Joseph Smith: O Ungido do Senhor, John A. Tvedtnes


No dia em que a Igreja Restaurada foi organizada, 6 de Abril de 1830, o Senhor revelou os detalhes sobre o chamado de Joseph Smith:


“Eis que um registro será escrito entre vós; e nele serás chamado vidente, tradutor, profeta, apóstolo de Jesus Cristo, élder da igreja pela vontade de Deus, o Pai, e pela graça de vosso Senhor Jesus Cristo, sendo inspirado pelo Espírito Santo a lançar o alicerce dela e edificá-la para a santíssima fé.” (D&C 21:1-2)



O que me fascina não é somente a variedade de chamados, mas o fato de que eles estão listados em ordem cronológica. Joseph primeiramente se tornou um vidente (significando “aquele que vê”) quando o Pai e o Filho lhe apareceram na primavera de 1820. Ele em seguida recebeu o chamado de tradutor, comissionado a traduzir o Livro de Mórmon, um processo que começou em 1827. Durante o curso da tradução, ele começou a receber revelações para sua própria missão assim como para outros que chegaram a acreditar em sua obra, fazendo-o então um profeta. No verão de 1829, ele e Oliver Cowdery receberam as chaves de Pedro, Tiago e João, e tornaram-se por sua vez apóstolos. No dia em que a Igreja foi organizada, Joseph foi ordenado para ser o primeiro élder da Igreja e Oliver Cowdery o segundo.



Umas poucas semanas antes de sua morte, o profeta dirigiu-se aos Santos em Nauvoo, declarando:

Todo homem que tem um chamado para ministrar aos habitantes do mundo foi ordenado para esse mesmo propósito no Grande Conselho dos céus antes que esse mundo existisse.[1] Suponho que fui ordenado para este mesmo cargo naquele Conselho. É o testemunho de que desejo de que eu sou um servo de Deus, e que este povo é Seu povo. Os antigos profetas declararam que nos últimos dias o Deus dos céus deveria estabelecer um reino que nunca deveria ser destruído,[2] nem entregue a outro povo; e exatamente na mesma época em que isto foi calculado acontecer, este povo está lutando para que isto aconteça...eu estimo ser um dos instrumentos para estabelecer o reino de Daniel pela palavra do Senhor, e pretendo colocar um alicerce que revolucionará o mundo inteiro.(History of the Church 6:364-5)

Brigham Young semelhantemente disse:

"Não deveria esta idéia confortar todo o povo? Eles serão, cada vez mais, milhares de vezes mais gratos por um homem tal como Joseph Smith Jr., do que seja possível para eles ser por quaisquer outro bem terrestre. É sua missão garantir que todos os filhos dos homens nesta última dispensação sejam salvos, isso pode ser realizado através da redenção. Cada um de vocês será grato que Joseph Smith Jr. foi ordenado para este grande chamado antes que os mundos existissem. Eu lhes digo que a doutrina da eleição e da reprovação é uma doutrina verdadeira. Foi decretado nos conselhos da eternidade, muito antes que os alicerces desta terra fossem estabelecidos, que ele deveria ser o homem, na última dispensação deste mundo, para levar adiante a palavra de Deus ao povo, e receber a plenitude das chaves e poder do Sacerdócio do Filho de Deus. O Senhor tem seu olho sobre ele, e sobre seu pai, e sobre o pai de seu pai, e sobre todos os seus progenitores até regressarmos a Abraão, e de Abraão ao dilúvio, e do dilúvio a Enoque, e de Enoque a Adão. Ele tem observado aquela família e aquele sangue como tivesse ele circulado desde sua fonte até o nascimento daquele homem. Ele foi pré-ordenado na eternidade para presidir sobre esta última dispensação...[Deus] sabia de antemão que José, quem foi vendido para o Egito, faria. José foi ordenado para ser o salvador temporal da casa de seu pai, e a semente de José foi ordenada para ser os salvadores temporais e espirituais de toda a casa de Israel nos últimos dias. A semente de José se imiscuiu entre todas as sementes dos homens sobre a face de toda a terra. A grande maioria daqueles que agora estão diante de mim são descendentes daquele José que foi vendido. Joseph Smith Jr. foi pré-ordenado para vir através dos lombos de Abraão, Isaque, Jacó e José, e assim por diante através dos profetas e apóstolos; e então surgir nos últimos dias para ser um ministro da salvação, e portar as chaves da última dispensação da plenitude dos tempos. (Journal of Discourses 7:289-90)"

Por causa de sua pré-ordenação, o chamado de Joseph Smith foi revelado para antigos profetas. Um destes foi José, filho de Jacó (renomeado Israel), quem havia sido vendido ao Egito e resgatou sua família durante um tempo de fome. Um descendente deste José foi o profeta Leí, quem citou a antiga profecia de seu ancestral enquanto abençoava seu próprio filho, também chamado José:

“Portanto José verdadeiramente viu nossos dias. E obteve a promessa do Senhor de que do fruto de seus lombos o Senhor Deus levantaria um ramo justo para a casa de Israel; não o Messias, mas um ramo que seria arrancado e, não obstante, seria lembrado nos convênios do Senhor de que o Messias lhes seria manifestado nos últimos dias, com o espírito de poder, a fim de tirá-los das trevas para a luz—sim, das trevas ocultas e do cativeiro para a liberdade. Porque José verdadeiramente testificou, dizendo: O Senhor meu Deus levantará um vidente, que será um vidente escolhido para o fruto de meus lombos. Sim, José verdadeiramente disse: Assim me diz o Senhor: Um vidente escolhido levantarei eu do fruto de teus lombos... A ele ordenarei que faça um trabalho para seus irmãos, o fruto de teus lombos, que lhes será de grande benefício, levando-os a conhecer os convênios que fiz com teus pais... E ele será grande como Moisés, o qual eu disse que suscitaria para vós a fim de libertar meu povo, ó casa de Israel. E suscitarei Moisés para tirar teu povo da terra do Egito. Suscitarei porém um vidente do fruto de teus lombos e a ele darei poder para revelar minha palavra à semente de teus lombos... e seu nome será igual ao meu e será chamado pelo nome de seu pai. E ele será semelhante a mim; porque aquilo que o Senhor fizer através de sua mão, pelo poder do Senhor, levará meu povo à salvação.”(2 Néfi 3:5-7, 9-11, 15)



Esta profecia também se encontra na tradução de Joseph Smith de Gênesis 50:24-38. que contém as palavras proferidas por José em seu leito de morte. A promessa é dupla:

1) Deus enviará um profeta chamado Moisés para livrar Israel do cativeiro Egípcio, e

2) nos últimos dias, Deus chamará um profeta nomeado Joseph (José em Inglês), um descendente do José de outrora, para trazer o povo para o poder e à luz. Este profeta dos últimos dias é Joseph Smith, que tem o mesmo primeiro nome de seu pai.

Moisés e Aarão



A profecia de José sobre Moisés é confirmada na tradição Judaica, notavelmente em dois targumins (ou traduções da Bíblia para o Aramaico) do segundo século A.D.[3] Em uma extensiva adição a Gênesis 40:12 no Targum Neofiti, José interpreta os três ramos do sonho do copeiro como sendo: "Os três ramos são os três pais do mundo: nomeadamente; Abraão, Isaque e Jacó, de quem os filhos dos filhos haveriam de ser escravizados na terra do Egito e que seriam livrados pelas mãos de três líderes fiéis: Moisés, Aarão e Miriã, que serão semelhantes às partes das vinhas."[4] Semelhantemente, no Talmude Babilônico temos Rabi Eleazer explicando que “A vinha é o mundo”, e os ‘três ramos’ são [os patriarcas] Abraão, Isaque e Jacó”, com o Rabi Josué corrigindo-o ao dizer, “A ‘vinha’ é a Tora, e os ‘três ramos’ são Moisés, Aarão e Miriã (Talmude Babilônico, Hullin 92a). Enquanto no Livro de Mórmon temos José profetizando de Moisés e de que um de seus próprios descendentes, também haveria de ser chamado José, a tradução de Joseph Smith (TJS) de Gênesis 50:35 confirma que José também profetizou de Aarão como o companheiro de Moisés ao dizer, “E eu farei um porta-voz para ele, e seu nome será chamado Aarão.” [5] A partir do relato padrão em Gênesis 50:24-25, parece claro que José estivesse ciente de que os Israelitas iriam algum dia deixar o Egito, embora ele não diga nada sobre o cativeiro pelo qual teriam eles de suportar neste ínterim. Mas Pirqe de Rabi Eliezer 48 cita a passagem do Gênesis e inclui a profecia de José sobre o cativeiro e livramento dos Israelitas por Deus. No Targum Pseudo-Jonatã de Gênesis 50:24, José diz a sua família, "Eis que vós sereis escravizados no Egito, mas não façam planos para sairdes do Egito até o tempo em que dois libertadores virão e dirão a vós, 'O Senhor certamente de vós se lembrou.'" (ver Êxodo 2:24; 6:5) [6] Isto sugere que José sabia da vinda de Moisés e Aarão para libertar Israel e confirma a adição de Joseph Smith a Gênesis 50:24-25. Significativamente, o material adicional no Targum está precisamente no mesmo lugar onde a TJS coloca a profecia, logo após Gênesis 50:24.

O Chamado de Joseph Smith

A identificação de Joseph Smith como o “vidente escolhido” da linhagem de José parece ser confirmada na bênção patriarcal deixada pelo Profeta a Oliver Cowdery em 22 de Setembro de 1835 e registrada em 3 de Outubro de 1835 por Oliver, em que lemos de Joseph que

Tal como Moisés de outrora, ele ouvirá a voz, dizendo, eu sou o Deus de teus pais Abraão, Isaque e Jacó... Então será ele honrado do Senhor, e desta forma será dele registrado, que a geração que está por vir possa abençoar o seu nome, em Israel dizendo, “O Senhor a ti faça como o Joseph o vidente, que era da casa de Efraim o irmão de Manasses. Faça o Senhor a ti o bem, e traga a paz e bênçãos sobre tua casa, tal qual ele as trouxe sobre a casa de Joseph o vidente, quem foi levantado como uma vinha escolhida a partir do tronco de Jacó através da raiz de José, o mesmo José que foi separado de seus irmãos; pois como José de outrora ele será... Pelas chaves do reino ele liderará Israel à terra de Sião, enquanto a casa de Jacó jubilará em danças e cantigas... Ele será um legislador para Israel, e ele ensinará a casa de Jacó os estatutos do Altíssimo... Os registros das gerações e eras passadas, e as histórias dos dias antigos ele revelará.[7]

A referência à vinha e raiz reflete a profecia de Isaías 11:1-10. Um revelação dos últimos dias conhecida como D&C 113:1-6 sugere que a passagem de Isaías refere-se a três indivíduos separados que exercerão um importante papel de liderança nos últimos dias. Ela explica que o tronco, o rebento e a raiz de Jessé (pai do rei Davi) como sendo respectivamente, “(1) Cristo... (2) um servo nas mãos de Cristo, que em parte é descendente de Jessé assim como de Efraim, ou seja, da casa de José...[e] (3) um descendente de Jessé, assim como de José, a quem por direito pertencem o sacerdócio e as chaves do reino, posto porestandarte e para a coligação de meu povo nos últimos dias.” [8] È provável que um dos dois últimos seja Joseph Smith.[9]

O Messias de José

Um grande número de escritores Santos dos Últimos Dias estabeleceu uma comparação entre a vida e chamado de Joseph e a tradição Judaica de um messias que seria descendente de José e de seu filho Efraim. [10] O termo Hebreu a partir do qual obtemos palavra messias significa “ungido”. Na antiga Israel, os reis [11] e sumo-sacerdotes [12] eram regularmente ungidos, e há até mesmo referências para unção de profetas. [13]

No folclore Judaico, o Messias de José deverá começar a coligação das tribos, saudar a Elias após seu retorno prometido, e está destinado a ser um líder militar que morre em combate.[14] A vista da profecia em 2 Néfi 2:6-21. Joseph Smith parece se adequar a esta descrição. [15] Em 1836, ele recebeu as chaves da coligação de Israel das mãos de Moisés e o poder selador das mãos de Elias (D&C 110), quem deveria preceder a segunda vinda de Cristo à terra (Malaquias 4:5-6). [16] Como tenente-general e comandante da Legião de Nauvoo, ele foi morto por uma turba formada em sua maioria por homens das milícias do Illinois e do Missouri.

No fim dos anos 70, enquanto lecionava na Universidade Brigham Young de Jerusalém, fui convidado para dar uma série de palestras (em Hebreu) sobre o tópico Mormonismo na Universidade de Haifa. Em uma das palestras, eu mostrei um gráfico delineando as principais realizações de Joseph Smith. Minha intenção era falar sobre cada item da lista, e no final, sugerir que Joseph Smith tinha todas as qualificações para ser o Messias ben Josef, esperado pelos Judeus. Mas isto se tornou desnecessário. Quando cheguei ao terceiro tópico da lista, eu escutei um sussurro entre um grupo de estudantes judeus ortodoxos na audiência. Eles estavam dizendo, Mashian ben Josef, “O Messias filho de José.”[17]

De acordo com a Midrash Rabbah de Gênesis 84:8-10, José profetizou que seu descendente, o Messias de José, iria abolir a idolatria em Israel.Yelammedenu 20 indica que Raquel profetizou que José seria o ancestral do Messias que se levantaria nos últimos dias. [18] “O Messias filho de José” é brevemente mencionado no texto rabínico Tanna debe Eliyahu (Eliyahu Rabbah 98), escrito algum tempo por volta do terceiro e nono séculos A.D., enquanto o medieval Zohar de Gênesis 25b fala do “primeiro Messias” e do “segundo Messias.” O Talmude Babilônico nota que após a morte do Messias de José, o Messias filho de Davi rogará a Deus para que lhe restaure a vida (Sukkah 52a). [19]



A passagem logo em seguida declara que os quarto ferreiro vistos por Zacarias (Zacarias 1:20)[20] Eram “O Messias filho de David, o Messias filho de José, Elias e o Justo Sacerdote” (Sukkah 52b).[21] Elias, na tradução Judaica, deve voltar à terra como um precursor do Messias filho de Davi. O “justo sacerdote” pode ser o Messias de Aarão mencionado em alguns dos pergaminhos do Mar Morto, algumas vezes junto como o Messias filho de Davi. [22] Isto me faz lembrar de que João Batista era um tipo de Elaías (forma Grega para Elias) que se tornou o precursor de Cristo quando ele primeiramente veio na mortalidade.[23]

A partir do Testamento dos Doze Patriarcas, temos indicações que um messias iria descender de José. [24] Por exemplo, a versão Armênia do Testamento de José 19:8 nota que a virgem que daria a luz ao Messias estaria “vestindo uma estola de muitas cores,” [25] o que parece ser uma referência à “túnica de muitas cores” de José. (Gênesis 37:3). A conexão entre José e o Messias é reforçada no Testamento de Benjamim 3:8, onde Jacó declara a José, “Através de ti cumprir-se-á a profecia celeste concernente ao Cordeiro de Deus, o Salvador do mundo, pois o imaculado será traído por homens sem lei, e aquele que está sem pecado morrerá por homens ímpios pelo sangue do convênio para a salvação dos gentios e de Israel e para a destruição de Belial e seus servos” [26]

Na bênção registrada em Gênesis 49:24, Jacó diz de José, “donde é o pastor e a pedra de Israel”. Isto soa muito parecidamente como uma declaração messiânica, pois Cristo é tanto o bom pastor (João 10:11) e a pedra de Israel (I Coríntios 10:4). Na verdade, em D&C 50:44, Jesus é chamado “o bom pastor, e a pedra de Israel.” A passagem de Gênesis pode ter dado origem ao conceito do “messias de José” entre Judeus e Samaritanos. [27]



