A Luz de Cristo, Presidente Boyd K. Packer


A maioria dos membros da Igreja tem uma compreensão básica do Espírito Santo. A maioria já ouviu seus Sussurros e entende por que o Espírito Santo é chamado de Consolador. Eles sabem que “o Espírito Santo (...) é um personagem de Espírito” (D&C 130:22) e membro da Deidade. (Ver Regras de Fé 1:1.)

Contudo, muitos não sabem que há outro Espírito: “a luz de Cristo” (D&C 88:7) — outra fonte de inspiração que cada um de nós tem em comum com todos os demais membros da família humana. Se tivermos conhecimento da Luz de Cristo, compreenderemos que há algo dentro de todos nós e que podemos contar com isso em nosso desejo de partilhar a verdade.

O Espírito Santo e a Luz de Cristo são diferentes entre si. Embora às vezes apareçam nas escrituras sob a mesma denominação, são duas entidades diferentes e distintas. É importante conhecermos sobre ambas. Quanto mais soubermos sobre a Luz de Cristo, melhor compreenderemos a vida e amaremos mais profundamente toda a humanidade. Seremos melhores professores, missionários e pais, bem como melhores homens, mulheres e crianças. Lidaremos melhor com nossos irmãos e irmãs na Igreja e com aqueles que não acreditam e que ainda não receberam o dom do Espírito Santo.

A Luz de Cristo é definida nas escrituras como “o Espírito [que] dá luz a todo homem que vem ao mundo” (D&C 84:46; grifo do autor); “a luz que está em todas as coisas, que dá vida a todas as coisas, que é a lei pela qual todas as coisas são governadas”. (D&C 88:13; ver também João 1:4–9; D&C 84:45–47; 88:6; 93:9.) A luz de Cristo também é descrita nas escrituras como “Espírito de Jesus Cristo” (D&C 84:45), “Espírito do Senhor” (II Coríntios 3:18; ver também Mosias 25:24), “Espírito da verdade” (D&C 93:26), “luz da verdade” (D&C 88:6), “Espírito de Deus“ (D&C 46:17) e “Santo Espírito”. (D&C 45:57) Alguns desses termos também são usados em referência ao Espírito Santo. A Primeira Presidência escreveu: “Há uma essência presente em todas as partes que é a luz e a vida do mundo, que ‘ilumina a todo o homem que vem ao mundo’, que procede da presença de Deus em meio à imensidão do espaço, a luz e o poder que Deus confere em diferentes graus a ‘aos que lhe pedirem’, segundo sua fé e obediência”.

Independentemente de como denominemos essa luz interior, esse conhecimento do certo e do errado — Luz de Cristo, senso moral ou consciência — ela pode orientarnos para que moderemos nossos atos; a menos, obviamente, que a suprimamos ou ignoremos. Todos os filhos espirituais do nosso Pai Celestial entram na mortalidade para receber um corpo físico e ser testados. “O Senhor disse (...): eles são a obra de minhas próprias mãos e eu dei-lhes seu conhecimento no dia em que os criei; e no Jardim do Éden dei ao homem seu arbítrio.” (Moisés 7:32) “Portanto os homens são livres segundo a carne; e todas as coisas de que necessitam lhes são dadas. E são livres para escolher a liberdade e a vida eterna por meio do grande Mediador de todos os homens, ou para escolherem o cativeiro e a morte, de acordo com o cativeiro e o poder do diabo.” (2 Néfi 2:27) Portanto, sabemos que “todo homem [pode agir] em doutrina e princípio relativos ao futuro, de acordo com o arbítrio moral [a expressão livre-arbítrio não aparece nas revelações] que lhe dei, para que todo homem seja responsável por seus próprios pecados no dia do juízo”. (D&C 101:78; grifo do autor) Somos solicitados a não “[extinguir] o Espírito”. (I Tessalonicenses 5:19) Assim, podemos ver que “[todos] os homens são ensinados suficientemente para distinguirem o bem do mal”. (2 Néfi 2:5; ver também 2 Néfi 2:27.) Eles têm seu próprio arbítrio e prestarão contas dele. Esse Espírito de Cristo promove tudo o que é bom, todas as virtudes. (Ver Morôni 7:16.) Opõe-se de modo fulgurante e indestrutível a tudo o que é inferior, repulsivo, profano, iníquo ou mau. (Ver Morôni 7:17.) A consciência afirma a realidade do Espírito de Cristo no homem. Afirma também a realidade do bem e do mal, da justiça, da misericórdia, da honra, da coragem, da fé, do amor, da virtude, bem como dos opostos necessários: o ódio, a ganância, a brutalidade, a inveja. (Ver 2 Néfi 2:11, 16.) Esses valores, embora fisicamente intangíveis, obedecem a leis de causa e efeito tão certas quanto qualquer lei da física. (Ver Gálatas 6:7—9.)

O Espírito de Cristo pode ser comparado a um “anjo da guarda” para cada pessoa. O Espírito de Cristo pode iluminar inventores, cientistas, pintores, escultores, compositores, atores, arquitetos e autores para que produzam obras grandiosas, mesmo inspiradas, para a bênção e benefício de toda a humanidade. Esse Espírito pode instar um fazendeiro em seus campos e um pescador em seu barco. Pode inspirar os professores na sala de aula e os missionários ao darem uma palestra. Pode inspirar o estudante que ouve o mestre. E, algo de suma importância, pode inspirar o marido e a mulher e o pai e a mãe. Essa Luz interior pode advertir, proteger e guiar. Porém, pode ser afastada por qualquer coisa que for repulsiva, indigna, iníqua, imoral ou egoísta. A Luz de Cristo existia em nós, mesmo antes de nascermos (ver D&C 93:23, 29–30), permanecerá conosco em todos os momentos de nossa vida e não perecerá quando nossa parte mortal voltar ao pó. Estará sempre presente. Todos os homens, mulheres e crianças de toda nação, religião ou etnia — todos, a despeito de onde vivam, de suas crenças ou de suas atividades — têm dentro de si a inextinguível Luz de Cristo. Nesse aspecto, todos os homens são criados iguais. A Luz de Cristo em todos é um testemunho de que Deus não faz acepção de pessoas. (Ver D&C 1:35.) Ele trata a todos igualmente ao conferir-lhes a Luz de Cristo.

É importante para um professor, missionário ou pai saber que o Espírito Santo pode operar por meio da Luz de Cristo. Um professor das verdades do evangelho não está semeando algo estrangeiro nem mesmo novo no coração de um adulto ou criança. Na verdade, o missionário ou professor está fazendo contato com o Espírito de Cristo que já está lá. O evangelho lhes soará familiar. Então, o ensino terminará por “convencer [os que ouvirem] que Jesus é o Cristo, o Deus Eterno, que se manifesta a todas as nações”. (Página-título do Livro de Mórmon.) Durante Seu ministério mortal, Jesus ensinou Seu evangelho e lançou os alicerces sobre os quais seria edificada Sua Igreja. Essas bases eram formadas de pedras de doutrina que não podem ser vistas com olhos mortais nem sentidas pelo toque; são invisíveis e intangíveis. Não se desgastarão nem desmoronarão. Não podem ser quebradas, dissolvidas nem destruídas. Essas pedras de doutrina são imorredouras e indestrutíveis. Essas pedras doutrinárias existiam “desde antes da fundação do mundo”. (D&C 124:38, 41) Cristo edificou Sua Igreja sobre elas. Jesus falou da “pedra, que os edificadores rejeitaram”. (Mateus 21:42) Então, as trevas da apostasia cobriram a Terra. A linha de autoridade do sacerdócio foi rompida. No entanto, a humanidade não foi deixada na escuridão total ou completamente sem revelações nem inspiração. A idéia de que, com a crucificação de Cristo, os céus se fecharam e depois se reabriram na Primeira Visão não é verdadeira. A Luz de Cristo estaria presente em todas as partes para orientar os filhos de Deus; o Espírito Santo visitaria as almas que buscassem a verdade. As orações dos justos não deixariam de ser respondidas. O recebimento do dom do Espírito Santo é que precisou esperar a restauração do sacerdócio e a dispensação da plenitude dos tempos, quando todas as coisas foram reveladas. A obra do templo — as ordenanças — seriam reveladas a essa altura. Então, as pessoas que viveram ao longo das muitas gerações nas quais as ordenanças essenciais não estavam disponíveis seriam redimidas. Deus nunca abandona Seus filhos. Ele jamais abandonou esta Terra.

Quando a plenitude do Seu evangelho foi restaurada, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi edificada sobre as mesmas pedras angulares de doutrina. Como aprendemos quase tudo por meio dos sentidos físicos, ensinar doutrinas abstratas, que não podem ser vistas nem tocadas, torna-se muito difícil. Jesus, o Mestre dos mestres, ensinava essas doutrinas, o que pode ser feito da mesma forma hoje. Meu objetivo é mostrarlhes como Ele, o Mestre dos mestres, as ensinou. Podemos compreender as verdades espirituais de maneira tão clara quanto se essas pedras doutrinárias fossem palpáveis como o granito, o sílex ou o mármore. O mármore pode ser moldado pelas mãos do escultor para que as pessoas consigam enxergar o que ele vê escondido na pedra disforme. De modo semelhante, vocês podem ensinar as pessoas a verem — isto é, a compreenderem — essas pedras doutrinárias intangíveis, invisíveis. O modo pelo qual o Salvador ensinou, e o modo pelo qual podemos ensinar, é ao mesmo tempo simples e profundo. Se vocês escolherem um objeto palpável como símbolo de uma doutrina, poderão ensinar exatamente como Ele o fazia. Um professor pode associar a doutrina a um objeto já conhecido, que pode ser visto com os olhos físicos. Jesus comparou a fé a uma semente, a minúscula semente de mostarda, que pode ser vista e tocada. Ele disse que se a semente for nutrida, pode crescer, florescer e tornar-se uma árvore. (Ver Lucas 13:19.) Ele comparou a reino dos céus a um objeto corriqueiro que pode ser visto. “O reino dos céus”, afirmou Ele, “é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes” (Mateus 13:47); ensinou igualmente: “Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e

O Espírito de Cristo pode iluminar inventores, cientistas, pintores,escultores. Pode inspirar o marido e a mulher e o pai e a mãe.

escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo”. (Mateus 13:44) Cristo usou como exemplos e símbolos coisas comuns como o sal (ver Mateus 5:13; Marcos 9:49–50; Lucas 14:34), velas (ver Mateus 5:15; Marcos 4:21; Lucas 8:16; 11:33–36;

Apocalipse 18:23), a chuva (ver Mateus 7:25–27) e o arco-íris (ver Apocalipse 4:3; 10:1). Os quatro evangelhos estão repletos de tais exemplos. O Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e Pérola de Grande Valor também trazem dezenas de referências semelhantes. Elas estão em todas as partes. É nisso que consiste uma história ou parábola: um exemplo tirado da vida real e usado para ensinar um princípio ou doutrina invisível ou intangível. Uma vez em Mateus, uma vez em Lucas, três vezes no Livro de Mórmon e três vezes em Doutrina e Convênios, o Salvador falou de uma galinha com seus pintos. (Ver Mateus 23:37; Lucas 13:34; 3 Néfi 10:4–6; D&C 10:65; 29:2; 43:24.) Todos conhecem algo sobre galinhas e pintos, até mesmo crianças pequenas. Na realidade, a fé não é exatamente igual a uma semente, tampouco é o reino dos céus exatamente igual a uma rede, um tesouro ou fermento (ver Lucas 13:21) ou “ao homem, negociante, que busca boas pérolas”. (Mateus 13:45) Contudo, com essas ilustrações, Jesus conseguiu abrir os olhos de Seus discípulos: não os olhos naturais, mas os olhos de seu entendimento. (Ver Mateus 13:15; João 12:40; Atos 28:27; Efésios 1:18; 2 Néfi 16:10; D&C 76:12, 19; 88:11; 110:1.) Com os olhos de nosso entendimento, vemos coisas que são espirituais. Com nosso espírito que se eleva, podemos tocar coisas espirituais e senti-las. Então, podemos ver e sentir coisas inacessíveis aos sentidos físicos. Lembrem-se do que disse Néfi a seus irmãos rebeldes, que haviam rejeitado a mensagem de um anjo: “Havíeis perdido a sensibilidade, de modo que não pudestes perceber suas palavras”. (1 Néfi 17:45; grifo do autor) Paulo escreveu aos coríntios que Deus as revelou a nós “pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. (...)

As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. (I Coríntios 2:10, 13–14)

O mármore pode ser moldado pelas mãos do escultor para que as pessoas consigam ver o que ele vê. De modo semelhante, vocês podem ensinar as pessoas a enxergarem pedras doutrinárias intangíveis, invisíveis.



