Os Tempos Em Que Vivemos, Presidente Gordon B. Hinckley

~ domingo, 23 de maio de 2010

Meus amados irmãos e irmãs, eu aceito humildemente esta oportunidade. Oro para que eu possa ser guiado pelo Espírito do Senhor naquilo que eu disser.


Acabo de receber uma nota dizendo que está ocorrendo um ataque de mísseis dos EUA.

Não necessito lembrar-lhes de que vivemos em tempos perigosos. Quero falar a respeito destes tempos e de nossas circunstâncias como membros da Igreja.

Vocês estão perfeitamente informados dos eventos de 11 de setembro, há menos de um mês atrás. A partir daquele infame e sórdido ataque fomos arremessados a um estado de guerra. É a primeira guerra do século 21. O século passado foi descrito como o mais devastado por guerras na história da humanidade. Agora estamos envolvidos em outro perigoso acontecimento, cujo desenrolar e final não conhecemos. Pela primeira vez, desde que nos tornamos uma nação, os Estados Unidos foram seriamente atacados em seu próprio território. Mas este não foi um ataque apenas contra os Estados Unidos. Foi um ataque contra os homens e as nações de boa vontade em todos os lugares. Foi bem planejado, executado com audácia e os resultados foram desastrosos. Estima-se que mais de 5.000 pessoas inocentes tenham morrido. Entre estes havia muitos de outras nações. Foi cruel e ardiloso, um ato de extrema maldade.

Recentemente, juntamente com alguns líderes religiosos da nação, fui convidado à uma reunião na Casa Branca com o Presidente. Ao falar-nos, ele foi franco e direto.

Naquela mesma noite, ele falou ao Congresso e à nação de forma inequívoca a respeito da determinação da América e de seus amigos de irem à caça dos terroristas que foram responsáveis pelo planejamento desta coisa terrível, bem como dos que os abrigam.

Agora estamos em guerra. Forças enormes estão sendo mobilizadas e continuarão a sê-lo. Alianças políticas estão sendo forjadas. Não sabemos quanto tempo durará este conflito. Não sabemos o que ele irá custar em termos de vidas e recursos. Não conhecemos a maneira pela qual ele será levado a cabo. Isto poderá causar impacto no trabalho da Igreja de várias maneiras.

Nossa economia nacional está sofrendo. Ela já estava em dificuldades e isto só fez com que o problema aumentasse. Muitos estão perdendo seus empregos. Entre nosso próprio povo, isto poderá afetar as necessidades de Bem-Estar e também os dízimos da Igreja. Poderá afetar nosso programa missionário.

Somos uma organização global. Temos membros em mais de 150 nações. A administração deste vasto programa mundial tornar-se-á possivelmente mais difícil.

Nós que somos cidadãos Americanos apoiamos firmemente ao Presidente de nossa nação. As terríveis forças do mal devem ser confrontadas e responsabilizadas por suas ações. Esta não é uma questão de Cristão contra Muçulmano. Estou contente ao ver que alimentos estão sendo jogados ao povo faminto de uma nação-alvo. Nós valorizamos nossos vizinhos Muçulmanos em todo o mundo e esperamos que aqueles que vivem de acordo com os princípios de sua fé não venham a sofrer. Eu particularmente peço que nosso próprio povo não tome parte em qualquer tipo de perseguição aos inocentes. Em lugar disso, sejamos amistosos e úteis, dispostos a proteger e apoiar. São as organizações terroristas que devem ser localizadas e abatidas.

Nós desta Igreja sabemos algo a respeito de tais grupos. O Livro de Mórmon fala dos ladrões de Gadianton, uma organização secreta e maligna, unida por meio de pactos, inclinada à maldade e destruição. Em seus dias, eles fizeram tudo o que puderam, usando quaisquer meios disponíveis para derrubar a Igreja, para atrair ao povo com sofismas e para assumir o controle da sociedade. Vemos a mesma coisa na presente situação.

Somos pessoas pacíficas. Somos seguidores de Cristo, que foi e é o Príncipe da Paz. Mas há momentos quando temos que defender os direitos e a decência, a liberdade e a civilização, da mesma forma como Moroni mobilizou o seu povo, em seus dias, em defesa de suas esposas, seus filhos e da causa da liberdade.

No programa de televisão de Larry King, alguns dias atrás, foi-me perguntado o que eu pensava daqueles que, em nome de sua religião, levam a cabo ações tão infames. Eu respondi, “A religião não oferece escudo para a iniqüidade, para a maldade, para estes tipos de coisas. O Deus no qual acredito não patrocina este tipo de ação. Ele é um Deus de misericórdia. Ele é um Deus de amor. Ele é um Deus de paz e confiança e eu procuro a Ele em momentos assim, como um conforto e uma fonte de força.”