Na tradução Judaica, o messias de José era para ser um descendente de Josué, ele mesmo da tribo de Efraim, filho de José (ver Números 13:8, 16; I Crônicas 7:22-27), e irá ser, como Josué foi, um líder militar. Targum Pseudo-Jonathan sobre Êxodo 40:11 fala de Josué e “do Messias, filho de Efraim que ira dele descender, e através de que a casa de Israel sairá vitoriosa sobre Gog e seus associados nos últimos dias.” [28]

Na pseudoepígrafe de 3 Enoque 45:5, o anjo Metatron (que havia sido Enoque na mortalidade) diz ao Rabi Ismael, “E eu vi: o Messias filho de José e sua geração, e tudo o que eles farão aos gentios. E eu vi o filho de Davi e sua geração, e todas as batalhas e guerras, e tudo o que eles farão por Israel, quer sejam para o bem ou para o mal. E eu vi: todas as batalhas e guerras em que Gog e Magog lutarão contra Israel nos dias do Messias, e tudo o que o Santíssimo, abençoado seja ele, fará para eles no tempo que está por vir.” [29] Alguns comentaristas têm sugerido que o grande búfalo visto por Enoque fosse o Messias de José (1 Enoque 90:38). [30]

Zohar Números 194b fala de um dragão nomeado “Shiryah, que está destinado a vir com o Messias de Efraim, e quem operará vingança sobre outras nações; e então será o tempo para se esperar o livramento de Israel.” [31] De acordo com o Talmude Babilônico (Baba Batra 123b), Roma será entregue apenas nas mãos de um descendente de José. Vários textos medievais indicam que o império Grego cairia através da tribo de Levi, enquanto o império Romano cairia através da tribo de José. [32] Midrash Rabbah Gênesis 99:2, comentando sobre as imagens de animais para Benjamim, Judá, e José nas bênçãos pronunciadas pelo seu pão Jacó (Gênesis 49:9, 22, 27), [33] identifica o leão como Babilônia, que caiu através das mãos de Daniel de Judá; [34] o lobo com os Medas, sobre os quais Mordecai de Benjamim tornou-se um legislador;[35] enquanto o boi que é a besta de maior chifre (poder) como sendo uma representação do reino do mal nos últimos-dias que José irá subjugar antes da era messiânica.

Uma passagem (Midrash Rabbah Números 14:1) surpreendentemente diz que existirão tanto um “Messias que irá brotar a partir dos filhos de Manassés” e um “Messias ungido para a guerra que será um descendente de Efraim,” em adição ao “Grande Redentor quem deverá ser um descendente dos netos de Davi.”[36]

A Tradição Samaritana

Os Samaritanos, quem alegam ser os descendente de José e (no caso de seus sacerdotes e Levitas) de Levi, têm também uma tradição sobre um líder do tipo-messias que virá nos últimos dias. O divinamente-indicado Ta’eb ouTaheb deverá ser um Josué renascido ou retornado. [37] Uma midrash Samaritana (Manuscrito Samaritano do Museu Britânico Or. 3393) compreende o título Ta’eb como sendo “aquele que se arrepende” ou “aquele que faz com que se arrependa.” [38] A palavra realmente significa “o que retorna”, mas é compreendida (assim como seu cognato em Hebraico) como tendo o sentido de alguém que se “arrepende”, isto é, retorna a Deus.

Um poema Samaritano atribuído a Abisha ben Pinhas (décimo - quarto século A.D.), porém incorporando material Samaritano de tradições mais antigas, diz que do libertador prometido, “Quando o Taheb crescer, sua justiça será revelada. O Senhor o chama e lhe ensina suas leis. Ele lhe dará uma escritura nova e os revestirá com profecia.” [39] No começo do terceiro século A.D., o teólogo Cristão Orígenes escreveu que “Dositeus o Samaritano, após o tempo de Jesus quis persuadir os Samaritanos de que ele mesmo fosse o Messias profetizado por Moisés” (Against Celsus 6.2).

Conclusões



A partir da evidência que temos examinado aqui, está claro que a antiga tradição judaica tinha José como profetizando sobre a vinda de Moisés e Aarão e de um de seus próprios descendentes que veio a ser conhecido como o “Messias de José.” Estas tradições suportam as passagens do Livro de Mórmon e da TJS de Gênesis 50 concernente a profecia de José sobre estes mesmos indivíduos.

Notas:

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[1] While some think this means that all ordained priesthood holders were foreordained in the premortal council, I tend to believe that only those whose authority extends to all “the inhabitants of the world” are thus called, and this would refer only to General Authorities whose keys allow them to minister anywhere in the world. This seems to be the meaning of Abraham 3:23: “And God saw these souls that they were good, and he stood in the midst of them, and he said: These I will make my rulers; for he stood among those that were spirits, and he saw that they were good; and he said unto me: Abraham, thou art one of them; thou wast chosen before thou wast born.”

[2] Daniel 2:44; 7:27.

[3] The Hebrew word targum (plural targumim) means “translation” and refers to the Aramaic translations of the Bible made after the Jews, during the Babylonian captivity, had adopted Aramaic instead of Hebrew as their native tongue.

[4] Martin McNamara, Targum Neofiti 1: Genesis (The Aramaic Bible volume 1A, Collegeville, MN: The Liturgical Press, 1992), 182. According to Jasher68:1, Moses’ sister Miriam, when still a child, predicted, “Behold a son will be born unto us from my father and mother this time, and he will save Israel from the hands of Egypt.”

[5] For a discussion, see John A. Tvedtnes, “Joseph’s Prophecy of Moses and Aaron,” FARMS Update 143, Insights 21/1 (January 2001).

[6] Michael Maher, Targum Pseudo-Jonathan: Genesis (The Aramaic Bible volume 1B, Collegeville, MN: The Liturgical Press, 1992), 166.

[7] The original Patriarchal Blessings Book, kept by Oliver Cowdery, is in the LDS Church archives.

[8] Midrash Rabbah Genesis 97, commenting on Deuteronomy 33:22, reads, “R. Hama b. R. Hanina said: This alludes to Messiah the son of David who was descended from two tribes, his father being from Judah and his mother from Dan, in connection with both of which ‘lion’ is written: JUDAH IS A LION’S WHELP; Dan is a lion's whelp (Deut. XXXIII, 22).” H. Freedman and Maurice Simon, eds., Midrash Rabbah (reprint, London: Socino Press, 1961), Genesis vol. 2, 906.

[9] We note, however, that Brigham Young declared that “Joseph Smith was a pure Ephraimite” (Journal of Discourses 2:269).

[10] Cleon Skousen, The Third Thousand Years (Salt Lake City: Bookcraft, 1964), 156f.; Kirk Holland Vestal and Arthur Wallace, The Firm Foundation of Mormonism (Los Angeles: LL Company, 1991), 205-211; Joseph Fielding McConkie, His Name Shall Be Joseph: Ancient Prophecies of the Latter-day Seer (Salt Lake City: Hawkes, 1980); Prophets and Prophecy (Salt Lake City: Bookcraft, 1988), 56, 58-60; Joseph Fielding McConkie, “Joseph Smith as Found in Ancient Manuscripts,” in Monte S. Nyman, ed., Isaiah and the Prophets: Inspired Voices from the Old Testament (Provo: BYU Religious Studies Center, 1984), 11-31; Matthew B. Brown, All Things Restored: Confirming the Authenticity of LDS Beliefs, (American Fork: Covenant, 2000),34f.; Michael T. Griffith, One Lord, One Faith: Writings of the Early Christian Fathers as Evidences of the Restoration (Bountiful: Horizon, 1996), 94-96. Griffith errs in saying that the prophet of whom Moses spoke in Deuteronomy 18:15-18 was Joseph Smith. The scriptures make it clear that this prophet was Jesus Christ (1 Nephi 22:20-21; 3 Nephi 20:23; Joseph Smith History 1:40). Griffith’s is evidently unaware of these passages (in one of which Christ himself says he is that prophet) and he argues that it must be Joseph Smith because “Jesus was and is much more than a prophet.” While we can agree with this statement, we can also say that he was and is much more than a Christ or Messiah, since these terms merely means “anointed one” and were applied to Old Testament kings. It is somewhat strange that Griffith’s declaration is found in a passage in which he is trying to establish that Joseph Smith is the “Messiah” of Joseph!

[11] Judges 9:8, 15; 1 Samuel 2:35; 9:16; 10:1; 15:1, 17; 16:1-17; 24:6, 10; 26:9, 11, 16, 23; 2 Samuel 1:14, 16; 2:4, 47; 3:39; 5:3; 12:7, 17; 19:11, 21; 22:51; 23:1; 1 Kings 1:33-35, 39, 45; 19:15-16; 2 Kings 9:1-13; 11:12; 23:30; 1 Chronicles 11:3; 14:8; 16:22; 29:22; 2 Chronicles 6:42; 22:7; 23:11; Psalms 2:2; 18:50; 20:6; 45:7; 84:9; 89:20, 38, 51; 105:15; Lamentations 4:20; Habakkuk 3:13.

[12] Exodus 29:4 9; see also Exodus 28:41; 30:30; 40:12-15; Leviticus 8:12-13, 30; 21:10-12; Psalm 133:1-2.

[13] 1 Kings 19:16; see 1 Chronicles 16:22; Psalm 105:15. According to 2 Nephi 25:18, there was to be only one Messiah, but this passage must be understood in reference to the fact that there is only one anointed Savior. At the beginning of his ministry, Christ read the passage about the anointing in Isaiah 61:1-2 and declared that it referred to him (Luke 4:18-21; cf. D&C 138:42).

[14] For the Jewish tradition, see Joseph Klausner, The Messianic Idea in Israel from Its Beginning to the Completion of the Mishnah (New York: Macmillan, 1955), chap. 9, “Messiah ben Joseph and the War with Gog and Magog,” 483-501; Joseph Heinemann, “The Messiah of Ephraim and the Premature Exodus of the Tribe of Ephraim,” Harvard Theological Review 8/1 (January 1975): 1-15; Hugh J. Schonfield, Secrets of the Dead Sea Scrolls: Studies Towards Their Solution (New York: Thomas Yoseloff, 1957), 68-72, 74-76, 80-82, 129-130, 153; Isidore Singer, Managing Ed., The Jewish Encyclopedia (New York: Funk & Wagnalls, 1901), 1:683; 8:511-512; D. Berger, “Three Typological Themes in Early Jewish Messianism: Messiah Son of Joseph, Rabbinical Calculations, and the Figure of Armilus,” Journal for the Association for Jewish Studies 9 (1984), 141-64. One of the best all-round books on Jewish concepts of the Messiah is Raphael Patai, The Messiah Texts: Jewish Legends of Three Thousand Years (Detroit: Wayne State University Press, 1979), especially chapter 17 (“Messiah ben Joseph”). Unfortunately, he does not include the Dead Sea Scrolls.

[15] For Joseph Smith’s Josephite ancestry, see History of the Church 6:16-17.

[16] Jews still leave an empty chair at the table for Elijah during the Passover ceremony at which they believe he will return to earth. Elijah’s visit to the KirtlandTemple in 1836 corresponded with the Passover.

[17] In addition to the texts examined here, the Messiah of Joseph is mentioned in Tanhuma Buber Wa-Yiggash 3, Midrash Psalms 60:9; 87:4; Targum Song of Songs 4:5; 7:4.

[18] Louis Ginzberg, The Legends of the Jews (Philadelphia: Jewish Publication Society of America, 1948), 5:299 n. 201.

[19] The passage cites part of Zechariah 12:10, which reads, “And I will pour upon the house of David, and upon the inhabitants of Jerusalem, the spirit of grace and of supplications: and they shall look upon me whom they have pierced, and they shall mourn for him, as one mourneth for his only son, and shall be in bitterness for him, as one that is in bitterness for his firstborn.” Latter-day Saints and other Christians would see this as a prophecy of Jesus Christ, though there is some dispute about the meaning of the Hebrew text. We also believe that Zechariah 14:4 refers to the Savior. The talmudic passage correctly declares that the words of Psalms 2:7 (“Thou art my Son; this day have I begotten thee”) are addressed by God to the Messiah son of David.

[20] The King James version of the Bible calls them “carpenters.”

[21] Midrash Rabbah Song of Songs 2:33 lists the four as “Elijah, the Messiah, Melchizedek, and the War Messiah.” H. Freedman and Maurice Simon, eds.,Midrash Rabbah Song of Songs vol., 125.

[22] For a discussion of the two messiahs in the Dead Sea Scrolls, see Solomon Zeitlin, “The Essenes and Messianic Expectations,” Jewish Quarterly Review45 (1954): 107; John J. Collins, The Scepter and the Star: The Messiahs of the dead Sea Scrolls and Other Ancient Literature" (New York: Doubleday, 1995). See also “The Messiah, the Book of Mormon, and the Dead Sea Scrolls,” chapter 46 in John A. Tvedtnes, The Most Correct Book: Insights from a Book of Mormon Scholar (Bountiful, UT: Cornerstone/Horizon, 1999).

[23] Matthew 11:12-14; 17:10-13; Mark 9:11-13; Luke 1:13-17; D&C 27:6-8; 84:26-28.

[24] The Dead Sea scrolls are noted for describing a Messiah of David and a Messiah of Levi or Aaron, but not a Messiah of Joseph. Though fragments of the various Testaments of the Twelve Patriarchs were found among these scrolls, none of those fragments cover the specific passages cited here.

[25] James H. Charlesworth, The Old Testament Pseudepigrapha (Garden City: Doubleday, 1983), 1:824.

[26] Ibid., 1:826.

[27] Brigham Young said, “When Martin was with Joseph Smith, he was continually trying to make the people believe that he (Joseph) was the Shepherd, the Stone of Israel. I have heard Joseph chastise him severely for it, and he told me that such a course, if persisted in, would destroy the kingdom of God. Who else ever said that Joseph Smith was anything but an unlearned son of a backwoodsman; who had all his lifetime, ever since he would handle an ax, helped his father to support his little family by cutting wood? Thus the Lord found him, and called him to be a Prophet, and made him a successful instrument in laying the foundation of His kingdom for the last time. This people never professed that Joseph Smith was anything more than a Prophet given to them of the Lord; and to whom the Lord gave the keys of this last dispensation, which were not to be taken from him in time, neither will they be in eternity” (Journal of Discourses 2:127).

[28] Martin McNamara, Targum Neofiti 1: Exodus and Michael Maher, Targum Pseudo-Jonathan: Exodus (The Aramaic Bible, vol. 2, Collegeville, MN: The Liturgical Press, 1994), 283. However, in Targum Neofiti on Numbers 11:26, we read that Gog and Magog are to fall “at the hand of King Messiah,” who is of the tribe of Judah; ibid. Martin McNamara, Targum Neofiti 1:Exodus and Michael Maher, Targum Pseudo-Jonathan: Exodus (The Aramaic Bible, vol. 2, Collegeville, MN: The Liturgical Press, 1994), 74. In Targum Pseudo-Jonathan on Numbers 24:17, it is “the strong King from the house of Jacob from those of the house of Jacob shall rule and the Messiah and the strong rod [Isaiah 11:1] from Israel shall be anointed, he will kill the leaders of the Moabites and make nothing of all the children of Seth [Numbers 24:17], the armies of Gog, who in the future will make war against Israel [Ezekiel 38-39; Revelation 20:8-9]” (261).

[29] James H. Charlesworth, The Old Testament Pseudepigrapha (Garden City: Doubleday, 1983), 1:298.

