Força Em Conselho, M. Russell Ballard, do Quorum dos Doze Apóstolos

~ quinta-feira, 29 de julho de 2010



Quando unimos esforços, criamos um sinergismo espiritual, que se traduz em maior eficácia decorrente de nossa ação conjunta e cooperação.



01. Nesta conferência, as Autoridades Gerais ensinaram verdades simples e preciosas a respeito do evangelho de Jesus Cristo, proferidas deste púlpito. Presto testemunho de que ouvimos "a vontade do Senhor, ... a mente do Senhor, ... a palavra do Senhor, ... a voz do Senhor e o poder de Deus para a salvação" (D&C 68:4).

02. Como o próprio Senhor disse no prefácio ao livro de Doutrina e Convênios: "O que eu, o Senhor, falei, disse e não me escuso ; e ainda que passem os céus e a terra, a minha palavra não passará, mas será inteiramente cumprida, seja pela minha própria voz, ou pela de meus servos, não importa" (D&C 1:38). Sentimos não ter ouvido a voz do Presidente Benson, do Presidente Hunter e Elder Ashton, nesta conferência.

03. Peço ajuda ao Senhor, pois desejo ensinar um importante princípio com o mesmo espírito e clareza dos irmãos que me precederam.

04. Deus reuniu um grande conselho no mundo pré-mortal para apresentar seu glorioso plano para nosso bem-estar eterno. A igreja do Senhor é organizada em conselhos, em todos os níveis, desde o Conselho da Primeira Presidência e o Quorum dos Doze Apóstolos, até os conselhos da estaca, da ala, do quorum, da organização auxiliar e da família.

05. O Presidente Stephen L. Richards disse: "A sabedoria do governo da Igreja resume-se na utilização de conselhos. Tenho experiência suficiente para saber o valor de um conselho. Raramente se passa um dia sem que eu comprove a sabedoria do Senhor na criação de conselhos para governar seu reino. Não hesito em assegurar-vos que, quando vos reunis em conselho da maneira esperada, Deus vos dará as soluções aos problemas que enfrentais" (Conference Report, outubro de 1953, p . 86).

06. Como membro dos Doze, sirvo em diversos conselhos e comitês gerais da Igreja. Reúno-me com diversos líderes das auxiliares. Juntos, aconselhamo-nos, examinamos as escrituras e oramos pedindo orientação enquanto procuramos aprender como as auxiliares podem abençoar e fortalecer de modo mais eficaz os membros da Igreja.

07. Em muitos aspectos, os conselhos gerais da Igreja funcionam de modo muito parecido com os conselhos da estaca e ala. Todos os conselhos da Igreja devem incentivar a conversa franca e aberta, consultando-se e procurando manter a comunicação clara e concisa. Os conselhos devem discutir objetivos e preocupações, tendo a compreensão mútua por meta final.

08. Os conselhos de estaca e ala são a ocasião ideal para que os líderes de todas as organizações conversem entre si e se fortaleçam. O enfoque principal das reuniões de conselho de estaca e ala deve ser coordenar atividades e deveres, não apenas marcar datas.

09. Nessas reuniões, os líderes do sacerdócio e das auxiliares devem estudar juntos suas responsabilidades e descobrir maneiras de fazer com que os programas da Igreja ajudem os membros a viver o evangelho no lar. Nos dias atuais, as pessoas e famílias precisam do auxílio sábio e inspirado da Igreja para combater os males do mundo.

10. Em recente reunião de conselho com as presidências das auxiliares femininas, as irmãs disseram-me que um número muito pequeno de mulheres da Igreja expressam interesse em receber o sacerdócio. Elas, porém, querem ser ouvidas e valorizadas, e desejam fazer contribuições significativas a estaca, ala e membros, para servir ao Senhor e ajudar no cumprimento da missão da Igreja.

11. Por exemplo, estivemos conversando, há pouco tempo, sobre a dignidade de nossos jovens para cumprir missão. A Presidente Elaine Jack disse: "Elder Ballard, as irmãs da Igreja podem dar boas sugestões sobre como preparar melhor os jovens para a missão, se forem consultadas. Afinal de contas somos as mães desses jovens!" As sugestões das irmãs podem também ajudar na questão da freqüência ao templo e em muitos outros problemas com que os líderes do sacerdócio tenham que se defrontar.

12. Irmãos, rogo-vos que procureis a contribuição vital das irmãs nas reuniões de conselho. Incentivai todos os membros do conselho a darem sugestões e idéias sobre como a estaca ou ala pode ser mais eficaz no trabalho de proclamar o evangelho, aperfeiçoar os santos e redimir os mortos.

13. O ideal seria que todos os membros de qualquer conselho da Igreja ou da família pudessem relatar suas preocupações e sugerir soluções baseadas nos princípios do evangelho. Creio que a Igreja e as famílias seriam fortalecidas, se os presidentes de estaca e bispos utilizassem as reuniões de conselho para encontrar resposta para questões como melhorar as reuniões sacramentais, melhorar a reverência, concentrar a atenção nas crianças, fortalecer os jovens, ajudar os solteiros, incluindo os viúvos e divorciados, ensinar e integrar pesquisadores e membros novos, melhorar o ensino do evangelho e muitas outras semelhantes.