Nas revelações modernas, Cristo falou da “luz que brilha, que vos ilumina [e] (...) ilumina vossos olhos; e é a mesma luz que vivifica vosso entendimento”. (D&C 88:11) Não sei ensinar sobre o Espírito de Cristo a não ser seguindo o exemplo do Senhor ao ensinar verdades invisíveis e intangíveis a Seus discípulos. Para descrever a Luz de Cristo, posso compará-la à luz do sol. A luz do sol é conhecida por todos; está presente em todos os lugares e pode ser vista e sentida. A própria vida depende da energia solar. A Luz de Cristo é como a luz do sol.

Também está presente em todos os lugares e é concedida a todos igualmente. Assim como as trevas desaparecem quando surge a luz do sol, o mal é expulso pela Luz de Cristo. Não há escuridão na luz do sol. As trevas estão sujeitas a ela. O sol pode ser escondido pelas nuvens ou pela rotação da Terra, mas as nuvens acabam por desaparecer e a Terra completa seu movimento de rotação. De acordo com o plano do Senhor, foi-nos dito que “é necessário que haja uma oposição em todas as coisas”. (2 Néfi 2:11) Mórmon advertiu que “o diabo (...) não persuade quem quer que seja a fazer o bem; não, ninguém; tampouco o fazem seus anjos; nem o fazem os que a ele se sujeitam. E agora (...), vendo que conheceis a luz pela qual podeis julgar, luz essa que é a luz de Cristo, tende cuidado para não julgardes erradamente”. (Morôni 7:17–18) Essa Luz de Cristo, que dá vida, está dentro de vocês. O maligno tentará obscurecê-la. Ela pode ser tão envolta pela confusão a ponto de convencer-nos de que nem sequer existe. Assim como a luz do sol é um desinfetante natural, o Espírito de Cristo pode purificar o espírito. Cada alma, não importa quem, onde ou quando, é um filho de Deus. Nossa responsabilidade é ensinar que “há um espírito no homem, e a inspiração do Todo-Poderoso o faz entendido”. (Jó 32:8) O Presidente Joseph Fielding Smith falou dos ensinamentos do Espírito Santo e do Espírito de Cristo: “Todas as pessoas podem receber uma manifestação do Espírito Santo, mesmo que estejam fora da Igreja, caso busquem sinceramente a luz e a verdade. O Espírito Santo vem e dá à pessoa testemunho que ela procura e então se afasta; e ela não pode exigir outros contatos nem visitas ou manifestações constantes Dele. Ela pode contar com a orientação contínua daquele outro Espírito, o Espírito de Cristo”. O Espírito de Cristo está sempre presente. Nunca Se ausenta. Não pode ausentar-Se. Todas as pessoas em todas as partes já possuem o Espírito de Cristo e, embora o Espírito Santo possa visitar a todos, o dom do Espírito Santo é conferido “por obediência às leis e ordenanças do evangelho”, (Regras de Fé 1:3), pelo “Batismo por imersão para remissão de pecados; [e pela] Imposição de mãos para o dom do Espírito Santo”. (Regras de Fé 1:4) Ele não está automaticamente presente como o Espírito de Cristo. Esse dom precisa ser conferido por alguém que possua autoridade. (Ver Regras de Fé 1:5.) É isso que somos comissionados a fazer: promover a Luz de Cristo, que está dentro de cada alma que encontramos, e trazer almas ao ponto de poderem ser visitadas pelo Espírito Santo. Assim, no devido tempo, elas poderão receber, por meio da respectiva ordenança, o dom do Espírito Santo, que é conferido a todos os membros da Igreja. Depois de uma pessoa receber o dom do Espírito Santo e cultivá-lo juntamente com a Luz de Cristo, que ela já possuía, a plenitude do evangelho abre-se para sua compreensão. O Espírito Santo pode até mesmo operar por meio da Luz de Cristo. A Luz de Cristo é tão universal quanto a própria luz do sol.

Onde quer que exista vida humana, existe o Espírito de Cristo. Todas as almas viventes a possuem. É o responsável por tudo o que é bom. É a força que inspira tudo o que abençoa e beneficia a humanidade. Nutre a própria bondade. Mórmon ensinou: “[Procurai] diligentemente, na luz de Cristo, diferenciar o bem do mal; e se vos apegardes a tudo que é bom e não o condenardes, certamente sereis filhos de Cristo”. (Morôni 7:19) Todos conhecem a luz do sol. Quando vocês compararem o Espírito de Cristo à luz do sol, pode vir-lhes à mente exemplos ordinários oriundos de suas próprias experiências. Trata-se de uma fonte praticamente inesgotável.

Esses exemplos podem ser compreendidos por crianças ou adultos, assim como as parábolas de Cristo. Não deve ser difícil ensinar como as revelações podem vir por meio da Luz, embora não saibamos exatamente como funciona a inspiração. O próprio homem, com todas as suas limitações, pode transmitir mensagens por meio de cabos de fibra óptica. Uma única fibra de vidro minúscula, mais fina que um fio de cabelo humano, pode transportar 40.000 mensagens ao mesmo tempo. Em seguida, elas podem ser decodificadas e transformadas em imagens, sons e cores, até mesmo movimentos. O homem é capaz de fazer isso. Um raio laser, sem nem mesmo cabos ou fibras, pode transportar 100 bilhões de bits de informações por segundo. Se o homem é capaz disso, por que deveríamos estranhar a promessa de que a

Luz de Cristo está em todos nós e de que o Espírito Santo pode visitar qualquer um de nós? Assim, não é difícil compreender como as revelações de Deus a Seus filhos na Terra podem chegar a toda a humanidade por meio tanto do Espírito de Cristo como do Espírito Santo. Essa Luz de Cristo é citada com freqüências nas escrituras. Doutrina e Convênios é uma fonte rica de ensinamentos sobre ela. Lemos, por exemplo, sobre “a luz da verdade; verdade essa que brilha. Essa é a luz de Cristo. (...) [Ele] está no sol e é a luz do sol e o poder pelo qual foi feito”. (D&C 88:6–7) Os professores comuns responsáveis por ensinar as doutrinas e testificar das coisas espirituais têm em suas próprias experiências pessoais cotidianas elementos que podem ser comparados a princípios espirituais. Então, a Luz de Cristo pode ser acendida pelo Espírito Santo, o Consolador. Aprendemos nas escrituras: “O Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. (João 14:26) O Presidente Harold B. Lee explicou: “Essa luz nunca se apaga completamente (...) [a Luz de Cristo], a menos que cometamos o pecado imperdoável. Seu brilho pode ser tão tênue que mal podemos percebê-la, mas ela está presente, para que a alimentemos e a transformemos numa chama que arderá com mais vigor, à medida que aumentar a compreensão e o conhecimento. De outro modo, não seria possível realizar nada. Nossa obra missionária seria em vão”. Se compreendermos a realidade da Luz de Cristo em todas as pessoas que virmos, em cada reunião de que participarmos e dentro de nós mesmos e se entendermos o grande desafio que temos — o local onde vivemos, os perigos que às vezes nos sobrevêm — teremos coragem e inspiração que jamais conhecemos anteriormente. E é preciso que seja assim! E será assim! Tudo isso constitui uma dimensão do evangelho que pouquíssimos compreendem. Que nos empenhemos, em espírito de oração e com diligência, para compreender o significado desses princípios e em seguida comecemos a aplicá-los. Ao procedermos dessa forma, o resultado será um testemunho da veracidade do evangelho de Jesus Cristo, da realidade da restauração do evangelho e de que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é “a única igreja verdadeira e viva na face de toda a Terra”. (D&C 1:30) Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, o Unigênito do Pai. E Dele emana a Luz de Cristo para toda a humanidade. Que vocês que são chamados como missionários ou professores e vocês que são pais “[se banqueteiem] com as palavras de Cristo; pois eis que as palavras de Cristo [lhes] dirão todas as coisas que [devem] fazer”. (2 Néfi 32:3) Em nome de Jesus Cristo. Amém.


De um discurso proferido em 22 de junho de 2004 num seminário para novos presidentes de missão no Centro de Treinamento Missionário de Provo, Utah.

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NOTAS

1. “‘Receiving’ the Holy Ghost”, Improvement Era, março de 1916,

p. 460.

2. Ver Joseph Fielding Smith, Doctrines of Salvation, comp. Bruce R.

McConkie, 3 vols. (1954–1956), 1:54.

3. Doctrines of Salvation, 1:42; ver também Joseph Smith, Teachings of

the Prophet Joseph Smith, sel. Joseph Fielding Smith (1976), p. 149.

4. Ver Doctrines of Salvation, 1:54.

5. The Teachings of Harold B. Lee, ed. Clyde J. Williams (1996), p. 101.


Share/Bookmark ~ quarta-feira, 7 de outubro de 2009 1 Comentários

A Expiação de Jesus Cristo, Cleon Skousen


19 de Fevereiro de 1982.


Queridos irmãos e irmãs,

Esta noite, gostaria de exprimir a minha gratidão pessoal, pelo previlégio de sêr um convidado neste local tão agradável e tão espiritual, e esta linda musica, cuja letra trata de uma das nossas escrituras favoritas, é tão apropriada para o tema do discursso, que com a benção do senhor espero dar esta noite.

Alma declarou que gostaria de ter uma voz como a de um Anjo, para que pudesse soar como uma trombeta e parar as pessoas nos seus caminhos, para que, depois de tudo aquilo que os filhos de Mosiah, e mesmo milhares que eles tinham trazido para se juntarem aos nefitas, ele só desejava poder impedir os Lamanitas de os virem a tacar. Ele queria ter a voz de um Anjo para poder dizêr-lhes que se arrependessem como tinham feito os seus irmãos, e depois ele disse: "Bem, eu não deveria desejar algo para além daquilo que Deus me chamou". E então deu-se a guerra, foi a pior batalha da história dos filhos de Lehi. (Alma29:1).

Enquanto eu estava aqui sentado, não pude deixar de pensar na voz de um outro Anjo, que nos falou deste mesmo púlpito, se não me engano, em 19 de Dezembro de 1971, aquela voz angélica que mal conseguia exprimir-se; era dificil compreender, pois tinha sofrido uma operação bastante delicada que quase lhe roubara aquela voz, clara e audivel ! Ele estava tão fraco em termos de fala que a primeira Presidencia nem sequer queria que ele viesse, mas esta era a Estaca dele e ele não queria perder a dedicação deste lindo adifício de reuniões de Estaca, por isso ele veio cá e ainda que a sua garganta dorida estivesse cheia de queimaduras de cobalto e muitas outras coisas, ele falou o melhor que pôde. O coração dele estava tão mal que passou a noite toda acordado. Vocês não devem ter conhecimento disso porque ele estava tão alegre e entusiasmado, e expremiu-se da melhor maneira que pôde, e simplesmente não poderia perder isto.

Hoje ao falar com o Presidente Wrede, e o Presidente e a irmã Lyons, eles contaram algumas das maravilhosas e excitantes coisas que aqui aconteceram nos bastidores da cena ! Este homem maravilhoso pensou que vinha cá para se despedir de vocês, ele pensava que estava no fim na sua jornada mortal. Ele saiu daqui e foi operado ao coração. A sua voz era quase inaudivel, e foi-lhe sugerido que continuasse a servir (como um profeta do Senhor) ao Senhor no cargo de Profeta, ele disse: "Não, o irmão Lee é o proximo e ele vai viver por muito tempo, muito mais tempo que nós Apóstolos mais velhos" .

Quase três anos depois dessa semana, aquela voz angélica foi chamada para falar a toda a nação, reino, lingua e povo como Presidente da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Ultimos Dias.

Ele cresceu neste vale, e partilha do vosso espírito, este Vale tem o espírito dele, e eu sinto-o aqui, vocês têm o espírito dele.

Vocês são uma benção para ele, e ele foi uma benção para vocês.

Honro e presto homenagem ao nome do Presidente Spencer W. Kimball, esta noite. Pela voz que é um dos mais efectivos e penetrantes chamados ao arrependimento, que esta nação já alguma vez ouviu.

Eu tenho que sorrir para os meus alunos, porque quando o Presidente Kimball vem à B.Y.U. nós temos sempre que deixar entrar mais umas duzentas pessoas do que o Mariott Center comporta, por isso todos querem arranjar um lugar sentado em vez de um em pé.

Bom ! de qualquer forma é bastante interessante observar; todos entram tão entusiasmados, querem ouvir o profeta, todos amam o irmão Kimball, depois ele entra e acena aos estudantes, tão cheio de boa vontade e amor por todos.

Então começa a falar sobre o milagre do perdão. Nunca consegui contar todos os pecados que ele conhece, mas acho que ele não deixou nenhum esquecido. É incrivel aquilo que nos acontece. Todas as pessoas adoram ouvir o evangelho, e eu, adoro principalmente de ouvir um discurso sobre arrependimento, sem assunto especifico. O arrependimento na generalidade é lindo, mas quando começamos a ouvir um profeta a discursar sobre os pecados de omissão e de acção, e todas as coisas que são possiveis, então compreendemos o quão imperfeitos somos como seres humanos. E quando estamos a fazêr algumas coisas bastante boas, há uma enorme area da nossa vida que precisa de bastante atenção.