[30] Charles C. Torrey, “The Messiah Son of Ephraim,” JBL 66 (1947): 267-8.

[31] Harry Sperling et al., The Zohar (New York: The Rebecca Bennet Publications, 1958), 5:276.

[32] Rabbi Aryeh Kaplan, transl. of Rabbi Yaakov Culi, The Torah Anthology (MeAm Lo’ez) (New York/Jerusalem: Maznaim, 1984), 537 and note 5.

[33] Many scholars believe that the term rendered “bough” for Joseph in Genesis 49:22 refers to a wild ass. Actually, the word is the normal Hebrew term for “son,” just as the word rendered “branches” in the same verse really means “daughters.”

[34] For Daniel’s prophecy of the fall of Babylon, see Daniel 5 and John A. Tvedtnes, “Nebuchadnezzar or Nabonidus? Mistaken Identities in the Book of Daniel,” The Ensign, September 1986.

[35] For the story of Mordecai, see the Old Testament book of Esther. The Medes and Persians united under the kingship of Cyrus the Great, whose father was king of Persia and whose maternal grandfather was king of Media.

[36] H. Freedman and Maurice Simon, eds., Midrash Rabbah Numbers vol., 558.

[37] For the Samaritan belief, see William E. Barton, “The Samaritan Messiah,” The Open Court 21/9/616 (September 1907), 528-538; Jacob, Son of Aaron, High Priest of the Samaritans, “The Messianic Hope of the Samaritans,” The Open Court 21/4/611, 272-296; James Alan Montgomery, The Samaritans: The Earliest Jewish Sect (New York: Ktav, 1968 [orig. 1907]), 239-251; Alan D. Crown, The Samaritans (Tübingen: J. C. B. Mohr, 1989), 272-276; John Bowman, Samaritan Documents Relating to Their History, Religion and Life (Pittsburgh: Pickwick, 1977), especially “Phineas on the Taheb,” 267-281; John Bowman, “Early Samaritan Eschatology,” The Journal of Jewish Studies 6/2 (1955): 63-72; Isidore Singer, Managing Ed., The Jewish Encyclopedia (New York: Funk & Wagnalls, 1905), 10:674. I am indebted to Matt Roper for bringing most of these to my attention.

[38] G. R. S. Mead, The Gnostic John the Baptizer: Selections from the Mandaean John-Book (London: John M. Watkins, 1924).

[39] A. E. Cowley, Expositor, 5th series 1 (1895): 163, cited in Matthew Black, the Scrolls and Christian Origins: Studies in the Jewish Background of the New Testament (New York: Charles Scribner’s Sons, 1961), 159. The antiquity of the belief is evidenced by the fact that a pretender Taheb appeared on the scene in the days of Jesus. Josephus wrote of a Samaritan who claimed that he would reveal to his people the location of the sacred vessels hidden by Moses atop mount Gerizim. His plans were upset when Pontius Pilate sent troops to break up the crowd (Antiquities of the Jews 18.4.1).


Share/Bookmark ~ domingo, 21 de março de 2010 0 Comentários

"Ide Por Todo o Mundo:" Tendências Tecnológicas e a Igreja SUD no Século 21, Marcus H. Martins


À medida em que rapidamente nos aproximamos do começo de um novo século e um novo milênio, é quase inevitável que voltemos nossos pensamentos para o futuro e tentemos visualizar algumas das possibilidades que se avizinham. Para mim, isso inclui a tentativa de visualizar o crescimento potencial d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias durante o próximo século e alguns dos requisitos e oportunidades associados com tal crescimento.


No início dos anos 70 me senti inspirado pela visão e perspectivas para o futuro da Igreja apresentadas por vários profetas, começando com o Presidente Spencer W. Kimball. Nos últimos 3 anos eu tenho adotado aquelas perspectivas como um tema sério e freqüente em meu estudo do estabelecimento e crescimento mundial da Igreja.

Combinando meus anos de experiência profissional em informática com a minha pesquisa acadêmica em sociologia da religião, eu tenho procurado imaginar: (1) que impacto algumas das tecnologias emergentes deste final de século poderão ter na implementação da missão d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no século 21; e (2) que medidas poderiam ser tomadas no presente a fim de nos preparar para esse futuro idealista mas ainda viável.



Longe de ser simplesmente uma discussão puramente secular desse tema, meu ofício no sacerdócio e minha posição como professor de religião me levam a focalizar esse exercício mental nas implicações eclesiásticas destas tendências tecnológicas. Mas antes de fazê-lo, devo esclarecer que meu envolvimento neste exercício intelectual decorre únicamente do meu interesse pessoal no assunto, e não do resultado de qualquer projeto ou pronunciamento oficial d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. No entanto, como o Profeta Joseph Smith certa vez uma declarou: "Todo élder tem o privilégio de falar sobre as coisas de Deus." (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p.11). Para mim esta palestra acadêmica é uma oportunidade de desfrutar deste privilégio.



Perspectivas Demográficas

Em 1984 o sociólogo Rodney Stark sugeriu à comunidade acadêmica que poderão existir 265 milhões de Santos dos Últimos Dias em todo o mundo por volta do ano 2080. Após pouco mais de uma década Stark observou, desta vez para o seu próprio assombro, que em 1996 sua projeção original para aquele ano já havia sido ultrapassada em quase um milhão de membros.



Hoje (i.e. 1998), Santos dos Últimos Dias somam mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo. Se nós experimentalmente aceitássemos a projeção de Stark como uma meta potencial, com aproximadamente 81 anos para alcançar a data projetada, seríamos forçados a perguntar: Onde e como poderíamos achar, ensinar, batizar, e (quiçá) reter estes 255 milhões de Santos dos Últimos Dias adicionais? Nos últimos anos deste século a Igreja tem experimentado um crescimento de aproximadamente 300.000 novos conversos anualmente. Considerando que muitos entre os membros do futuro serão descendentes de membros da atualidade e de futuros conversos, ainda assim, a fim de alcançar a marca de 265 milhões precisaríamos batizar mais de 1 milhão de conversos anualmente começando em 1999!

Quando consideramos o mandamento divino de pregar o evangelho a cada criatura, os números tornam-se ainda mais imponentes. A população mundial atual é de 5,9 bilhões de indivíduos. Projeções demográficas recentes publicadas pela Divisão Populacional das Nações Unidas prevêm que-se todas as variáveis pertinentes permanecerem constantes--no ano 2050 a população mundial poderá alcançar a marca de 9,4 bilhões de pessoas.

Se batizássemos 1 milhão de indivíduos a cada ano, ainda assim levaríamos 5.900 anos para batizar um número equivalente à população atual. Muito embora o Senhor tenha nos ordenado a pregar o evangelho a cada criatura mas batizar somente os que crerem (ver Marcos 16:15; Doutrina e Convênios 18:28; 68:8; 112:28), ainda assim estes números claramente mostram que a tarefa adiante é simplesmente monumental.

Um dos obstáculos à missão da Igreja de pregar o evangelho a cada criatura é o fato de que a população do mundo vive separada por vastas distâncias. No final do século 20, aproximadamente 45 por cento da população mundial residia em áreas urbanas. Relatórios das Nações Unidas declaram que em 1996 havia perto de 2,7 bilhões de pessoas vivendo em áreas urbanas. Dentre esses, 806 milhões (em torno de um terço da população urbana total) viviam em 338 cidades e áreas metropolitanas com populações ao redor ou acima de 1 milhão de habitantes, e outros 880 milhões de pessoas (aproximadamente mais um terço da população urbana total) viviam em 3.015 cidades com populações ao redor ou acima de 100.000 habitantes.

Os 976 milhões restantes viviam em cidades pequenas com 2.500 ou mais habitantes. Arbitrando uma média populacional por cidade, esta população remanescente seria grande o suficiente para ocupar 39.000 cidades adicionais de 25.000 habitantes(2). E esses números não levam em conta a população rural do mundo--um número próximo de 3,2 bilhões de pessoas, representando aproximadamente 54 por cento da população mundial de 1996, a maioria localizada em lugares longínquos e sem números mínimos para criar e manter unidades permanentes da Igreja.

A lógica indica que a nossa próxima pergunta deve ser: Como a Igreja pode realizar a formidável missão de contactar, ensinar, batizar, e mais tarde nutrir grandes populações espalhadas por vastas distâncias?



Uma Visão Profética

Em 1974, Presidente Spencer W. Kimball declarou o seguinte: "Tenho fé de que o Senhor abrirá as portas quando fizermos tudo a nosso alcance. Acredito que o Senhor está ansioso para por em nossas mãos invenções que nós, leigos, mal podemos compreender." (Teachings of Spencer W. Kimball, p.587). Esta declaração me impressionou profunda e permanentemente desde a primeira vez que a li.

Tecnològicamente falando, estamos a anos-luz de dos níveis existentes em 1974. Hoje gozamos de avanços tecnológicos que estavam além da nossa imaginação 24 anos atrás: computadores portáteis com processadores ultra-rápidos; programas de computador--tais como processadores de texto, planilhas eletrônicas, bancos de dados, correio eletrônico, e uma miríade de outros programas que pesquisam e divulgam toda espécie de informação que reduzem consideravelmente o tempo gasto em várias tarefas educacionais e administrativas--armazenagem e transmissão de dados via raios laser; redes de telefonia digital; televisão a cabo e via satélite, etc. E nós não apenas desfrutamos destas maravilhas tecnológicas, mas também observamos um fenômeno que aparece ser exclusivo a este século: a produção em massa e a subsequente popularização dessas tecnologias de ponta-até mesmo nos países em desenvolvimento.

Mas tendo considerado estes fatores, devemos perguntar: Quem disse que já alcançamos o pináculo do desenvolvimento tecnológico? Proponho que quando consideramos as possibilidades atuais para um futuro não muito distante, podemos concluir que estamos no limiar de avanços tecnológicos que terão tão grande um impacto em nossas vidas e no cumprimento da missão da Igreja no século 21 como o rádio, o telefone, a televisão, e o automóvel tiveram na vida das pessoas no início do século 20.



Visões de um Futuro Concebível

Há algum tempo venho concebendo algumas "visões" ou "sonhos" para o uso de algumas tecnologias emergentes num futuro não muito distante--possivelmente dentro dos próximos 50 anos. Embora uma discussão mais profunda da viabilidade econômica ou dos atuais obstáculos técnicos estejam além do âmbito desta palestra, eu espero que isto ainda venha a ser o início de uma conversa frutífera sobre possibilidades espetaculares.



Missionários Domésticos

No seu prefácio ao livro de Doutrina e Convênios o Senhor afirmou que não haveriam obstáculos a seus servos em sua missão de levar a voz de advertência às nações (Doutrina & Convênios 1:4-5). Uma vez que um dos desafios a ser sobrepujado é a distância, eu vislumbro o advento de missionários de tempo parcial que poderiam ensinar o evangelho a partir de seus próprios lares usando um equipamento de comunicação que por si só substituiria os nossos atuais televisores, computadores, e telefones, possivelmente usando uma versão muito mais avançada da atual tecnologia WDM (wavelength division multiplexing) baseada em transmissões via raios laser.

Com tal equipamento nós poderíamos ter literalmente milhões de "missionários domésticos" servindo em tempo parcial. Estes seriam membros regulares da Igreja que ao invés de "bater em portas ou tocar campanhias" seriam designados a "tocar nas antenas parabólicas" das famílias do mundo e apresentar uma palestra introdutória sobre o evangelho restaurado usando recursos de multimídia e realidade virtual. Ainda nos anos 70 o presidente Spencer W. Kimball sugeriu o seguinte:

"Usaremos as invenções que o Senhor nos tem dado para despertar interesse e familiarizar as pessoas do mundo com as verdades; para eliminar seus preconceitos e lhes dar um conhecimento geral. Necessitaremos responder perguntas específicas, e talvez isso possa ser feito por meio de rádio e TV aperfeiçoados a um ponto além da nossa imaginação atual. É concebível que tal programa grandemente aperfeiçoado possa ser multiplicado dez mil vezes em dez mil línguas e dialetos em dez mil lugares distantes e próximos. ... Dezenas de milhares de jovens missionários investidos com o poder do alto prosseguiriam com o proselitismo." (Teachings of Spencer W. Kimball, pp.588-589)

Idiomas não seriam mais obstáculos. Uma nova geração de computadores talvez usando a futura tecnologia de computação quântica--milhões de vezes mais rápidos que o mais veloz microprocessor disponível em 1998--combinada com software de tradução em real-tempo usando inteligência artificial, poderia ajudar-nos a facilmente sobrepujar barreiras culturais e lingüísticas. Estes equipamentos de comunicação doméstica do futuro poderão até mesmo simular nossas vozes, fazendo com que pessoas distantes ouçam o que pareceria ser nossa própria voz. Num futuro um pouco mais distante, podemos vislumbrar o advento de uma versão mais refinada da tecnologia de realidade virtual com imagens em três dimensões, o que faria com que esses missionários domésticos pudessem ver e sentir como se estivessem na presença de seus investigadores e vice versa.

Ramos Virtuais

Usando essa versão mais refinada da tecnologia de realidade virtual com imagens em três dimensões, as pessoas que vivem em locais muito distantes poderiam um dia ser capazes de assistir as reuniões dominicais da igreja sem sair de seus lares. Veriam, ouviriam, sentir-se-iam, e reagiriam como se estivessem numa capela de verdade. Apesar do fluxo migratório contínuo em direção de áreas urbanas, as projeções atuais indicam que próximo do ano 2030 uma porcentagem significativa da população mundial ainda estará vivendo em áreas esparsamente povoadas, onde a construção de capelas permanentes poderá ser inviável. Dispositivos de comunicação avançados poderão ser o único meio através do qual estas populações futuras de Santos dos Últimos Dias poderiam ser contactadas e nutridas.



Para alguns esta idéia pode aparecer ser inadmissível. Entretanto, devemos lembrar dois dos principais objetivos das reuniões dominicais: (1) adorar o Senhor e (2) instruir e edificar uns aos outros através do ministério da palavra de Deus pelo poder do Espírito Santo. Sob esta ótica, a idéia de assistir a uma reunião virtual não soa tão absurda. Ordenanças como o sacramento poderiam ser realizadas parcialmente ao vivo e parcialmente eletrônicamente. Cada indivíduo ou família teria que proporcionar seu próprio pão e água. Depois do hino sacramental, um sacerdote (talvez a milhares de quilômetros de distância) ofereceria as orações sacramentais da forma costumeira e cada indivíduo ou família partilharia do pão e água.

Lições da escola dominical poderiam ser proporcionadas pelos próprios membros, os quais teriam chamados nestes "ramos virtuais" tal qual os chamados nos ramos "físicos". A tecnologia não desviaria a atenção dos membros nem substituiria professores; ela seria apenas o meio de aumentar o raio de ação dos recursos humanos da Igreja.

Transmissões Virtuais de Conferências Gerais

No século 20 só uma pequena porcentagem dos membros da Igreja teve a oportunidade de ir à Praça do Templo e desfrutar da experiência e a inspiração proporcionadas ao se assistir a uma conferência geral ao vivo. Tecnologia de imagens mais avançada e comunicação via laser poderão num futuro não muito distante permitir que números cada vez maiores de Santos dos Últimos Dias possam assistir todas sessões das conferências gerais da Igreja tal como se eles realmente estivessem no futuro prédio de reuniões sem sair de seus lares. Seriam capazes de ver, de ouvir, e de sentir-se como se estivessem assistindo em pessoa, sendo inclusive capazes de escolher de que ângulo gostariam de assistir os procedimentos. Poderiam também escolher se assistiriam os procedimentos ao vivo ou posteriormente.



