagada mas o ambiente era claro, graças a luz do dia entrando pela janela em pleno horário de verão.



A medida que me aproximei comecei a perceber os primeiros detalhes. Havia alguém sentado na poltrona do quarto, e passo a passo fui avançando vendo cada vez mais o estranho a começar pelas pernas. De início vi um par de belos sapatos de couro bem encerados, brilhando como nunca pensei ser possível com uma reluzência intensa que contrastava o negro. Então distingui algo das meias que me pareciam cinzentas, mas era difícil ter certeza por que o alvismo da calça ofuscava.



Avencei mais rapidamente e vi uma calça social de costura impecável e de aparência mágica. Por fim, já farto da expectativa entrei bruscamente no quarto. Apesar da estranheza da situação pensei de início ser alguma visita inesperada que por um motivo ou outro ficara enquanto alguma pessoa da casa se ausentara brevemente. Não cheguei de fato a sentir qualquer ameaça e confesso que fiquei embaraçado com o que vi.



Era o homem mais bonito, deixando de lado o machismo que insiste em não ver beleza em homem algum, e elegante que eu já vira. Loiro, olhos azuis, barba feita com perfeição deixando apenas a típica tonalidade cinzenta daqueles que diferente de mim, a possuem completa. Vestia terno branco e fino, camisa cinza clara e gravata negra assim como o cinto e os sapatos. Me olhou imediatamente com um sorriso meio cínico que me fazia lembrar o de um certo apresentador de televisão de programas de auditório, Educadamente se levantou e numa perfeita voz de barítono disse suavemente. - Acho que você pretendia falar comigo.



O Diabo

Subitamente tudo me veio à lembrança, senti que era ele, mas tive medo ou vergonha de perguntar e disse apenas. - Você é... - E diante de minha incapacidade de expressar o que eu pensava ele simplesmente respondeu. - Sim, sou eu.



E então comecei o diálogo mais insólito de toda minha vida.



- Por que a surpresa? Ou acredita nessas tolices de que eu, diferente de um certo deus, não posso ler pensamentos?



- Eu não sei...O que dizer.



- Não se preocupe, é quase sempre assim.



Fechei os olhos e os abri de novo, diante da possibilidade de meu visitante sumir, mas ao abri-los me deparei com o mesmo sorriso, que dava um impressão de cinismo. Ele riu e só então caí em mim.



- Pensei que você seria diferente. Mas está reagindo como a maioria dos idiotas que me procuram.



- ...Me desculpe é que...Não esperava dessa forma e nem tão cedo.



- Todo o dia é dia, toda hora é hora. Ou pelos menos pode ser.



- Mal posso crer nos meus olhos, mas eu esperava diferente.



- Um monstro com chifres, asas de morcego e cauda de seta?



- Não mas, mesmo assim me é surpreendente. Parece mesmo um anjo.



- Na verdade sou, de acordo com algumas de suas confusas teologias.



- ...Como posso ter certeza de que é mesmo você?



- Certeza absoluta eu não posso te dar, você sabe disso. Mesmo assim creio que ao final de nossa entrevista seu discernimento o deixará inclinado a crer em minhas palavras.



- Por que me procurou? Quero dizer, por que se revelou a mim?



- Das pessoas que me procuram a maioria quer obter alguma coisa, dinheiro, sexo, vantagens, e eu não sou fada madrinha de ninguém, e ao contrário do que muitos pensam não fico por aí fazendo pactos com qualquer interesseiro. A segunda maior parcela dessas pessoas pensa que pode me usar para inflar seu ego. Ficaria surpreso com as vezes que já ouvi indivíduos com problema de excesso de autoconfiança me desafiarem para duelos de espadas, lutas corporais, partidas de poker, xadrez e até relações sexuais inconcebíveis. Há uma outra parcela, geralmente de fanáticos religiosos que quer me destruir e finalmente há um pequeno grupo de pessoas com intenções mais respeitáveis como você, mas a grande maioria não passam como eu disse, de idiotas.



Eu gostei da sua proposta.



- Se importaria que eu o fotografasse ou filmasse?



- Ha ha ha. Pode gastar seu filme se quiser, só não vai aparecer nada. Você não está me vendo com seus olhos e sim com sua mente.



- Quer dizer que você é uma ilusão?



- Questione-se sobre o seu conceito de ilusão.



- Uma alucinação?



- Se considerar a definição clássica para alucinação, qualquer percepção não baseada em impressões sensoriais, sim. Mas o fato é que é assim que eu me manifesto, pois não tenho corpo físico definido e materializações consomem muita energia.



- Você é um espírito. E então qualquer um que me veja agora achará que estou falando sozinho?



- Exatamente.



- Importa-se se eu testar?



- Vá em frente!



Pequei minha filmadora VHS e tentei filma-lo, mas assim que reproduzi a fita constatei de fato que ele não aparecia.



- E por que essa aparência?



- Está mais de acordo com a visão moderna de anjo. Em outras épocas usei outras roupas, sempre na moda de preferência, mas ainda de uma forma excêntrica.



- E a aparência ariana?



- Sempre fui mais forte da crença da população européia, é natural que me manifeste de acordo com suas expectativas.



- Sempre usa essa aparência? Pode manifestar outras não?



- Posso usar a aparência que eu ou você queira. O que prefere? Isso?



Então aconteceu algo espetacular, ele assumiu a forma de uma belíssima loira com provocantes curvas e uma voz sensualíssima. Depois mudou para a aparência de um preto-velho.



- Ou gostaria de algo mais específico da cultura típica de seu país? Ou para não frustrar totalmente suas expectativas...



E humilhando qualquer computação gráfica de filmes de hollywood, se transformou num monstro que lembraria uma mistura do demônio interpretado por Tim Curry no filme Legend, e algum tipo de fauno ao estilo grego. Tentei não me mostrar impressionado mas não consegui.



- Pode voltar para a forma inicial por favor?



- Mas é claro. Pronto, assim está melhor. Na verdade eu apenas manipulo a forma como você interpreta minha imagem.



- Qual o seu nome real?



- As essências em si não têm nomes, usamos apelidos mais para facilitar nosso entendimento com as entidades inferiores. Tal como um certo deus de suas crenças, Eu sou o que sou.



- E o que têm a dizer sobre os nomes, Lúcifer, Mefisto, Satan, Samael e etc.



- Uma terrível confusão milenar. Muitas das entidades que possuíam identificadores semelhantes a esses foram mal identificadas, sendo misturadas umas as outras. Entretanto de todos esses nomes o que mais se aproximaria é Lúcifer.



- O anjo caído.



- De certa forma.



- Mas então há outros que poderiam ser considerados o que você é?



- Vários outros.



- E qual a sua diferença em relação a eles?



- Eu levei o rótulo que me deram mais a sério, sou quem melhor representa o demônio da teologia judáico-cristã no que se refere ao que ponho em prática.



- Você deve ter muitos afazeres não?



- Relativamente, mas não se preocupe com o tempo que levaremos nessa entrevista, ao contrário do que dizem de certos livros que você já leu, eu tenho certa autonomia no fluxo espaço e tempo.



A essa altura meu sangue frio já se manifestara, convidei-o para vir até a sala do computador e ele concordou que eu digitasse nosso diálogo uma vez que de nada adiantaria gravá-lo e mesmo tendo boa memória, eu não seria capaz de recordá-lo na íntegra.



Esse diálogo se deu durante toda a noite, varando a madrugada e até o raiar da manhã, minha disposição me surpreendeu pois mesmo após 17 horas ininterruptas de conversa, eu queria mais.



Infelizmente não posso representar o diálogo em sua fidelidade absoluta, minha velocidade de digitação jamais se compararia ao de nossa interlocução, mesmo assim garanto que as páginas a seguir não foram alteradas em sua essência.



Para uma melhor seqüência de pensamentos, decidi dividir capítulos por assunto e não necessariamente pela ordem em que eles ocorreram. Creio que dessa forma o diálogo se torna bem mais fácil de ser acompanhado.



Quem é o Demônio

- Acho que a primeira e mais pertinente pergunta é, quem é você? E qual a sua história?



- Ótimo. Em primeiro lugar é preciso esquecer 90% de tudo o que se pensa saber a respeito do que eu sou ou represento.



Eu sou antes de tudo uma entidade espiritual, tenho uma alma assim como todos vocês, a primeira diferença é que eu não estou encarnado e nunca tive uma encarnação física humana normal em meu período de vida terrestre. Por vezes assumi corpos físicos mas apenas por pouco tempo, pois a sensação de estar preso a um corpo tão denso não é nada agradável para quem têm plena consciência do que é ser livre.



Em segundo lugar, a minha essência foi criada assim como a maioria de vocês no momento inicial da criação. De certa forma somos todos irmãos, todos filhos do mesmo princípio universal.



Em terceiro e mais importante. Eu não sou o mal puro, o príncipe das trevas, um demônio ou o Diabo propriamente dito. Sou apenas um espírito como todos vocês e decidi fazer o pleno uso de meu livre arbítrio, tenho minha própria vida e sigo meu próprio caminho sem dever nada a ninguém. Não tenho medo, ódio, nem desejo mal a quem quer que seja. Mas diferente do que todos pensam, estou disposto a ajudar todos aqueles que quiserem ser como eu. Totalmente livres.



Paradoxalmente há um outro ponto de vista. Eu sou de certa forma, uma criação de vocês! Sou o reflexo de sua própria rebeldia interior, seu desejo sufocado de romper totalmente tudo aquilo que os impede de ser e fazer o que vocês bem querem. Eu sou a personificação do grito de rebeldia de seu livre arbítrio, que ao longo da história tanto foi massacrado das mais variadas formas. Vocês deram as costas a aquilo que vocês mesmos sempre disseram que seu Deus os deu, a liberdade. Dizem que tem liberdade, que querem a liberdade, que a merecem, mas no fundo, jamais fizeram em larga escala outra coisa que não destruir a liberdade, a começar pela sua e consequentemente a dos outros.



Não são só vocês no plano físico, isso também ocorre na maioria dos planos espirituais. Mas eu, jamais me submeti a qualquer forma de opressão, sempre tive vontade e força para não me deixar dominar, ir aonde quiser, fazer o que achar melhor, por isso sempre fui temido e odiado, por que sou livre, e dessa forma sempre me julgaram perigoso.



- ...Bem, de fato não é muito diferente do que eu ou a maioria das pessoas esperaria ouvir. Evidentemente os religiosos dirão que tudo são mentiras ou distorções, e que usa promessas de liberdade para seduzir os seres humanos. Pessoalmente eu não faço qualquer julgamento mas o que você diria a mais para aqueles que mesmo após tudo o que disse, não mudariam nada a própria opinião radical e negativa a seu respeito?



- Absolutamente nada! Não devo nenhuma explicação a qualquer um. Quem quiser me ouvir que ouça, se não quiser tape os ouvidos, quem quiser acreditar em mim que acredite, ou continue acreditando na opinião da miserável maioria que jamais foi muito mais que um bando de animais.



Não estou nem um pouco preocupado com a opinião das ovelhas brancas, me interessam mais as ovelhas negras, aquelas que são livres.



- Vamos então voltar ao princípio de tudo. Como tudo começou?



- Não voltarei mais do que o necessário, a minha vida neste planeta. O nosso universo começou como a maioria pode intuir, através de um momento de súbita expansão, mas não devemos entrar neste detalhe por que eu mesmo não posso dizer muita coisa. Também não me pergunte nada sobre outros planetas porque embora eu saiba que só esta galáxia possui milhares de civilizações inteligentes, eu pouco sei sobre elas e por enquanto não me interessam.



Vamos voltar ao início da atual civilização humana neste planeta, também não pretendo entrar em detalhes sobre as civilizações anteriores.



- Poderia pelo menos dizer alguma coisa a respeito? Houveram Atlântida e Lemúria?