Eu notei uma coisa que disse aos meus alunos. Caramba, vocês ficaram muito sérios quando sairam daquela reunião, e o vosso Amén foi pouco audivel, mas sei que isso aconteceu porque o tema lhes tocou. O nosso povo está cada vez mais forte e mais espiritual devido à voz daquele anjo.

Quando ele estava em New York para sêr operado à laringe, o médico disse: "não se preocupe, tomaremos conta do assunto. É um pouco inconveniente não poder falar, mas arranjaremos qualquer coisa para a substituir, não é uma coisa assim tão importante !" . O profeta olhou para ele e disse: "Doutor, será que gostava de perder as suas mãos?" . O médico respondeu: "Desculpe, desculpe ! é uma grande perda, e faremos tudo para salvar essa voz" .

Assim, ainda que lhe seja dificil falar, notei na conferência em Outubro, principalmente na sessão da manhã de Domingo, o quão dificil lhe era conseguir energia para fazêr as cordas vocais funcionar. Mas orámos por ele, pedimos ao Senhor para o capacitar a terminar a conferência.

Nesta noite gostaria de partilhar convôsco algumas coisas maravilhosas e poderosas, quase que perdidas para a Igreja, e que o Presidente Kimball introduziu na sessão do Sacerdócio no Sábado à noite de dia 2 de Abril.

Existem muitas coisas profundas e maravilhosas, que foram restauradas com o evangelho, mas não são discutidas frequentemente. Algumas das vezes que são discutidas, ouvimos pessoas perguntarem: "Bem, se é assim, porque as autoridades gerais não falam mais frequentemente sobre elas??" . Bom, normalmente, quando as autoridades gerais falam nas conferências, falam para o mundo. Mas se apanharmos as autoridades gerais numa reunião do Sacerdócio, que é muito mais reservado, como aquela que assistimos no Sábado passado, vamos ouvir falar disso. E cada vez ouviremos mais e mais sobre isso. Se houver um grupo de missionários reunidos com uma das autoridades gerais, falará sobre as grandes e profundas verdades do evangelho que não são normalmente discutidas quando as autoridades gerais estão a falar para o mundo. São coisas muito sagradas.

Presidente Kimball introduziu uma no Sábado à noite sobre a qual eu gostava de fazêr um breve comentário, visto que ela é o fundamento da páscoa, e nunca é discutido. Simplesmente não falamos sobre isso, e somos as unicas pessoas que temos o livro que fala acerca disso e quase a perdemos como doutrina da Igreja. Eu fiquei realmente entusiasmado quando o Presidente Kimball a introduziu.

Ele disse: "Sabem, quero que todos compreendam que nesta vida, só possuimos uma quantidade muito limitada de autoridade do Sacerdócio para poder agir. Há muitas ordenanças que ainda receberemos na proxima vida. E uma delas, será a ordenança da ressurreição" .

Não nos é permitido realizar essa ordenança aqui, é uma ordenança do sacerdócio só realizada no outro lado, após esta vida. Também terêmos a ordenança de gerar filhos espirituais com os nossos corpos ressuscitados. Isso é algo que não temos poder nem capacidade de o fazêr aqui! Corpos fisicos não, mas corpos espirituais sim.

Depois disso o presidente Kimball entrou num tema que deve parecer algo estranho para alguns. Ele disse, que estaremos aptos a têr acesso às inteligencias do universo, e organizá-las, e criar planetas e organizar reinos. Esta não é uma doutrina maravilhosa ??.

Cada vêz que discutimos isto, compreendemos-a um pouco mais, e este principio ajuda-nos muito a compreender porque teria de havêr uma EXPIAÇÂO.

Não sei se este tema alguma vêz os incomodou ou não, mas quando era rapazinho, sentado na escola dominical para jovens, e se falava sobre o terrivel sofrimento de Jesus Cristo na cruz, interrogava sempre os meus professores, "Quem queria aquilo? Porque seria aquele sofrimento todo?" .

E o meu professor respondia: "Foi para satisfazer a vontade do Pai Celestial" , Isso não respondeu à minha questão infantil. Parecia-me que se o Pai Celestial queria que vivessemos aqui na terra, depois de nos arrepender-mos, ele simplesmente diria: "Venham, vinde a mim, fizeram o melhor que podiam!" . Esta questão permaneceu comigo toda a minha vida, bem ! pelo menos até ir para missão, fiz e tinha as mesmas perguntas.

Um dia estava a andar com o presidente Widstoe, que estava encarregado das missões europeias. Eu tinha somente dezasete anos quando fui chamado para servir a minha missão, e pensei que essa era uma boa altura para expor ao irmão Widstoe todas as perguntas que tinha em mente deste a minha infancia. Por isso perguntei-lhe: "Porque Jesus Cristo tinha de sofrer na Cruz?" .

Ele disse-me: "Quem te disse para perguntar isso?" , eu respondi: "Bem, sempre me questionei a mim proprio acerca disso, ninguem me disse" . Pensei que tinha violado alguma regra da missão. Ele disse-me então: "Se essa questão é tua, vou responder. Esta é a questão mais profunda de evangelho de Jesus Cristo, e não deverá sêr respondida sem que as pessoas sejam primeiramente capazes de se questionar a elas proprias acerca disso, para que possam ouvir. Vou dizêr-te onde deves começar o estudo e a lêr" .

E assim fiz! Foi então que comecei a entender, grande parte no Livro de Mormon. Estava no fim da minha missão quando pensei que já tinha entendido bem, e tive oportunidade de relatar o meu estudo para o presidente Widstoe. Ele disse que necessitaria mais cerca de quatro passagens de escrituras para entender tudo. "HO" disse eu, "que maravilha, tenho gasto muito tempo a estudar este tema, estou imenso grato por lhe ter perguntado. Então, onde estão localizadas essas quatro passagens?" . Ele respondeu: "não te vou privar do prazêr de as encontrares tu próprio!" . Eu disse, "presidente Widstoe, está a dizêr-me que terei que desenterrar mais estas?" Ele disse, "Sim, mas vou dizêr-te mais ou menos onde as poderás encontrar. A primeira está na primeira metade de D.& C., outra encontra-se no meio do Livro de Mormon" .

Bem, espalhou-as todas muito bem, para que eu praticamente tivesse lêr as obras padrão todas novamente. Levei sete anos para as encontrar; até que finalmente as encontrei.

Isto era exactamente o tema que o presidente Kimball falou naquela reunião de sacerdócio.

Ele não o identificou ou associou com o tema da expiação, mas é o fundamento dela.

Bom, isto está escrito em muitos lugares da literatura da igreja, por isso se tiverem papel, sugiro que escrevam as referências que vos dou, para que não tenham que as procurar durante sete anos. De qualquer forma, se resolverem procurá-las todas, darão muito mais valor do que somente dizerem "Pronto agora sei onde estão" . Ao lerem cada uma destas passagens começarão a vêr um maravilhoso desenrolar, uma avalanche, uma verdadeira cascata de verdade que foi derramada sobre os santos nestes ultimos dias. Temos deixado parte dela correr sem notar realmente o que elas representam.

A primeira referencia é em 2Nefi 2:14; "E agora meus filhos, eu vos falo estas coisas para que vos sirvam de instrução e sejam proveitosas; a Terra e tudo o que neles existe, tanto as coisas que agem como as que recebem a acção" .

A proxima referencia está em D.& C.93:30; "Naquela esfera em que deus a colocou, toda a verdade é independente para agir por si mesma, assim como tambem toda inteligencia; doutra maneira, não há existencia" .

Estas inteligencias são independentes, e agem voluntáriamente. Não são compelidas, e os céus esperam nelas até que obedeçam, Exactmente como nós.

Nosso Pai celestial construiu todo este universo com estes elementos de acção. Este factor de energia do universo é inteligencia, e só opera rápido ou na direcção que está disposta a seguir.

Agora lemos em Abraão 3:19; "E o Senhor disse-me: Estes factos existem, que há dois espiritos, um mais inteligente que o outro; haverá outro mais inteligente do que eles; Eu sou o Senhor teu DEUS e sou mais inteligente que todos eles" .

Estas inteligencias estão escalonadas, da menor para a maior, a maior delas todas é o proprio DEUS, e nós estamos no meio. Algumas delas foram designadas para se tornarem plantas outras animais, e aquelas que eram as muito especiais, superiores, inteligencias super-luxuosas foram-lhes concedidas corpos feitos à imagem de Deus.

Nós somos essas inteligencias, e somos pessoas muito mas mesmo muito especiais.

Joseph Smith descreve isto na história documental da igreja, Vol.4 pág.519. Ele diz: "Esta noite, expliquei ao quorum dos doze e às suas esposas a doutrina do progresso eterno das inteligencias" .

Mas ele não foi o suficientemente longe a ponto de nos explicar isso. Por isso, temos de recorrer a Brigham Young, Parley e a Heber C.Kimball, e eles explicam aquilo que ele lhes explicou, pois aprenderam essa doutrina através de Joseph Smith.

A proxima escritura é D.& C. 93:33. "Pois o homem é espirito. Os elementos são eternos, e espirito e elemento, inseparavelmente ligados recebem a plenitude de alegria" .

Há uma coisa que age e outra que recebe a acção, a que age é chamado de "Elemento Eterno", é matéria. Joseph Smith disse que a matéria em duas dimensões: os elementos muito refinados que são chamados de espiritos; e os menos refinados que são chamados matéria temporal, e é o que temos aqui. Tudo isto é matéria que existe em dois planos diferentes: é como o gelo e a água, são verdadeiramente a mesma coisa, só que em dimensões diferentes (podemos pensar nisto desta maneira). Tudo é feito de uma combinação de inteligencias (espirito), com a matéria (elemento). Eles são os "tijolos" com os quais o universo foi construido.

Em Abraão 4:18,12,10 diz; "E os Deuses vigiaram aquelas coisas que Êles tinham ordenado, até que elas obedeceram". "E os Deuses organizaram a terra para produzir grama de sua própria semente, e a erva para produzir erva de sua própria semente, produzindo semente segundo sua espécie; e a terra para produzir a arvore de sua propria semente, produzindo fruto cuja semente podia somente produzir o mesmo que em si mesmo, segundo sua especie, e os Deuses viram que Eles eram obedecidos". "E os Deuses chamaram à porção seca terra: e aos ajuntamentos das águas eles chamaram as grandes águas: E os Deuses viram que eles eram obedecidos" . E Helamã 12:8-9. "Pois eis que o pó da terra se move de cá para lá, dividindo-se segundo a ordem de nosso grande e eterno Deus. Sim eis que a seu mando, tremem e agitam-se as colinas e os montes" . Se vocês fossem cientistas, mesmo muito bons cientistas, esta informação seria muito bem vinda, visto que os nossos cientistas pesquisadores mais avançados, no puro campo da pesquisa, acabaram de provar que isto é verdade.

A matéria nem sempre funciona mecanicamente; tem contida um elemento finito de inteligencia. Foi isso que Burkson, filosofo francês lhe chamou. É capaz de distinguir, nem sempre fazem aquilo que dizem as regras. Alguns desses pequenos elementos são tão "chatinhos" quanto vocês ou eu; Dão voltas e voltas; Quando estão agregados, dizemos que é devido a uma lei da quimica, agregados sim, mas olhem para eles individualmente que esses pequenos elementos andam por aí às voltas; são matéria de facto. Robert Miligon disse: "Se todos os elementos obedecerem a todas as leis da quimica, nós nunca morreriamos" .

Há rebelião na carne, a essa rebelião podemos chamar "sementes da morte".

Elementos que tenham recebido inteligencia ligada a eles, obedeceram ao comando de Deus. Vocês querem que uma montanha se mova? Falem com ela: "Move-te !", e ela move-se !Ela move-se quando Deus assim o comandar, ou quando o sacerdócio o faz com a sua autorização. Quando Deus comanda, essas inteligencias obedecem-lhe nos elementos. Isto é encontrado em Jacó 4:6; 1Néfi 20:13.

Agora escutem as palavras de Brigham Young discutindo este principio: "Há luz ou inteligencias em toda a matéria através da vasta estenção das eternidades. Ela está nas rochas, na areia, água, ar, gases e abreviando em todos os tipos de matéria organizada, seja ela sólida, liquida ou gasosa, particula operando particula" .

De repente começamos a têr a visão do milagre da criação de Deus. Ele vai ás trevas exteriores das inteligencias desorganizadas e organiza pedaços de elementos, combinando-os para que uma pequenissima porção de matéria tenha uma inteligencia e assim ele pode comandá-las e se combinarem de certas maneiras. O Senhor diz: "Eu dei um padrão a cada uma delas, que se torna a Lei pela qual elas agem" .