Tecnologias Emergentes e o Trabalho Templário

Há alguns anos, em minha imaginação do século 20, eu considerei o advento de templos menores (Martins, 1995.) Eu ainda me lembro da idéia sendo posta em dúvida pelas minhas platéias. Embora eu não consiga vislumbrar o advento de "templos virtuais," eu posso contudo vislumbrar a cerimônia de investidura sendo apresentada com tecnologia visual mais avançada, colocando os indivíduos praticamente no meio dos cenários e ações. A princípio isto pode soar tão estranho para alguns de nós como deve ter soado para muitos Santos dos Últimos Dias do século 19 a idéia de um dia participar da cerimônia de investidura por meio de um filme.

No que se refere ao número de templos, se imaginarmos um templo em cada grande centro urbano do mundo, digamos, cidades com uma população de 100.000 ou mais habitantes, nós poderíamos imaginar a existência de mais de 3.000 templos por todo o mundo. Meios de transporte ultra-rápidos, sucessores dos nossos atuais trens, ônibus, e automóveis--talvez acionados por levitação magnética ou outra tecnologia anti-gravidade, permitiriam aos membros frequentar fàcilmente um templo a 800 quilômetros de distância, após uma viagem de possivelmente não mais que uma ou duas horas de duração.

Enquanto na obra missionária nós batizamos somente os que crêem, no trabalho templário executamos ordenanças para todas as pessoas falecidas acima da idade da responsabilidade. Com isso, a existência de milhares de templos no futuro faz sentido. Isto não só se traduziria em bilhões e bilhões de ordenanças, mas também em bancos de dados de capacidade quase inimaginável nos dias de hoje necessários para a manutenção de registros e para a coordenação do trabalho em todos os templos do mundo. Tecnologias emergentes em armazenagem de dados forma de luz em cristais também sugerem a possibilidade de bancos de dados mundiais, os quais possibilitariam acesso fácil e rápido à dados genealógicos e registros de ordenanças templárias.



De Volta à Terra: Possíveis Obstáculos à Realização da Visão

Depois de considerar estas possibilidades espetaculares para o futuro, devemos retornar à realidade do presente e considerar a plausibilidade de tal visão. Além dos obstáculos técnicos previamente mencionados nós podemos listar como possíveis impedimentos adicionais à realização da visão: (a) flutuações no volátil sistema financeiro global; e (b) "micro-guerras," ou disputas regionais dentro de uma única nação ou entre nações vizinhas.

Estes foram problemas freqüentes durante todo o século 20. Não obstante, podemos argumentar que apesar de tantos obstáculos e contratempos, se considerarmos todas as variáveis pertinentes, muitas nações alcançaram níveis razoáveis de desenvolvimento. Embora muitas áreas do mundo ainda sofram os efeitos da pobreza crônica e suas conseqüências, em general estes problemas parecem acontecer em nações onde os benefícios das economias de mercado e regimes democráticos vieram muito tarde, geralmente nas últimas 2 ou 3 décadas do século.

Ao estudarmos o estabelecimento e desenvolvimento de democracias nos últimos 200 anos, notamos que o processo democrático parece sofrer o efeito de ciclos de vida e curvas de aprendizado. O estabelecimento de novas sociedades democráticas, especialmente em substituição a antigos regimes autocráticos, requer mudanças profundas em filosofias políticas, expectativas públicas, níveis de participação cívica, e apoio internacional. Até a primeira metade do século 20 poucas democracias gozaram dos benefícios da combinação de todas estas variáveis. Aliás, até recentemente a comunidade international era em general mais inclinada a apoiar regimes que perpetuassem velhas teorias colonialistas e valores etnocêntricos do que a apoiar regimes democráticos e igualitários.

Se as novas democracias do final do século 20 receberem a ajuda adequada não só no âmbito econômico e financeiro mas também no educacional, podemos prever uma era de prosperidade razoável para cada um desses países. Por "prosperidade razoável" entenda-se a implementação de refinamentos macro e microeconômicos que capacitarão estas nações a garantir a seus cidadãos níveis satisfatórios de saúde, educação, e acesso a utilidades públicas, para contentamento social em geral. A chave para o sucesso nesse empreendimento está em não esperar que todo o mundo desfrute do mesmo estilo de vida consumista e materialístico e dos altos níveis de ostentação das nações mais industrializadas.

Com a crise financeira global de 1998 ainda na memória recente, alguns podem questionar a plausibilidade de tal crença. Afinal de contas, bilhões de dólares em pesquisa básica e aplicada seriam necessários para obter-se as maravilhas tecnológicas vislumbradas aqui. Em resposta, podemos lembrar que todos os desenvolvimentos tecnológicos do século 20 foram alcançados em meio a muitos obstáculos: duas guerras mundiais, uma série interminável de micro-guerras, grandes depressões econômicas, e crises globais de petróleo.



A Visão da Fé

Neste ponto o sociólogo cede o lugar ao sumo sacerdote. De um ponto de vista puramente secular poderíamos nos limitar a dizer que grandes adaptações seriam necessárias nos sistemas políticos e financeiros mundiais, e lacônicamente encerrar esta palestra. Mas uma vez que estamos lidando com o mandato divino de proclamar o evangelho de Jesus Cristo em todo o mundo, nós temos que adicionar fé inabalável ao nosso estudo e explorar nossa visão mais amplamente.

O Profeta Joseph Smith ensinou: "a inteira criação visível, tal como agora existe, é o efeito da fé" (Lectures on Faith, p.62). Assim sendo, por quê não aceitar a idéia de que nosso trabalho na edificação do reino de Deus também deve ser o resultado de fé? Uma vez que fixemos nossas mentes nessa idéia, buscamos nas escrituras promessas específicas que fortalecerão nosso expectativa de um futuro brilhante.



Encontrando Recursos para Avançar a Obra do Reino

Para começar, devemos manter em mente que Deus vive e que só ele tem pleno controle sobre a terra e o plano de salvação--não os homens nem seus governos mortais imperfeitos e transitórios.

Presidente Kimball prometeu: "o Senhor abrirá portas quando fizermos tudo ao nosso alcance." (Teachings of Spencer W. Kimball, p.587) O Salmista escreveu: "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam" (Salmos 24:1). Numa revelação ao Profeta Joseph Smith, o Senhor elaborou dizendo:

"Eu, o Senhor, estendi os céus, e formei a Terra, obra de minhas mãos; e as todas coisas que neles há são minhas. E é meu propósito suprir a meus santos, pois todas as coisas são minhas. ... Pois a Terra está repleta, e há bastante e de sobra; sim, preparei todas coisas e permiti que os filhos dos homens fossem seus próprios árbitros."(Doutrina e Convênios 104:14-15,17)

Quando o Senhor autorizou o rei Salomão a construir um templo magnífico na antiga Israel, muitos dos materiais de construção vieram de países estrangeiros. Dessa mesma forma, nos últimos dias antes da Segunda Vinda podemos esperar que o Senhor inspire muitos entre seu mordomos por toda a terra a apresentar-se e contribuir livremente de sua substância--que pertence ao Senhor-para ajudar a edificar o reino de milenar de Cristo. O Senhor é Deus; ele pode inspirar os líderes das nações por meio da ministração de anjos e de sonhos tão poderosos que estes líderes sentir-se-ão constrangidos a agir de acordo com a vontade do Senhor. Por quê duvidar disso?

Nos primeiros tempos desta dispensação o Senhor instruiu o Profeta Joseph Smith a fazer uma proclamação aos reinos da terra a fim de ajudarem a construir uma casa ao Senhor, o templo de Nauvoo. Naquela época o Senhor declarou:

"Esta proclamação será feita a todos os reis do mundo... ao ilustre presidente eleito e aos nobres governadores da nação em que vives e a todas as nações espalhadas pela face da terra. Que seja escrita com espírito de mansidão e pelo poder do Espírito Santo, que estará em ti quando a escreveres; ...

"Pois eis que estou prestes a conclamá-los para darem ouvidos à luz e à glória de Sião, porque chegado é o tempo determinado para favorecê-la. Conclama-os, portanto, com uma proclamação vigorosa, e com teu testemunho, sem os temer, porque eles são como a erva, e toda sua glória como a flor da erva que logo cai ...

"E também os visitarei e abrandarei o coração de muitos deles para o vosso bem, para que encontreis graça aos olhos deles, para que venham à luz da verdade e os gentios, à exaltação ou, em outras palavras, ao enaltecimento de Sião. ... Despertai, ó reis da terra! Vinde, ó vinde com vosso ouro e vossa prata, em auxílio de meu povo ..." (Doutrina e Convênios 124:3-7,9,11)

Com este mandato divino em mente, os únicos verdadeiros obstáculos à realização destas coisas seriam nossa incredulidade e falta de preparação. Portanto, concluímos que esta é uma hora de fé, não de dúvida. A Igreja deve provar ao Senhor que está pronta e disposta a crescer em índices até o momento considerados inimagináveis.



Preparação para o Futuro

Após discutirmos possibilidades tecnológicas e a aceleração do cumprimento da missão da Igreja, a boa lógica indica que a próxima pergunta é: Que medidas poderiam ser tomadas no presente a fim de ajudar na nossa preparação para esse possível futuro que idealizamos?

O Senhor declarou em Doutrina e Convênios que a fim de nos prepararmos para magnificar nossos chamados nós necessitaríamos ser "instruídos mais perfeitamente":

"... em teoria, em princípio, em doutrina, na lei do evangelho, em todas coisas pertinentes ao reino de Deus, que vos convém compreender; Tanto coisas do céu como da Terra, e de debaixo da Terra; coisas que foram, coisas que são, coisas que logo hão de suceder; coisas que estão em casa, coisas que estão no estrangeiro; as guerras e complexidades das nações e os julgamentos que estão sobre a terra; e também um conhecimento de países e reinos" (Doutrina e Convênios 88:78-79).

Tal declaração sugere que um dos passos a nossa preparação é a educação contínua numa variedade de assuntos seculares. Um outro aspecto de nossa preparação para o futuro envolve a dimensão financeira do reino. O Senhor disse ao Profeta Joseph Smith que a terra de Sião deverial ser adquirida por compra ou por sangue, e ele imediatamente adicionou que nesta dispensação nós somos proibidos derramar sangue (Doutrina e Convênios 63:29-31). Uma vez que necessitamos de alimentação adequada, abrigo, vestuário, e outras necessidades básicas; e já que no mundo de hoje estes itens só podem ser obtidos com dinheiro, nossos empreendimentos educacionais e profissionais tornam-se uma parte integral do processo de estabelecer Sião. Isso nos permite e nos justifica em pedir o apoio do Senhor para essas buscas aparentemente temporais ou seculares. Todas estas coisas são espirituais para o Senhor. Cabe aos membros da Igreja provar ao Senhor que estão prontos para receber as bênçãos e para viver de acordo com os padrões mais elevados associados à essas bênçãos.

Mas como o Senhor pode abrir portas--ou canais de satélite--pelo mundo afora quando Santos dos Últimos Dias muitas vezes não batem nas portas de seus vizinhos? Como pode o Senhor confiar milhões de conversos aos nossos cuidados qundo ainda não dominamos a arte de reter as dúzias existentes em nossas alas e ramos?



Milagres Acontecem em Todas as Áreas do "Campo Missionário"

Outro passo importante em nossa preparação como Igreja e povo é o de obter um maior entendimento das ferramentas espirituais disponíveis para o trabalho. Poderemos ser abençoados ao usar estes dons milagrosos numa muita escala maior pelo mundo afora depois que nos familiarizarmos com seu uso nas nossas próprias alas e ramos.





Quando usamos termos tais como "o mundo" ou "o campo missionário," podemos cair na armadilha de pensar que estes termos se referem somente a lugares exóticos distantes em terras estrangeiras. Em realidade, não se pode esquecer que mesmo o estado de Utah, o sudeste do estado de Idaho, ou outras áreas com grande presença SUD são parte integral do "mundo". O termo "campo missionário" tornou-se uma expressão comum no discurso contemporâneo SUD, normalmente usado para se referir a lugares em terras longínquas.

Entretanto, eu proponho uma definição mais ampla para este termo: o "campo missionário" é qualquer lugar onde a missão tríplice da Igreja está sendo implementdada. Em outras palavras, o campo missionário é qualquer lugar onde exista uma única alma ainda a ser batizada, ou uma única alma ainda a ser trazida de volta à plena integração ou plena atividade na Igreja de Jesus Cristo. Ou qualquer lugar onde exista uma única alma que ainda precise receber sua própria investidura na Casa do Senhor.

Seguindo esta definição mais ampla, o "campo missionário" é qualquer lugar onde há indivíduos que ainda não consigam traçar suas "linhagens familiares do sacerdócio" até nosso pai Adão e nossa mãe Eva. Enfim, o "campo missionário" é qualquer lugar na terra onde existam pessoas justas que ainda precisem receber a confirmação de seu chamado e eleição e ser admitidos na presença de Deus.

Com esta perspectiva mais ampla em mente vem a compreensão de que o lugar aonde residimos é aonde devemos esperar por milagres, e não em algum lugar exótico longínquo. Considero a possibilidade de que milagres não ocorram mais freqüentemente entre nós em parte porque freqüentemente esperamos que eles aconteçam em algum outro lugar. Uma pessoa pode sonhar em pregar o evangelho e operar milagres em lugares estrangeiros e tornar-se negligente e casual no seu serviço do outro lado da rua.

Ocasionalmente, alguns podem pensar que já são suficientemente fortes na fé, ou que por algum efeito genético eles sempre serão ativos e fortes no reino. As escrituras não suportam tais crenças (ver 2 Pedro 3:17; Doutrina e Convênios 20:32-34; 84:43). Uma vez que ainda não tenhamos sido re-admitidos na presença de Deus, não podemos nos considerar nem seguros nem suficientemente fortes no reino. Serviço mútuo e orações podem ser muito eficientes em evitar os efeitos da letargia e apatia espiritual. Por meio de ensino inspirado mútuo e serviço nós aprenderemos os princípios dos quais ainda somos ignorantes e eventualmente seremos elevados a altitudes espirituais ao nosso alcance ainda não atingidas.



Futuras Altitudes Espirituais

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias sempre irá adiante sob liderança inspirada. Os Santos dos Últimos Dias fiéis não podem se dar ao luxo de cair em letargia nem apatia espiritual. A simples frequência semanal às reuniões da Igreja sem a expectativa de receber ou de compartilhar luz e conhecimento adicionais, embora aceitável sob padrões gerais, não trará os benefícios plenos do dia do Senhor. Os membros fiéis devem buscar constantemente experimentar o poder de Deus através da leitura das escrituras, ou através da "escrita de revelações pessoais", e através de ponderação e oração. Se não esperamos nada espiritualmente novo em nossos lares, alas e ramos, como podemos sonhar em prestar deixar serviço milagroso na Rússia, na Nigéria, ou na China? Se a nossa religiosidade individual não está "acesa" em nossos lares, alas, e ramos, como podemos sonhar em acendê-la em outros em países estrangeiros?

A época de crescermos a índices nunca vistos parece ter chegado. No futuro, estudiosos da história de Igreja e membros em geral certamente reconhecerão o papel-chave que o Presidente Gordon B. Hinckley terá tido em iniciar e consolidar o impulso que mudará a face da Igreja para sempre. Ao contemplarmos sua liderança inspirada até este momento, nós vemos ampla evidência de uma "mudança de ritmo." Quando consideramos o número de novos templos em construção, as suas muitas viagens ao redor do mundo--onde mais da metade da população da Igreja teve a chance ouvir um presidente atual da Igreja em pessoa pela primeira vez, e as entrevistas que concedeu à imprensa mundial; quando todos estes elementos são considerados, já podemos ver que Presidente Hinckley está começando a abrir portas que nos levarão a altitudes espirituais que nós talvez nunca tenhamos imaginado serem possíveis. Em breve veremos "comportas celestiais" serem abertas e sempre que isto acontece a consequência é uma torrente formidável de conversos (ver Alma 23:1-7; Helamã 3:24-26; 5:48-52).