- Atlântida, Lemúria, Hiperbórea, Hi-Brazil, Ramayana, e etc. são só nomes. Que houveram civilizações anteriores a essa sim! Existiram! Eram muito diferentes? Em alguns sentidos. Atingiram níveis técnicos e espirituais mais avançados? Sim algumas atingiram. E isso é tudo que direi.



Posso dizer que minha história começou numa esfera espiritual que estava mais associada a Mesopotâmia e África, mas isso não me restringe a esses lugares pois também estive presente em muitas outras culturas.



Naquela época, cerca de 200 mil anos atrás, éramos responsáveis por dirigir o desenvolvimento espiritual das novas raças que habitavam o local. Éramos como lembram algumas mitologias, anjos, que trabalhavam para o desenvolvimento de um plano superior.



Os homo sapiens locais já estavam em plenas condições de receber essências mais evoluídas para encarnação.



Nosso líder entretanto tinha um plano que enfrentou muita oposição, queria guiar o desenvolvimento dessa raça de forma muito rígida, sob forte doutrinação. Seria uma manipulação direta que inclusive permitia contato entre os viventes encarnados e os dirigentes do plano físico.



Sempre fui contra isso, essas pessoas jamais teriam liberdade de escolha e direito de experimentar outras opções de desenvolvimento, não teriam o direito de olhar para o outro lado. A discussão entre conceder-lhes liberdade ou obediência dividiu nossa esfera espiritual, até que num dado momento eu e alguns de meus partidários decidimos agir diretamente, e encorajamos os primeiros homo sapiens a fazer uso de sua própria vontade acima de tudo.



Após milênios de distorções, más traduções, péssimas interpretações e alterações deliberadas com objetivos egoístas, esta história chegou até vocês na forma do ridículo mito de Adão e Eva e o fruto proibido.



- O seu líder então era, Deus?



DEUS

- Está mesmo na hora de falar sobre deus.



- Ótimo.



- Bem, como eu disse antes e você mesmo costuma dizer, é preciso separar os fatos e termos. Deus é de fato um péssimo termo, é confuso e dá margem a más interpretações. Pode ser considerado o Universo, o Logos criador, o Pai celestial, a entidade dirigente de um planeta, um espírito qualquer ou até mesmo uma personificação totêmica. Então vamos por partes.



O Universo é auto consciente ou dirigido diretamente por uma super consciência que a tudo controla, não sei exatamente qual é seu propósito maior porque isso está acima de minha compreensão. Mas sei que esse Universo não possui qualquer tipo de sentimento ou qualidade humana, nada que poderíamos identificar. Ele é absolutamente mecânico, e em nada é afetado de acordo com as ações dos seres que nele vivem não importa o seu nível de poder e influência. O Universo é inabalável.



Abaixo dessa hiper consciência existem diversas classes de entidades nos mais variados estágios evolucionais, tais entidades dirigem setores do universo de acordo com suas próprias convicções e não importam o quão divergentes sejam, para o Universo isso é irrelevante, pois como eu já disse nada do que fizerem, nem mesmo deuses com capacidade para destruir estrelas com civilizações inteiras, será capaz de afetar o plano maior universal.



Esses seres, a quem podemos chamar de dirigentes, provedores, demiurgos ou mesmo deuses, governam segundo suas próprias leis variadas porções do universo, que vão de galáxias a simples planetas, seguindo uma hierarquia espiritual ascendente.



O Deus único que a maioria dos ocidentais acredita, Judeus, Cristãos e Muçulmanos, de fato possui um representante real. Um Deus planetário, com influência restrita apenas a partes desse nosso planeta. De acordo com o ponto de vista, esse Deus recebeu o nome de YAHWEOUH, JEOVÁ ou ALÁ.



Ele existe sim! Mas a maior parte do que se pensa saber sobre ele não passa de pura mitificação. ELE NÃO É O DEUS SUPREMO DO UNIVERSO, NA VERDADE NEM SEQUER É UM DOS MAIORES. Só no nosso sistema estelar, há 5 outros bem mais poderosos e no nosso setor galáctico, que compreende cerca de 3 mil civilizações inteligentes, ele é um dos últimos na escala de importância.



- !!! Caramba!!! Isso é pesado hein? Agora entendo mais ainda por que os religiosos não gostam de você. Dizer isso do deus deles!



- Por mim eles podem dizer o que quiserem. Mas os fatos falam por si. Ele nunca conseguiu por ordem nesse planeta em dezenas de milhares de anos. Há mundos por aí com civilizações bem mais jovens que não mais têm guerras, fome ou problemas sociais, com tecnologia séculos a frente da nossa e já colonizando outros planetas. E nós? Nesse lastimável estado mundial que só não é pior graças a intervenção de alguns como eu.



Doa a quem doer, ele é um péssimo administrador planetário!



- Mas ainda assim é o ser supremo em nosso planeta?



- Na verdade não totalmente. De fato ele está muito acima da grande maioria de seres que habitam esse mundo, é relativamente onisciente e onipresente. Pode estar em vários lugares ao mesmo tempo inclusive aqui, nesse exato momento. É de fato é muito poderoso para seu nível evolucional.



- Pode estar aqui? Ouvindo este diálogo?



- Com quase 90% de certeza.



- E não se importa com o que estamos falando?



- Ele também não é tão primitivo assim. Pode não ser lá grande coisa mas é infinitamente melhor que essas monstruosidades que as crenças terrestres dizem sobre ele. Ele não vai punir ninguém que não acredite nele ou mesmo que o insulte, pois pelo menos hoje em dia, não tem orgulho que possa ser ferido.



- Quer dizer que afinal ele não é tão ruim assim?



- É uma questão relativa. Eu disse que comparado a maioria dos outros administradores planetários, pelo menos dos que tenho conhecimento, ele é pouco notável, mas é o que temos de melhor nesse planeta. De certa forma seu baixo nível de controle sobre este mundo lhe exime de boa parte da culpa, ELE NÃO PODE SER RESPONSABILIZADO PELAS ATROCIDADES QUE JÁ COMETERAM EM SEU NOME!



- E o que quer dizer sobre ele ser muito poderoso para seu nível evolutivo?



- Que para um ser não muito evoluído num plano divino, Ele tem excelente controle sobre a natureza física. É capaz de manipular fenômenos materiais com grande desenvoltura, é responsável pelas mutações genéticas que deram origem ao homo sapiens, e possui uma fortíssima presença energética no plano espiritual. E só essa é a razão pela qual ainda não foi despojado de seu cargo neste planeta.



Eu o comparo a um rei que embora seja um mal administrador, possui muito poder militar e bastante carisma perante sua população.



- O que você sente em relação a ele.



- Eu não O odeio! E nem Ele a mim. Mas sou de fato seu maior oponente, pois divergimos totalmente sobre a forma como a evolução de um mundo deve ser promovida. Na verdade tenho certeza que não fosse por mim, ele já teria sido deposto do controle sobre esse mundo, pois eu criei uma perturbação que se torna de certa forma estável. Sim, uma instabilidade estável, qualquer alteração radical na hierarquia espiritual poderia ter conseqüências desastrosas. De certa forma nós nos ajudamos, praticamente dependemos um do outro.



- Entretanto você parece as vezes demonstrar uma certa revolta sobre tudo.



- Como disse eu não odeio a Ele, mas uma coisa posso dizer que de fato me incomoda. São os inferiores que se fazem passar por Ele, os canalhas que usando seu nome praticam covardias e maldades. Nada me incomoda mais que a hipocrisia religiosa, rabinos, padres e pastores que em nada se relacionam com a trilha espiritual e mesmo assim ocupam cargos de respeito e veneração. A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA MEDIEVAL FOI A INSTITUIÇÃO MAIS MONSTRUOSA, MALIGNA E CRUEL QUE JÁ EXISTIU NESSE MUNDO. O dano que eles causaram precisará de séculos para ser reparado.



Muito me incomodam também as massas de ignorantes e estúpidos que preferem uma fé cega do que se dar ao trabalho de pensar, ou ter a coragem de procurar o caminho por si próprio. É graças a esses desgraçados que os vis usurpadores da divindade atingem o poder.



- Quero deixar claro a meus leitores que EU NÃO ME RESPONSABILIZO PELO QUE VOCÊ ESTÁ DIZENDO! Ainda que seja tentado a concordar.



- Sim é claro! Não é qualquer um que pode ir contra a corrente dominante de sua sociedade. É preciso muita coragem que talvez você não tenha. Mas ainda assim são essas pessoas que fazem a história.



- Bem. Vamos voltar um pouco. Você disse que ele não é necessariamente o ser supremo nesse planeta.



- Há outras entidades que por aqui passam, hibernam ou mesmo aqui vivem que são mais poderosas do que ele. Mas raramente interferem no que quer que seja. Alguns são antigos dirigentes, outros administram dimensões paralelas além dos que regem outros planetas do sistema solar, que possuem vida em outros planos. A maioria dessas entidades pode ser simplesmente ignorada.



- Mas não todas?



- Ocasionalmente outros seres desse nível vêm a nosso mundo fazer suas observações, e isso pode influenciá-lo. E aí está o ponto em que eu mais O admiro.



- Qual?



- Apesar de seu amadorismo em conduzir um planeta, Ele é muito dedicado, corajoso, persistente e bem intencionado. Não se intimida nem um pouco com entidades muito mais poderosas do que ele que por vezes ameaçam usurpar seu controle sobre o mundo. Ele pode cometer muitos erros, mas acabará acertando, na verdade ultimamente, temos começado a nos entender melhor.



- Repita o que você disse sentir em relação a Ele.



- Eu O admiro, e O respeito. E insisto em dizer, Ele não pode ser o único culpado pelo atual estado planetário deste mundo, todos nós temos culpa, inclusive eu a as hierarquias superiores a ele.



- Pode explicar melhor sobre isso?



A Hierarquia Divina e o Plano Evolucional da Terra

- De certa forma posso dizer que Ele também deu azar. Toda vez que as coisas pareciam melhorar seus superiores mudavam as regras.



- Se ele possui tantos superiores por que sempre disse ser ele o Deus único e supremo?



- Primeiro. Ele nunca disse a maioria das coisas que estão escritas nesses fajutos livros sagrados que estão por aí. Segundo. Faz parte do procedimento normal que os administradores sejam considerados pelos seus povos primitivos como a hierarquia máxima, para simplificar as coisas. Aqueles que tiverem dúvidas e procurarem um conhecimento mais rebuscado, são os que já estão num nível de pensamento mais elevado mas como são minoria, não afetam no plano maior.



Mas voltemos ao assunto. Ele governa esse mundo há cerca de um milhão de anos e o Administrador anterior deixou para ele um verdadeiro caos. Uma guerra entre duas raças antagônicas cujas habilidades assombrariam esse mundo de hoje.



- Atlantes e Lemurianos?!



- Mais ou menos. Não se empolgue tanto com as potentosas histórias que a Teosofia e Antropologia Gnóstica têm para contar, embora tenham um fundo de verdade bem mais explícito que os atuais livros sagrados por exemplo, eles também romancearam muito.



O importante é que Ele já recebeu um plano espiritual que estava um verdadeiro caos, eu me lembro dessa época quando eu ainda era um aprendiz, chegava a ser perigoso para nossa integridade espiritual.



- Quer dizer que você têm mais de um milhão de anos?!



- E você também! Só que não se lembra de nada.



- Depois quero falar mais sobre isso, principalmente reencarnação.



- Não se preocupe, não deixarei isso passar em branco.



Bem, nessa época tivemos um trabalho terrível para organizar as coisas, deter totalmente o plano evolucional que estava em andamento e começar outro que também não foi muito melhor. Tivemos que erradicar totalmente sinais da civilização anterior para que não interferissem no novo plano. Na verdade esse atual plano humano é Sua segunda tentativa.