Algumas aceitaram a passagem de electricidade e outras ofereceram resistencia, algumas combinar-se-ão com várias coisas e teremos como resultado uma combinação. Duas particulas de hidrogénio e mais uma de oxigénio, formam aquilo a que chamamos de água. Isso acontece porque é assim que elas estão organizadas. Elas estão tão maravilhosamente organizadas que podemos agarrar uma pequena e complexa organização chamada célula, que vai sêr fertilizada por outra célula, em nove meses devido à organização do DNA (que foi estabelecida por uma inteligencia superior que é o nosso Pai Celestial) ela se desenvolverá em ziliões de milhões de células até se tornar num sêr humano. E tudo segundo um modelo.

Agora deixem-me mostrar-lhes um exemplo, estão a vêr a vossa mão? Ela é feita de pó! Querem vêr um milagre de engenharia e poder de Deus? Está nesta mão feita do pó. O nosso Pai Celestial é capaz de falar a todas as inteligencias de modo a torná-las novamente em pó muito rápido ou dizêr-lhes tal como disse à mão de Moisés, (Exodo 4:6-7 Grifo nosso) "Moisés mete a tua mão em teu seio" e quando Moisés meteu a sua mão em seu seio o Senhor disse para aquelas pequenas inteligencias: "Agora meus pequenos filhos transformem-se, talvêz ......em....lepra" . Depois disse a Moisés: "Moisés tira a tua mão para fora" . Lepra, incuravel, dominava toda a sua mão prestes a transformar-se de novo em pó. Disse o Senhor a Moisés: "Moisés mete de novo a tua mão em teu seio" . Deus disse às pequenas inteligencias: "Agora meus pequenos filhos, cada um aos seus lugares iniciais" . Quando Moisés tirou a mão já se encontrava normal, rosada, forte e limpa.

Este é o milagre de Deus. Nós somos filhos do milagre, todas as coisas à vossa volta é um milagre, e pela primeira vês estamos a começar a compreender. Deus fala e elas obedecem!.

Tudo é feito daquilo que age e daquilo que recebe a acção, e elas já nos foram indicadas por nome. O presidente Kimball disse que no proximo mundo, é quando teremos acesso a essas inteligencias, para podermos organizar os nossos próprios grandes sistemas. ?

Nosso Pai celestial disse: "Vocês querem saber o que me torna Deus?" A fonte de Deus está descrita em D.& C. 29:36 e em Moisés 4:1-4. O que pensas que o faz Deus? O que torna um sêr de repente ou depois do processo do tempo, Deus?

A lei e honra é o meu poder! .

Por isso quando ele fala às inteligencias, elas organizam-se, chama-mos a isto um milagre; este mundo não é nada mais que um milagre; inteligencias obedientes, esta é a doutrina!.

Agora tendo isto em mente (D.& C. 29:36), o que é que aconteceria se o pai violasse a confiança que as inteligencias têm nele? O que acham que aconteceria? Nenhuma igreja na face a terra se atreveu a anunciar a doutrina contida no Livro de Mórmon em Alma 42.

Nenhuma igreja sequer se atreveu a sugerir que Deus pudesse cair.

Nosso Pai celestial diz-nos: "Eu quero que saibam que eu ando continuamente na "lamina da navalha" da lei celestial com o objctivo de manter a confiança e honra de todas aqueles inteligencias que confiam em mim porque essa é a fonte do meu poder" . Isto agora dá-nos totalmente um novo entendimento sobre o nosso Pai Celestial.

Agora, em Alma 42:13,22,25; Ele repete-o vêz após vêz e em Mórmon 9:19 Ele repete-o novamente, se fosse injusto, se fosse arbitrário, se fosse falso, deixaria de sêr Deus!. Quem se atreve a sugerir que nada pode acontecer de forma a desafiar o poder do todo poderoso chefe dos Deuses. O nosso Pai Celestial diz-nos: "Quero que me compreendam. Eu trabalho entre regras muito duras. Eu tenho que agir de agordo com estas leis, para que possa desfrutar da sua confiança, e não a violar" .

Em Alma 34:9 o Pai diz: "Pois é necessário que haja uma expiação; porque de acordo com o grande plano do Deus Eterno, deverá haver uma expiação, caso contrário toda a humanidade perecerá; sim todos se tornarão obstinados; sim, todos estão decídos e perdidos, e hão de perecer se não houver expiação" .

Uma vêz que Deus nos pôs neste segundo estado, ele perdeu a capacidade de nos trazêr de volta; se ele o fizesse, seria arbitrário, caprichoso e injusto e violaria as regras pelo qual o reino foi estabelecido; assim ele perdeu a capacidade de nos trazêr de volta por si mesmo. Deus o Pai não nos pode salvar!.

Estas são algumas doutrinas da igreja, que solenemente pomos nestas dimensões. Mas esta é a verdadeira história da Páscoa. De facto, o que diz nesta escritura, é que se não houvesse uma maneira de voltar à presença do Pai, e esse encargo fosse deixado a ele, sendo ele incapaz de nos fazêr regressar à sua presença, acabariamos por ter como destino final as trevas exteriores, com Satanás e as suas hostes. Teriamos seguido pela mesma estrada que eles.

E tudo aquilo que tinha sido organizado pelo Pai em conecção conosco, a nossa terra, as outras terras, onde parte desta familia está localizada e todas as criações ligadas com elas seriam desintegradas e retornariam às trevas exteriores.

Isto leva-nos todos ao momento mágico de criação. Tudo o que tem a ver com com nosso Pai Celestial se torna muito mais racional, compreensivel, e a admiração acelera de forma que nos apercebemos o quão incrivel, maravilhosa, e poderosa é esta personagem.

2Nefi 9:7-9, é nesta escritura que diz que acabariamos por ter o mesmo destino que Satanás e os seus anjos se não houvesse uma expiação. Está absolutamente além das capacidades do nosso Pai Celestial levantar aqueles seus filhos que tropeçaram ao longo do processo de aprendizagem a destinguir o bem do mal, e trazê-los de volta à sua presença, visto que ele tem de agir de acordo com a lei.

Se ele não o fizesse, todas as outras inteligências lhe diriam: "Pai agora que eles pecaram e regrediram em termos de glória, eles não podem voltar. Lembras-te de todas as leis que nos trouxeram de volta? Nós não conseguimos sêr aquelas pessoas especiais, fomos graduados inferiormente! Lembras-te?? Lembras-te das leis sobre as quais estavas sempre a falar?" .

As inteligencias são aquelas que exigem justiça e não permitem que ninguem retorne a Deus.

Estão a compreender o problema de Deus?.

Como Ele disse: "...Parariam de o honrar, e ele deixaria de sêr Deus." Esta é a doutrina.

Agora, como podemos voltar a Deus??

"E não há homem algum que possa sacrificar o seu sangue para expiar pecados de outrem. Ora, se o homem se torna assassino, tomará por isso a nossa lei, que é justa, a vida de seus irmãos? Eu vos digo que não" . (Alma 34:11) .

Esta é a lei. A lei diz que nenhuma pessoa pode sofrer pelos pecados de uma outra pessoa. Esta é a lei! É isso que todas aquelas pequeninas inteligencias estão a dizer. Parem agora um pouco e pensem porque as inteligencias actuam assim. Se eu tivesse quebrado uma lei, uma ofença muito grave, poderias tu morrer por isso e satisfazer esta audiencia, achas que podias? Ainda que nos amemos e que tu dissesses a todos eles: "Não, não permitam que o irmão Skousen seja morto, eu morrerei por ele" , pensas tu que eles ficariam felizes e satisfeitos com isso? NÃO! Isto violaria as leis da justiça, e a mesma coisa aconteceria com todas aquelas pequeninas inteligencias.

Em Alma 34:11 diz que nenhuma pessoa pode morrer ou ser punida pelos pecados de outra e fazer com isso que seja aceite como justiça! As exigencias da justiça é o que aquelas pequenas inteligencias insistem. As inteligencias dizem: "Eles não podem voltar a ti Pai" . Estás a vêr o problema??

Agora, o genial da solução é que os Deuses sabem que estas pequenas inteligencias tem capacidade de sentir compaixão. Elas são exactamente como eu ou tu, por isso a expiação não é baseada na lei, mas sim na misericordia, isso está em em Alma 34:15. Por outras palavras, vamos tentar "tocar" essas inteligencias de alguma maneira que possa sobrepujar as exigencias da justiça, com o quê? Bondade e misericordia, para que nós possamos sobrepujar as exigências da justiça.

A familia de Deus deve têr planeado estas coisas à muito mas muito tempo, visto que isto é um padrão. Lembram-se de quando estávamos a selecionar um salvador? Jesus voluntariou-se, e Satanas disse: "Sabes Pai, isto é uma moda muito antiga para mim, isto não é necessário, quando podes satisfazêr as inteligencias do universo somente pondo-lhes um colete de forças e fazê-los passar pelo segundo estado. Acho que é realmente uma grande ideia, e mereço todo o crédito pois estou a oferecer a toda familia um seguro contra todos os riscos. A unica coisa que peço é que retires o livre arbítrio só por um pouco de tempo e pôr-lhes um colete de forças e assim passá-los pelo segundo estado, depois as inteligencias não os podem rejeitar; enviamo-los, damos-lhes corpos, evitamos qualquer quebra de leis, e depois trazêmo-las de volta. É muito simples!!" .

"NÃO" , disse o Pai, "Não é assim tão simples" .

Aparentemente implica, que se introduzisse compulção, e conduzisse até ao eterno plano de salvação, ou até ao universo cósmico, a coesão dominaria aí, e semeava sementes de quê? De revolução, desintegração; tudo aquilo que existe, move-se de livre vontade, desta forma não existe revolução, e Satanás diz: "Vou começar uma revolução!!" E ele fê-la.

Jesus disse: "Pai, eu falo-ei à tua maneira. Falo-ei da maneira que sempre teve de sêr. Teremos baixas, isso é verdade, mas pelo menos manteremos a participação voluntária que sempre tivemos nos passado. Sei que alguém tem de sofrer de forma a expiar e a despertar o sentido da compaixão, e eu posso fazê-lo" .

A revelação diz que a guerra no céu foi uma reunião de testemunhos, visto que diziamos uns aos outros: "O plano de Pai é o plano certo" . Não queremos introduzir a compulsão. Se começarmos a usar compulsão, sabe-se lá onde vamos parar. Lucifer está a tentar roubar o trono ao nosso Pai Celestial, e quer a glória para ele. Não há nada no plano de Satanás a não sêr rebelião e destruição.

No final conseguimos ter dois terços do nosso lado. No principio tinhamos uma minoria conosco, mas conseguimos no final dois terços, e o outro terço apoiou o plano seguro, o plano contra todos os riscos. Eles não quiseram assiscar conosco.

Pronto, agora vamos saber como trabalha a expiação. Observem como este principio funciona. Pônha-se no lugar de uma inteligencia, capaz de sêr submetida a sentimentos como simpatia e compaixão! Vocês deixam de pedir contas por todo o pedaço de lei. Sabes que a lei permite isso! Já notaram? FUNCIONA!! Vamos ao tal principio: Elas tem que ter uma pessoa que seja infinita como diz em Alma 34, alguem que seja amada. Infinitamente significa completamente, todos o sabem!.

Por isso foi escolhido um espirito tão superior, é o primeiro conselheiro da presidencia lá do céu.

Ele é tão honrado, que quando o Pai quer fazêr algo, ele fala-lhe e então diz às inteligencias o que fazêr, ele é identificado como o Verbo ou a Palavra. Ele é aquele por quem passa a palavra. Ele é amado e respeitado por todos, tal como o Pai.

Por isso vamos usá-lo. Ele é infinitamente amado, e fizémo-lo vir cá abaixo ao segundo estado, viver uma vida perfeita e sem ofença, para que possa voltar à presença do Pai. Enquanto trabalhava entre a familia humana, fizemo-lo sofrer tão terrivelmente que as pequenas inteligencias em todo o universo se revoltaram! É terrivel o sofrimento pelo qual ele teve que passar, elas amavam-no como diz no Livro de Mórmon, que mesmo os elementos da terra do norte não suportaram e houve grande destruição como nunca houve antes. Os proprios elementos estavam a chorar por alguem que eles amavam, e contra a terrivel tortura que ele estava a sofrer.

E tudo isto por designio! Esta era a missão de Jesus o Cristo. Ele sofreu tanto que quando ele interceder em nosso favor, porque nós fizémos o nosso melhor, através do arrependimento, que aquelas pequenas inteligencias dirão: "Bom, eles realmente não poderiam voltar, mas se tu queres! Afinal sofreste por eles, sim, eles podem entrar".