Os membros da Igreja nesta e em outras nações estão agora envolvidos em um grande empreendimento internacional. Na televisão vemos aqueles que estão nas forças armadas deixando aos seus entes queridos, não sabendo se irão retornar. Isto está afetando os lares de nosso povo. De maneira unificada, como Igreja, devemos colocar-nos de joelhos e invocar os poderes do Todo-poderoso em favor daqueles que irão carregar os fardos desta campanha.

Ninguém sabe quanto tempo durará. Ninguém sabe precisamente onde ela será deflagrada.

Ninguém sabe tudo o que ela irá acarretar antes que esteja terminada. Desencadeamos uma iniciativa cujo tamanho e natureza não podemos visualizar neste momento.

Ocasiões deste tipo alertam-nos de forma contundente sobre o fato de que a vida é frágil, a paz é frágil, a própria civilização é frágil. A economia é particularmente vulnerável. Temos sido aconselhados, vez após vez, a respeito de auto-suficiência, a respeito de dívidas, a respeito de frugalidade.

Há tantos entre nosso povo que estão altamente endividados com coisas não inteiramente necessárias. Quando eu era rapaz, meu pai aconselhou-me a construir uma casa modesta, suficiente para as necessidades de minha família, e a torná-la bela, atraente, agradável e segura. Ele aconselhou-me a pagar a hipoteca tão rápido quanto pudesse, a fim de que, não importa o que acontecesse, houvesse um teto sobre as cabeças de minha esposa e de meus filhos. Fui criado com este tipo de doutrina. Eu os exorto, como membros desta Igreja, a que se libertem das dívidas, onde for possível, e a terem um pouco em reserva para os dias chuvosos.

Não podemos estar prevenidos para todas as emergências. Mas podemos estar prevenidos para muitas emergências. Que a presente situação possa lembrar-nos de que devemos fazer isso.

Como temos sido continuamente aconselhados, por mais de 60 anos, tenhamos algum alimento reservado que possa suster-nos por algum tempo em caso de necessidade. Mas não entremos em pânico e nem cheguemos a extremos. Sejamos prudentes em todos os aspectos. E, acima de tudo, irmãos e irmãs, vamos avante com fé no Deus Vivente e em Seu Amado Filho.

Grandes são as promessas concernentes à esta terra da América. Somos ensinados de maneira inconfundível de que ela é uma “terra escolhida; e que qualquer nação que a habitar se verá livre da servidão e do cativeiro e de todas as outras nações debaixo do céu, se apenas servir ao Deus da terra, que é Jesus Cristo” (Éter 2:12). Este é o ponto crucial de toda a questão – obediência aos mandamentos de Deus.

A Constituição sob a qual vivemos e que tem não apenas nos abençoado, mas tem-se tornado um modelo para outras constituições, é a nossa salvaguarda nacional inspirada por Deus, assegurando liberdade, justiça e igualdade perante a lei.

Eu não sei o que o futuro reserva. Não quero parecer negativo, mas quero lembrá-los das advertências das escrituras e dos ensinamentos dos profetas, os quais temos tido constantemente diante de nós.

Não consigo esquecer a grande lição do sonho do Faraó a respeito das vacas gordas e magras e das espigas cheias e secas.

Não consigo retirar de minha mente as severas advertências do Senhor, conforme encontradas no capítulo 24 de Mateus.

Estou informado, como vocês também estão, das declarações das revelações modernas dizendo que chegará o tempo em que a terra será purificada e no qual haverá indescritível sofrimento, com choro, prantos e lamentações (ver D&C 112:24).

Agora, não desejo ser um alarmista. Não desejo ser um profeta fatídico. Estou otimista. Não acredito que este seja o tempo quando uma calamidade devastadora irá afligir-nos. Eu oro fervorosamente para que não seja assim. Há tanto do trabalho do Senhor ainda a ser feito. Nós e nossos filhos depois de nós deveremos fazê-lo.

Posso assegurar-lhes de que nós, que somos responsáveis pela administração dos assuntos da Igreja, seremos prudentes e cuidadosos como temos tentado ser no passado. Os dízimos da Igreja são sagrados. Eles são aplicados na maneira estabelecida pelo Próprio Senhor.

Chegamos a ser uma organização muito grande e complexa. Desenvolvemos muitos programas extensos e dispendiosos. Mas eu posso garantir-lhes que não ultrapassaremos a nossa arrecadação. Não colocaremos a Igreja em débito. Ajustaremos aquilo que fazemos aos recursos que estão disponíveis.