14. Durante o último semestre, realizamos reuniões especiais de treinamento em cada conferência de estaca para debater os padrões morais de nossos jovens. Os participantes eram membros dos conselhos de estaca e ala. Todas as questões dirigidas a mim na sessão de perguntas poderiam ter sido debatidas de modo mais apropriado em uma reunião de conselho de ala. Contudo, os que raramente levantaram as questões sentiam ter a oportunidade de fazer perguntas, expressar suas preocupações e dar sugestões nas reuniões de conselho de suas alas.

15. Nestes tempos perigosos, precisamos que os oficiais da Igreja, homens e mulheres, se esforcem em conjunto, pois requer-se vigilância absoluta por parte dos que receberam o encargo de cuidar deste reino. Cada um de nós tem enormes responsabilidades, mas igualmente importante é a responsabilidade de nos reunirmos em conselho, num esforço conjunto de resolver os problemas e abençoar todos os membros da Igreja. Quando unimos esforços, criamos um sinergismo espiritual, que se traduz em maior eficácia decorrente de nossa ação conjunta ou cooperação, e cujo resultado é maior que a soma das partes individuais.

16. O antigo ético Esopo costumava ilustrar a força do sinergismo mostrando uma vara e pedindo a um voluntário da platéia que tentasse quebrá-la. Naturalmente, o voluntário conseguia quebrar a vara facilmente. Então Esopo ia acrescentando outras varas até que o voluntário não mais conseguia quebrá-las. A moral da demonstração de Esopo era simples: Juntos podemos gerar sinergismo que nos torna muito mais fortes do que quando estamos sozinhos.

17. Deus nunca desejou que seus filhos ficassem sozinhos. As crianças têm os pais e os pais têm a Igreja, as escrituras, os profetas e os apóstolos vivos e o Espírito Santo para ajudá-los a compreender os princípios corretos e aplicá-los no desempenho de suas responsabilidades familiares.

18. O Apóstolo Paulo ensinou que o Salvador organizou a Igreja de modo completo, com apóstolos, profetas e outros oficiais e mestres para "o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo: “Até que todos cheguemos à unidade da fé" (Efésios 4:12-13). Paulo comparou os membros da Igreja e suas várias responsabilidades ao corpo: "Porque também o corpo não é um membro, mas muitos. Agora pois há muitos membros, mas um só corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. Se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele" (I Coríntios 12:14, 18, 20-21, 26).

19. As escrituras nos ensinam claramente que apesar de termos diferentes chamados e estes mudarem periodicamente, todos esses chamados são importantes para o funcionamento da Igreja. Precisamos que os quoruns do sacerdócio assumam seu papel e cumpram seu dever divinamente comissionado, assim como precisamos que a Sociedade de Socorro, a Primária, a Organização das Moças, a Escola Dominical e o comitê de atividades cumpram suas funções de vital importância. Precisamos também que os oficiais e membros de todas essas organizações inspiradas trabalhem juntos, auxiliem-se mutuamente no que for preciso para o benefício de pessoas e famílias.

20. Não se trata do trabalho de determinado homem ou mulher; é o trabalho de Deus, que está centralizado na expiação do Senhor Jesus Cristo. Tenho algumas sugestões específicas que, se seguidas, creio poderem ajudar-nos a sermos mais eficazes em nossas famílias e em chamados na Igreja.

21. Primeiro, concentrai-vos nos princípios fundamentais. Com toda certeza aprendemos a respeito desses princípios fundamentais nesta conferência. Os que ensinam devem apresentar a doutrina pura. Ensinai pelo Espírito, utilizando as escrituras e o material didático aprovado. Não alongueis nem debatais assuntos especulativos e questionáveis. Estudai os ensinamentos desta conferência nas reuniões de noite familiar e nas conversas da família: elas fortalecerão vosso lar. Num mundo repleto de pecado, conflito e confusão, podemos encontrar paz e segurança no conhecimento e cumprimento das verdades reveladas do evangelho.

22. Segundo, concentrai-vos nas pessoas. Coordenar atividades e marcar datas de eventos é algo que precisa ser feito, mas muitas reuniões de conselho começam e terminam nesse ponto. Em lugar de uma longa lista de planos e relatórios das organizações, a maior parte do tempo da reunião de conselho deve ser utilizada para se considerar as necessidades dos membros. Ao fazê-lo, o sigilo é extremamente importante. Os membros do conselho devem guardar sigilo absoluto sobre todos os assuntos discutidos nas reuniões de conselho.