Isto é a EXPIAÇÂO. Oiçam Alma 34:15-16, assim como os profetas, que costumavam entenderr e pregar intensivamente. Oiçam os versiculos: "E assim trará a salvação a todos quantos acreditarem no seu nome, sendo a finalidade do seu sacrifício despertar as entranhas da misericórdia, que sobrepuja a justiça, dando meios para que os homens possam ter fé e se arrepender.

E assim a misericórdia pode satisfazer as exigências da justiça, e os envolve nos braços da segurança, enquanto que aquêles que não exercem a fé para o arrendimento ficam expostos a todas as disposições das exigencias da justiça; portanto, apenas sobre os que possuem fé para se arrepender tem efeito o grande e eterno plano da redenção" .

Vou lêr agora D.& C.45:3-5, e oiçam o Salvador a falar-nos sobre o assunto: "Ouvi aquêle que é o advogado junto ao pai, e que está pleiteando a vossa causa perante Êle. Dizendo: Pai, contempla os sofrimentos e a morte daquêle que não cometeu pecado, em quem Te comprazeste; contempla o sangue do Teu Filho que foi derramado, o sangue daquêle que deste para que Tu mesmo fôsses glorificado; Portanto, Pai, poupa êstes Meus irmãos que crêem em Meu nome, para que possam vir a Mim e ter a vida eterna" .

Salvador não pleiteou junto ao Pai por aqueles que não crêem nele; Ele não podia. Não lhe era permitido, pois assim não havia justiça. Mas pleiteou junto ao Pai por aquêles que acreditaram nele para que pudesse vir a Ele e tivessem a vida eterna.

Deus o Pai agora pode fazê-lo sem deixar de sêr Deus por causa do quê??...MISERICORDIA!!

Deixem-me dar-lhes um exemplo de como isto funciona.

Durante a guerra civil Americana, houve um soldado de 19 anos que adormeceu enquanto estava de guarda. Uma secção inteira de soldados do norte foram mortos naquele sector, ele perdeu muitos dos seus amigos, e tudo porque ele adormeceu e os sulistas conseguiram atacar de surpresa com sucesso, naquele flanco de defesa. Ele sobreviveu, foi a tribunal de guerra, e foi sentenciado a sofrer a morte por enforcamento, ter negligenciado o seu dever, e ter adormecido enquanto servia de vigia, o que é rotina na lei militar.

A sentença de morte, e a ordem de execução foram colocadas na secretária do presidente Lincoln, e ele estava preparado para assinar. Tinhamos perdido um lote inteiro de valiosos homens, porque um soldado de 19 anos adormeceu. (Não me lembro se foi através de uma carta ou de visita pessoal, mas isso não é significativo) O presidente Lincoln recebeu um comunicado de uma senhora idosa (penso que pessoalmente), e esta mãe disse ao presidente: "Quando a guerra começou tinha marido e seis filhos. Primeiro perdi o meu marido e depois perdi cinco dos meus filhos. Agora só me resta um unico filho, e ele está prestes a sêr executado por negligência em serviço. Ele sente-se extremamente mal acerca do sucedido, e sabe que merece morrer, ele está à espera de morrer, mas, presidente Lincoln, eu questiono-me, se talvez devido ao poder de perdoar que o Sr. tem devido à constituição, se por mim poderia perdoar o meu ultimo filho, e deixá-lo viver" .

O presidente Lincoln disse áquela mãe: "Por si, dou perdão ao seu filho. Eu oro a Deus que ele sobreviva à guerra e que lhe seja uma benção todos os dias da sua vida" .

Devemos perdoar sempre até 70 vezes 7 como Jesus ensinou, e lembrar sempre que não estamos livres de estar numa posição similar à daquêle jovem soldado.

Estão a ver como funciona a compaixão? Sobrepuja completamente as exigências da justiça, e ninguém critica o presidente Lincoln por ter usado o seu poder de conceder perdão naquele caso, visto que todos nós sabemos da intercessão daquela mãe. É assim que todos somos.

Quando foram para a ultima ceia, a Páscoa do cordeiro, e Ele olhou para os 12 e disse: "Em verdade vos digo que um de vós me há-de trair" . E Pedro disse a João: "Tu que estás mais perto de Jesus, Pergunta-lhe quem o vai trair" . E João o bem amado disse : "Senhor, quem??" . E o Salvador sussurou: "Aquêle a quem dou a ceia" . E pegando num pedaço de pão, deu a Judas e disse: "agora faz o que tens de fazêr" . E Judas saiu.

Pergunto-me se Judas suspeitava que talves Jesus soubesse, não sabemos. De facto, achamos que não, ele já tinha recebido as trinta moedas de prata. Ele já tinha concordado em trair o Cristo. E ele, Judas foi ter com os anciões da cidade.

Diz-se que nesta altura Jesus ficou muito depremido, então ele levantou-se e fez aquela maravilhosa oração de sumo-sacerdote que encontramos em João 17:20-21, onde Ele pede ao Pai desta forma: "Eu não rogo somente por estes, mas também por aquêles que pela sua palavra hão de crêr em mim; Para que todos sejam um, como tu o Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste" . E no maior sofrimento e angustia ele intercedeu naquela oração. Então disse: "Partamos, eu preciso de orar" .

E assim, partiram da parte da cidade onde viviam as pessoas mais pobres (pensamos que foi aí que isto realmente ocorreu). Atravessaram a praça do templo, sairam pelo portão dourado no lado Este, e prosseguiram o trajecto do ribeiro de Kidron até subirem ao topo do Monte da Oliveiras onde já estivera durante duas semanas.

Já de noite, e ao prosseguirem na subida, Jesus dirigindo-se a oito dos seus discipulos diz-lhes para permanecerem junto ao portão. Ele levou Pedro, Tiago e João, entrou no jardim, e então disse-lhes que ficassem ali e vigiassem. Afastou-se então um pouco, e subindo o lado da colina embrenhou-se um puco mais no jardim.

Aparentemente, João foi o unico que ficou acordado, e ouviu cair de corpo inteiro no chão. Ele não se ajoelhou numa rocha, diz lá que "prostou-se sobre o seu rosto" . Ele disse: "Ó Pai, todas as coisa te são possiveis, afasta de mim este cálice, todavia não se faça a minha vontade mas a tua" .

Reparem que o que ele está a dizêr é "Pai tu és Deus! Tu és todo poderoso. Todas as coisas te são possiveis, não me faças passar por isto. Podes resolver isto de outra forma" .

Então o anjo que desceu para ministrar a Jesus, indubitavelmente lhe explicou uma coisa da qual Ele se tinha esquecido. Tinha se esquecido da sua pré-existencia, pois tinha nascido para sofrer e morrer!

O que o anjo lhe deve ter dito, ainda que não tenhamos um registo da mensagem não ficaria nem um pouco surpreendido se não tivesse sido algo como isto: "Ó Jeova, Tu és o filho de Deus, não tens que fazêr isto a menos que o desejes, mas deves saber que se não cumprires esta missão, o Pai perderá, não só esta familia, como toda a sua familia, e tambem toda a criação e tudo o que está associado a ela; os planetas, as plantas, os animais e tudo aquilo que pelas tuas prórias mãos construiste, estará perdido e voltará ao caos e ás trevas exteriores de onde são provenientes" .

Isto é o que eu suponho que o anjo lhe deve ter dito porque quando o anjo terminou a sua ministração, Jesus disse: "seja feita a tua vontade".

E Ele suou gotas de sangue, os canais do seu fluído da vida nem sequer puderam conter o sangue, e este invadiu as glandulas sudoriferas, e derramou-se para fora da pele como grandes gotas de sangue.

Que agonia aquele momento!

Não teriamos conseguido suportar aquilo. Não temos sequer uma vaga ideia o quão terrivel foi aquele sofrimento, mas Jesus deu-nos alguma ideia como foi em D.& C.19:15-19. "Portanto, ordeno que te arrependas - arrepende-te para que Eu não te fira com a vara da minha boca, e com a Minha ira, e com a minha cólera, e os teus sofrimentos sejam dolorosos - quão dolorosos tu não o sabes, nem quão pungentes, sim, e nem quão dificeis de suportar. Pois eis que Eu, Deus, sofri estas coisas por todos, para que arrependendo-se não precisassem sofrer; Mas, se não se arrependessem, deveriam sofre assim como Eu sofri. Sofrimento que Me fêz, mesmo sendo Deus, o mais grandioso de todos, tremer de dor e sangrar por todos os poros, sofrer, tanto corporal como espiritualmente - desejar não ter de beber a amarga taça e recuar. Todavia, gloria ao Pai, Eu tomei da taça e terminei as preparações que fizera para os filhos do homem". Agora, vais aceitar isto?? Cristo disse: "Fiz isto por ti, não o desperdices; se fores obediente e te arrependeres o espirito justifica-te e serás santificado; não desperdices tudo isto, não uses o nome de Deus em vão. Eu fi-lo por ti, agora vinde a mim, lembra-te, vinde a mim" .

Bom...! Depois diso, Judas veio com os saldados. Jesus ouvi-os e voltou-se para onde estavem os 3 apóstolos à espera, e encontrou-os a dormir. Talvêz soubessem mais se eles não tivessem adormecido.

Era de noite, os soldados vinham com Judas, eles tinham tochas. Já tinham visto Jesus na praça do templo, Judas veio até perto dele, tomou-o nos seus braços e disse: "Avé, mestre" . salvador olhou para ele e disse: "Judas, tu tráis o filho de homem com um beijo?" .

Nessa altura os soldados gritaram: "prendam-no, prendam-no" . E todos os outros fugiram. Estava lá um rapazinho, acabado de chegar, com o intento de avisar o salvador que tinha acabado de se levantar, (achamos que era o pequeno Marco, porque Marco é o unico que se refere a ele).

O rapazinho estava envolto em um lençol. Aparentemete veio com o propósito de avisar o salvador. Talvez ele tenha visto os soldados a caminho (suponho eu).

Depois disso, o salvador foi levado a casa de Anás, e logo de seguida a casa de Caifás. Todos se lembram da noite terrivel que Ele passou. Lembram-se das 3 vezes que Pedro negou Jesus. Pedro estava petrificado, ele nunca se perdoou por ter negado a Jesus.

Na manhã seguinte houve um julgamento ilegal perante o sinédrio e como não podiam matar Jesus sem o consentimento publico de Pilatos; Levaram-no para uma praça aberta perto da praça do templo e apresentaram Jesus perante Pilatos. Este tentou criar simpatia em seus corações chicotiando Jesus e pondo-lhe uma coroa de espinhos. E o sangue correu pela face dele com as suas vestes já cheias de sangue; Pilatos trouxe-o e disse: "Olhem para este homem!" , o povo gritou: "CRUCIFIQUEM-NO, isso não é suficiente, CRUCIFIQUEM-NO" "Tragam-me água" . Disse Pilatos, "Vejam, lavo as minhas mãos deste julgamento. Crucifiquem-no" .

Então, eles levaram-no com a cruz, e ele carregou-a enquanto o seu corpo dorido conseguiu suportar a dor. Finalmente levaram-no ao topo do Lugar da Caveira, e lá pregaram os pregos, primeiro nas suas mãos, depois nos pés, e por fim puseram a cruz de pé. Dois ladrões foram crucificados, um de cada lado. A terra tremeu, o céu escureceu à hora do meio dia e assim permaneceu com a terra tremendo ocasionalmente até às 3 horas da tarde.

Todo o continente Americano tremia, e como ele, as ilhas do mar.

Já perto do fim ele gritou: "tenho sede" , puseram vinagre numa esponja, porque isso supostamente aliviaria um pouco a dor.

Em agonia olhou para baixo: "João eis aqui a tua mãe, mãe eis aí o teu filho" . Aparentemente José tinha morrido, e ele estava a dizêr: "João toma conta de Maria" .

Começaram então a atormenta-lo, a aborrece-lo, a acusarem-no dizendo: "porque não desces da cruz, porque não te salvas a ti próprio" . Tudo isto tambem pode sêr encontrado em Salmos 22. Tudo isto tinha sido visto por Davi, ele sabia as próprias palavras que Jesus diria.

Então, quando a agonia era quase insuportavel, e a noite estava a cair, eles teriam que partir as pernas aos crucificados para que morressem mais rápidamente. E à hora nona exclamou Jesus em voz alta; "Eloi Eloi, lama Sabactâni?" , isto é Deus meu Deus meu, porque me desamparaste?.

O espirito de Deus retirou-se deste homem. Ele tinha que o fazêr só, agoniar na cruz, mas por breves momentos. Então o espirito de Deus voltou a Ele dizênto: "Meu filho, eu estou aqui. Conseguiste" .

Jesus então levantou a sua face e disse: "está terminado. Pai, nas tuas mãos entrego o meu espirito!" e assim morreu. Naquele momento, Jesus tornou-se no CRISTO.

Ele tinha feito tudo aquilo que era necessário para sobrepujar as exigencias da justiça para que pudessemos voltar a Deus.