Quão agradecido estou pela lei do dízimo. É a lei financeira do Senhor. Ela é estabelecida em poucas palavras na seção 119 de Doutrina e Convênios. Ela provém de Sua sabedoria. A cada homem e mulher, a cada menino ou menina nesta Igreja que paga um dízimo honesto, seja grande ou pequeno, eu expresso gratidão pela fé que está em seus corações. Eu relembro a vocês, e a todos os que não pagam o dízimo e que deveriam fazê-lo, que o Senhor prometeu maravilhosas bênçãos (ver Malaquias 3:10-12). Ele também prometeu que “aquele que paga o dízimo não será queimado na sua vinda” (D&C 64:23).

Expresso apreço aos que pagam ofertas de jejum. Isto não custa ao doador mais do que ficar sem duas refeições por mês. Torna-se a espinha dorsal de nosso Programa de Bem-Estar, destinado a assistir aos que estão em dificuldades.

Agora, todos nós sabemos que a guerra, a contenda, o ódio e o sofrimento da pior espécie não são novidades. O conflito que presenciamos hoje é apenas mais uma demonstração daquela guerra nos céus. Eu cito o livro de Apocalipse:

“E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos;

“Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus,

“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.

“E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo” (Apocalipse 12:7-10).

Este deve ter sido um terrível conflito. As forças do mal foram posicionadas contra as forças do bem.

O grande enganador, o filho da manhã, foi derrotado e banido, levando consigo um terço das hostes dos céus.

O livro de Moisés e o livro de Abraão esclarecem mais sobre este grande combate. Satanás intentava retirar do homem o seu livre arbítrio e obter para si todo o crédito e a honra e a glória. Oposto a isto estava o plano do Pai, o qual o Filho afirmou que Ele iria cumprir, sob o qual Ele veio à terra e deu Sua vida para expiar os pecados da humanidade.

Desde os dias de Caim até o presente, o adversário tem sido o grande mentor dos terríveis conflitos que têm causado tanto sofrimento.

A traição e o terrorismo começaram com ele. E eles continuarão até que o Filho de Deus retorne para governar e reinar com paz e retidão entre os filhos e filhas de Deus.

Através dos séculos, homens e mulheres, tantos, tantos têm vivido e morrido. Alguns morrem no conflito que está diante de nós. Para nós, e prestamos solene testemunho disso, a morte não será o fim. Existe vida além desta, tão seguramente quanto existe vida aqui. Por meio do grandioso plano, o qual tornou-se a própria essência da guerra nos céus, os homens continuarão a viver.

Jó perguntou, “Morrendo o homem, porventura tornará a viver?” (Jó 14:14). Ele respondeu: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.

“E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus,

“Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão” (Jó 19:25-27).

Agora, irmãos e irmãs, devemos cumprir nosso dever, seja ele qual for. A paz poderá ser-nos negada por algum tempo. Algumas de nossas liberdades poderão ser restringidas. Poderemos ter inconveniências. Poderemos até ser convidados a sofrer de uma ou outra forma. Mas Deus, nosso Pai Eterno, cuidará desta nação e de todo o mundo civilizado que o buscar. Ele declarou: “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor” (Salmos 33:12). Nossa segurança reside no arrependimento. Nossa força vem da obediência aos mandamentos de Deus.

Oremos. Oremos por retidão. Oremos pelas forças do bem. Estendamos a mão para ajudar aos homens e mulheres de bem, não importa qual seja a sua crença religiosa e onde vivam. Estejamos firmes contra o mal, tanto em casa quanto no exterior. Vivamos dignos das bênçãos dos céus, reformando nossas vidas quando necessário, e buscando a Ele, o Pai de todos nós. Ele disse: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” (Salmos 46:10).

Estes são tempos perigosos? São. Mas não há necessidade para o medo. Podemos ter paz em nossos corações e paz em nossos lares. Podemos ser uma influência para o bem neste mundo, cada um de nós.

Que o Senhor dos céus, o Todo-poderoso, nos abençoe, nos ajude, ao andarmos por caminhos diversos nos dias incertos que estão à frente. Que busquemos a Ele com fé inabalável. Que depositemos dignamente nossa confiança em Seu Amado Filho, que é o nosso grande Redentor, seja na vida ou na morte, é minha oração em Seu Santo Nome, mesmo o nome de Jesus Cristo, amém.

1 Comentários:

Anônimo disse...

A um LIDER,QUE MANTEVE SEMPRE A VISAO DO FUTURO,MAS QUE DEU SEMPRE A MENSAGEM DE ESPERANÇA ate sempre......................

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