O futuro, para aqueles que se esforçam por viver em retidão e em servir ao Senhor, é majestoso, cheio de bênçãos temporais e espirituais maravilhosas, e chamados e designações altamente significativos. No futuro, estes chamados e designações muito provavelmente envolverão o ensino e a integração de milhões de membros e não-membros da Igreja em todas partes do mundo. As palavras do Presidente Kimball parecem nos desafiar a buscar o futuro com fé e coragem: "Os problemas do mundo não podem ser resolvidos por céticos nem cínicos cujos horizontes estão limitados pelas realidades óbvias. Precisamos de homens [e mulheres] que possam sonhar com coisas que nunca existiram e perguntar: 'Por que não?'" (Teachings of Spencer W. Kimball, p. 487; parêntesis adicionado).



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Bibliografia:

Lectures on Faith. Salt Lake City, UT: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1938.

Ensinamentos do Profeta Joseph Smith. Compilado por Joseph Fielding Smith. São Paulo, Brasil: Centro Editorial Brasileiro.

The Teachings of Spencer W. Kimball. Edited by Edward L. Kimball. Salt Lake City, UT: Bookcraft, 1982.



Martins, Marcus H.

1995 "A Commentary on Late Twentieth-Century Cultural Mormonism" ("Comentário sobre a Cultura do Mormonismo no Fim do Século Vinte"). In Report of the Sixth Annual International Society Conference, sponsored by Brigham Young University's David M. Kennedy Center for International Studies



Stark, Rodney

1984 "The Rise of a New World Faith" ("O Surgimento de uma Nova Religião Mundial"). Review of Religious Research, 26(1)

1994 "Modernization and Mormon Growth: The Secularization Thesis Revisited" ("Modernização e Crescimento Mórmon: Revendo a Tese da Secularização") In Marie Cornwall, Tim B. Heaton, and Lawrence A. Young (eds.), Contemporary Mormonism: Social Science Perspectives. Urbana and Chicago, IL: University of Illinois Press.

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Notas:

1. Esta é uma versão expandida e atualizada de uma palestra acadêmica apresentada para professores, alunos, e funcionários do Ricks College (em Rexburg, Idaho, EUA) no dia 8 de Outubro de 1998, como parte do "Issues and Events Lecture Series." Esta palestra também foi gravada em vídeo pela KBYU-TV e BYU-TV em conexão com o Simpósio Sidney B. Sperry, realizado em 30 de Setembro de 2000.

2. Meus agradecimentos a dois colegas, Professores John Nielsen, do departmento de geografia do Ricks College, e Tim Heaton, do departmento de sociologia da Brigham Young University, por suas valiosas sugestões ao meu esforço de estimar o número de cidades existentes no mundo.


Share/Bookmark ~ segunda-feira, 15 de março de 2010 0 Comentários

Evidências Da Veracidade Do Livro De Mórmon

por Daniel C. Peterson
Traduzido por Expedito J. Noronha




Gostaria de falar-lhes hoje a respeito das evidências da veracidade do Livro de Mórmon. Creio que a primeira evidência da veracidade do Livro de Mórmon sempre será o testemunho espiritual que as pessoas recebem quando oram sinceramente e com fé a respeito do Livro. Mas há outras coisas que podem ser ditas a respeito dele, e eu gostaria de falar sobre evidências recentes e interessantes desenvolvimentos feitos por estudiosos do Livro de Mórmon. O Livro de Mórmon me parece também, uma das provas principais do chamado profético de Joseph Smith. Há uma grande quantidade de estudos do Livro de Mórmon que está ocorrendo agora mesmo que acredito, são de interesse, ou devia ser de interesse, para os membros e investigadores da Igreja.




Algo que precisa ser dito a respeito do Livro de Mórmon de início está no fato de, desde o princípio de sua existência, o livro é uma coisa assombrosa. A rapidez espantosa com a qual ele foi produzido é em si um milagre. Muitos provavelmente sabem que ele foi produzido em pouco mais de dois meses. Ora, isto talvez não seja tão impressionante para algumas pessoas quanto realidade é. Há alguns anos fui convidado a preparar um livro para uma companhia que desejava um livro sobre o Oriente Próximo. Queriam-no muito rápido, de fato queriam-no mesmo rápido demais. Perguntei-lhes de quanto tempo eu dispunha para escrever o livro caso eu aceitasse a oferta. Eles responderam: "algo em torno de dois meses e pouco". Bem, aceitei a oferta. Uma das razões que me levaram a aceitar foi porque eu queria ver se na verdade seria capaz de fazê-lo. Bem, consegui. Escrevi um livro com cerca de 140.000 palavras em pouco mais de dois meses. Fiquei muito satisfeito comigo mesmo e outras pessoas comentaram que eu escrevi muito rápido.



Em seguida comecei a pensar naquilo. O Livro de Mórmon contém cerca de 250.000 palavras, e foi produzido praticamente no mesmo tempo. Mas lembrem-se, ele foi ditado sem qualquer revisão. Eu dispunha de um processador de palavras e um sofisticado computador que podia transferir as coisas a meu bel prazer. E eu vinha usando-o por um bom tempo, uma vez que este assunto em particular, estudos sobre o Oriente Próximo, é minha especialidade. Joseph Smith ditou o Livro de Mormon, jamais fez sérias modificações, e produziu um livro muito mais longo e, eu diria, muito mais impressionante do que o meu, quase no mesmo período de tempo. Algumas pessoas talvez digam: "Óh, sim, sua imaginação simplesmente transbordou." Desafio-os a produzir um livro como aquele. A pura existência do Livro de Mormon, produzido sob as circunstâncias em que foi é algo notável - principalmente se considerado o fato de que os homens envolvidos não possuíam educação formal. Joseph Smith era apenas alfabetizado. Estava quase sempre doente e pouco à vontade com relação à sua habilidade em escrever. Preferia sempre ditar a um escrevente porque se sentia embaraçado. Alguns de seus escritos estão preservados, e é evidente que ele não era uma pessoa com muito conhecimento escolar. Sua esposa, Emma, que o conhecia extremamente bem, disse estar muito além de sua capacidade escrever o Livro de Mórmon. E entretanto, o livro existe, e aí se encontra um primeiro desafio ao mundo, o de como explicar esse livro. Uma coisa é falar irresponsavelmente do livro como tendo sido inventado por Joseph Smith. Outra é compreender como isso pode ter acontecido.



Bem, não se trata apenas da velocidade com que o livro foi produzido que creio impressionar, mas também da racionalidade do livro como história. Gastei muito de meu tempo lendo história antiga e medieval escrita por autores antigos e medievais, e este livro é racionalmente história. O povo nele descrito se comporta como povos históricos se comportavam. As sociedades e civilizações no Livro de Mórmon se comportam da mesma maneira que as sociedades e civilizações antigas se comportavam. Isso é impressionante. É algo que acredito estava além da capacidade de alguém como Joseph Smith produzir. Tentarei fornecer-lhes alguns exemplos à medida que continuarmos.



Eu também diria que os detalhes do Livro de Mórmon, sua complexidade, também são impressionantes. John Sorenson publicou o que eu considero um livro clássico há alguns anos chamado Um Antigo Cenário Americano para o Livro de Mórmon (An Ancient American Setting for the Book of Mormon) no qual ele faz correlações plausíveis para o Livro com características e localização na Mesoamérica. Isso também, penso, é impressionante, e estou admirado pelas muitas correlações que ele apresenta. Vou além disso e afirmo que o primeiro e principal fato que impressiona a esse respeito é o de que uma geografia plausível e coerente pode ser deduzida do livro que foi produzido tão rapidamente - tão plausível e coerente que uma pequenina cidade mencionada em certa parte do Livro de Mórmon produziria mais tarde duzentas páginas sobre o mesmo lugar. Ora, isso está além da capacidade de meus estudantes realizar. Está além de minha capacidade produzir em dois meses sem que tenha bastante ajuda e assistência de aparelhos eletrônicos e assim por diante.



O único livro que me vem à mente que até possa assemelhar-se a isso, de alguma forma , (algumas pessoas têm-no notado), é algo como o Senhor dos Anéis (Lord of the Rings) de J. R. R. Tolkiens1. É preciso não esquecer que o Senhor dos Anéis foi escrito dentro de um período de cerca de 30 anos por um homem com doutorado e que ensinou nas Universidades de Cambridge e Oxford. É completamente diferente de um livro produzido em apenas dois meses. Assim, a simples existência do livro é algo assombroso. Não foi algo que poderia ser produzido por um rapaz de uma fazenda do interior do estado de Nova York em 1930 ou simplesmente uma criação de sua mente. Há mais coisas que mencionarei a seguir.



Os testemunhos do Livro de Mórmon têm sido sempre extremamente impressionantes para mim. Algumas pessoas parecem lidar com eles simplesmente deixando-os de lado. Assim não deve ser. O trabalho de Richard Anderson a respeito das três e das oito testemunhas demonstra conclusivamente tratar-se de pessoas sinceras, competentes e honradas que acreditavam realmente terem visto aquilo que clamavam terem visto. Mais recentemente, Lindon Cook publicou uma coleção de entrevistas com David Whitmer, que era o último sobrevivente das três testemunhas. Há cerca de noventa entrevistas e o que é mais impressionante a esse respeito é a grande monotonia das entrevistas, a monotonia da história que eles contam - por tratar-se da mesma história sempre e sempre. David Whitmer, você lembrará, deixou a Igreja e nunca mais retornou, e as vezes sentia alguma hostilidade sobre a Igreja e alguma insatisfação com a direção que ela tomou, mas é irrelevante; essas são apenas opiniões suas. Onde ele é importante é como testemunha. Foi-lhe dado muitas oportunidades para negar o seu testemunho e dizer, " Bem, eu devo estar errado" ou " Joseph Smith enganou-me " ou algo parecido. Ele nunca aproveitou a oportunidade para agir assim. Ele se manteve sempre firme em seu testemunho. De fato ele fez mais do que simplesmente mantê-lo - ele insistiu nele. Ele teve seu testemunho do Livro de Mórmon gravado em sua sepultura - isso, eu creio, é extraordinário.

Parece-me que é muito, muito difícil para os críticos rejeitarem o testemunho de uma testemunha do Livro de Mormon. Lembro-me de algo que B. H. Roberts disse, e que acredito ser verdadeiro. Ele disse que, tomadas em conjunto as declarações das três e das oito testemunhas, são excepcionalmente fortes. Por quê? Porque você poderia dizer que três testemunhas com sua história de um visitante angélico e de um acontecimento sobrenatural, estavam alucinadas. Eu não creio que você diria isso , mas se alguém quiser fazê-lo, essa é uma possibilidade a que podem chegar. Por outro lado, você tem as oito testemunhas que não tiveram nenhuma manifestação sobrenatural. Eles estavam num bosque , numa pequena clareira entre as árvores, numa tarde. E viram as placas verdadeiramente. Aqui você tem duas experiências diferentes que reforçam uma à outra. Você poderia dizer no caso de uma delas, "Bem, há uma espécie de charlatanismo ou fraude acontecendo ali, Joseph Smith ou alguém colocou as placas no lugar em que elas se encontravam naquela clareira". Isso explicaria as oito testemunhas embora eu não veja como. Onde poderia um pobre rapaz como Joseph Smith conseguir sessenta para oitenta libras de ouro para tal propósito? Mas, visto pelo lado dos elementos miraculosos das três testemunhas você tem dois diferentes relatos que reforçam um ao outro porque são tão diferentes. Isso é extraordinário e poderoso.



Desejo falar agora sobre algo mais que foi descoberto mais recentemente. Quero falar da exatidão de coisas no Livro de Mórmon que Joseph Smith não poderia conhecer ou que é muito improvável que ele tenha tido conhecimento. Lembrem-se de tratar-se de um homem (ou um rapaz, na realidade) com pouca educação formal, que viveu não em um grande centro de cultura, mas em Palmyra, Nova York. A maior parte da tradução foi feita em Harmony, na Pennsylvania, que era um lugar tão insignificante de certa forma, que deixou de existir. Não havia grandes bibliotecas lá, nenhuma pessoa sofisticada a quem pudesse pedir conselho. E entretanto ele voltou com um livro, produzido de uma maneira que ele classificou de miraculosa. E ele acertou o alvo. Ele descreve o mundo antigo de uma forma que ele não poderia conhecer, que ninguém conhecia naquele tempo. Nem mesmo a pessoa mais letrada nos primórdios do século dezenove poderia ter tido conhecimento. Ele acertou um alvo que provavelmente nem tivesse idéia de estar mirando.



Uma das coisas que Hugh Nibley falou em seu livro Since Cumorah foi sobre as atividades vulcânicas e dos terremotos descritos em 3 Néfi que é tão detalhado e preciso em tantas maneiras que eu penso que há de se concluir que foi escrito por uma testemunha ocular, ou por alguém que teve acesso a relatos de uma testemunha ocular. Joseph Smith não teve tal acesso. Joseph Smith jamais viu um terremoto ou um vulcão, tanto quanto sabemos.



Há mais coisas a serem consideradas. Muitos de vocês provavelmente têm conhecimento sobre quiasmos, que foram descobertos no Livro de Mórmon por Jack Welch. Acredito que exemplos clássicos incluem a discussão de Alma 41 do termo restauração , ou em Alma 36 com o quiasmo Cristo centralizado enfocando na experiência de Alma no fundo do desespero quando ele se lembrou do nome de Cristo e voltou-se para Cristo e foi redimido. Estes são exemplos expetaculares na escrita arcaica. São exemplos espetaculares da estrutura de quiasmos dos quais Joseph Smith nada sabia, na realidade ninguém conhecia nada a respeito disto naqueles dias. Eles foram descobertos em escritos antigos neste século. Conheço uma pessoa na UCLA, um famoso doutor da Europa Oriental em língua semítica, que leu um livro que Jack Welch colecionou chamado Quiasmos na Antigüidade. Ele falava a esse respeito com seus alunos - ele não sabia que houvesse qualquer SUD na classe - e numa voz inquisidora, disse: "Bem, este é um livro muito interessante. Este capítulo sobre o Livro de Mórmon é notável. Eu não sei o que fazer com ele ." Essa, creio, tem sido a resposta de críticos por muito ,muito tempo. Eles não sabem o que fazer com o livro e isso é algo admirável.



Há mais do que pode ser dito. Meu bom amigo Willian Hamblin nestes últimos meses escreveu um artigo (e continua pesquisando) sobre as placas de metal. Quando Joseph Smith primeiro anunciou que havia encontrado placas de metal, é interessante observar que muita gente em sua vizinhança acreditou nele. Mas os primeiros críticos disseram: " Isso é ridículo, escrita em placas de ouro? Que absurdo . " Agora o argumento parece mover-se em direção diversa. O povo está dizendo que com tanta evidência em placas de ouro na antigüidade , então isso deve ser algo que Joseph Smith apanhou em seu ambiente. O que antes parecia um absurdo e usado contra Joseph Smith agora é visto apenas como algo comum que todo mundo conhecia, e assim isso também é usado contra Joseph Smith. Mas isso não funciona também. Acontece que, como William Hamblin indica, a idéia de placas de ouro parece ser peculiar do território da Síria e Palestina quase que ao mesmo tempo em que Leí e sua família deixaram Jerusalém. Daquela área foi espalhada para outras áreas por exemplo, na Grécia. Isso novamente é extraordinário porque Joseph Smith produziu um livro que reflete de modo específico, formas detalhadas de coisas que nós somente agora estamos tomando conhecimento a respeito do antigo Oriente Próximo, área de onde supõe-se o Livro de Mórmon tenha vindo.