Ele conseguiu!! E pelo poder daquela grande força que estava nele, em três dias e três noites conseguiria levantar-se, ressuscitar, purificar e glorificar o seu corpo.

E é uma emoção tão grande comtemplar Maria Madalena e a outra Maria enquanto vinham apoiando-se uma na outra, e acharam a porta do sepulcro revolvida!, cremos que sabemos mais ou menos a localização do sepulcro, não temos a certeza, mas a descrição encaixa perfeitamente. É mesmo ao fundo de uma colina descrita pelo salvador. É o unico sepulcro existente ali.

Quando não encontraram o corpo ficaram perplexas, e pensaram que alguem tinha roubado o corpo. Talvês tenha sido o jardineiro, e quando ela o vê em pé ali parado olha-o por entre lágrimas e diz: "Senhor se tu o levás-te daqui, dize-me onde o puseste, e eu o levarei" .

A pessoa que estava ali disse: "Maria" ela olhou para ele e disse: "Raboni" e Ele disse-lhe: "Não me toques porque ainda não subi para o meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus" . E dizendo isto subiu para o Pai. (João 20:11-17)

Esta é a história da Páscoa.

Nosso Pai celestial sofreu tanto nessa noite no jardim Getsêmani. Quando aquele filho que estava ali prostrado nas folhas por debaixo das oliveiras e disse: "Ó Pai de se for possivel afasta de mim este cálice" , que quis dizêr que pelo menos algum dos seus filhos aqui na terra pudesse saber como foi aquela noite para ele. Por isso Ele disse ao nosso grande ancestral Abraão: "quero que pegues no teu filho amado, o leves até ao topo do monte Mosiah e que mo ofereças em sacrificio".

"PORQUÊ ??" , disse Abraão. "Toda a minha vida tenho pregado contra o erro que é o sacrificio humano. Meu unico filho, e tu Senhor prometeste levantar uma semente, tão numerosa como as areias da praia. Agora tenho de matá-lo??"

Sem dizêr a Sara, ele levou o seu jovem filho, provavelmente já na sua adolescencia, para o topo do monte Mosiah, e lá disse ao seu filho que não o teria se não fosse através de uma benção especial de Deus para que a mãe o pudesse conceber; e Ele enviou-te a mim e agora quer tomar-te de volta. Não por doença, guerra ou velhice, mas por sacrificio a Ele.

Ele levantou a faca; oh que angustia de pai. Em Jacó 4:5 no Livro de Mormon, diz que isto aconteceu para simbolizar os sentimentos de pai e do filho. Isso aconteceu para que pelo menos um pai humano pudesse saber como foi a angustia e a dor naquela noite no Jardim de Getsêmani. Como Jesus disse: "Aba, Pai todas as coisas te são possiveis; afasta de mim este cálice" .

Vou acabar por aqui. Talvez agora possam começar a entender esta maravilhosa doutrina sobre o qual o Presidente Kimball falou na reunião de sacerdócio.

As inteligencias do Universo, e o facto de que a honra de Deus é aquilo que o torna Deus. O facto de que se Ele perde a sua confiança, Ele simplesmente cessa de sêr Deus. Estas são doutrinas basicas do evangelho restaurado, assim como Jacó 2 relata.

Porque não falamos mais acerca da Expiação? Acerca da ressurreição?. Acho que estamos de acordo de que poderiamos falar acerca da verdadeira base da Expiação. Falamos acerca disso como um facto comprovado sem nunca tentar a aproximação ao Pai e dizêr: "Pai Celestial, acho que agora compreendo um pouco" .

Não sei o que este conhecimento lhes faz, mas a mim fêz-me amar o meu Pai celestial como nunca aconteceu antes, e aprendi a amar o meu salvador Jesus Cristo como nunca.

Agora sei o que estas duas maravilhosas Personagens fizeram por mim e por ti. E todas as crianças deste mundo e todas as pessoas deste planeta e todas as maravilhosas coisas com que Eles nos abençoaram teriam sido destruidas ou perdidas para sempre se eles não fizessem o que fizeram. Por isso eu Os amo muito!. E presto o meu testemunho a vocês meus irmãos e irmãs do fundo do meu coração, de que Jesus é o Cristo, e temos um Pai Celestial que nos ama. A Expiação é um principio activo e verdadeiro; a ressurreição é uma realidade; o perdão dos pecados é possivel, e se nos arrepender-mos sinceramente podemos sêr restaurados e voltar-mos para nosso Pai Celestial. (Isaias 1:18)

Oro a nosso Pai Celestial para que não o decepcionemos, e assim sejamos bons missionários compartilhando esta grandiosa mensagem com o nosso proximo, e tomemos todos os filhos de Deus e possamos encontrar e compartilhar os 13 maravilhosos passos selecionados no fim destas palavras. Este é o meio pelo qual podemos alcançar os filhos de Deus. Os passos descrevem o valor de cada benção que podemos transmitir. Sem os chocar devemos agir de maneira que possam aprender dentro da sua capacidade de assimilação. Cada alma que possamos ajudar a salvar, nosso Pai Celestial nos abençoará mais do que podemos entender ou sonhar.

Agradeço o convite de discurssar para vocês esta noite. Estou grato por sentir toda a noite a presença do vosso doce espirito, com que o nosso Pai Celestial os abençoou.

E agora ao deixar este Vale, levo comigo algumas boas memórias.

Tentarei voltar em Outubro, deixo a minha benção e oração para vós e vossa familia para que possam sêr dignos da Expiação de Jesus Cristo e do seu evangelho que foi restaurado para nossa salvação.

Esta é a minha oração em nome de Jesus Cristo, Amén.

________________________________________

1 - 2Néfi 2:14 . As coisas que agem a as que recebem acção.

2 - D.& C. 93:29 . As inteligências sempre existiram.

3 - D.& C. 93:30 . As inteligências agem quando estão prontas.

4 - Abraão 3:19,23 . De todas as inteligências Deus é a maior.

5 - D.& C. 93:33 . Os elementos são eternos.

6 - Abraão 4:10,12,18 . Os elementos têm inteligencias. (Helamã 12:8-9) .

7 - Jacó 4:6 . As inteligencias obedecem a Deus. (1Néfi 20:13) .

8 - D.& C. 29:36; Moisés 4:1,4; Alma 42:13,22,25; Moroni 9:19 . A fonte do Poder de Deus é a honra.

9 - Alma 34:9; 2Néfi 9:9 . Quando estamos na terra, Deus não nos pode salvar, e não nos pode trazêr de volta.

10 - Alma 34:11 . Ninguém pode sofrer pelos pecados de outrém.

11 - Alma 34:15 . As inteligencias têm capacidade para sentir compaixão. A expiação é baseada na misericórdia e justiça.

12 - D. & C. 45:3 . Misericórdia sobrepuja a lei.

13 - D. & C. 19:15,19 . A Expiação.


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Jesus, o Líder Perfeito

Spencer W. Kimball


Há muito mais a se dizer sobre a inigualável liderança do Senhor Jesus Cristo do que é possível escrever em um único artigo ou livro. Todavia, eu gostaria de ressaltar alguns dos atributos e qualidades que Ele possui e que demonstrou possuir de modo tão perfeito. Esses mesmos atributos e qualidades são importantes para todos nós, se for nosso desejo ser bem sucedidos de forma duradoura como líderes.



Princípios Imutáveis

Jesus sabia quem Ele era e porque estava nesta Terra. Isso significa que Ele era capaz de liderar com poder, sem incertezas ou fraquezas.



Jesus ministrava com base em princípios imutáveis, em vez de ir estabelecendo regras de acordo com as circunstâncias. Assim, Seu estilo de liderança era sempre correto e constante. Muitos líderes do mundo hoje são como camaleões-modificam suas cores e opiniões para adaptar-se às circunstâncias-o que somente tende a confundir seus seguidores e companheiros, que não podem ter certeza do curso a ser tomado. Aqueles que se agarram ao poder às custas de seus princípios, em geral acabam sendo capazes de fazer qualquer coisa para perpetuar-se nele.
Jesus sabia quem Ele era e porque estava nesta Terra. Isso significa que Ele era capaz de liderar com poder, sem incertezas ou fraquezas.


Jesus declarou várias vezes: "Vem, segue-me." Seu programa era do tipo "faça o que eu faço", e não "faça o que eu mando." Seu brilho inato lhe permitiria ser um espetáculo fulgurante, mas isso deixaria seus seguidores muito distantes. Ele caminhava e trabalhava com aqueles a quem deveria servir. Sua liderança não era mantida pelo distanciamento, pois Ele não temia a proximidade da amizade; Ele não temia que a proximidade pudesse desapontar Seus seguidores. O fermento da verdadeira liderança não engrandecerá outros a menos que estejamos com eles e sirvamos àqueles que devemos liderar.
Jesus mantinha a virtude de tal maneira que, quando essa proximidade permitia que alguém tocasse-lhe a barra dos vestidos, essa virtude fluía dele (veja Marcos 5:24-34).



Compreensão




Jesus era um líder que escutava, que amava os outros com um amor perfeito, escutando-os sem, porém, condescender. Um grande líder escuta não somente aos outros, mas também à sua consciência e às impressões vindas de Deus. Jesus era um líder paciente, que exortava e amava os que o seguiam. Quando Pedro tomou a espada e cortou a orelha do servo do sumo-sacerdote, Jesus disse: "Mete a tua espada na bainha." (João 18: 11). Sem enraivecer ou se mostrar perturbado, Jesus silenciosamente curou a orelha do servo (Veja Lucas 22:51). Sua reprovação a Pedro foi gentil, mas sem deixar de ser firme.



Por amar os que O seguiam, Ele era capaz de nivelar-se a eles a fim de ser sincero e direto. Ele reprovou Pedro às vezes porque o amava e Pedro, sendo um grande homem, crescia com cada reprimenda. Há um versículo maravilhoso no livro dos Provérbios do qual precisamos nos lembrar:



"Os ouvidos que escutam a repreensão da vida, no meio dos sábios farão sua morada.
O que rejeita a correção, menospreza a sua alma, mas o que escuta a repreensão adquire entendimento." (Prov. 15: 31-32)


Por amar os que O seguiam, Ele era capaz de nivelar-se a eles a fim de ser sincero e direto. Ele reprovou Pedro às vezes porque o amava e Pedro, sendo um grande homem, crescia com cada reprimenda.

Aquele que consegue receber a "reprovação da vida" é um líder sábio e também um seguidor sábio. Pedro era capaz de aceitar a repreensão porque sabia que Cristo o amava e, portanto, Jesus conseguia preparar Pedro para uma posição de responsabilidade no Reino. Jesus considerava o pecado um erro, mas, ao mesmo tempo, era capaz de compreender que o pecado se originava nas profundas necessidades insatisfeitas do pecador, o que lhe permitia condenar o pecado sem condenar o indivíduo. É possível demonstrarmos amor por outros, mesmo quando devemos corrigi-los. Precisamos olhar profundamente nas vidas das outras pessoas para ver as causas básicas de seus defeitos e dificuldades.

Liderança Altruísta

A liderança do Salvador era altruísta. Ele colocava a si mesmo e suas necessidades em segundo plano e ministrava os outros indo muito além do dever, incansavelmente, com amor e eficiência. Tantos problemas no mundo de hoje são causados pelo egoísmo e pelo egocentrismo. Muitos fazem exigências enormes à vida e aos outros a fim de atender suas necessidades. Tudo isso é o extremo oposto dos princípios e práticas exercidos com perfeição pelo exemplo primoroso de liderança, Jesus de Nazaré.



O estilo de liderança de Jesus enfatizava a importância do discernimento em relação aos outros sem procurar manipulá-los. Ele preocupava-se com a liberdade de escolha de seus seguidores. Mesmo Ele, naqueles momentos de tanta significação, teve de decidir-se voluntariamente a aceitar o Getsêmane e o Calvário. Ele nos ensinou que não pode haver crescimento sem a verdadeira liberdade. Um dos problemas da liderança manipuladora é que ela não se baseia no amor pelos outros, mas da necessidade de tirar proveito deles. Líderes desse tipo concentram-se em suas próprias necessidades e não nas dos outros.



Jesus via em perspectiva os problemas do povo. Ele conseguia calcular com precisão o efeito e o impacto de longo prazo de cada declaração, não apenas daqueles que as leriam, mas até mesmo de seu significado dois mil anos mais tarde. Freqüentemente os líderes deste mundo procuram resolver problemas imediatos procurando parar a dor do presente, criando, porém, dificuldades ainda maiores no futuro.