23. Terceiro, incentivai a livre expressão. Isso é essencial para que o propósito do conselho seja alcançado. Os líderes e pais devem criar um ambiente que favoreça a franqueza, em que todas as pessoas se sintam importantes e todas as opiniões sejam valorizadas. O Senhor admoestou : "Que cada um fale a seu tempo, e que todos ouçam as palavras do que fala, para que quando todos houverem falado, todos se achem edificados" (D&C 88 :122, grifo nosso) . Os líderes devem reservar um tempo adequado para a reunião de conselho, lembrando-se de que devem ouvir pelo menos o tanto quanto falam.

24. Quarto, a participação é um privilégio. Esse privilégio é acompanhado de responsabilidades: responsabilidade de trabalhar dentro dos limites da organização, de estar preparados, de compartilhar, de defender vigorosamente o que consideramos ser o certo. Igualmente importante, porém, é a responsabilidade de apoiar e defender a decisão final do líder do conselho, mesmo que não concordemos plenamente com ela.

25. O Presidente David O. McKay contou-nos a respeito de uma reunião do Conselho dos Doze Apóstolos em que foi debatido um assunto de extrema importância. Ele e outros apóstolos sentiam fortemente que determinadas medidas precisavam ser tomadas e estavam preparados para expressar esse sentimento na reunião com a Primeira Presidência. Para sua surpresa, o Presidente Joseph F. Smith não os consultou, como de costume, sobre aquele assunto. Em vez disso, "ele ergueu-se e disse: 'Esta é a vontade do Senhor'. Apesar de não estar em completa harmonia com o que havíamos decidido...", escreveu Presidente McKay, "o Presidente dos Doze ... foi o primeiro a erguer-se, dizendo: 'Irmãos, proponho que esta se torne a opinião e a decisão deste Conselho'. 'Reitero a proposta', disse outro, e ela foi unânime. Não se passaram seis meses para que a sabedoria daquele líder fosse manifestada" (Cospe/ Ideais, Salt Lake City: Improvement Era, 1953, p . 264). Quando o líder do conselho chega a uma decisão, os membros do conselho devem apoiá-lo integralmente.

26. Quinto, liderai com amor. Jesus ensinou que o primeiro e maior mandamento da lei é "amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. E o segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22 :37, 39). Os líderes do sacerdócio devem liderar com "persuasão, ... longanimidade, ... mansuetude e ternura, ... amor não fingido; ... benignidade, e conhecimento puro (D&C 121:41-42). Estes são os princípios que devem guiar nosso relacionamento com o próximo na igreja de Jesus Cristo.

27. Os portadores do sacerdócio nunca devem esquecer que não têm o direito de usar a autoridade do sacerdócio como uma clava sobre a cabeça dos membros da família e nos chamados da Igreja. O Senhor disse a Joseph Smith que "quando tentamos encobrir os nossos pecados ou satisfazer o nosso orgulho, nossa vã ambição, exercer controle ou domínio ou coação sobre as almas dos filhos dos homens, em qualquer grau de injustiça, eis que os céus se afastam; o Espírito do Senhor se magoa; e, quando se afasta, amém para o sacerdócio ou a autoridade daquele homem"(D&C 121:37).

28. Em outras palavras, qualquer homem que invoca os poderes especiais do céu para os próprios interesses egoístas e procura usar o sacerdócio em qualquer grau de injustiça, na Igreja ou no lar, simplesmente não compreende a natureza de sua autoridade. O sacerdócio destina-se ao serviço, não à opressão; à compaixão, não à coerção; ao cuidado, não ao controle. Os que discordam estão agindo fora dos limites da autoridade do sacerdócio. Felizmente, a maioria de nossos pais e líderes do sacerdócio lideram com amor, assim como a maioria de nossas mães e líderes das auxiliares.

29. A liderança fundamentada no amor é acompanhada de inacreditável poder. Ele é real e produz resultados duradouros na vida dos filhos do Pai Celestial. Que Deus vos abençoe, irmãos, para que chegueis a um consenso e unidade inspirados ao vos reunirdes em conselho no intuito de servir uns aos outros. Somente assim a Igreja e as famílias começarão a se aproximar do pleno potencial de realização do bem entre os filhos de Deus na terra.

30. Sei que Deus vive e que Jesus é o Cristo. Sei que podemos desempenhar melhor nosso trabalho reunindo-nos em conselho, com união e amor. Que sejamos abençoados ao fazê-lo é a minha humilde oração, em nome de Jesus Cristo, amém. (A Liahona, Janeiro de 1994, pp. 82–84.)

2 Comentários:

Anônimo disse...

nossa gostei muito dessa mensagem. pq nos motiva a sermos cada vez mais dedicados nessa obra do senhor.sei q Deus vive e q ele tem um infinito amor por todos nós. Cleusa

José Paulo disse...

Irmãos(as) sempre preocupei-me como ser um líder: seja na Igreja, na família, no trabalho ou onde quer que seja, pois todos os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, quando se batizam tornam-se representante de Cristo, ajudando no Trabalho do salvador.
É com estes artigos e treinamentos que melhoram nosso desempenho...

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