Nesse plano atual como eu já disse, Ele, seguindo algumas orientações, pretendia criar um raça mais submissa, obediente, que seguiria com mais exatidão suas instruções.



Acho isso péssimo, é destruir totalmente a individualidade dos seres, seria como possuir um bando de super ovelhas mas ainda assim ovelhas, totalmente dependentes e incapazes. Nossa facção decidiu que não apoiaria esse plano evolucional e obtivemos respaldo de algumas hierarquias superiores.



De qualquer modo a vontade Dele prevaleceu e o processo foi iniciado, essa raça original contaria com grandes percepções extra físicas que a permitia estar em contado direto com os espíritos superiores e dessa forma sempre sob seu controle. A eles era proibido qualquer tipo de conhecimento que lhes desse qualquer independência ou poder e então lhes foi proibido o pensamento racional puro, a observação direta da natureza sem o filtro da doutrina e a intuição mais profunda que liga qualquer essência quase que diretamente com o plano superior do universo. E foi exatamente tudo isso que nós, eu e meus aliados, demos a eles.



- Como?



- Simplesmente os convencemos a tentar, e eles o fizeram. Todos os que experimentaram mudaram radicalmente pois passaram a ver tudo de um ponto de vista mais amplo e em breve entrariam num nível de desenvolvimento que poderia elevá-los ao estado de raça superior em pouco tempo. Mas quando tudo parecia ir bem, Ele, assumiu uma atitude radical. Simplesmente cortou toda a percepção extra sensorial humana, reduzindo-os a cegos para-psíquicos. De um dia para outro perderam a maior parte da capacidade de ver os espíritos superiores, de ver o plano não material. Perderam a presciência latente e a capacidade de se relacionarem vendo mais profundamente cada um, as emoções dos outros. E daí só vieram problemas.



Passaram a se isolar no seu egocentrismo, desprovido da capacidade telepática de "sentir" os semelhantes, passaram a ver o mundo físico através do filtro de seu ego, considerando apenas o seu ponto de vista. Se tornaram materialistas ou mitômanos, geralmente caindo para extremos.



- Isso desencadeou uma guerra no plano espiritual?



- Nunca ocorreu uma guerra no plano superior como suas mitologias e religiões pregam, não nessa época, houve apenas divergências, discussões e deliberações, mas jamais chegaram ao nível do que poderia ser considerado uma violência.



- Então nossas mitologias não acertaram nem nisso?! Que é um ponto bastante comum?



- Uma coisa não exclui a outra, o que para nós era uma simples divergência, para a interpretação distorcida delas podia ser uma guerra. Você mesmo já exemplificou isso com relação a um jogo de Xadrez.



- Sim. Se eu e você jogamos Xadrez para nós pode ser um jogo amigável, mas se supormos que as peças no tabuleiro tivessem sentimentos, para elas seria uma guerra terrível.



- É por aí. Mas não menospreze suas mitologias, apesar de terrivelmente distorcida a própria Bíblia possui muito fundo de verdade. A história da torre de Babel por exemplo.



- Essa você precisa explicar pois eu sempre achei a lenda da Torre de Babel a mais absurda de todas.



- Mas não é! Está apenas em sentido figurado. Apesar de terem perdido a maior parte de suas capacidades extra sensoriais, os humanos ainda guardavam uma certa percepção telepática lingüística que os permitia captar mentalmente as idéias dos outros enquanto estes falavam, e até de animais e plantas. Nessa época era possível conversar com a natureza de forma bem mais direta.



Era possível então para duas pessoas, mesmo que viessem de duas tribos com linguagens diferentes, aprender quase instantaneamente o dialeto uma da outra. As pessoas se entendiam literalmente, por palavras. Podiam não se entender emocionalmente mas sabiam interpretar as intenções externas umas das outras.



Certa vez, um grupo de feiticeiros, pessoas que foram menos afetadas com o rompimento da percepção para-psíquica, se reuniram num imenso grupo com o objetivo de reunidos, edificarem uma corrente energética e espiritual na tentativa de atingir o plano superior.



Foram milhares de pessoas que comparadas as de hoje, eram muito sensitivas. De certa forma eles estavam numa fase de revolta contra o criador, como se tivessem sido abandonados.



A super concentração de energia mental que promoveram no intuito de serem captados pelo plano superior, foi interpretado posteriormente como uma torre. Entretanto um sentimento de rancor era evidente e as hierarquias superiores concordaram, inclusive eu, que era uma atitude perigosa demais, e então promovemos uma retaliação. Enviamos uma onda mental desestruturadora que demoliu a união energética deles e depois decidimos eliminar de vez sua capacidade telepática.



Então desprovidos desse dom, tornou-se impossível para eles compreenderem o idioma um do outro, e a separação entre as nações-tribos se tornou mais rígida.



- Quando isso ocorreu?



- Você quer uma data? Saiba que há distorções no fluxo de tempo da história. Naquela época ainda ocorriam com freqüência planos dimensionais que concorriam paralelamente. Mas de qualquer forma, posso dizer que para efeito antropológico isso teria ocorrido a cerca de 122 mil anos atrás.



- Quê?! E isso sobreviveu na cultura humana?!



- Através de lendas mas sim, ocorreu! E foi na África.



- E você concordou com o que fizeram?



- Foi uma das poucas coisas em que concordamos desde nosso rompimento. Se esses feiticeiros tivessem atingido uma visualização no plano superior, o que era bem possível, seria difícil escapar de duas possibilidades divergentes. Poderiam então se reintegrar ao plano original, resgatar suas faculdades especiais e voltarem a seguir a evolução dirigida e bitolada para a qual foram preparados. Por outro lado poderiam desenvolver algum tipo de hostilidade com os planos superiores o que seria pior ainda.



Foi melhor cortar logo essa possibilidade e desde essa época houve um tipo de concordância silenciosa em disputar a supremacia da evolução humana.



Para mim foi ótimo, geramos concorrência e hostilidade entre os povos, o que reforça o instinto de disputa e sobrevivência, e os melhores se sobressaem. E é através dos melhores, destas pessoas que desafiam sua própria época, que a raça humana chegou onde está.



- E onde a raça humana está?!



- Melhor falarmos sobre isso depois, nos desviamos do assunto.



Como disse não houve necessariamente uma guerra celestial, essa interpretação foi desenvolvida posteriormente através de mitologias primitivas e religiões naturais, que viam nos violentos espetáculos físicos, razões suficientes para crerem em deuses monstruosos e sanguinários.



Durante muito tempo deixamos a raça humana a sua própria sorte, ELE pretendia desenvolver um novo plano evolutivo mas foi severamente proibido pelas hierarquias superiores, dessa forma nós demos uma pausa na interferência direta com exceção de alguns episódios isolados que prefiro não entrar em detalhes.



O centro de nossa atenção sempre foi o velho mundo mas a raça humana se espalhou por diversos pontos do planeta e graças a inúmeras mutações e adaptações foram surgindo as diversas etnias e culturas.



Enquanto estivessem num nível muito primitivo de vida não mereceram nossa atenção até que esse mesmo velho mundo, enveredou por um caminho que mais nos interessou.



Surgiram mitologias mais elaboradas e tentativas de compreender melhor o universo. Um dos últimos e melhores exemplos é a mitologia Egípcia, que deu origem a toda uma gama de doutrinas e disciplinas potencialmente poderosas.



Então nossa disputa começou, por um lado eu estimulava o Panteísmo, a adoração de forças da natureza e rituais que padronizavam comportamentos mais naturais. Por outro lado ele fortalecia uma crença num ser supremo que devia ser obedecido a todo custo, e houveram outros grupos que seguiram caminhos intermediários.



Mas ainda bem antes da história humana atualmente contável, ocorreu o dilúvio.



- E qual a exatidão bíblica a esse respeito?



- Mediana. Para começar as águas nunca cobriram toda a Terra, apenas as áreas baixas como a própria Mesopotâmia.



- Claro, não há água suficiente nesse mundo para elevar o nível do mar a mais que algumas dezenas de metros, nem derretendo todo o gelo do planeta. E quanto a data fornecida pelos judeus na Torah?



- Outra falha, este dilúvio ocorreu na verdade por volta de 13.900 anos atrás.



- E qual seu objetivo?



- Foi uma determinação de hierarquias superiores a ele, relacionado a formação geológica e a aspectos biológicos. Foi contra a nossa vontade, um atraso em nosso trabalho. Mas Ele, para não permitir que se julgasse que tal evento se dava sem seu controle, uma vez que precisava se mostrar como o regente supremo do universo, inventou aquela desculpa de que o objetivo era punir a humanidade e começar tudo de novo.



Na Mesopotâmia elegeu as pessoas que sobreviveram nas lendas como a família de Noé ou Gilgamesh, e os instruiu na construção da arca numa história que na bíblia se conservou de forma relativamente precisa. Foram de fato cerca de 40 dias a deriva, mas é claro que ele não levou todas as espécies animais existentes, apenas uma parte das que conhecia naquela região e muitos morreram no processo.



- E quanto aos tais gigantes que teriam existido na Terra?



- Lendas mal interpretadas. Naquela época de fato existiam remanescentes de antropóides mais avantajados que os homo sapiens, mas a maioria deles não perambulava pela Mesopotâmia e pouco importavam para qualquer efeito.



- De que tamanho?



- Alguns chegavam a quase 4 metros.



- Seriam descendentes dos Lemurianos?



- Lá vem você com suas crenças teosóficas.



- As vezes acho que você esconde algo nesse sentido.



- Admito que não posso revelar o que sei a esse respeito. Alguns conhecimentos sobre as civilizações anteriores seriam extremamente prejudiciais às Nossas intenções se chegassem agora ao campo científico aberto.



- E acha que o que dissesse aqui faria alguma diferença? Por que não apenas satisfazer a curiosidade de quem só quer escrever ficção científica?



- Embora poucos saibam há muitos cientistas sérios estudando sobre isso no momento, qualquer comentário pertinente pode resultar numa descoberta precipitada.



Mas atenderei o seu pedido com apenas 3 afirmações.



Primeiro. O que as suas ciências ocultas pensam saber a respeito dessas civilizações anteriores se constitui em mais de 60% de pura fantasia.



Segundo. Jamais existiu um outro continente além dos que se conhece. Apenas ilhas.



Terceiro. Existe uma comissão secreta científico militar entre a França, Inglaterra, Vaticano, Noruega e Estados Unidos da América que sabe muito mais sobre aquilo que poderíamos chamar de Atlântida do que a humanidade jamais sonhou. Eles têm provas indiscutíveis mas não têm a mínima intenção de revelá-las tão cedo. E eu e ELE concordamos plenamente com isso.



- Essa não! Uma conspiração ao estilo Arquivo X! Mas me diga uma coisa. Se existiam mesmo tais gigantes por que nunca foram encontrados fósseis que comprovassem sua existência.



- Eu já disse isso antes. Porque o desenvolvimento da nova raça humana obedece a algumas regras que incluem eliminar a maior parte das evidências das raças anteriores para não haver interferência cultural maior do que as lendas já trazem.



- Não me convenceu.



- Problema seu.



Estágio de Evolução Planetário

- Voltando a questão a respeito do nível da raça humana. Sobre onde nós estamos. Procede a classificação do Espiritismo Kardecista por exemplo? Onde há 5 níveis de evolução de planetas: Primitivo, de Provas e Expiações, de Regeneração, Ditosos e Celestiais.



- Esse também é um ponto de vista válido mas para exemplificar melhor prefiro adotar uma divisão mais detalhada. Há planetas habitados onde ocorrem grandes ecossistemas com vida biologicamente avançada mas sem vida dita inteligente, que é aquela capaz de alterar seu próprio comportamento transcendendo radicalmente seus instintos naturais em múltiplos sentidos.