Há mais que pode ser dito. Uma área na qual tenho trabalhado é a respeito dos ladrões de Gadianton. Eles são alguns dos meus povos favoritos no Livro de Mórmon, o que é bastante engraçado, que aprontaram bastante tanto para a história dos nefitas quanto lamanitas. Um de meus hobbies nada recomendável quando jovem na escola secundária, é o de que sempre estive muito interessado nos conflitos de guerrilha. Não sei porque. O fato é que comecei a ler bastante a esse respeito. Os principais teóricos dos movimentos guerrilheiros , foram os Marxistas: Mao Tse-tung na China, Vao Neuin Giap no Vietnã do Norte, Che Guevara em Cuba, que foi associado de Fidel Castro. Certamente não endosso sua visão política, mas no tocante aos conflitos guerrilheiros eles foram autoridades, porque eles a haviam praticado com sucesso e depois escreveram a respeito dela. E assim, gastei bastante tempo lendo seus livros sobre teoria de guerrilha, por nenhum propósito particular. Anos mais tarde ocorreu-me, embora eu estivesse ensinando uma classe de Doutrina do Evangelho em um ramo de Jerusalém, Israel, e estávamos lendo Helaman e 3 Nefi. De repente compreendi que o que eu estava vendo nos ladrões de Gadianton era um exemplo do livro de texto de sucessos e fracassos de acordo com as regras estabelecidas por Giap, Guevara e Mao Tse-tung.



Permita-me falar-lhe algo sobre essas regras. Particularmente se você olhar no final do Livro de Helamã e no princípio de 3 Néfi voce verá claramente as muitas espécies de coisas a respeito das quais os teóricos falavam. Quando os ladrões de Gadianton iniciaram suas façanhas, na verdade eles começavam como um grupo terrorista urbano , envolvido em assassinatos, mas eventualmente tinham que se esconder nas montanhas e isto é típico dos grupos guerrilheiros de nosso século. E eles falam a respeito de como as cidades são os melhores lugares pra se trabalhar, onde você pode se esconder no meio das massas urbanas. E se não funcionar - como não funcionou para os ladrões de Gadianton - eles então fogem para territórios não acessíveis, quase sempre as montanhas. Assim foi, como em todos os três casos (na China, Vietnâ e em Cuba), as montanhas para onde os guerrilheiros fugiram. Então eles faziam ataques relâmpagos para atacar aos assentamentos civilizados. Mas escolhiam apenas os momentos em que poderiam vencer. Eles podem fazer um ataque repentino, causar algum dano, em seguida se retirar. Isso naturalmente, irritava tremendamente as autoridades. Estas então mandavam tropas às montanhas em perseguição aos guerrilheiros, mas as montanhas são o território nativo dos guerrilheiros. Os guerrilheiros escolhem então os lugares em que lutar . E lá fazem emboscada às tropas regulares que vêm a eles. E eles causam-lhes imensa baixa.



Está registrado no Livro de Mórmon que os comandantes voltavam e relatavam um número esmagador de ladrões de Gadianton. Bem, isto provavelmente não é verdade; a verdadeira razão porque estavam se escondendo nas montanhas é porque não tinham um número esmagador de ladrões. Mas eles queriam parecer um número estrondoso, mais ou menos como nossos próprios ancestrais SUD se comportaram durante a guerra de Utah quando eles tentavam retardar o avanço das colunas federais. Eles se escondiam nas montanhas e se disfarçavam para dar a impressão de que eram muito mais pessoas do que realmente eram, de modo a dar às tropas federais algo em que pensar. Isto é uma prática de se ganhar respeito.



Ora, felizmente, os Santos dos Últimos Dias não estavam na verdade atirando em ninguém; eles apenas tentavam retardar as coisas para negociação. Os Gadiantons não eram tão bonzinhos. Eles causavam grandes baixas nas tropas Nefitas. Eventualmente esse objetivo acontece quando as tropas guerrilheiras necessitam de ganhar território por esse meio, e esse é o real tempo sensível em uma luta guerrilheira. Mao Tse-tung chamava isso de realização transformando tropas guerrilheiras em um exército regular, aquele que se apossa de territórios. Guerrilhas não tomam posse de território- eles atacam e depois fogem. O objetivo não é sofrer qualquer baixa mas mantê-la em um número insignificante .Eles querem molestar e desmoralizar, mas não apossar-se do território por enquanto. Quando se sentem fortes o suficiente, então eles decidem ocupar as cidades para apossarem-se do território e dominá-lo. Mas isso, naturalmente, os expõe a um ataque direto. Isso significa que eles não podem dar o toque de recolher e recuar; eles não podem fazer manobras livremente. Eis um problema agora identificado como "premature regularization, " o que acontece quando um comandante rapidamente descobre que ele está pronto para se posicionar diante de um exército regular. Ele faz a transição muito rapidamente. Isso pode ser desastroso e foi o que aconteceu no caso de Gadianton.



A certa altura (você pode ler isso no Livro de Mormon em 3 Nefi), os ladrões de Gadianton descem das montanhas; eles emitem um ultimato aos líderes dos Nefitas e dizem que se rendam, mas os Nefitas não se rendem . O que fazem, sobre a liderança do governador chamado Lachoneus é recuar para suas cidades. Eles declaram um espécie de política de terra queimada. Eles destróem ou carregam todos os suprimentos das áreas de agricultura e estocam nas suas cidades fortificadas.



Isto na verdade reverte a situação, algo que os guerrilheiros não deviam permitir cair-se em tal armadilha . O que acontece agora é que os Nefitas estão em suas fortificações. E são os guerrilheiros, os ladrões de Gadianton nesse caso, que estão expostos no campo de batalha, e não podem conseguir alimento, e a safra foi destruída. Assim eles são forçados, quando nada é favorável a eles, atacar os Nefitas para ver se conseguem alimento ou são forçados a dispersarem-se e procurar alguma caça. Mas cada vez que eles se afastam ou dispersam, os Nefitas fazem rápidas incursões fora das fortalezas do lado de fora da cidade e os atacavam. Os Nefitas agora podiam escolher o momento de atacar. O que eles fizeram foi reverter a situação de modo que os Nefitas se tornaram de fato guerrilheiros enquanto que os ladrões de Gadianton tentam manter o território. Esta situação é um desastre para os ladrões de Gadianton, e eles perdem.



E tudo isto se comporta (tentei mostrar isso detalhadamente num artigo publicado) como um livro de texto ilustrativo. Você não consegue pegar melhor ilustração das virtudes , se você quiser, e o problema de uma tropa guerrilheira- os erros que eles podem cometer e os sucessos que podem conseguir.



Tudo isso escrito por um jovem, supostamente, como os críticos diriam, que nada sabia sobre lutas guerrilheiras e cuja idéia da atividade militar era ,pelo menos mais tarde em sua vida, montar num cavalo preto Charley e sair em parada em um excelente uniforme, romantizando as guerras da história americana: a Guerra Revolucionária, a Guerra de 1912. Isso teria sido típico do período. Creio que muita gente teve essa mesma atitude. O que é extraordinário no Livro de Mórmon é quão absolutamente inexistentes são aquelas atitudes. Do contexto relativo aos ladrões de Gadianton ou mesmo das guerras Nefitas que acontecem no Livro de Mórmon e são registrados lá, não há nenhum uniforme fantasioso, não há paradas, hão há revista de tropas , ou qualquer coisa desse tipo. É uma atmosfera muito diferente. E lutas guerrilheiras, particularmente, não são nada românticas. Isso é algo que Mao e outros contra o que tinham de se defender. Algumas pessoas lutando em suas forças estavam um pouco desapontadas com essa idéia de atacar e correr; isso não era heróico, não era romântico. Mas era extremamente efetivo, e era efetivo também para os ladrões de Gadianton tanto quanto eles obedecessem regras que eles criaram pela primeira vez na realidade nesse século - mas regras que agora conhecemos são encontradas de volta no mundo antigo. Assim me parece extraordinário quão estrangeiro os acontecimentos do Livro de Mórmon seriam daquilo que esperaríamos se Joseph Smith tivesse escrito o livro . É um mundo bem diferente.



Existem outras coisas que Joseph Smith não poderia saber. Uma das coisas mais impressionantes que eu primeiramente me recordo de haver encontrado sobre o Livro de Mórmon aconteceu alguns anos atras, novamente quando eu estava vivendo em Jerusalém. Dei com um documento não publicado na parte em que John Tvedtnes (que agora está vivendo em Salt Lake City, mas que naquela época vivia em Jerusalém) no qual ele identifica uma celebração da festa dos tabernáculos acontecendo numa espécie de pano de fundo do discurso do rei Benjamim no livro de Mosias . Ora, tendo lido aquilo, nunca mais fui capaz de lê-lo novamente sem ver ali a festa dos tabernáculos. É absolutamente claro quando você reconhece isso. Mas até então ninguém tinha reconhecido, tanto quanto me consta. Essa é uma das coisas que Joseph Smith não podia saber. Ele não poderia vangloriar-se de haver colocado uma festa dos tabernáculos no Livro de Mórmon, porque ele não sabia que isso estava lá. No entanto, essa é uma marca autêntica de um documento antigo. Se uma fraude tivesse eliminado isso, se eu tivesse eliminado isso, eu ficaria muito orgulhoso disso. Eu teria me levantado e dito, "Veja como eu sou inteligente olha o que eu coloquei." Mas ninguém reconheceu isso até alguns anos atrás, no entanto está lá - e novamente, um outro autêntico detalhe antigo.



Há algo mais que particularmente me interessa como um Árabe (esse é meu campo particular). Trabalho com estudos árabes medievais. Em 1975 Lynn and Hope Hilton de Salt Lake City estavam morando no Oriente Médio, fizeram uma viagem à costa da Arábia naquilo que conhecemos como sendo uma trilha frankincense, o que nós acreditamos também, muitos de nós , foi a trilha seguida por Leí. Eles foram capazes de confirmar muitos dos detalhes registrados em I Néfi, seguindo a liderança de Hugh Nibley alguns anos mais cedo em seu clássico livro Leí no Deserto, no qual o irmão Nibley propõe um curso, um caminho, para aquela jornada de Nefi e Leí de Jerusalém para o mar Arábico. Isso é o que tem estabelecido os autores e exploradores posteriores.



Estou particularmente satisfeito e em débito com o Warren e Michael Aston da Australia que têm, penso, prestado um serviço dos mais interessantes de conhecimento do Livro de Mórmon em anos recentes. Eles conseguiram identificar dois sítios possíveis do Livro de Mórmon , muito além da capacidade de Joseph Smith ter conhecido qualquer coisa a respeito. De fato , Eugene England alguns anos atrás em 1982 publicou um artigo no qual ele demonstra que ninguém conhecia nada sobre a Arabia nos dias de Joseph Smith. Mesmo que Joseph Smith tivesse vivido em um local com uma biblioteca pública fabulosa ou um biblioteca universitária, ele não poderia ter aprendido muito a respeito da geografia da Arábia. O que é mais interessante, aquilo que ele poderia ter aprendido a esse respeito estaria errado em sua grande maioria. Mas de fato, I Néfi dá uma descrição muito precisa, diretamente para detalhes de onde a trilha se volta e assim por diante, numa viagem através da antiga Arábia.



Os Astons têm em verdade estado em alguns desses lugares e levado algumas pessoas lá, culminando com uma dupla expedição em 1993 . Eles encontraram um lugar ou locaram um lugar no moderno país do Yemen, bem a sudeste da Arábia, que é chamado de Nahem. E Nahem assemelha-se muito a antiga palavra Nahom que aparece no Livro de Mórmon como sendo o lugar onde Ismael foi enterrado. Ora este é um nome muito importante por várias razões. Em primeiro lugar, o registro do Livro de Mórmon freqüentemente fala de Leí dar nome aos lugares, dar um certo nome a um certo lugar; ele os nomeava ele mesmo. Neste caso o nome ainda está lá. Ismael foi enterrado num lugar chamado Nahem. Ora Nahom e Nahem são virtualmente a mesma palavra. Qualquer pessoa que conheça alguma coisa do árabe ou do hebreu ou das línguas semíticas antigas sabe que são as consoantes é que são importantes. As vogais podem substituir ou mudar. Assim esses nomes são virtualmente indistinguíveis. E o que significa a rota NHM? Pode significar algo como chorar de tristeza, suspirar, lamentar, consolar; é um nome perfeito para uma sepultura. E acontece que neste lugar Nahem, está exatamente no local correto, e há uma sepultura que não sabemos que idade tem, porque escavações arqueológicas ainda não foram permitidas lá e talvez nunca sejam. Mas de qualquer modo existe uma antiga sepultura lá, e o local está exatamente em posição na trilha em que deveria estar.



Mas Nahem não está sozinha e isto, eu acho, é uma das coisas mais impressionantes a esse respeito. O que você tem aqui é um complexo não de um sítio apenas, mas de dois sítios que reforçam um ao outro. No registro do Livro de Mórmon, Leí e seu grupo viajou justamente para leste do lugar onde eles enterraram Ismael e seguiram para o lugar que eles denominaram Abundância, na costa da Arábia. Ora, os críticos por cento e sessenta anos têm feito pilhéria disso, porque todos sabem que não existe um lugar "abundância" na Arábia. Não há nenhum lugar que tenha essa espécie de madeira ou essa espécie de vegetação. Arábia é um vasto deserto vazio. Um lugar que faz com que o deserto Mojave pareça uma floresta tropical. E é verdade, inteiramente. Mas de fato existem uns poucos lugares na costa da Arábia " a maioria deles desconhecida até recentemente," onde você tem madeira e formosas áreas verdes muito viçosas. Ora, de fato muito recentemente, um crítico da igreja escreveu-me dizendo : "tenho como fato que não existe tal lugar chamado 'Abundância' na costa da Arábia e eu pude responder-lhe: " eu sei que tal lugar existe; de fato, como estou a lhe escrever agora, logo acima do meu computador eu tenho um pôster daquele lugar, ou de um lugar muito parecido com aquele ". Ele não pode refutar a isto , porque naturalmente, uma foto ou uma fotografia vale por milhares de palavras, e eu tenho uma foto daquele lugar. É verdade que tal lugar existe.



Ora, se você seguir de Nahem em direção leste, do lugar que está identificado experimentalmente como Nahom no Livro de Mormon, você chega a um lugar denominado Wadi Sayq. É muito difícil chegar lá, exceto provavelmente através de uma caravana de camelos, descendo um estreito "wadi", até um vale de abundância intermitente. Mas quando você chega a esse local, você encontra árvores grossas o bastante para produzir madeira para um barco. Há também uma praia, arvoredos e encontra água fresca. É algo memorável, e encontra-se exatamente no lugar que o Livro de Mórmon diz que deveria estar. E está exatamente em relação com Nahem ou Nahom que o Livro de Mórmon afirma deveria estar. E novamente, pensava-se nos dias de Joseph Smith que lugares como esse não existiam. Qualquer pessoa poderia ter dito a Joseph Smith, caso ele pedisse conselho a respeito enquanto estava forjando alguma narrativa sobre a Arábia e a América antigas," não perca seu tempo, não existe tal lugar". No entanto ele está lá. Foi visto examinado e ainda está sob investigação. Isto, creio, é algo memorável, um tiro no escuro que acerta o alvo, um alvo que Joseph Smith nem sabia estar mirando. Novamente ele é defendido pelo progresso que aconteceu depois que sua carreira terminou, muito depois que sua vida terminou.