Responsabilidade

Jesus sabia como envolver seus discípulos no processo da vida. Ele lhes deu tarefas importantes e específicas para executarem a fim de procurarem seu próprio desenvolvimento. Outros líderes tentam ser tão onicompetentes e procuram fazer tudo por si mesmos, o que proporciona pouco crescimento aos outros. Jesus tem confiança suficiente em Seus seguidores para compartilhar com eles Sua obra, dando-lhes oportunidade de crescer. Essa é uma das maiores lições de sua forma de liderar. Se descartarmos as pessoas a fim de ter uma tarefa executada mais rápida e perfeitamente, a tarefa poderá ser bem executada, mas à custa do desenvolvimento dos seguidores, que é tão importante. Jesus sabe que a vida nesta Terra tem um propósito e que fomos aqui mandados para crescer. O crescimento, dessa maneira, torna-se tanto um dos meios quanto um dos objetivos da vida. Precisamos corrigir as pessoas positivamente, de um modo amoroso e útil, quando elas erram.



Jesus não temia fazer exigências daqueles que Ele liderava. Seu estilo de liderança não era condescendente ou fraco. Ele teve a coragem de chamar Pedro e outros e fazê-los largar suas redes de pescar e segui-Lo durante a estação de pesca, não depois dela ou depois da próxima pescaria, mas naquele momento! Jesus deixava as pessoas saberem que Ele acreditava nelas e em suas potencialidades, sendo assim possível para Ele ajudá-las a esforçar-se e a atingir grandes realizações. Tantos líderes seculares hoje são, de muitas maneiras, condescendentes e desprezam as pessoas, tratando-as como se devessem permanecer para sempre protegidas e mimadas. Jesus acreditava em seus discípulos, não só pelo que eles eram, mas também por aquilo que podiam tornar-se. Enquanto outros veriam em Pedro apenas um pescador, Jesus via nele um poderoso líder religioso-corajoso, forte-que deixaria sua marca sobre boa parte da humanidade. Amar as pessoas significa ajudá-las a crescer, fazendo exigências razoáveis, mas realistas.





Jesus apresentava às pessoas verdades e tarefas de acordo com sua capacidade. Ele não as assoberbava com mais do que eram capazes de suportar, mas dava-lhes o suficiente para esforçarem-se. Jesus preocupava-se com os elementos básicos da natureza humana e em ocasionar mudanças duradouras, não apenas mudanças superficiais.



Responsabilidade

Jesus ensinou-nos que somos responsáveis não somente por nossas ações, mas também por nossos pensamentos. Essa responsabilidade deve ser sempre lembrada. Vivemos numa época que enfatiza que "não há garantia contra o erro" e que também "não existe erro no comportamento humano". Sem dúvida, não é possível haver responsabilidade sem princípios bem definidos. Um bom líder saberá que é responsável perante Deus e perante aqueles que ele lidera. Ao exigir responsabilidade de si mesmo, ele fica em uma posição melhor para exigir o mesmo dos outros. As pessoas tendem a ter um desempenho no padrão estabelecido pelos seus líderes.

Uso Sábio do Tempo

Jesus nos ensinou também a importância de usarmos nosso tempo com sabedoria, o que não significa que não devamos ter tempo para o lazer, pois deve haver ocasiões para a contemplação e para renovação, embora o desperdício do tempo seja reprovável. Usar o nosso tempo com sabedoria é muito importante, o que não significa, entretanto, que devamos ser frenéticos ou impertinentes. O tempo não pode ser reciclado. Uma vez que o momento tenha passado, ele jamais voltará. A tirania da trivialidade consiste em desviar-nos das pessoas e dos momentos que têm real importância. Os detalhes podem tornar reféns as coisas de real significado e podem fazer com que essa tirania se torne freqüente. O uso sábio do tempo é, na realidade, o gerenciamento da nossa própria vida.

Liderança Secular

As pessoas que mais amamos, admiramos e respeitamos como líderes humanos são assim considerados precisamente porque personificam, de muitos modos diferentes, as qualidades que Jesus tinha em Sua vida e em Sua liderança.



Por outro lado, os líderes que historicamente têm tido um impacto trágico e negativo na humanidade são vistos assim exatamente por não possuírem, em qualquer grau, as qualidades do Homem da Galiléia. Enquanto Cristo era altruísta, eles eram egoístas. Naquilo que Jesus dava liberdade, eles exerciam controle. Enquanto Cristo estava preocupado em servir, eles preocupavam-se com status. Enquanto Cristo atendia às necessidades genuínas dos outros, eles pensavam apenas na satisfação de suas necessidades e desejos. Quando Jesus se mostrava pleno de compaixão equilibrada com justiça, eles em geral enchiam-se de crueldade e injustiça.

Usar o nosso tempo com sabedoria é muito importante, o que não significa, entretanto, que devamos ser frenéticos ou impertinentes.


Talvez nenhum de nós seja o perfeito exemplo de líder, mas todos podemos empreender sérios esforços para nos aproximarmos desse grande ideal.

Nosso Potencial

Um dos grandes ensinamentos do Homem da Galiléia, o Senhor Jesus Cristo, é que trazemos dentro de nós imenso potencial. Ao nos exortar para sermos perfeitos como Nosso Pai Celestial, Jesus não estava brincando ou caçoando de nós. Ele estava nos revelando uma verdade poderosa sobre nossas possibilidades e potencial. Essa é uma verdade quase chocante demais para levarmos em consideração. Jesus, que não podia mentir, procurou nos chamar para seguirmos o caminho da perfeição.


Não somos ainda perfeitos como Jesus o é, mas, a menos que aqueles que nos seguem nos vejam lutando e nos tornando melhores, eles não poderão seguir nosso exemplo e vão nos enxergar como hipócritas em relação àquilo que nos propomos fazer.


Cada um de nós tem mais oportunidades de fazer o bem e de ser bons do que somos capazes de aproveitar. Essas oportunidades estão por todo lado. Seja qual for a extensão do nosso círculo atual de influência, se melhorássemos um pouquinho nosso desempenho, esse círculo se ampliaria. Há muitos indivíduos à espera de serem tocados e amados, se apenas tivermos o cuidado de melhorar nosso desempenho.



Devemos lembrar-nos que todos os mortais que encontramos nos estacionamentos, escritórios, elevadores e outros lugares fazem parte daquela porção da humanidade que o Senhor nos deu para amar e servir. Pouco se nos adiantará discursarmos sobre a irmandade geral de toda a humanidade se não conseguirmos enxergar aqueles ao nosso redor como nossos irmãos e irmãs. Se nossa porção da humanidade nos parece pequena e pouco estimulante, precisamos lembrar-nos da parábola que Jesus nos deu para nos mostrar que a grandeza não é uma questão de tamanho ou escala, mas da qualidade de nossa vida. Se nos sairmos bem com as oportunidades e talentos que nos foram dados, Deus não o deixará de observar. E àqueles que se saem bem com as oportunidades que lhes são dadas, mais será dado!



As escrituras contêm muitos exemplos maravilhosos de líderes que, ao contrário de Jesus, não eram perfeitos, mas que ainda assim se saíram muito bem. Ler essas histórias freqüentemente nos faria muito bem. Esquecemo-nos que as escrituras nos apresentam séculos de experiência em liderança e, ainda mais importante, nos mostram os princípios imutáveis sobre os quais a verdadeira liderança deve operar para ser bem sucedida. As escrituras são o manual de instruções do futuro líder.

O Líder Perfeito

Não me desculpo por reconhecer alguns dos atributos de Jesus Cristo naqueles que procuram ser líderes bem sucedidos.


Se desejamos ser eminentemente bem sucedidos, Ele é o nosso padrão. Todas as qualidades nobres, perfeitas e belas da maturidade, do poder e da coragem encontram-se nessa única pessoa. Quando a multidão enfurecida, armada até os dentes, aproximou-se dele para prendê-lo, Ele a enfrentou com resolução, perguntando a seus perseguidores: “A quem buscais?”
Surpresa, a multidão murmurou Seu nome: “Jesus de Nazaré.”



“Sou eu”, respondeu Jesus Nazareno, com altivez, coragem e poder. Os soldados recuaram e caíram por terra.”



Perguntou-lhes ainda uma segunda vez: “A quem buscais?”, e quando repetiram Seu nome, Ele lhes disse: “Já vos disse que sou eu; se pois buscais a mim, deixai ir estes.” (João 18: 4-8).



Talvez o mais importante que eu possa dizer sobre Jesus Cristo, mais importante do que tudo o que já disse é que Ele vive. Ele realmente possui todas as virtudes e atributos dos quais as escrituras nos falam. Se chegarmos a saber isso, então conheceremos a realidade principal sobre o homem e sobre o universo. Se não aceitarmos essa verdade e essa realidade, então não teremos o princípio estabelecido ou as verdades transcendentais pelas quais é possivel viver vidas felizes e caridosas. Em outras palavras, ser-nos-á muito difícil ser líderes que fazem diferença se não reconhecermos a realidade do líder perfeito, Jesus Cristo e se não deixarmos que Ele seja a luz através da qual enxergamos nosso caminho!


Share/Bookmark ~ quinta-feira, 21 de maio de 2009 0 Comentários

Acautelai-vos Do Orgulho





Presidente Ezra Taft Benson

Conferência Geral, Abril 1989

“Orgulho é o pecado universal, o grande vício... O orgulho é a grande Pedra de tropeço de Sião.”