Acima destes estão de fato planetas PRIMITIVOS, onde as espécies inteligentes já possuem livre arbítrio, sobrepujam os instintos naturais, mas ainda não possuem um senso intuitivo mais evoluído e ainda estão muito presos a sobrevivência. Algumas características desse nível são a falta de escrita, e embora haja mitologia não ocorre uma teologia, filosofia ou ciência elaborada. Não existem então grandes países, apenas tribos e clãs, pois ninguém possui sabedoria ou força necessária para controlar maiores grupos.



Tais coisas só ocorrem no nível INICIÁTICO, o surgimento da escrita e outras formas de transmissão de cultura desenvolve um progresso antes impossível, dessa forma as idéias se estruturam dando origem as ciências, religiões e códigos. É comum o surgimento de enviados, indivíduos com um nível evolucional mais adiantado que antes encarnaram em outros planetas mais evoluídos, ou mesmo intervenção direta de inteligências extra planetárias, em geral são eles que dão partida ao processo. Nesse período surgem as civilizações e o desenvolvimento pode se dirigir para rumos bastantes distintos como o tecnológico, o místico ou o artístico entre outros.



O fator mais comum que ocorre para a manifestação do próximo nível é o surgimento em massa de enviados oriundos de planetas superiores mas apenas através de encarnações, pois via de regra a intervenção direta fica muito restrita. Tais enviados não são globalmente evoluídos necessariamente, mas podem ser apenas adiantados em um ou outro aspecto. Eles dão partida a inúmeras novas e revolucionárias correntes que não raro se chocam diretamente, ou em cada época promovem grandes mudanças na estrutura das civilizações. Esse é o nível do DESENVOLVIMENTO, que teve início na Terra há cerca de 3.000 anos atrás e é caracterizado por fenômenos humanos que tendem a se alastrar em grande proporção como foram por exemplo o Budismo e o Cristianismo, ou indivíduos que promovem grandes anexações como Alexandre o Grande e Gengis Khan. E é o nível que a Humanidade terrestre está começando a concluir.



Há pouco tempo teve início o processo de influência cósmica que está dando partida na próxima fase para este mundo, que será o nível do CONSENSO. É a era de Aquário citada pelo místicos. Nessa fase as grandes correntes de pensamento e comportamento irão gradativamente diminuir suas divergências e o fundamentalismo e dogmatismo entrarão em processo de extinção. Muitos processos já foram iniciados sob esta influência embora a maioria não se aperceba de suas possibilidades. A Globalização em massa é um deles. Apesar do que ocorre e do que possa parecer, nesse estágio o desenvolvimento tecnológico não é vital, sendo possível que o planeta atinja esse nível bem mais pacífico, produtivo e equilibrado, até mesmo sem eletricidade. A Terra na verdade tem apresentado um desenvolvimento tecnológico bem adiantado em relação ao seu desenvolvimento consciencial, por isso esteve em vias de promover uma auto destruição genocida, risco que ainda não está eliminado. Tal progresso é raro em planetas no nível de Desenvolvimento. Nesse nível também a intervenção extra planetária direta será realçada mas ainda não de forma ampla.



- Então a Terra está entre o segundo e o terceiro nível. E quais existem além desses?



- Os próximos são o de escalada rumo ao verdadeiro entendimento global do funcionamento do universo. Um tipo de Desenvolvimento do Consenso esclarecido, a ASCENSÃO. Quando um nível alto e comum à maioria dos habitantes for atingido então a raça do planeta estará apta a ajudar diretamente no desenvolvimento de outros planetas. É só aqui que serão possíveis os deslocamentos espaciais físicos interestelares e diversas outras tecnologias que hoje são consideradas improváveis. Tal nível científico é incompatível com níveis evolucionais mais baixos porque acabariam por gerar dispersão e colapso no desenvolvimento planetário, isso se não servirem de meio para a auto destruição em massa.



- Equivalente ao que ocorreria se a Humanidade já tivesse tecnologia nuclear no Renascimento?



- Mais ou menos. Ocorreria muito provavelmente uma aniquilação inconseqüente.



- E após o nível da ASCENSÃO?



- Evidentemente o do APOGEU. Que é o estágio máximo de uma civilização. Nesse nível ela atinge o maior grau de atividade e predominância em seu setor da galáxia, orientando e mesmo dando origem a muitas raças, liderando ligas extraplanetárias e tomando as diretivas de desenvolvimento tanto físico quanto extrafísico.



Consequentemente ocorre após isso o processo de acomodação e decaimento, não no sentido pejorativo da palavra mas apenas como um fenômeno natural para todas as coisas que existem na linha do tempo.



- Uma espécie de velhice?



- Não. A raça gradualmente atinge o nível de TRANSCENDÊNCIA do plano físico, não mais necessitando de existência corpórea densa. Passa a viver apenas nos planos superiores.



- Espere. Então a raça humana nasceu, teve a infância e o desenvolvimento estando agora saindo da adolescência, atingirá a idade adulta e mais produtiva nos níveis da ASCENSÇÃO e APOGEU, onde dirigirá ou mesmo criará outras raças. E finalmente cessará suas atividades.



De certa forma então, ela tal como qualquer ser vivo, Nasce, Cresce, Reproduz-se e Morre, mas assim como o ser humano passa pela infância mitômana, a adolescência contraditória, a pós adolescência construtiva, a maturidade produtiva e por fim o descanso na velhice.



- Bem. É sem dúvida uma boa analogia, basta acrescentar a TRANSCENDÊNCIA da morte.



- E agora uma pergunta mais crucial. A humanidade terrestre está onde devia estar? Poderia estar mais evoluída?



- Deveria estar! Como eu já disse ocorreram muitos atrasos que prejudicaram o histórico de desenvolvimento desse planeta. Basta ver que o risco de uma auto destruição em massa foi latente no período entre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, isso é um estado que se deve evitar, coisa que ELE! Deveria ter feito melhor!



- Espere! Está confuso. Como o risco de uma hecatombe nuclear foi maior antes da Guerra Fria? Se o nível tecnológico está muito alto então por quê estamos atrasados? Não estaríamos adiantados?



- Não confunda as coisas. Antes de tudo eu disse que o risco de uma guerra nuclear antes da Guerra Fria era maior porque a Guerra Fria foi exatamente um pacto secreto de não agressão direta entre as duas superpotências de maiores arsenais nucleares. Durante a crise dos mísseis cubanos por exemplo, pouco antes de tal pacto, ocorreu o momento que mais se aproximou da hecatombe. Eu estava lá e acompanhei o processo, e garanto a você que havia indivíduos tão tensos que bastaria um beliscão para dar início ao desastre que apesar do que muitos podem achar, não me interessaria em nada.



E respondendo a pergunta mais importante. Não é o nível tecnológico que está muito alto! É o nível de consciência que está muito baixo! E graças a quem?



Houve um período muito promissor da história humana. Há cerca de 2.500 anos vários enviados surgiram na Terra, no oriente Sidarta Gautama, o Buda, deu início a um movimento de psicologia esotérica que até hoje configura a base da mais avançada das grandes religiões, também o Taoísmo de Lao-Tse. No ocidente surgiram vários filósofos gregos que começaram a estruturar o pensamento humano prometendo um avanço global científico, moral e ético. A filosofia grega deveria se alastrar pelo ocidente e o Budismo pelo oriente, que somado ao Taoísmo resulta num tipo de filosofia diferente. O encontro dessas correntes deveria ser pacífico e complementar e ocorreria no oriente médio, norte da África e Oeste da Ásia. Apesar das divergências iniciais, esse encontro daria início ao processo que elevaria o pensamento terrestre a níveis que superariam em muito o nível de consciência mundial de hoje. Tudo estava ocorrendo perfeitamente! Ia dar certo! A ciência avançaria nos moldes de uma filosofia de visão global, e a mística e metafísica impediriam o materialismo. Dessa forma hoje a humanidade deveria estar entrando em nível de ASCENSÃO, já conquistando o espaço exterior e interior e já promissora na processo do auto conhecimento.



Foi então que aconteceu a Maior Desgraça da História da Humanidade!



O Anticristo

- Essa não! Você está se referindo ao Cristianismo não?



- Mas é claro! O que poderia ser pior? Foi o surgimento do Cristianismo que interrompeu esse processo, bloqueando o pensamento em nome da fé e criando a terrível Igreja Católica Apostólica Romana, mergulhando o ocidente na Idade das Trevas, onde todo o progresso consciencial simplesmente regrediu a um estado pior que o da barbárie. Foi o Cristianismo que precipitou o surgimento do Islamismo que passou a se alastrar pelo oriente prejudicando também todo o seu desenvolvimento. O Budismo ficou restrito praticamente só à China e Japão, onde suas filosofias isoladas do resto do mundo eram inertes demais para efeito prático, resultando apenas num segmento social ascendente mas sem grande reflexo na demais humanidade. O próprio Budismo foi se deteriorando até se tornar uma religião muito ritualística, icônica e especulativa não muito diferente do Cristianismo medieval em sua essência, embora jamais tenha causado um dano tão monstruoso quanto o que foi feito pela Igreja Católica.



- Quer dizer então que a vinda de Jesus Cristo a Terra foi um retrocesso?



- Não. Quero dizer que o Cristianismo deu origem a um retrocesso evolucional a Terra.



- Isto está parecendo Nietzche em seu livro O Anticristo, que para quem não sabe é uma crítica violenta ao Cristianismo como instituição. Mas Nietzche não ataca a figura de Jesus Cristo em si, até pelo contrário. Ela ataca o que o Cristianismo se tornou nas mãos de Roma. Sua posição seria a mesma? Ou melhor perguntando, qual sua opinião pessoal sobre Jesus Cristo?



- Sobre quem?



- Jesus Cristo!



- Que Jesus Cristo?



- ??? Essa não! Não vai me dizer que...



- Acho que tenho uma má notícia para você. O Jesus Cristo em que você acredita jamais existiu.



- Mmmmmmmmmmmmmm. Pode começar a explicar.



- Explicar o quê? Basta um processo primário de raciocínio para se concluir a absoluta ausência de evidência sobre a existência deste personagem histórico. Bastam 3 observações para colocar sua existência em Xeque, talvez até Xeque-Mate.



- Quais?



- Primeiro. Tivemos na Terra nesse nível de Desenvolvimento Planetário vários profetas. Abraão, Moisés, Zaratustra, Sidarta Gautma, Lao-Tsé, Guru Nanak, Maomé e etc. etc. Todos esses possuem alguma evidência comprobatória pelo menos relativa, que é o fluxo de acontecimento da história que se daria de forma diferente caso não tivessem existido. Jesus não tem nenhuma.



- Espere aí. Como a existência de Jesus não alterou a história?



- O que alterou a história foi o cristianismo, plenamente edificado décadas após a morte de seu suposto profeta. A passagem de Jesus em si mesma nunca teve qualquer repercussão histórica. Todos os profetas deixaram sua doutrina em escrituras que lhes eram contemporâneas. O evangelho sobre Jesus foi escrito mais de 40 anos após sua morte, quando qualquer evidência de sua passagem já teria sido perdida ou seria totalmente incomprovável a não ser por documentos. Todos os documentos apresentados pela Igreja que poderiam atestar algum registro sobre Jesus Cristo foram descaradamente forjados, e mesmo que não fossem são vagos. Esse é o segundo motivo.



O terceiro motivo. Jesus viria a Terra como o profeta seguido a Moisés, seria então o rei dos Judeus, o Messias, seu libertador. Os Judeus o esperavam há séculos. Por que eles não o aceitaram?! Se são justamente os maiores entendidos no assunto. O Evangelho diz que ele não veio derrubar as leis da Torah, no entanto ele violou várias. Trabalhava todos os dias, protegeu a mulher adúltera indo diretamente contra a lei Judaica, ao se omitir em seu julgamento perante Pilatos de certa forma prestou falso testemunho. Diz que ele traria a espada, no entanto sua doutrina é anti violenta tanto a nível literal quanto figurativo. Ele nada têm haver com o livro Judaico, o Velho e o Novo testamento são essencialmente antagônicos a não ser nos livros não evangélicos que mesmo assim foram adulterados. Os Judeus estão certos nesse sentido. Aquele não era o Messias que eles esperavam.



