O Renascimento do Idioma Hebraico

~ quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Durante centenas de anos o idioma hebraico foi quase uma língua morta. Raras pessoas pelo mundo falavam hebraico, e estes usavam o hebraico apenas pelas necessidades das rezas e da religião.

Eliezer Ben Yehuda nasceu em Vilna. Ainda quando era jovem, passou por terríveis pogroms que atormentaram os Judeus na Rússia no final do século XIX. Ele teve então a idéia de que o povo de Israel poderia apenas ser reconstruído na sua terra, e que não havia possibilidade de unificar o povo a não ser que este tivesse uma língua em comum - o hebraico. Ele jurou fazer renascer o idioma hebraico, e transformá-lo numa língua rica e moderna.

Ben Yehuda não só teve a idéia, mas também fez muito para concretizá-la. Ele foi morar em Israel e se estabeleceu em Jerusalém. No mesmo dia jurou falar com seu filho apenas em hebraico. Assim, quando nasceu seu primogênito, este ouviu de seus pais apenas o idioma hebraico. Assim foi criada em Israel a primeira casa 'hebraica'.

Na mesma época, falavam-se em Israel diversos idiomas, e os remanescentes do antigo ishuv falavam idish. Ben Yehuda dedicou todos os seus esforços na criação da nova língua hebraica. Ele fundou um jornal em hebraico, no qual divulgava notícias e artigos. Através do jornal aproveitou para divulgar para seus leitores as palavras novas que ele criava. A censura turca era pesada nesta época, e era proibido divulgar declarações consideradas extremistas pelo governo turco; Ben Yehuda então dedicou-se cada vez mais sobre os assuntos da língua. Em 1890 esteve entre os fundadores do 'Vaad HaLashon' - Comissão do Idioma - que foi a instituição precursora da Academia da Língua Hebraica que existe hoje em dia.
O caminho percorrido por Eliezer Ben Yehuda no desenvolvimento da língua hebraica e em sua transformação no idioma do ishuv judaico em Israel não foi fácil. Naquele tempo havia muita gente em Israel que não via com bons olhos o trabalho de Ben Yehuda. Alguns grupos religiosos boicotavam-no, não apenas por ele não ser religioso, mas pelo fato de que o hebraico era considerado lashon hakodesh - o idioma sagrado - e não poderia ser usado no cotidiano das pessoas. Muitos achavam graça em suas 'tentativas artificiais' de criar novos vocábulos para o idioma. Também alguns grupos acadêmicos se opuseram, acreditando que o hebraico poderia ser usado como linguagem simples, cotidiana, mas não no estudo das ciências que exigiam linguagem mais técnica.

Hoje, o trabalho de Ben Yehuda pode ser visto em qualquer lugar. O hebraico é a língua oficial do Estado de Israel, além de ser ensinado a todos os Judeus nas escolas judaicas da diáspora. Novas palavras
foram criadas, e o hebraico possui termos equivalentes para quaisquer linguagens técnicas, cotidianas e gírias modernas.

Autor: Net Judaica
Fonte:
Net Judaica
Publicada em: 21/09/2007 às 14:37

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