Eu creio que talvez uma das maneiras mais intrigantes para se olhar para Joseph Smith será olhar para alguns dos erros que ele cometeu e como ele tem sido defendido por eles. Existem dois que eu acredito em conexão com o Livro de Mórmon. Um dos que eu particularmente sou fã é o nome pessoal alma. Ora, nós conhecemos o nome Alma. Tem sido um nome de uma mulher no oeste por um longo tempo. Você o encontra em frases como alma mãe. Esse é um nome de mulher baseado em um nome latino não dado a homens. Críticos da igreja por um longo tempo têm mofado dos Santos dos Últimos Dias que é somente entre os mórmons que se encontram homens com o nome Alma. Que ridículo. Este não é um nome semítico arcaico, de homens.; este é relativamente um nome latino moderno de mulher. Assim Joseph Smith claramente cometeu um erro. Ora, é aqui que eu penso que o desempenho dele é o mais impressionante, porque se Joseph Smith tivesse antes ouvido o nome alma, esta seria exatamente como ele o teria ouvido, ou seja, como um nome de mulher.



Assim, como pode ele ser aplicado a homens no Livro de Mórmon? Bem, trata-se, pelo menos de duas pessoas proeminentes no Livro de Mórmon. E só recentemente descobertas trazidas à luz justificaram que o nome é um nome semítico antigo de homem . A descoberta foi feita não por um SUD , mas por Yigael Yadin, provavelmente um dos mais proeminentes arqueologistas de toda Israel nesse século, um homem que se tornou deputado primeiro ministro de Israel. Foi chefe militar de Israel na Guerra de Independência de 1948 . Ele é um homem impressionante, um grande sábio. Enquanto investigava uma escavação no Mar Morto, ele encontrou um documento que trazia um nome Alma filho de Judá. Inequivocamente escrito A-L-M-A em tudo que Yadin publicou sobre a escavação. Isso é extraordinário. Novamente, Joseph Smith provavelmente, tivesse ele pedido auxílio as pessoas do seu círculo sobre descobrir um nome masculino para o seu personagem do Livro de Mórmon, teria cometido um erro. Concluímos assim que um erro aparente não é de modo algum um erro, mas uma poderosa justificativa do clamor de Joseph Smith como profeta. E ainda você poderá ver artigos escritos ridicularizando seu nome por pessoas que deviam conhecer melhor. De fato, por um lado as pessoas que eu conheço sabem que é melhor continuar clamando, repetindo o velho e cansativo argumento como se ele fosse verdadeiro, o que ele não é. Alma é um defensor do Livro de Mórmon.



Existe um outro que está em moda corrente entre os críticos do Livro de Mórmon. E isso é o clamor de Alma 7: 10 de que Jesus Cristo nasceria (e ainda é futuro para Alma) em Jerusalém, que é a terra de nossos pais. Agora críticos do Livro de Mórmon têm até mesmo produzido um grande embaraço que diz " Mormonismo ou Cristianismo, Jerusalém ou Belém ." E muito freqüentemente eles exclamam em descrédito escarnecedor, " Ora vamos, qualquer criança de escola sabe que Jesus nasceu em Belém ", mas esse é precisamente o ponto. Toda criança sabe que Jesus nasceu em Belém. Joseph Smith certamente também sabia que Jesus nasceu em Belém. Imagine a situação agora - você tem um homem que, se você acreditar nos críticos, era um homem inteligente o bastante pra produzir este livro, o qual prenuncia muitas coisas que somente agora estamos conhecendo a respeito do Oriente Médio, que cita a Bíblia de muitas maneira complexas, que joga com temas bíblicos e assim por diante de forma sofisticada. E ainda não consegue saber o local correto do nascimento de Jesus, algo que absolutamente os mais simples dos estudantes da Bíblia conhece. Mas de fato, descobrimos que o Livro de Mórmon está certo e os críticos errados.



Não foi há muito tempo atrás que descobrimos as assim chamadas cartas de Amarna e nelas num lugar que W. F. Albright, provavelmente o maior arqueologista americano do século vinte identificou como Belém. E se referem como estando onde ? - Na terra de Jerusalém. Eis aqui uma referência de Belém como estando nas terras de Jerusalém , tal como o Livro de Mórmon descreve. Ora as cartas Amarna datam de 1400 A . C. e algumas pessoas disseram, " Ora, isso é muito primitivo." Bem, ok, vamos conceder-lhes isso embora eu não ache isso um contra-argumento . Podemos olhar pra outras evidências. A Bíblia repetidamente fala de outras cidades cujas terras circunvizinhas são nomeadas por essas cidades . É verdade que não existe referência na Bíblia à terra de Jerusalém embora se aproximem um punhado de vezes. Mas sabemos das terras de Damasco, sabemos das terras de Samaria, conhecemos provavelmente vinte terras denominadas por suas cidades. É provavelmente a única probabilidade que a frase na verdade, terra de Jerusalém não ocorra na Bíblia. Mas ocorre no Livro de Mórmon. O lugar real prá se usar para o uso dessa frase é no Livro de Mórmon, que rotineiramente fala da cidade de Zaraenla e da terra de Zaraenla, a cidade de Abundância e a terra de Abundância. Isso é uma espécie de modelo linguístico ou padrão linguístico que aparece no Livro de Mórmon, e Alma, naturalmente, está escrevendo muitos séculos depois de seu povo ter deixado Jerusalém. Assim, é realmente o estilo do Livro de Mórmon que devia servir de medida para como a frase é usada. E Belém, que se situa a cinco ou seis milhas de Jesusalém, está perfeitamente dentro das terras de Jesusalém, que é uma cidade muito maior e que sempre foi a capital, o trono do rei e assim por diante.



Mas, muito mais interessante é que, muito recentemente um novo documento foi publicado a partir dos pergaminhos do Mar Morto, que levou muito tempo pra ser publicado. É algo denominado 4Q385 ou Pseudo-Jeremias, ele clama pertencer precisamente à época de Leí . E o que ele faz ? Ele fala sobre a terra de Jerusalém. Enquanto falamos sobre os pergaminhos do Mar Morto, eu gostaria de falar algo no geral sobre eles. Quando o Livro de Mórmon foi descoberto toda idéia de uma civilização antiga que deliberadamente enterravam seus registros para vir à luz mais tarde parecia simplório. Agora sabemos que havia um grupo no velho oriente próximo que fazia precisamente isso naquela comunidade dos pergaminhos do Mar Morto, provavelmente situado em Qumran. Nós sabemos que os seus pergaminhos foram escondidos provavelmente no tempo do ataque Romano à Judéia durante a primeira revolta Judia, algo em torno do ano 70 D.C. Assim você pode imaginar a situação: Como as tropas Romanas, logo após conquistar Jerusalém, dirigem-se ao Vale do Mar Morto, eles descem mais ou menos para os lados de Jericó e depois seguem para o sul último lugar da resistência judia em Massada. Ora, de modo a chegar em Massada, eles tinham que seguir direto para a comunidade de Qumran, que acredita estar em seus dias contados, e começam a fazer preparativos para abandonar o lugar - que continuou abandonado até que foi descoberto naturalmente muito recentemente. E o que eles fazem , eles colocam em cavernas os documentos mais importantes. E na verdade você pode ver o processo pelo qual eles estavam fazendo isso. Primeiramente o fizeram cuidadosamente. De fato um de seus documentos em verdade prescreve instruções de como enterrar esses documentos para preserva-los. Os documentos são colocados cuidadosamente na caverna , e para o fim você pode ver que eles estão em curso no tempo. Talvez os Romanos estivessem à vista descendo o vale. E começam a atirar as coisas na caverna. Ficam mais apressados.



Mas o que você percebe aqui é uma comunidade fugindo de Jerusalém, porque Jerusalém não estava justa o bastante para eles, e estavam clamando julgamento sobre Jerusalém - da mesma forma como Leí deixou Jerusalém. Então , quando a destruição lhes sobrevem eles a temem. Eles pegam seus documentos e os selam para serem descobertos mais tarde, algum outro tempo em que as coisas estiverem melhores, quando houver mais retidão, quaisquer que sejam as circunstâncias. E esses documentos eventualmente são encontrados, e se tornam testemunhas de muitas coisas das quais fala o Livro de Mórmon. Ora, esse é um modelo que ocorre no Livro de Mórmon e que parecia improvável às pessoas por um longo tempo, mas que agora sabemos que ocorreu verdadeiramente no antigo oriente próximo. Um desses documentos naturalmente é o chamado Rolo de Cobre escrito em metal tal como descrito no Livro de Mórmon . Assim eis um extraordinário paralelo ali encontrado.



Creio existirem outros paralelos que poderiam ser encontrados, embora algumas pessoas tenham ido muito longe com eles. Mas creio que é correto dizer que o povo do Livro de Mórmon se comportam, de certa forma, muito parecido com o povo de Qumran e dos Pergaminhos do Mar Morto. Há, de fato, um escritor austríaco que disse há alguns anos na Alemanha que um bom nome para o povo dos Papiros do Mar Morto, uma vez que eles previram a vinda do Messias e os últimos tempos (dias), seria chamá-los Santos dos Últimos Dias, mas infelizmente esse nome já era usado por uma seita na América. Bem, existem alguns paralelos interessantes aqui.



Outras coisas existem que poderiam ser ditas a respeito de como o mundo antigo tem agora produzido provas para o Livro de Mormon de modo memorável. Uma das mais marcantes, no meu modo de ver, é a visão de Lehi do Conselho dos Céus. Está registrado no primeiro capítulo de 1 Nefi. Nessa visão é dito que Lehi "pensou ter visto Deus assentado em seu trono, rodeado por inumerável ajuntamento de anjos". (1Nefi 1:8). Lehi é encarregado de uma mensagem de julgamento e destruição que deverá declarar à cidade de Jerusalém. Ora, essa idéia de um Profeta tendo acesso ao Conselho no Céu é bem antiga. È certamente bíblica. Pode ser encontrada em Isaías 6, em Jeremias, em Zacarias, e em vários lugares na Bíblica e além da Bíblica. Mas isso é uma idéia muito importante, e a importância disso somente começou a ser reconhecida provavelmente na parte final deste século. Basicamente, a idéia é a de que o Conselho dos Deuses (dependendo da religião) ou o Conselho de Deus e seus anjos (como está registrado em Jó, for exemplo, na Bíblia) está fechado para o público, obviamente. É algo que nem todo mundo tem acesso, mas um profeta tem. Ele ouve os segredos e decretos do Conselho, e por causa disso, ele está apto a trazer esse conhecimento aos seus concidadãos da terra. Isso constitui grande parte de sua autoridade. Isso é uma poderosa idéia que estamos agora começando a reconhecer através de muitos escritos antigos e até primitivo Oriente Próximo medieval.



Lembro-me de que há alguns anos atrás um meu colega e eu apresentamos um documento a respeito da idéia de visão do trono, ou da visão do Conselho no Céu, em Boston. Incluímos toda uma lista de cerca de vinte e cinco casos desse acontecimento particular. Um deles encontra-se em 1 Nefi. Ora, de todos esse casos, 1 Nefi é provavelmente, ou possivelmente, um dos melhores. Há cerca de vinte ou mais elementos específicos do motivo que pode ser isolado e tem sido isolado por estudiosos. Sequer um desses exemplos particulares tem todas as vinte características, mas aquele, em minha experiência, que vem aproximar-se da hipótese de um livro de texto é precisamente do primeiro capítulo de 1 Néfi. È algo extraordinário, é algo que duvido muito que Joseph Smith poderia produzir de suas leituras claramente limitadas na Bíblia.



Ora, a idéia relatada para aquilo é a idéia do livro divino. A idéia de um anjo entregando um livro a um jovem rapaz tem sido motivo de mofa por parte de muita gente. Um crítico do Livro de Mórmon disse: "Não se consegue livros de anjos. É simplesmente isso." Bem, não é tão simples. Acontece que isso é uma extraordinária opinião comum através do antigo Oriente Próximo. Geo Widengren, que é um importante historiador sueco de religião e especialista em história do Iram e da história do Oriente Médio antigos, disse: "Poucas idéias religiosas no antigo Leste têm exercido influência mais importante do que a idéia de placas celestiais, ou os livros celestes, que foram entregues a um mortal através de uma entrevista com um ser celestial." Ora, a idéia é certamente bíblica. Você pode encontrá-la em Êxodos, em Jeremias, em Ezequiel, no Livro do Apocalipse de João, que em bom e particular exemplo, e também, eu diria, em mais detalhes em livros não bíblicos. Pense em 1 Enoque, por exemplo. Creio que um dos muitos casos excelentes a esse respeito encontra-se no livro Muçulmano conhecido como o Qur'na, o livro sagrado do Islam, o qual foi trazido pelo anjo Gabriel para o Profeta Maomé. Ora, o que quer que você pense das origens do Qur'na, esse é um exemplo marcante de uma velha opinião do antigo Oriente Próximo. E é, de modo algum, o último exemplo. Esse é dos primórdios do século sétimo do A.D. Esse é um caso claro de um livro sendo trazido por um anjo.



Ora, o modelo que tem sido isolado por estudiosos tinham basicamente quatro feições. A primeira de todas, um ser divino entrega um livro a um mortal. O mortal recebe então a ordem de ler o livro, é o de número dois. No modelo de número três ele é ordenado copiar o livro ou fazer algo semelhante com o livro. Às vezes é-lhe dito, na verdade, para ingerir o livro, comê-lo, para mostrar que ele digeriu totalmente seu conteúdo. Número quadro, ele é mandado pregar a mensagem do livro aos mortais. Há um grande exemplo disso no Livro de Mórmon. Observe o caso de Lehi novamente, desde o primeiro capítulo do Livro de Mórmon, a quem é dada uma visão divina do livro. É-lhe revelado os julgamentos que sobrevirão a Israel. Ele é ordenado a levar a mensagem ao povo em Jerusalém, os quais o submetem a grande perigo e risco. Há ainda o caso de Joseph Smith em pessoa. Assim aqui vemos uma vez mais não apenas no Livro de Mórmon, mas na história do Livro de Mórmon - os acontecimentos do século dezenove cercando-o - o exemplo de um livro texto dessa idéia arcaica de um livro celestial, uma cópia de registros celestiais que é trazido à terra e entregue a homens mortais, ou seres humanos mortais, e depois distribuído entre eles. Esse é um ótimo exemplo.



De fato, em um caso recente de que me lembro, um recente livro Cristão conhecido como as Visões de Hermas, um anjo - um anjo feminino no caso, ou um personagem feminino - oferece um livro a Hermas, e Hermas ao final deseja levar o livro consigo. Mas o mensageiro diz-lhe que ele tem de devolver o livro a ela, ele simplesmente não pode levá-lo com ele. Isso é bem semelhante à tão zombada história de Joseph Smith, que após receber o livro e faz com o livro o que dele é requerido - transcrevê-lo e traduzi-lo - ele então recebe ordem de devolver o livro ao mensageiro celestial.