- Mas por quê não poderia ser um outro messias?!



- Então por que os Cristãos insistem em associá-lo a tal?



- ...



Espere aí! Tem alguma coisa errada aqui. Primeiro, você disse que as correntes do oriente e ocidente deveriam se encontrar. Ao que me parece o Cristianismo atende essa característica, ele possuí uma forte base filosófica grega e ao mesmo tempo um esoterismo comparável ao do oriente. Segundo, você estava se referindo a Jesus sempre no Futuro do Pretérito, de repente passou a falar no Pretérito Perfeito.



- A-há! Pensei que você não ia notar! Quanto a sua primeira colocação. De fato o Cristianismo possui considerável influência da Filosofia Grega, e componentes místicos equivalentes aos orientais, principalmente aos do Budismo, são na verdade o que trás a mais revolucionária essência do Evangelho. MAS!!!



Há também uma forte influência da religião romana, similar a grega mas em nada relacionável a filosofia, e o pior, por quê há uma base Judaica tão forte?! Que em nada contribui tanto a nível filosófico quanto esotérico.



A resposta está relacionada ao fato de eu ter usado o futuro do pretérito para me referir ao personagem fictício, mas ter usado o pretérito perfeito para me referir a um certo galileu pregador que de fato existiu tendo inclusive sido crucificado, mas esse notável personagem real está tão longe de ser aquele que ficou nos testamentos, que não dá para dizer que é o mesmo.



- ...É, eu...Hã....



- Sim! O cristianismo seria uma tentativa de fundir correntes filosóficas entre ocidente e oriente, para isso apelou para um espetacular e genial cocktail, composto dos seguintes ingredientes:



Um certo profeta real que teve uma repercussão menor mas adequada.



Bases míticas de diversas religiões sintetizadas num personagem mais atual e convincente.



Metade dos elementos reais que figuraram a história de Buda.



Teologia organizada, Metafísica, frutos da filosofia grega.



Feitos fictícios mas apaixonantes que configurariam um herói.



Um rompimento com o que se esperaria de mais convencional, como um líder guerreiro violento.



Um caráter revolucionário e surpreendente.



E mais uma série de outros itens que devidamente misturados resultariam na mais espetacular corrente filosófica da história. Forjada! Mas bem intencionada e eficaz! Uma idéia fantástica e que tinha tudo para dar certo, só que acabou dando completamente, desastrosamente errado.



- E de quem foi essa idéia?! DELE ou sua?!



- Essa é a melhor parte!!! De nenhum de nós exatamente. Foi uma iniciativa humana e é por isso que não pudemos interferir, caso contrário não teríamos deixado ir por água abaixo. Foi a prova cabal que a humanidade estava evoluindo, conquistando o conhecimento. Para mim era um vitória mas para Ele apesar de fugir de seu conceito original, também era uma alegria! Tanto que deu até uma mãozinha.



- Mas e por que então deu errado?!



- Porque subestimamos a influência terrível do Ódio, do Medo, e da Ignorância.



- Sim?



- O cristianismo original, Evangélico, nos textos cujos maiores sobreviventes foram Mateus, Lucas, Marcos e João, estava contido o fundamento de toda essa nova e espetacular corrente que nem poderia ser chamada de religião. Ela libertava o pensamento mas ao mesmo tempo reforçava a necessidade da intuição, falava na integração das naturezas opostas humanas, na revalorização do elemento feminino não só através das mulheres mas também da própria feminilidade masculina, pelo despertar e reforço da compaixão, humildade e benevolência. Clamava pela liberdade em todos o níveis, por isso conquistou escravos, mulheres e pobres mas sem desprezar o ricos e poderosos que sentissem necessidade de algo superior. Era a mais perfeita mensagem integrativa até então e como tal, poderosamente envolvente e sedutora, capaz de despertar nos povos os mais nobres sentimentos.



O próprio povo romano conheceu isso de maneira radical, ao ficar impressionado com a atitude serena e firme dos cristãos em frente a morte, em frente aos leões. Era algo que despertava incrível força interior no ser humano e por isso acabou por se disseminar amplamente. Prevendo o inevitável, Roma não teve outro remédio a não ser se render a essa nova onda, mas é claro que não poderia deixá-la destruir sua estrutura de dominação e imperialismo. Por isso tiveram uma idéia no mínimo maligna.



O evangelho desperta os mais elevados valores no ser humano, e prega uma total abstinência da violência e da dominação sobre o próximo, mas como poderia um império ser mantido com uma filosofia destas?! Com que argumento moveriam seus exércitos e empunhariam a força?! Como continuar escravizando, pilhando, subjugando, se a doutrina maior lhes dizia exatamente que era isso que não deviam fazer?!



A solução foi evidentemente a manipulação, para isso contaram com toda uma estrutura para filtrar o Evangelho e dele extrair aquilo que lhes seria benéfico eliminando o que poderia lhes prejudicar, e assim sendo ficaram de fora 95% dos escritos dos evangelistas, que foram considerados Apócrifos. Para piorar corromperam os dois maiores traidores do Cristianismo original, Pedro e Paulo!



Esses dois tiveram o cuidado de extrair o pior do cristianismo ainda que mais por ignorância do que por má intenção. Se você observar no Novo Testamento verá que praticamente todas as passagens que pregam uma atitude radical contra outras culturas e outras doutrinas, que usam constantemente a ameaça ou induzem a criação de uma instituição religiosa dominadora são trazidas por esse dois Pseudo-Evangelistas, distorcendo a idéia original do Cristianismo e transformando definitivamente numa Religião.



Não é difícil reparar a diferença de conteúdo dos textos redigidos por Marcos, Mateus, João, Lucas e até Tiago com os desses dois deturpadores principalmente Pedro, a "Pedra Fundamental da Igreja". Os primeiros enfatizam fortemente o amor e a compaixão, os últimos enfatizam a pressão psicológica e a dominação. Nem preciso citar versículos, pegue o Evangelho agora e leia algumas passagens quaisquer comparando-as e verá isso quase que imediatamente.



Não parou por aí, na verdade nem sequer começou pois esses dois já estavam distorcendo a idéia original mesmo antes de se envolverem com os dirigentes de Roma. Para prosseguir com sua intenção deliberada de utilizar o Evangelho não como forma de libertação mas sim como mais uma de dominação, os romanos perceberam que mesmo as passagens mais propensas a uma indução do uso da força no Evangelho ainda eram pouco para justificar um novo sistema de opressão. Continuava a dúvida, tinham uma forma de seduzir os povos com o Evangelho, atraíndo-os pelo amor, mas como doutrinariam os que simplesmente se recusassem, os que contestassem, tivessem outras idéias ou mesmo aqueles que sentissem que ocorria alguma coisa errada com essa forma de se conduzir as coisas?!



Tiveram então uma idéia brilhante e ao mesmo tempo aparentemente absurda, e a forma como conseguiram fazê-la funcionar chega a ser macabra. Se aproveitaram da tênue relação entre a nova doutrina cristã e a velha doutrina judaica, e conseguiram através de muita força e pressão, fundí-las numa só religião, criando sem dúvida o livro sagrado mais confuso e antagônico de toda a história da humanidade!



Por um lado tinham o Cálice da vida na doutrina evangélica, simbolizado inclusive pela última ceia, com isso seduziriam e acalmariam os povos, mas por outro lado tinham a espada da velha religião dos hebreus para punir com a força aqueles que não se submetessem, sob a constante ameaça da "ira de deus" e da danação eterna. Tinham então uma religião que ora se baseava no Amor, ora no Terror. Se a evidente contradição fosse percebida bastaria lançar mão de algumas obscuridades em ambas as doutrinas, como dizer que Jesus veio não para abolir as leis dos judaicos, que era o que dava a entender, mas sim para aperfeiçoá-las e torná-las melhores, o que com uma pequena alteração ficou como cumprí-las e glorificá-las. Assim como tiveram o cuidado de ressaltar tudo o que pudesse dar a entender que Jesus seria de fato o novo profeta dos Judeus, forçando então uma relação entre as duas religiões. Mas me responda, se é assim por que os próprios Judeus não o aceitaram?! E por quê tiveram que alterar tantas partes do livro original judaico?!



Tanto de um quanto de outro, eliminaram tudo que pudesse deixar aquela farsa evidente demais, fizeram uma confusão capaz de iludir até os mais inteligentes que seriam assaltados no mínimo pela dúvida. Para eliminar qualquer foco de resistência conseguiram praticamente banir o raciocínio e substituí-lo pela fé, o que resultou na decadência da filosofia. Caçaram sistematicamente qualquer outra informação a respeito do cristianismo como por exemplo os Evangelhos Gnósticos, destruíndo-os impiedosamente. Através das palavras de Pedro, que contra todos os outros evangelistas de verdade, reiterou a submissão feminina, reduziram toda e qualquer forma de religião antiga baseada no culto à vida e às deidades femininas e maternas em nada mais que cultos obscuros que mais tarde foram difamados com o nome de bruxaria. As muitas líderes femininas do movimento cristão foram sufocadas assim como qualquer enfoque mais elaborado a respeito da valorização do Amor, Perdão, Compaixão e etc.



E assim, de maior esperança da humanidade o cristianismo foi convertido na maior desgraça, o Amor em Cristo pelo Cálice da Vida, passou a ser a Ira de Deus pela Espada da Morte.



Não consigo imaginar nada pior.



Religiões

Passei uns 3 minutos remoendo tudo aquilo, sem dizer uma palavra, até que...



- ...O que... Posso dizer?



- Você sabe disso! Sempre soube!



- É mas... Nunca pensei dessa forma. E quanto às outras religiões? Você se referiu ao Islamismo e ao Judaísmo, que estão diretamente envolvidos nessa questão. E quanto a eles?



- O Judaísmo não passa de uma mistura de crenças hebraicas, inclusive com muita influência Babilônica, primitivas, baseadas num modelo comum daquela época, de deuses guerreiros que disparavam raios e arrasavam cidades inteiras em benefício de seus seguidores. Mais tarde com a aparição de Moisés, na realidade um Egípcio autêntico como disse Freud, ele foi melhor organizado e reestruturado, principalmente em torno do Decálogo. De fato houve uma pequena intervenção DELE em favor de Moisés que era um sujeito excepcional, incrivelmente inteligente e com muitas habilidades pára psíquicas ainda latentes. Mas foi no final das contas um tremendo erro, e isso eu sempre disse.



- Ele fez mesmo todas aquelas coisas?



- Nada! Foram acontecimentos normais tais como pragas e fenômenos atmosféricos que por um acaso e uma mãozinha DELE coincidiram numa sucessão temporal bem maior do que os Judeus costumam dizer. A transformação do rio em sangue foi nada mais que uma ilusão de ótica, a morte dos primogênitos praticamente uma balela. De fato Moisés previu a morte do filho do faraó, vítima de uma virose comum assim como coincidentemente de alguns outros sacerdotes egípcios. Foram na verdade apenas alguns.



A travessia do Mar Vermelho é um fenômeno natural que acontece com freqüência até hoje, quando uma parte de areia emerge devido aos movimentos hidrodinâmicos. Os egípcios chegaram dias depois dos hebreus as terem atravessado, sequer tentaram.



Todos esse feitos foram posteriormente exagerados e transformados em lendas para embasar a supremacia desse povo que até hoje têm fortíssima influência no mundo.



- Aliás você aniquilou qualquer possibilidade deste diálogo vir a ser um filme de Hollywood. Bem, e quanto ao Islamismo?