Meus amados irmãos, alegro-me por estar convosco em mais uma gloriosa conferência geral da Igreja. Sou profundamente grato pelo amor, orações e serviço dos devotados membros da Igreja no mundo inteiro.
Gostaria de elogiar os santos fiéis que se empenham por inundar a terra e a própria vida com o Livro de Mórmon. Precisamos não só distribuir de forma monumental mais exemplares do Livro de Mórmon, mas temos de promover corajosamente mais de suas maravilhosas mensagens em nossa própria vida e por toda a terra.
Esse sagrado livro foi escrito para nós - para os nossos dias. Suas escrituras destinam-se a ser aplicadas por nós. (Vide 1 Néfi 19:23.)
O livro Doutrina e Convênios nos diz que o Livro de Mórmon é o “registro de um povo decaído”. (Vide D&C 20:9.) E por que ele caiu? Esta é uma das principais mensagens do Livro de Mórmon. Nos derradeiros capítulos desse registro, Mórmon dá a resposta nestes termos: “Eis que o orgulho desta nação, ou seja, do povo nefita, será a causa de sua destruição.” (Morôni 8:27.) E depois, para que não ignoremos essa significativa mensagem do Livro de Mórmon a respeito do povo decaído, o Senhor nos adverte em Doutrina e Convênios: “Precavei-vos contra o orgulho, para que não vos torneis como os nefitas de outrora.” (D&C 38:39.)
Peço sinceramente o beneficio de vossa fé e oraçoes ao procurar lançar luz sobre esta mensagem do Livro de Mórmon - o pecado do orgulho - mensagem esta que me vem acabrunhando a alma já há certo tempo. Sei que o Senhor quer que essa mensagem seja transmitida agora.
No conselho pré-mortal, foi o orgulho que derrubou Lúcifer, o “filho da manhã”. (2 Néfi 24:12-15; vide também D&C 76:25-27; Moisés 4:3.) No fim deste mundo, quando Deus purificar a terra pelo fogo, os orgulhosos serão queimados qual restolho e os mansos herdarão a terra. (Vide 3 Néfi 12:5, 25: 1; D&C 29:9; Joseph Smith 2:37; Malaquias 4:1.)
Em Doutrina e Convênios, o Senhor por três vezes usa a frase “acautelai-vos do orgulho”, inclusive falando ao segundo élder da Igreja, Olíver Cowdery, e Emma Smith, esposa do profeta. (D&C 23: 1; vide também 25:14; 38:39.)
O orgulho é um pecado muito mal compreendido, e muitos pecam por ignorância. (Vide Mosias 3:11; 3 Néfi 6:18.) Nas escrituras, o orgulho nunca é considerado justo - sempre é pecado. Portanto, não importa como o mundo empregue o termo, temos de compreender o sentido que Deus lhe dá para entendermos a linguagem dos escritos sagrados e deles tirar proveito. (Vide 2 Néfi 4:15; Mosias 1:3-7; Alma 5:61.)
Muitos de nós consideramos o orgulho egocentrismo, convencimento, jactância, arrogância ou soberba. Tudo isto faz parte do pecado, mas continua faltando a essência, o cerne.
O cerne do orgulho é a inimizade - inimizade para com Deus e para com o próximo. Inimizade quer dizer “ódio, hostilidade ou oposição”. E o poder pelo qual Satanás quer reinar sobre nós.
O orgulho é essencialmente competitivo por natureza. Lançamos nossa vontade contra a de Deus. Quando lançamos nosso orgulho contra Deus, é no sentido de “seja feita a minha vontade e não a tua”. Conforme dizia Paulo, eles “buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus”. (Filipenses 2:21.)
Nosso desejo de competir com a vontade de Deus, dá vazão desenfreada aos desejos, apetites e paixões. (Vide Alma 38:12; 3 Néfi 12:30.)
O orgulhoso não consegue aceitar que sua vida seja dirigida pela autoridade de Deus. (Vide Helamã 12:6.) Ele opõe sua percepção da verdade ao conhecimento maior de Deus, sua capacidade ao poder do sacerdócio de Deus, suas realizações às poderosas obras dele.
Nossa inimizade para com Deus assume muitos rótulos, como rebeldia, coração endurecido, obstinação, impenitência, soberba, suscetibilidade e incredulidade. Os orgulhosos querem que Deus concorde com eles. Não estão interessados em mudar de opinião para concordar com Deus.
Outro componente importante desse pecado predominante é a inimizade para com nossos semelhantes. Somos tentados diariamente a considerar-nos melhores que os outros e a diminuí-los. (Vide Helamã 6:17; D&C 58:41.)
Os orgulhosos fazem de todos os homens seus adversários, lançando seu intelecto, opiniões, obras, posses, talentos ou qualquer outro mecanismo de medida contra seus semelhantes. Nas palavras de C. S. Lewis: “O orgulho não se compraz em ter alguma coisa, somente em ter mais que o próximo... É a comparação que vos torna orgulhosos: o prazer de sentir-se acima dos outros. Tirando-lhe o elemento competitivo, desaparece o orgulho.” (Mere Christianity, New York: Macmillan, 1952, pp. 109-110.)
No conselho pré-terreno, Lúcifer apresentou sua proposta contra o plano do Pai, defendido por Jesus Cristo. (Vide Moisés 4:1-3.) Queria ser honrado mais que todos os outros. (Vide 2 Néfi 24:13.) Em suma, desejava em sua soberba destronar a Deus. (Vide D&C 29:36; 76:28.)
As escrituras estão repletas das graves conseqüências que o pecado do orgulho causou a pessoas, grupos, cidades e nações. “A soberba precede a ruína.” (Provérbios 16:18.) Causou a destruição do povo nefita e da cidade de Sodorna. (Vide Morôni 8:27; Ezequiel 16:49-50.)
Foi o orgulho que provocou a crucificação de Cristo. Os fariseus se enfureceram por Jesus declarar-se o Filho de Deus, o que ameaçava sua posição, e por isso tramaram sua morte. (Vide João 11:53.)
Saul tornou-se inimigo de Davi por orgulho. Ficou enciumado porque as mulheres israelitas saíram ao seu encontro cantando: “Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares.” (I Samuel 18:6-8.)
O orgulhoso teme mais o julgamento humano que o julgamento de Deus. (Vide D&C 3:6-7; 30:1-2; 60:2.) “O que os homens pensarão de mim?” pesa mais do que: “O que Deus pensará de mim?”
O Rei Noé estava disposto a libertar o Profeta Abinádi, mas o apelo ao seu orgulho da parte dos sacerdotes iníqüos mandou Abinádi para a fogueira. (Vide Mosias 17:11-12.) Herodes afligiu-se quando a esposa pediu que João Batista fosse decapitado, mas seu desejo orgulhoso de sobressair aos olhos “dos que estavam à mesa com ele” causou a morte de João. (Mateus 14:9; vide também Marcos
6:26.)
O temor do julgamento dos homens se manifesta na luta pela aprovação deles. O orgulhoso ama “a glória dos homens, (mais) do que a glória de Deus”. (João 12:42-43.) O pecado se manifesta nos motivos pelos quais agimos. Jesus disse que fazia “sempre” o que agradava a Deus. (Vide João 8:29.) Não faríamos melhor em ter o agrado de Deus por estímulo, do que procurar sobressair e fazer melhor que outra pessoa?
Certas pessoas orgulhosas estão mais preocupadas com o fato de seu salário ser superior ao de outra pessoa do que se o mesmo atende suas necessidades. Sua recompensa é estar um grau acima dos outros. Esta é a inimizade do orgulho.
Quando o orgulho toma conta de nosso coração, deixamos de ser independentes do mundo e escravizamos nossa liberdade ao julgamento humano. O mundo brada mais alto que os sussurros do Espírito Santo. O raciocínio humano prevalece sobre as revelações de Deus, e o orgulhoso larga a barra de ferro. (Vide 1 Néfi 8:19-28; 11:25; 15:23-24.)
Orgulho é o pecado que vemos facilmente nos outros, mas raramente reconhecemos em nós mesmos. Quase todos nós consideramos o orgulho como pecado de pessoas eminentes, corno os ricos e os instruídos, olhando de cima para o resto de nós. (Vide 2 Néfi 9:42.) Existe, porém, um mal muito mais comum entre nós: o orgulho dos que de baixo olham para cima. Este se manifesta de inúmeras maneiras, como críticas, maledicência, difamação, resmungos, viver acima das posses, inveja, cobiça, recusar gratidão e louvor capaz de edificar outra pessoa, e mostrar-se insensível e invejoso.
A desobediência é basicamente o orgulhoso desafio a alguma autoridade superior. Pode ser a de um pai ou mãe, líder do sacerdócio, professor ou, sobretudo, Deus. A pessoa orgulhosa detesta o fato de que alguém esteja acima dela, achando que isto a rebaixa.
O egoísmo é um dos aspectos mais comuns do orgulho. “Como isto me afeta” é o centro de tudo que importa - presunção, autocomiseração, auto-realização mundana, satisfação própria e egoísmo.
O orgulho resulta em combinações secretas destinadas a obter poder, proveito e a glória do mundo. (Vide Helamã 7:5; Éter 8:9, 16, 22-23; Moisés 5:31.) Esse fruto do pecado do orgulho, isto é, as combinações secretas, derrubou a civilização jaredita e a nefita, e tem sido e ainda será a causa da ruína de muitas nações. (Vide Éter 8:18-25.)
Outro aspecto do orgulho é a contenda. Discussões, disputas, domínio injusto, divergências entre gerações, divórcios, maus tratos conjugais, motins e tumultos enquadram-se todos nessa categoria de orgulho.
Contendas na família afastam o Espírito do Senhor, como também muitos membros de nossa família. A contenda varia de uma palavra ofensiva a conflitos mundiais. Dizem-nos as escrituras que “da soberba só provém a contenda”. (Provérbios 13: 10; vide igualmente Provérbios 28:25.)
As escrituras testificam que o orgulhoso se ofende facilmente e guarda ressentimento. (Vide 1 Néfi 16:1-3.) Ele se nega a perdoar a fim de manter o outro em débito e justificar sua mágoa.
Os orgulhosos não aceitam facilmente conselho ou repreensão. (Vide Provérbios 15:10; Amós 5: 10.) Usam a atitude defensiva para justificar e racionalizar suas fraquezas e falhas. (Vide Mateus 3:9; João 6:30-59.)
Os orgulhosos dependem do mundo para dizer-lhes se têm valor ou não. Sua auto-estima depende de onde se encontram, pretensamente, na escada do sucesso mundano. Sentem-se dignos de mérito como pessoa se houver um número suficiente de indivíduos abaixo deles em termos de realizações, talento, beleza ou inteligência. O orgulho é feio e diz: “Se tens sucesso, sou um fracasso.”
Se amarmos a Deus, fizermos sua vontade e temermos seu julgamento mais que o dos homens, teremos auto-estima.
O orgulho é um pecado amaldiçoador no verdadeiro sentido da palavra. Ele limita ou impede o progresso. (Vide Alma 12:10-11.) Os orgulhosos não se deixam ensinar. (Vide 1 Néfi 15:3, 7-11.) Não mudam de idéia para aceitar verdades porque fazê-lo implicaria admitir seu erro.
O orgulho afeta negativamente todas as nossas relações - nossas relações com Deus e seus servos, entre marido e esposa, pais e filhos, empregador e empregado, professor e aluno, e toda a humanidade. Nosso grau de orgulho determina como tratamos nosso Deus e nossos irmãos. Cristo quer elevar-nos até onde ele se encontra. Será que desejamos fazer o mesmo com os outros?
O orgulho debilita nosso sentimento de filiação para com Deus e fraternidade para com o homem. Ele nos separa e divide em “classes” de acordo com nossas “riquezas” e “oportunidades de instrução”. (3 Néfi 6:12.) É impossível haver unidade num povo orgulhoso, e se não formos um, não somos do Senhor. (Vide Mosias 18:21; D&C 38:27; 105:2-4; Moisés 7:18.)
Pensai no que o orgulho nos tem custado no passado e nos está custando hoje em nossa vida, nossa família e na Igreja.
Pensai no arrependimento possível em termos de vidas transformadas, casamentos preservados e lares fortalecidos, se o orgulho não nos impedir de confessar os pecados e abandoná-los. (Vide D&C 58:43.)
Pensai nos numerosos membros que se tornaram menos ativos na Igreja, porque foram ofendidos, e o orgulho não lhes permitiu perdoar ou fartar-se plenamente à mesa do Senhor.
Pensai nas dezenas de milhares a mais de jovens e casais que poderiam estar cumprindo missão, se o orgulho não os impedisse de entregar seu coração a Deus. (Vide Alma 10:6; Helamã 3:34-35.)
Pensai no crescimento da obra do templo, se o tempo dedicado a esse serviço sublime fosse mais importante que muitos interesses orgulhosos que reclamam nosso tempo.
O orgulho afeta todos nós em diversas ocasiões e vários graus. Agora podeis ver por que o edifício representativo do orgulho no sonho de Leí era grande e espaçoso, e enorme a multidão que nele entrava. (Vide 1 Néfi 8:26, 33; 11:35-36.)
Orgulho é o pecado universal, o grande vício. Sim, o orgulho é o pecado universal, o grande vício.
O antídoto para o orgulho é humildade - mansidão, submissão. (Vide Alma 7:23.) É o coração quebrantado e espírito contrito. (Vide 3 Néfi 9:20,12:19; D&C 20:37, 59:8; Salmos 34:18; Isaías 57:15, 66:2.) Conforme tão bem o colocou Rudyard Kipling:
Morrem os gritos e o clamor,
Passa dos reis o vão poder,
Mas teu divino esplendor,
Há de viver, há de viver.
Teus mandamentos, o Senhor,
Não nos permitas esquecer!
(“Deus de Meus Pais”, Hinos, n.º 58.)
Deus terá um povo humilde. Podemos escolher ser humildes ou podemos ser compelidos à humildade. Diz Alma: “Abençoados são os que se humilham sem a isso serem compelidos.” (Alma 32:16.)
Sejamos humildes por opção.
Podemos ser humildes voluntariamente vencendo a inimizade para com nossos irmãos, estimando-os como a nós próprios e alçando-os até onde estamos, ou mais alto ainda. (Vide D&C 38:24; 81:5; 84:106.)
Podemos ser humildes voluntariamente aceitando conselhos e punição. (Vide Jacó 4:10; Helamã 15:3; D&C 63:55, 101:4-5, 108:1, 124:61, 84; 136:31; Provérbios 9:8.)
Podemos ser humildes voluntariamente perdoando os que nos ofenderam. (Vide 3 Néfi 13:11, 14; D&C 64: 10.)
Podemos ser humildes voluntariamente prestando serviço abnegado. (Vide Mosias 2:16-17.)
Podemos ser humildes voluntariamente saindo em missão e pregando a palavra capaz de tornar outros humildes. (Vide Alma 4:19; 31:5; 48:20.)
Podemos ser humildes voluntariamente indo mais freqüentemente ao templo.
Podemos ser humildes voluntariamente confessando e abandonando o pecado, e nascendo de Deus. (Vide D&C 58:43; Mosias 27:25-26; Alma 5:7-14, 49.)
Podemos ser humildes voluntariamente amando a Deus, fazendo sua vontade e dando-lhe prioridade em nossa vida. (Vide 3 Néfi 11:11, 13:33; Morôni 10:32.)
Sejamos humildes por opção. Nós podemos sê-lo. Sei que podemos.
Meus queridos irmãos, temos de nos preparar para redimir Sião. Foi essencialmente o pecado do orgulho que nos impediu de estabelecer Sião nos dias do Profeta Joseph Smith. Foi o mesmo pecado que decretou o fim da consagração entre os nefitas. (Vide 4 Néfi 1:24-25.)
O orgulho é a grande pedra de tropeço no caminho de Sião. Repito. O orgulho é a grande pedra de tropeço no caminho de Sião.
Temos de limpar o vaso interior vencendo o orgulho. (Vide Alma 6:2-4; Mateus 23:25-26.) Temos de ceder “aos sussurros do Espírito Santo”, despojar-nos do “homern natural”, santificando-nos “pela expiação de Cristo, o Senhor”, e tornando-nos como “a criança, submisso, manso, humilde”. (Mosias 3:19; vide também Alma 13:28.)
Que assim procedamos e sigamos avante para cumprir nosso divino destino, é minha fervorosa oração em nome de Jesus Cristo. Amém.

(A Liahona, julho de 1989, pp. 3-6)


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