Existe ainda outros aspectos do antigo Oriente Próximo que acredito ser muito improvável que Joseph Smith tivesse conhecimento. Um desses aspectos extraordinários descoberto muito recentemente é a idéia da figura de Moshiah (Não se deve confundir com Messiah; isso é provavelmente de outra raiz). Ora, recentemente estudiosos têm identificado esse termo- que ocorre em Hebreu do Velho Testamento mas nunca aparece na Bíblia em Inglês, Versão do Rei James, assim Joseph Smith não poderia ter descoberto esse nome por simplesmente ler essa versão da Bíblia - eles identificaram esse nome Moshiah como se referindo a um campeão de justiça numa situação controversa, uma batalha, ou opressão. Ele é uma espécie de figura salvadora. E ainda existem quatro fatores, ou quatro aspectos, desse personagem chamado Moshiah que vale a pena conservamos na lembrança. (1) ele foi designado por Deus; (2) ele liberta um povo escolhido da opressão, de uma contenda, da injustiça depois de clamarem por ajuda; (3) sua libertação - e creio que isso é fabuloso - sua libertação é usualmente procedida por meios não violentos, quase sempre por fuga ou negociação e, (4) o povo volta a viver num estado de justiça onde cada pessoa tem acesso e controle sobre sua propriedade de direito, as coisas que pertencem àquela pessoa.



Ora, se você der uma alhada no livro de Mosias - e o nome é perfeitamente similar a Moshiah ( da maneira que os Hebreus costumam traduzi-lo, isto é, Mosiah ou Moshiah) - se você der uma olhada no livro de Mosias o que encontrará? Você encontra toda uma série de libertações, a maioria delas não violentas (isto é, por fuga), sob um líder escolhido. Alma, o pai, é um exemplo clássico disso, mas eu penso que talvez o exemplo mais impressionante, de fato, é a figura denominada Mosiah. Esse pode na verdade ser o nome Moshiah. No livro de Omni no Livro de Mórmon, esse livro tão resumido, você encontra um registro a respeito desse povo. A começar do versículo 12 do livro de Omni:



" Eis que vos direi algo sobre Mosias, que foi proclamado rei da terra de Zaraenla; pois eis que, tendo ele sido avisado pelo Senhor de que deveria fugir da terra de Néfi para o deserto, levando consigo todos os que quisessem ouvir a voz do senhor -



E aconteceu que ele fez como o Senhor lhe havia ordenado. E todos os que deram ouvidos à voz do Senhor partiram da terra para o deserto; e foram guiados por muitas prédicas e profecias. E foram continuamente admoestados pela palavra de Deus; e foram conduzidos pelo poder de seu braço através do deserto, até descerem à terra que é chamada terra de Zaraenla. (Omni 1:12-13)



O que você tem aqui ? Você tem a libertação de um povo por meios não violentos, por uma figura cujo nome pode ser associado a idéia do antigo libertador Hebreu da opressão. Assim, Mosias então encontra uma linha de reis , incluindo um denominado Mosias, cuja história inteira é caracterizada por essa idéia de libertação de povos da opressão. Isso é algo extraordinário.



Há um outro aspecto muito forte no antigo oriente próximo que eu gostaria de pensar a respeito, e esse trata-se de um livro inteiro que está disponível. Esse é a famosa alegoria da oliveira que se encontra em Jacó 5. Jacó 5 é uma história longa tirada de um profeta chamado Zenos que não é conhecido na Bíblia; provavelmente ele tenha vindo do reino de Israel há algum tempo, obviamente, procedente do tempo de Leí. Zenos conta uma longa parábola sobre um senhor de uma vinha e seu servo ou servos e seus cuidados com uma oliveira. Agora , recentemente, um simpósio realizado na BYU sobre Jacó 5, e é extraordinário o quanto você pode obter de um único capítulo do Livro de Mórmon. O livro é infinitamente rico. Um grosso livro só a respeito desse capítulo foi escrito, e há um grande número de aspectos fascinantes a esse respeito. Um deles é o de um grupo de horticultores ( especialista na cultura de árvores ) examinaram o registro da cultura da oliveira e da produção de azeitona no Livro de Mórmon em Jacó 5 e encontraram virtualmente cada detalhe, isso está em conformidade dom o que nós atualmente conhecemos de como as oliveiras são tratadas, como elas crescem, são cultivadas e cultivadas.



Ora, é sabido que oliveira não crescem no estado de Nova York. Provavelmente Joseph Smith nunca tenha vista uma. Ele certamente não teve condição de conhecer muito a respeito de oliveiras, de seu cultivo e o cultivo dela é muito, muito diferente das espécies de árvores que ele tinha conhecimento. Assim, de onde foi que ele tirou a informação? Acredito que a idéia mais conservadora, a melhor explicação, que quem quer que tenha escrito a parábola da oliveira em Jacó 5 conhecia o cultivo da oliveira em primeira mão . Ele sabia como isso era feito. Esse é um registro muito detalhado, muito rico, porque naturalmente esse é um registro da história do mundo ( no passado e no futuro) usando a árvore da oliveira como uma metáfora para a casa de Israel. Você tem enxertos e podas e o recolhimento dos galhos da árvore que eram colocados na parte mais distante da vinha. E isso está correto até o último detalho - com uma notável exceção. E isso é o que está registrado em Jacó 5. Ele diz que enxertos de oliveiras bravas - ou pequenas partes da oliveira brava - eram enxertados na oliveira principal uma árvore doméstica, então elas produziam bons frutos. Ora, isso não acontece. Um galho de oliveira brava mesmo enxertado em uma oliveira boa, continuará produzindo maus frutos. Ela sobreviverá, mas não produzirá fruto bom simplesmente porque está enxertado em uma oliveira boa. Assim , será isso um erro do Livro de Mórmon ? Não realmente não é.



Um dos artigos - artigo com o qual estive envolvido - nesse livro a respeito de Jacó 5 não cobriu uma prova de que no antigo mundo mediterrâneo, eles estavam cientes da possibilidade de que miraculosamente, um galho de oliveira brava enxertado em uma oliveira boa podia produzir bom fruto. Isso não acontece naturalmente, mas pode acontecer miraculosamente. E uma profética figura do Mediterrâneo antigo, especificamente pensadores gregos e assim por diante , viram nisso um sinal de Deus. Isso era uma intervenção milagrosa de Deus, algo que contrariava as leis normais do cultivo da oliveira e sua produção.



Ora, o que isso quer dizer a favor do registro do Livro de Mórmon ? Isso significa a conversão dos gentios para a casa de Israel. Isso é uma transformação miraculosa, tal como o Livro de Mórmon afirma que deve ser. Isso é algo extraordinário. Essa parábola é muito longa, ela tem setena e sete versículos descrevendo a cultura da oliveira. Isso certamente é corda bastante para Joseph Smith enforcar-se se ele a estivesse inventando, mas ele não o fez. Ele a recebeu correta, inclusive com o detalhe que parece torná-la falsa, isso também tem precedentes no antigo oriente próximo e no antigo leste mediterrâneo. É algo extraordinário, e eu desafio os críticos do Livro de Mórmon a virem com qualquer contra explicação dessa idéia de que ela foi produzida por alguém que verdadeiramente veio da área onde as oliveiras eram cultivadas. E essa é precisamente a área de onde Zenos e Leí vieram originalmente - do leste do mediterrâneo em geral.



Novamente, algo que acredito ser de grande interesse com relação ao Livro de Mórmon é o seguinte: em nosso uso hoje, não distinguimos muito rigorosamente entre ladrões e salteadores. Nós praticamente usamos indistintamente, e a Versão da Bíblica do Rei James faz o mesmo - ela fala a respeito de ladrõres, e fala de salteadores, mas não os distingue. Mas o antigo Oriente Próximo distinguia entre um e outro muito rigidamente, e particularmente, a antiga lei israelita também fazia distinção entre uma e a outra contravenção. Ladrões eram tidos como locais. Eles furtavam de seus vizinhos, eram comuns; eram um estorvo, mas não eram uma ameaça à sociedade. Assim, quando apanhados, eram tratados judiciosamente, civilizadamente, normalmente por seus vizinhos, seus conterrâneos, e não eram um grande problema.



Ladrões, por outro lado, eram um grande problema. Eram uma ameaça à sociedade. Eram vistos como foras-da-lei, como bandidos, como vagabundos. Eles se organizavam em quadrilhas, se comprometiam com juramentos; eles extorquiam, pediam resgate às pessoas a seu redor. E quando eram apanhados não eram tratados com civilidade, mas militarmente, e estavam sujeitos a execução sumária. Eram algo completamente diferente de ladrões. Ora, é notório no Livro de Mórmon, ladrões e salteadores nunca eram confundidos, e salteadores - especificamente os de Gadianton - eram tratados como um problema militar, tal como teriam sido sob a lei israelita antiga, mas não necessariamente da mesma maneira em que pensamos a respeito deles hoje em dia porque não fazemos clara distinção entre um e outro. Assim o Livro de Mórmon se encontra de acordo com o antigo Oriente Próximo - e especificamente, com os conceitos israelitas e seus costumes.



Há ainda algo mais que gostaria de falar, e isso é a respeito da presença de "simile curses", ou ações simbólicas. Isto é, novamente, somente neste século que as pessoas estão começando a r3econhecer este aspecto tão importante do comportamento antigo. Agora, eu gostaria de ler uma passagem de Alma 46, começando com o versículo 21 (você certamente se lembra da história do Capitão Moroni com seu título de liberdade, que em si é algo muito interessante):



"E aconteceu que quando Moroni disse estas palavras, eis que o povo se aproximou com os lombos cingidos por suas armaduras, rasgando as vestes como símbolo , ou melhor, como convênio de que não abandonariam o Senhor seu Deus; ou, em outras palavras, se eles

transgredissem os mandamentos de Deus, ou melhor, se caíssem cem transgressão e se envergonhassem de tomar sobre si o nome de Cristo, o Senhor os destroçaria da mesma forma que haviam rasgado as suas vestes."



E a seguir ele diz no versículo 22:



"Ora, este foi o convênio que fizeram; e atiraram suas vestes aos pés de Moroni, dizendo: Fazemos convênio com nosso Deus de que seremos destruídos, assim como o foram nossos irmãos da terra do norte, se cairmos em transgressão; sim, ele pode atirar-nos aos pés de nossos inimigos, assim como atiramos nossas vestes a teus pés para serem pisadas, se cairmos em transgressão."



Ora, o que deve ser salientado desse contexto sobre essa escritura particular é que neste século, o povo, estudiosos, começaram a perceber que essa idéia a que eles denominam "juramento representativo", ou "convênio representativo", é muito comum entre os antigos hebreus, entre os antigos Hititas - a idéia de se usar algum objeto físico para demonstrar o que aconteceria a você se violasse seu juramento. Um amigo meu, por exemplo, que é especialista no antigo Oriente Médio e que é um crítico em muitos aspectos do Livro de Mórmon (ele não o conhece muito bem, talvez) leu essas passagens e ficou muito impressionado com elas. Ele admitiu a mim que realmente não sabe o que fazer com elas porque elas são uma vindima do velho Oriente Próximo.



Ensino árabe cerca de metade de meu tempo na Universidade de Brigham Young, e uma das formas lingüisticas no árabe que é comum a outra língua semítica é algo denominado "cognate accusative" - onde você usa um substantivo que se refere a um verbo na sentença. Você diz: "Eu bati-lhe com uma forte batida" ou "Eu sonhei um sonho". E o exemplo que uso freqüentemente para ilustrar essa ocorrência - que não é propriamente inglês - é aquele constante de 1 Nefi onde Lehi informa a seus filhos, "Eis que sonhei um sonho, ou em outras palavras, eu vi uma visão". Ora, "Eu sonhei um sonho" é um perfeito cognate accusative, e quando os estudantes ouvem a esse respeito - aqueles que conhecem o Livro de Mormon - eles dizem: "Ah sim, agora compreendemos". Porque esse é um exemplo autêntico de uma construção arábica ou semítica.



Mesmo a segunda parte da sentença (embora percamos algo em inglês) quando Lehi diz "Eis que sonhei um sonho"; ou "em outras palavras, eu vi uma visão" (1 Nefi 8:2) demonstra isso. Você deve se lembrar de que o inglês é baseado em duas línguas básicas. O inglês é uma espécie híbrida do Latim ou Francês com a língua Germânica - naturalmente. Assim sendo você usa duas diferentes palavras para muitas coisas, uma espécie de palavra do alemão vulgar e uma palavra do clássico estilo latino. Por exemplo, a palavra "handbook" - manual: temos também a palavra "manual" do latim derivada da palavra "Manis" = hand = mão. Elas significam a mesma coisa. O mesmo acontece com as palavras "Eu vi uma visão". A palavra latina relativa a "seeing" é visão, e você tem uma palavra germânica "sehen", = ver, enxergar - ou "Eu vi uma visão" usando a palavra latina. No original, entretanto, era provavelmente assim: "Eis que sonhei um sonho, ou em outras palavras, eu tenho visto uma visão" (seeing). Assim eu uso esse versículo do Livro de Mórmon em minha classe de gramática árabe, para dar aos estudantes uma evidência. Ora, eu lhes pergunto, como um garoto rural do século dezenove poderia ter trazido à luz algo semelhante, que é uma perfeita ilustração de um ponto gramatical árabe ? Provavelmente ele deve ter feito grande parte de seu trabalho na Universidade de Palmira, em cuja escola se graduou. (!) - Naturalmente não existia tal escola ! E não havia tal Joseph Smith. Isso veio a ele por outro meio, não por estudos acadêmicos.



Há algo mais que poderia ser dito linguisticamente, algo com que trabalho exaustivamente. Uma de minhas especialidades é com a filosofia árabe, e um dos textos que lemos muito freqüentemente a esse respeito está em um livro escrito por um famoso Rabi da Idade Média, provavelmente o mais famoso Rabi Judeu da Idade Média, Moisés Maimônides, cujo grandioso trabalho filosófico é um texto denominado "Guia dos Perplexos". Esse Guia foi escrito em algo chamado Judeu-Arábico. Permita me explicar-lhe isso: Judeu-Arábico é simplesmente árabe, mas escrito nas cartas hebréias. O que temos aqui é uma espécie de árabe reformado, ou hebreu reformado se preferir. E isso leva-me a um ponto importante:



Algumas pessoas pensavam por um longo tempo que a idéia de escrever uma língua usando a escrita de outra é loucura. Isso é o que parece temos no Livro de Mórmon, um texto em hebreu escrito numa espécie de caracteres egípcios. Mas na verdade isso não tem nada de louco, isso ocorre o tempo todo. Era usado no mundo antigo. Agora temos um exemplo de um dos salmos que foi escrito dessa forma, usando caracteres egípcios. Maimônides fez uso disso em seu excelente livro, escrevendo um texto árabe usando letras hebréias. Fazemos isso o tempo todo hoje em dia. Se você tomar o chinês, usualmente você não inicia lendo os caracteres chineses. Você começa aprendendo-o em "romanization". O que é isso ? Trata-se de chinês reformado. É chinês escrito com letras romanas. Destarte, nada de anormal aqui. Mas Joseph Smith era pouco sofisticado em lingüística. Ele mal escrevia o inglês. Ele jamais poderia ter criado algo dessa forma, ou tido conhecimento disso. Isso simplesmente estava além e sua capacidade.



Presto-lhes meu testemunho de que há muito mais ainda a ser dito a esse respeito, muito mais provas de estudiosos do Livro de Mórmon. A prova mais importante que pode ser recebida sobre o Livro de Mórmon, entretanto, é o testemunho do Espírito Santo. Presto-lhes meu testemunho de que o Livro de Mórmon é aquilo que proclama ser. É verdadeiramente um livro antigo revelado através de um profeta por um anjo de Deus nestes últimos dias para nos guiar, um outro testemunho de Jesus Cristo.



1. Escritor inglês especialista em literatura medieval. ( 1892 - 1973)


Share/Bookmark ~ segunda-feira, 8 de março de 2010 0 Comentários

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