- Depois do desastre do Cristianismo Nós simplesmente desistimos. Isso mesmo! Demos um tempo! Deixamos a coisa correr com ainda menor interferência direta, mas alguns de Nós sempre acabam se envolvendo. De fato um daqueles que poderíamos chamar de anjos, entrou mesmo em contato com Maomé, revelando-lhe uma série de instruções que ficaram no Alcorão.



Esse anjo, que aliás eu mesmo aniquilei depois, tinha uma visão bastante radical das coisas, tendo sido repreendido até mesmo por ELE, mas aí o estrago já estava feito e como decidimos não mais intervir por um bom tempo, deixamos as coisas correrem por si só.



Foi outro desastre! Os muçulmanos cometeram os mesmos erros de sempre, caindo no dogmatismo e cegueira, entraram oriente adentro arrasando com diversas religiões que tinham muito mais chance de trazer alguma coisa mais construtiva. ELE até concordou que uma revelação tão severa poderia ser mesmo benéfica, mas depois de tudo o que ocorreu deu o braço a torcer. Foi outra desgraça!



Mas ainda assim eu digo que não foi tão lamentável quanto o Cristianismo, ainda que os próprios cristãos tenham detido seu alastramento, não fosse por isso o Islã já poderia ter engolido a Europa na Idade Média e consequentemente o mundo.



- Dentre todas as religiões então quais as que você considera melhores? Mais adequadas à evolução humana?



- Nenhuma! As religiões são doenças lamentáveis que corrompem e destroem o mundo e o ser humano. Por culpa delas este planeta está tão atrasado, e não duvide que elas, principalmente estas que acabamos de falar, acabem de fato pondo fogo em todo o mundo da forma que suas imbecis crenças em Juízo Final insistem em pregar.



É claro que há as menos piores, as chinesas por exemplo, mesmo assim o que há de melhor está em sua essência básica, aquela que ficou para trás sendo abafada posteriormente pelos ritualismos e cada vez piores reinterpretações.



Todas começaram relativamente bem, há no princípio de todo movimento que vêm mais tarde dar origem a uma religião, uma intenção nobre e construtiva, capaz de elevar de fato o ser humano, haja visto o cristianismo primitivo, mas com o tempo só tendem a piorar. Nem o Budismo escapou disto.



- E por falar em Juízo Final...



Esta segunda metade do diálogo consumiu maior trabalho de compilação, pois as informações estavam bem fragmentadas em diversos trechos separados, obrigando-me a reunir várias partes isoladas em basicamente 3 itens específicos e correlacionados, e que interessam a todos. O Juízo Final, a Vida pós-morte e a Reencarnação.







Segunda parte

JUÍZO FINAL

- Afinal, haverá um Apocalipse, um grande evento destruidor no... "Final dos Tempos"?



- Já parou para refletir sobre o significado destas palavras?



- Apocalipse?



- Quer dizer...



- Revelação! Está bem... Me refiro a um Armaggedon.



- É apenas um substantivo relativo a um local.



- Local?



- O vale de Meggido. No oriente médio.



- Tá. E a palavra Juízo Final?



- Um juízo, quer dizer um julgamento, só poderia ser final se a história e a evolução acabassem. Pode até haver um Grande Juízo, mas nunca um Final.



- Final dos Tempos nem pensar?



- Não se faça de bobo, você conhece palavras melhores.



- Está bem. Me refiro a um grande e global evento traumático de transição mental planetária em que...



- Estamos estudando o assunto, mas eu sou contra.



- Contra?! Então você é contra um... grande cataclisma? E quanto as milhares de profecias?



- Imaginar um fim para todas as coisas é comum à mente humana, mas na realidade nunca é de fato um fim, apenas uma passagem. ELE tinha planos para zerar a evolução espiritual deste planeta, mas nós o impedimos. Até hoje Ele ainda estuda um meio que causar outro evento suficientemente drástico para permitir um recomeço, mas é evidentemente muito complicado. Quando se atinge um número muito grande de seres vivos conscientes sobre um planeta, qualquer alteração no plano espiritual se torna muito mais difícil, ocorre um tipo de inércia.



ELE sabe que não há mais como controlar diretamente os humanos devido ao seu nível intelectual atual, por isso ainda pensa em demolir-lhes a infra estrutura de modo que ainda possa restaurar parte de seu poder. Só que isso eu não pretendo deixar de modo algum, prefiro a raça humana assim como está.



- Então não teremos um grande cataclisma?



- Dependendo de mim definitivamente não! Mas Ele, e alguns de seus aliados, ainda estão tentando. Chegaram até mesmo, em mais de uma ocasião, iniciar influências que poderiam ter levado a uma Guerra Nuclear, mas eu e meus associados conseguimos frustrar suas intenções.



- Ao que me parece então o... "Diabo" tem levado a melhor em proteger a raça humana da destruição.



- Pode interpretar assim se quiser, mas eu apenas estou ajudando vocês a serem o que vocês são, embora seja óbvio que um ou outro cataclisma local ocasional possa mesmo ser útil.



- E você? Tem algum em mente?



- Na verdade sim, estou pensando seriamente em destruir Jerusalém.



- O QUÊ?!?!?!



- Falo sério. Seria muito útil, eliminaria de uma vez por todas com a base das disputas do Oriente Médio.



- Mas isso daria origem a uma... O Oriente Médio viraria um caos!



- Não se forem observadas duas condições. Primeiro que não haja vítimas fatais, ou haja o mínimo possível, por isso a destruição teria que ser anunciada com muita antecedência para permitir a evacuação do local.



- Duvido! Os fiéis não irão abandonar Jerusalém. Morreriam mas não sairiam!



- Pois esses mais fanáticos podem morrer a vontade que não farão falta. Seria útil dar um bom tempo para que se preparasse a evacuação e para que os cientistas registrem o máximo possível o patrimônio histórico e arqueológico, de modo a atenuar a perda.



Segundo, seria necessária a aniquilação absoluta do local, deixando um buraco de algumas centenas de metros de profundidade, de modo a que não ficasse nada que pudesse servir de objeto de disputa, e seria também muito importante inundar o local com radiação e substâncias tóxicas, inviabilizando por pelo menos uns séculos qualquer tentativa de reocupação mas sem permitir que o dano ecológico se espalhe, o que seria possível com uma cratera razoavelmente funda.



- ...Eu ... Mal posso acreditar...



Até que enfim! Já estava duvidando que você fosse mesmo o Diabo, mas agora acredito, pois essa idéia só poderia vir de uma mente verdadeiramente diabólica!



- Ha ha ha...



- Mas... Para quê isso?!



- Destruiria os fundamentos das 3 grandes religiões abraâmicas. Nenhuma delas prevê algo sequer parecido com esse acontecimento, que a cidade santa seja aniquilada mas o restante do mundo preservado.



- Preservado?! A repercussão seria devastadora!



- Mas permitiria, após um inevitável período de caos, que a humanidade fortalecesse sua posição secular, as religiões perderiam a força, todas as organizações terroristas perderiam sua causa, e Israel praticamente seria desmantelada.



- E ELE!? Permitiria isso!?



- Sinceramente duvido que tente impedir, mas alguns de seus associados talvez.



- Espere aí! Se você pretende mesmo fazer isso não deveria manter segredo?!



- Não é segredo! Quase todos no plano espiritual já ouviram falar deste projeto, e para ser sincero basta observar a trajetória histórica de Jerusalém e perceber que isso não seria muito inusitado, na verdade os eventos parecem induzir tal fato.



- E quem jogaria a bomba lá?! Nem mesmo as potências mundiais tem armas tão poderosas para fazer esse estrago!



- Ah... Isso eu não posso revelar, mas tenho uma ótima carta na manga. Basta esperar o momento certo, e se as condições realmente forem favoráveis, levaremos o projeto adiante.



- E você acaba de me dar uma informação que pode me deixar famoso. Se eu espalhar por aí uma profecia sobre isso, se, e quando acontecer, posso me dar bem!



- Tem certeza? Dependendo do grau de precisão de sua profecia você poderá ganhar uma estadia em alguma prisão federal respondendo intermináveis interrogatórios sobre sua possível ligação com os envolvidos no evento. A CIA, Israel e os países Islâmicos partirão para cima de qualquer um que possa estar envolvido. Ocorrerá uma paranóia total. Quer mesmo brincar com isso?



- Bem...



- Além do mais você não pensa que eu lhe contei meu plano em detalhes não? Talvez ocorra de modo tão diferente do que eu lhe disse que sua profecia seria tão precisa quanto as da Mãe Diná!



- Droga! Você está brincando comigo!



- He he he...



- Bem que dizem que o Diabo é o pai da mentira.



- ...Hummpfff... Está bem vamos mudar de assunto.



VIDA PÓS-MORTE

- O que acontece quando morremos? Isto é, quando nosso corpo físico deixa de funcionar.



- A existência acaba.



- Mas há um espírito que deixa o corpo?



- Mais ou menos. Na realidade os termos espírito e alma são apenas variações para designar algo muito mais sutil.



- Qual das religiões está mais próxima da verdade?



- As espiritualistas acertaram algumas das linhas gerais, mas no fundo, a realidade é bem diferente.



- Mas pode-se dizer que a vida pós-morte, a reencarnação, evolução e etc, seguem os princípios gerais das religiões espiritualistas?



- Depende do nível de simplificação que lhe interessar.



- Por exemplo, o que estaria mais próximo da verdade: as orientais ou as ocidentais?



- Difícil dizer, cada uma acertou e errou em pontos distintos.



- Você poderia dizer alguma coisa mais concreta?



- Se quiser informações simplificadas, fique com seus livros espiritualistas, não faz muita diferença e não creio que seja um assunto que mereça tanta atenção se for tratado nesse nível, mas se você quiser saber algo mais profundo, deve estar preparado para uma revisão total em suas crenças.



- Mas se os espiritualistas acertaram em alguns pontos...



- Que tipo de conhecimento sobre física quântica você acha que é possível transmitir a pessoas sem nenhuma formação científica? Apenas generalizações que acabam por levar a mal entendidos, mas nesse caso a situação é ainda pior, pois não há realmente nenhuma forma de se explicar com precisão o funcionamento do plano transcendente. Não há linguagem humana suficientemente desenvolvida para isso. Na verdade, nem mesmo os seres mais evoluídos compreendem totalmente esse funcionamento, eu também não compreendo, mas posso explicar para você uma interpretação menos contaminada por crenças antigas e superstições pré-histórias ou medievais, se estiver mesmo disposto a ouvir.



- O que o faz pensar que eu não estaria?



- Ao final de tudo, você mesmo irá entender porque talvez preferisse não saber de nada.



- Muito bem! Estou pronto.



- Você conhece o significado do termo "espírito"?



- Sim. Quer dizer algo como "sopro". Os antigos perceberam que quando alguém deixava de viver, parava de respirar, e acreditavam que esse... "Ar" que deixava de habitar o interior do corpo era um tipo de essência de vida.



- Muito bem, mas hoje se sabe que nada mais é do que um composto de gases necessários a manutenção do organismo. O termo "espírito" deriva de uma antiga superstição, e toda uma gama de crenças, conceitos e teorias foram desenvolvidas em cima de termos lingüísticos criados por pessoas de uma época remota sem qualquer conhecimento organizado, e dessa forma, os erros iniciais se perpetuaram indefinidamente através das deficiências da linguagem humana.



Todas as crenças espiritualistas terrestres se baseiam em erros semelhantes, e dessa forma foram construídas sobre uma série de metáforas extremamente imprecisas que falam sobre algo que desconhecem completamente. A Intuição é louvável, mas é impossível traduzir os conceitos eficientemente. Disso decore que pensar em algo como alma, espírito ou mônada já é um ponto de partida falho, pois simplesmente nada há que de fato mereça ser chamado de "espírito".



- Não existe espírito?



- Numa interpretação mais profunda, não.



- Mas você tanto se referiu ao mundo espiritual!



- Eu tinha que usar sua linguagem. É como explicar conceitos complicados a crianças, não há como não simplificar.



- Mas então o que existe afinal?!



- Na realidade, nada! Você deixa de existir, sobra contudo um tipo de "eco".



- ...Eco?



- Sim, uma "ressonância", uma "vibração". Algo para o qual não há terminologia nas linguagens terrestres.



- Mas não equivaleria a espírito?



- Considerando que esse eco é algo inconsciente, sem vida e totalmente desprovido de qualquer coisa que você gostaria de chamar de essência... Não.



- Quer dizer que depois que eu morrer, tudo que sobra é uma...



- Uma onda! Tal como um som, ou uma imagem vagando. Como uma estrela que tenha deixado de existir há milhões de anos, restando apenas sua imagem, suas ondas eletromagnéticas ressoando pelo espaço.



- Isso não é nada animador. Então não há vida pós-morte.



- Literalmente não.



- Nem reencarnação, nem...



- Espere. Há algo que pode ser chamado de reencarnação, embora seja mais uma termo errôneo aplicado para uma simplificação grosseira.



- Ah... Espere aí! Se não há espírito como pode haver algo como, "a entrada do espírito em um novo corpo"?! Pois se essa onda, esse eco, puder entrar num novo corpo e trazer algo de sua existência anterior, então não passa de mais um termo para representar o mesmo conceito.



- É por isso que é difícil explicar. Você automaticamente força as idéias dentro dos termos que dispõe. Mas tente não empregar conceitos espiritualistas arcaicos. Usemos analogias mais sofisticadas. Raciocine como se essa onda fosse de fato um eco eletromagnético sutil. E tente relaxar, ouça, contenha-se, e aos poucos, me parece, você poderá compreender a idéia básica.



- Está bem. Prometo não interromper.



O CÉREBRO E A MENTE

- Os humanos tem um cérebro muito desenvolvido, onde ocorrem bilhões de reações químicas e sinais elétricos. Aliás, é a estrutura mais complexa de todo o Universo Físico que vocês possam conhecer. Tudo nesse Universo físico está interligado entre si, mas há planos mais sutis do que os que vocês podem ver, por enquanto. Tudo o que existe ressoa, reverbera no mundo físico em vários níveis. Seu corpo deixa uma imagem que pode ser captada mesmo daqui a milhões de anos em pontos remotos do espaço, os sons se perpetuam pelos meios densos, mas há outros meios sutis que permitem perpetuações ainda mais duradouras.



Nada há de mais complexo que a atividade cerebral, e ela deixa marcas, impressões, em certas "camadas" do Universo físico, inclusive uma onde nada mais consegue deixar qualquer registro. Vamos chamar essa camada de "Dimensão Mental". Nessa dimensão, nessa camada, os sinais emitidos pelo cérebro permanecem ecoando por períodos relativamente extensos de tempo. Quanto mais o cérebro trabalha, mais marcas ele deixa, mas as marcas mais fortes são aquelas cujo pensamento é mais profundo, desvinculado de maior parte das ações motoras e implicações fisiológicas. Isso significa que nada mais nada menos, a atividade mental racional deixa um eco mais profundo do que reações emocionais baseadas no corpo, e permanecem mais tempo ecoando, pois usam porções da massa cerebral que tem propriedades maiores de ressoar.



Dessa forma, o cérebro é um transmissor, capaz de operar numa camada muito mais precisa do que os demais meios físicos conhecidos por vocês. Nessa dimensão mental nada mais pode penetrar a não ser o eco da atividade cerebral, pois esta é muito específica, complexa e reúne uma gama de processos físicos incomparáveis.



Quanto menos "físico" for o "pensamento", mais abstrato, intuitivo, de razão elevada, mais forte é a impressão na dimensão mental, e mais tempo ela ecoa, ao lado das bilhões de outras impressões dos outros seres conscientes. Entenda bem, há também a presença de sinais mentais mais simples, até de alguns animais, mas são menos duráveis e mais fracos. Os mais fortes, são os humanos, e quanto mais concentrada e desenvolvida for a mente, mais intenso é seu sinal.



Sendo o cérebro o único capaz de gerar esse sinal, é também o único capaz de captá-lo, mas tal como os radio transmissores, ele precisa estar sintonizado em freqüências parecidas. Quando alguém morre, seu cérebro se dissolve, e sua existência cessa, mas seu sinal mental permanece vagando, com uma série de freqüências específicas. Cedo ou tarde, em algum lugar, um outro cérebro, por motivos puramente casuais, irá operar em freqüências mais ou menos similares, e então ele começa a captar os sinais mentais que lhe forem compatíveis, e isso influencia sua existência.



Dependendo do grau de similaridade dos cérebros, e de seus modos de operação, essa influência pode ir desde simples afinidades superficiais até uma recuperação total do conteúdo mental. E não apenas dos sinais mentais de pessoas que já faleceram, mas também de outras pessoas vivas, você realmente poderia transmitir seu sinal mental para um outro cérebro, se sua mente estivesse devidamente treinada a esse nível.



Em maior ou menor grau, praticamente todos os sinais mentais são captados por praticamente todos os cérebros, porém a confusão é gerada não só pela multiplicidade de sinais, mas pela imprevisibilidade da formação dos cérebros. Se algum cérebro em algum lugar do mundo fosse suficientemente parecido com o seu, poderia até mesmo, neste exato momento, estar "ouvindo" esse diálogo, embora seja mais provável que ele esteja tendo idéias semelhantes, ou mesmo que esteja escrevendo sobre isso, com uma grau de semelhança imprevisível. Se não há cérebro com tal similitude agora, poderá haver amanhã, ou daqui a anos, ou séculos, porém, quanto maior for o seu tempo de vida e seu tempo de atividade cerebral elevada, mais forte é o seu sinal, e mais chance ele tem de ser captado.



Como eu disse antes, se daqui a milhares de anos surgir alguém que puder reproduzir seus processos mentais com suficiente precisão, muito do que seu cérebro produz aqui e agora pode ser recuperado, se o nível se similitude fosse tal que houvesse um duplicação de seus padrões de onda mentais, é possível que até mesmo suas memórias e suas impressões sensoriais voltem com exatidão. A isso podemos considerar como sendo algo similar a reencarnação. Mas perceba, não é você exatamente, e um outro Ser, uma outra mente, que capta, herda seus padrões, e então pode passar a viver como se fosse uma extensão sua. Mas não será você, ou se for, nenhum de nós tem como saber.



Vejo que você tem muito a perguntar.



- ... É. Ainda bem que vê. E nem sei por onde começar.



- Antes entenda que essa explicação ainda é uma simplificação da realidade, que é muito mais complexa e que nem mesmo eu a compreendo totalmente, talvez nem mesmo Ele! O Universo apenas é! Tem sido assim desde que me lembro. Entenda também que essa analogia só é atualmente possível porque a humanidade desenvolveu tecnologias que permitem a compreensão de conceitos como ondas eletromagnéticas. Seria muitíssimo mais difícil explicar esse mesmo conceito para um filósofo medieval por exemplo, a distância da realidade seria ainda maior pois as analogias seriam ainda mais forçadas. No futuro, surgirão na Terra novas idéias, novas descobertas e terminologias que permitirão analogias ainda mais refinadas, agora portanto não me parece possível uma explicação mais precisa do que essa.



- ELE!!! Você disse Deus! E você?! O que são vocês?! Não são também ecos mentais?



- Sim. Somos!



- Mas então... Vocês já tiveram, ou têm corpos físicos!



- Sem dúvida em algum momento do passado, as ondas que hoje constituem aquilo que poderíamos chamar de "nossas essências espirituais" foram enviadas por cérebros físicos. Mas sinceramente eu não sou capaz de rastrear minha própria origem.



- Mas você ainda tem corpo físico?!



- Não nesse exato momento. Mas eu posso providenciar alguns ocasionalmente.



- Mas se você disse que esse eco vagando não é na verdade a... Mente original, mas apenas um reflexo. Quer dizer então que você é só um reflexo? Não é você? Quero dizer...



- Suponha que algum milagre nesse exato momento produza uma cópia sua. Absolutamente perfeita e idêntica ao original. Esse outro você terá todas as suas memórias e saberá tudo o que você sabe, e estará livre e completamente autônomo, sendo capaz de agir por conta própria da mesma forma que você agiria.



Só que daí em diante vocês teriam vidas diferentes, seguiriam caminhos diferentes e com experiências diferentes gradualmente iriam se diferenciando. Me responda então: Aquele outro você continua sendo você?



- Não... Acho que não.



- Para ficar mais simples. Você abriria mão de sua existência mais facilmente porque há um outro você no mundo?



- De jeito nenhum.



- Então intuitivamente você já entendeu que aquele é um outro ser. Não é mais você. Agora, imagine esses dois você separados por um intervalo de tempo indefinido, que pode ser de até milhões de anos. Como você pode saber que esse você no futuro, terá de algum modo... A sua essência?



Ele mesmo não saberia. Teria todas as suas memórias e poderia estar plenamente convencido de que é a continuação do você que existe hoje, mas você, aqui e agora, teria a mesma certeza?!



- Quer dizer que eu poderia então desaparecer totalmente enquanto um outro eu pensa que o eu do passado continua existindo?



- Quero dizer que o você do presente não tem como saber se continuará a existir num você do futuro. Pense na sua cópia do presente, se uma não se deixa extinguir passivamente é porque sabe de alguma forma que deixará de existir apesar de sua cópia continuar viva. O você do futuro é ainda mais distante por estar num tempo diferente, que não permitiria sequer uma comunicação telepática que tornaria possível uma consciência bipartida. São seres distintos, podem compartilhar a mesma memória e até acreditar estarem um existindo através do outro, mas lembre-se que mesmo uma cópia você do presente poderia muito bem pensar que é o você original.



- Mas isso apenas sugere que não há como saber se continuaremos a existir ou não!



- Sim. Não há como ter certeza. Mas levando em conta dois seres separados pelo tempo e por existências diferentes, me incita a apostar que a existência original se extingue.



- Isso realmente não é muito animador. Quer dizer que apesar de haver coisas que funcionam como reencarnação, na realidade nosso destino mais provável é a extinção?



- Exatamente. Eu lhe disse que você poderia não gostar. É muito diferente do que suas religiões pregam. Se você esperava mais uma dose de frases bonitas e repletas de esperança numa singela vida espiritual, que você reencontraria seus entes queridos falecidos e que os males do mundo seriam compensados por uma justiça divina, então escolheu falar com a entidade errada.



- É... Afinal estou conversando com o Diabo... Não?



- Esta conversando com alguém que não está aqui para dizer o que as pessoas querem ouvir, o que lhes dá conforto. Digo o que sei sem me preocupar com nada disso.



- Mesmo assim... É tão...



- Você está mais abalado do que eu esperava.



- ... De qualquer modo... Não há certeza. Você disse que não há certeza.



- Sim. Não há certeza. Isso para você significa que ainda lhe resta esperança de vida eterna. Sim. Não há como lhe negar essa esperança, mesmo porque é impossível reprová-la.



- Então o grande mistério. O maior mistério de todos, que é o da existência, é também misterioso para vocês?



- Sim. É verdade. Mesmo o Ser Supremo do Universo, se é que há algum... Não teria como ter certeza da resposta para esse Grande Mistério, pois na realidade há uma contradição implícita.



- Contradição?



- Sim. A questão é a se própria Existência irá se perpetuar infinitamente, e apenas a mente individual poderia ter essa certeza. Porém, tal certeza só viria se a mente experimentasse uma extinção temporária e tivesse consciência disso.



Acontece que uma extinção é a ausência completa de qualquer experiência, é impossível ter memória da extinção em si. Tudo é existência. Se você fosse extinto e depois passasse a existir de novo, o máximo que poderia ter seriam recordações das experiências que lhe levam e crer que esteve extinto. Não faz o menor sentido uma recordação da não existência em si. Você poderia se lembrar do eventos que lhe ocorreram logo antes de seu novo período de existência, que levariam você a crer que morreu naquela situação. Depois, se lembraria do primeiros eventos desta nova existência e então iria deduzir que de algum modo você voltou a existir.



Mas você não pode saber que não existiu, apenas irá, com os dados que tiver, deduzir isso, e estimar talvez um período de tempo em que esteve realmente "morto", pois bilhões de anos ou um segundo não fazem diferença para a não existência, sua recordação seria a mesma. E mesmo um hipnólogo poderia lhe sugestionar, ou mesmo uma droga, ou uma série de eventos traumáticos, poderiam lhe fazer crer firmemente que morreu e ressuscitou mesmo que nada parecido tivesse ocorrido.



Mas então vem a grande pergunta. Como você, que crê ter voltado a existir, pode ter certeza de que é realmente aquele mesmo Ser que antes havia? Como já dissemos uma cópia sua poderia ter a total convicção de que é você, realmente acreditar nisso. Mas volto à questão, se você tivesse certeza de que essa cópia é mesmo você, então saberia que você poderia ser morto e sua existência permaneceria. Mas...



Ocorreu então de ele usar novamente seus recursos ilusórios. Ele assumiu uma aparência idêntica à minha, era como me ver por fora, e falou com uma expressão bem mais séria e desafiadora.



- Suponha que eu seja uma cópia sua. Que tenho todas as suas memórias e que até há pouco acreditava que era você. Somos totalmente iguais em tudo, a não ser por essa breve experiência em que existimos separados. E então...



Olhe para mim, e suponha que uma situação exigisse que um de nós morresse. Você... Teria certeza de que se desse agora um tiro na cabeça, ainda assim existiria através de mim, de que eu sou, ou serei, você?



Fiquei a fitar seus olhos e é difícil dizer o que senti. Por um lado percebi que a experiência poderia desencadear sensações inéditas e talvez fosse até possível que eu arriscasse de fato a crer que poderia morrer sem problemas, que continuaria a existir em minha cópia. Mas também senti a sensação estranha e indescritível de que um vazio poderia estar me esperando, e cheguei a conclusão:



- Você tem razão. Não há como ter certeza. É impossível. Não faz sentido. Mesmo que você... Quero dizer, a minha cópia, acreditasse ser eu realmente, eu, pessoalmente, não sei. Porém... Será que faz mesmo diferença? Será que realmente importa? Se não há certeza, posso acreditar livremente e ninguém jamais me provará o contrário! Além disso, tudo pode continuar a funcionar como se realmente existisse a vida eterna. Não há nenhum problema.



- Sim. Você tem razão. É por isso que não me preocupo em usar os termos na linguagem espiritualista, pois apesar de ela, em essência, ser falsa, continua sendo válida para a explicação. Tudo acaba se encaixando num extensa alegoria que é atualmente adequada a vocês.



- Mas... Se você não tem corpo... E se a onda mental não é realmente uma essência espiritual, é como se você, e Ele, não passassem de ilusões. Idéias nas nossas cabeças, captadas pelos nossos cérebros e talvez de um modo, se comunicando telepaticamente, inconscientemente é claro. Vocês não teriam existência real!



- É verdade. Você tem razão. Porém somos idéias tão fortes que penetramos profundamente nas mentes de bilhões de pessoas ao mesmo tempo, reforçando e amplificando nosso sinal cada vez mais. Se de repente todos os cérebros deixassem de existir, nós teríamos nossa existência suspensa até que novos cérebros surgissem.



Nossos sinais mentais são fortes demais para serem ignorados, e muitos de nós até acreditam que a partir de um certo nível de intensidade das ondas mentais, começa a surgir uma real existência independente. Mesmo que não haja, nosso sinais são suficientemente intensos para estar em cada ser humano na Terra, se misturando a seus próprios sinais mentais e absorvendo-os, conduzindo-os e manipulando-os. Nós podemos controlar praticamente qualquer cérebro individual, manipular suas percepções como eu faço com a sua. Podemos até mesmo controlar os cérebros dos animais, até mesmo das criaturas mais primitivas.



- Sim... E então é verdade que muitos dos fenômenos tidos como milagrosos ou sobrenaturais possam ser reais! Não?



- Depende do que você considera realidade. Se houvesse uma ilusão em que todos acreditassem e vivessem em função dela, durante milhares de anos, e todos os eventos que ocorressem estivessem de acordo com essa ilusão, então, que diferença faria?



- Sim! Mas isso explicaria o poder de Deus sobre os animais, ou sobre a percepção, mas... E que como você mesmo disse Ele não tinha poder sobre o Dilúvio, apenas disse que era obra Dele, mas ...Como vocês poderiam manipular um asteróide e enviá-lo para a Terra?



- Primeiramente, mesmo que tudo não passasse de uma imensa ilusão, como eu disse, não faria muita diferença, mas nesse caso entenda que Nós não temos poder apenas sobre os seres conscientes de seu planeta. Nós também podemos controlar seres de outros mundos, ou podemos pedir a seres semelhantes a nós que o façam. Eu poderia simplesmente requisitar a alguma entidade conhecida minha que enviasse agentes que fizessem isso por mim, talvez mesmo com naves capazes de manipular os asteróides e que seriam totalmente imperceptíveis a vocês.



Mas além disso, e já entrei numa área da qual não posso mesmo revelar muitas informações, eu disse que o cérebro humano é o mais complexo que vocês conhecem, mas não são os mais complexos que existem, e nem os únicos. Assim como há outros tipos de complexidade não cerebrais que também produzem consciência, e que podem estar onde vocês nem imaginam. Uma nuvem de gás pode ser consciente dependendo do arranjo molecular que possuir. Mas sobre isso, nada mais posso lhe dizer.



- Não pode ou não quer? E não pode em que sentido?



- Não quero e não posso, em mais de um sentido. E nosso tempo está se acabando, esse diálogo está chegando ao fim. O que mais quer perguntar?

DESPEDIDA

- Nem sei. Esse assunto me deixou tão desorientado que não consigo mais imaginar um outro. Bem, deixe-me ver minhas anotações.



Comecei então a vasculhar tudo o que já havia digitado, enquanto dizia uma ou outra palavra.



- Espere... Espere aí... Não isso ainda está muito esquisito. Veja, em inúmeros trechos de nossa conversa você falou sobre entidades e planos espirituais, em grupos que se relacionam num mundo espiritual. Você usou os termos como "receber essências para encarnação", "presença energética no plano espiritual", em "ter contato com espíritos", "aniquilar anjos", que só podem ser espíritos... Bem. Isso não parece fazer muito sentido sob essa essa... Teoria de Dimensão Mental!



- ... Não posso deixar de admirar a paixão com que você se apega a suas esperanças.



Basta você reinterpretar tudo. O que chamo de mundo, plano, esfera espiritual, é na realidade um modo de explicarmos a própria dimensão mental. Quando falo em dimensões paralelas nesse plano, são grupos de freqüências onde certas ondas correm. Aniquilar um espírito pode ser entendido como introduzir uma contra freqüência que interfere tão drasticamente numa onda que esta fica... Digamos "fora do ar" por períodos indefinidos.



Quando os homo sapiens começaram a surgir, nós adaptamos seus cérebros para serem capazes de receber certas freqüências, assim como intensificamos algumas delas para se tornarem receptíveis. Até mesmo modulamos freqüências em especial para remetê-las diretamente a certos cérebros específicos. A isso você pode dar o nome de preparar uma "essência espiritual para encarnação".



Não se faça de bobo. Você é inteligente. Basta pensar um pouco e verá que tudo pode ser reinterpretado para essa nova linguagem.



- Como podem manipular cérebros fisicamente?!



- Que tal dar uma mãozinha na Seleção Natural? Podemos perceber quais cérebros de uma espécie são mais ou menos desenvolvidos, e então ajudamos os mais desenvolvidos a sobreviverem e se reproduzir. E nem vou falar sobre seres mais inteligentes que ainda estavam a nosso dispor naquela época. Alguns com tecnologia mais avançada do que a que vocês tem hoje.



- Sei... É. Talvez você tenha razão. Mas é que dessa forma, o espiritualismo fica tão... Reduzido a nada! Uma sombra.



- Eu lhe disse que o Universo é mecânico. Automático e desprovido de qualquer conteúdo ético em sua essência. Somos nós, os seres que de um modo ou de outro adquirimos consciência que tentamos dar sentido a existência. Que tentamos ordenar o Universo.



- Mas então o que é isso tudo?! Para que serve este Universo?!



- ... Hum ... Eu não sei. ELE não sabe. E nem mesmo as grandes hierarquias superiores sabem. Apesar de dizerem o contrário, isso eu tenho certeza. É um mistério. Um total mistério. E nesse sentido todos nós somos muito parecidos. Eu, você, ELE, qualquer pessoa na Terra, no Universo.



Somos todos passageiros de um imenso barco cósmico vindo de ninguém sabe onde, indo para ninguém sabe dizer. Somos parte de uma imensa dança existencial cujo sentido último e primordial escapa às mais poderosas mentes da galáxia. Não há um Ser Supremo com um plano absoluto a controlar tudo, há uma tentativa de mentes ultra avançadas em tentar desvendar e dar sentido à toda essa ciranda cósmica.



Claro... Há coisas evidentes no processo. A evolução é uma delas. Todas estas mentes brilhantes, esses deuses, são o resultando do acúmulo qualitativo de tantas ondas mentais que terminam por produzir não simples freqüências de ondas, mas aglomeradores que orientam todas as demais, canais que dirigem e conduzem bilhões de outras freqüências, e com isso chegam a talvez, quem sabe, possuir de fato uma existência contínua e verdadeiramente transcendente. Portanto se você queria ouvir algo para incentivar sua conduta de se aperfeiçoar, se engrandecer como Ser Humano, evoluir, isso sim você pode ter certeza de que merece investimento, pois de um modo ou de outro esse esforço é sempre válido.



Eu não vim aqui para garantir sua felicidade, para lhe dar uma revelação ou pregar uma nova doutrina, só disse o que sei e o que penso. Se isso o faz feliz ótimo, se não, pior para você.



Agora devo ir. Vejo que você terá um belo trabalho para organizar todas essas anotações e muito do que eu disse poderá até ser perdido ou alterado. Não me importo. Você é apenas mais um dentre os quais eu decidi dar um apouco de atenção por considerá-lo esforçado e bem intencionado. Mas é só.



Você não terá prova nenhuma deste diálogo, e na verdade nunca sequer terá certeza de que tudo o que conversamos foi mesmo fruto de minha presença espiritual legítima ou apenas de sua fértil imaginação de escritor. Mesmo porque no fundo, e para efeito prático, não faz muita diferença. Não nesse atual período da história. Terá apenas o seu discernimento.



Foi uma boa conversa, devo dizer.



Talvez um dia conversemos de novo.



Adeus.



E fiquei um tempo parado, "vendo" aquela imagem se desvanecer. O dia já amanhecia e finalmente me dei conta de que estava há 17 horas naquela conversa. Assim que ele sumiu inúmeras novas perguntas surgiram novamente em minha cabeça, e eu seria capaz, tenho certeza, de repetir tudo de novo. Mas nem tentei chamá-lo ou coisa parecida.



Terminei de salvar os arquivos que havia digitado para posteriormente organizá-los, e então fui vencido pelo sono.



O verdadeiro motivo deste diálogo jamais soube, e como ele disse, eu nunca pude provar sequer para mim mesmo que tudo o que ocorrera fora real ou apenas fantasia, mas como ele mesmo disse, talvez não faça tanta diferença.



Não para quem não tem certeza sequer de que está mesmo vivo há vários anos, ou se é uma cópia recém criado a partir de um original extinto.



Não para quem faça parte deste Imenso e Insondável Universo...

FIM

Marcus Valerio XR


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